domingo, 2 de julho de 2023

Ozempic 2.0: novos remédios prometem perda de peso mais eficiente

Com o crescimento da obesidade e do sobrepeso entre a população mundial, o mercado de fármacos para emagrecer movimenta investimentos em pesquisas científicas e atrai atenções diversas. No último Congresso da Associação Americana de Diabetes, realizado entre 23 e 26 de junho, uma das principais perguntas entre os médicos era sobre qual medicação substituirá o Ozempic, remédio à base de semaglutida da farmacêutica Novo Nordisk.

Criado para combater a diabetes, o Ozempic revolucionou o tratamento da obesidade e se popularizou entre médicos e pacientes.

Durante o congresso nos Estados Unidos, a farmacêutica Novo Nordisk apresentou dois medicamentos que prometem ser a segunda geração do Ozempic. Ambos contêm semaglutida na composição e se mostraram mais eficientes que o antecessor.

A Eli Lilly, por sua vez, apresentou formulações com novas moléculas – a retratudida e a tirzepatida -, que também atingiram bons resultados nos ensaios clínicos realizados.

“As possibilidades que se aproximam são incríveis e estamos cada vez mais próximos de pensar em soluções definitivas tanto para a diabetes tipo 2 como para a obesidade”, afirmou o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, convidado da Novo Nordisk para explicar os avanços apresentados no congresso aos jornalistas brasileiros.

Os medicamentos seguem a fórmula de sucesso do Ozempic: utilizam moléculas que simulam hormônios naturais para estimular a produção de insulina no pâncreas, regular o açúcar no sangue e, paralelamente, promover a sensação de saciedade. A diferença está na concentração e na combinação de moléculas.

Oasis-1

O Oasis-1 é uma das apostas da Novo Nordisk. Nos ensaios clínicos, a medicação levou a uma redução do peso corporal de obesos de 17,4% em 68 semanas. A vantagem em relação ao Ozempic é que a administração da medicação ocorre via oral, o que facilita a adesão ao tratamento.

A empresa já tem remédio semelhante no mercado, o Rybelsus. A diferença é que a medicação atual possuiu 14 mg de semaglutida por comprimido, enquanto o Oasis-1 foi testado com versões de 25 mg e de 50 mg da substância.

CagriSema

Também da Novo Nordisk, o CagriSema mostrou resultados promissores. O remédio é uma combinação entre a semaglutida e a cagrilintida – a interação entre os dois princípios ativos permitiu efeitos mais rápidos. Em 32 semanas, os 92 voluntários com diabetes que usaram a medicação tiveram redução de peso de 15,6%.

Para os pesquisadores, o tratamento com CagriSema em pessoas com diabetes tipo 2 resultou em melhorias no controle glicêmico. Os resultados são de fase 2 e, agora, a medicação será avaliada em fase 3.

Retratutida e tirzepatida

A farmacêutica Eli Lilly também apresentou suas apostas no congresso. A molécula retatrutida em dose de 12 mg promoveu perda de peso média de 24,2% após 48 semanas de uso semanal – percentual só atingido com cirurgias bariátricas.

Também chamou atenção a redução de peso promovida pela medicação à base de tirzepatida. O medicamento ajudou pacientes com obesidade ou sobrepeso a perderem até 15,7% do peso corporal em testes de fase 3.

Acesso

O endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri destaca que os avanços científicos podem esbarrar no preço, tornando as novas opções tão inacessíveis quanto o Ozempic. A medicação custa cerca de R$ 900 por mês e deve ser mantida por pelo menos um ano.

“É preciso pensar uma política nacional de estado, como a que temos para o HIV e para a tuberculose, para distribuir estes remédios às pessoas com obesidade e com diabetes tipo 2 no Brasil. Garantir o acesso e a continuidade destes tratamentos é um desafio a ser solucionado”, frisou.

 

       Versão do Ozempic em pílula provocou perda de 15% do peso em pesquisa

 

A farmacêutica Novo Nordisk informou, nesse domingo (25/6), que uma pílula experimental para obesidade com alta dosagem de semaglutida ajudou adultos com sobrepeso ou obesos a perderem 15% do peso durante ensaio clínico.

A semaglutida é o princípio ativo utilizado no Ozempic, fármaco injetável de uso semanal para o tratamento da diabetes tipo 2 que vem sendo usado de maneira off label para o emagrecimento.

A empresa já comercializa uma versão oral da semaglutida para o tratamento da diabetes tipo 2, vendida com o nome de Rybelsus, mas o medicamento tem dose máxima de 14 mg. A nova droga experimental foi testada com dose de até 50 mg.

A Novo Nordisk planeja pedir a aprovação regulatória do medicamento nos Estados Unidos e na Europa ainda este ano, segundo informou o diretor médico da Novo Nordisk, Mico Guevarra, na reunião anual da Associação Americana de Diabetes (ADA, na sigla em inglês).

Semaglutida de alta dosagem

O estudo com o novo medicamento foi feito com 667 adultos com sobrepeso ou obesidade. Após 68 semanas, os que testaram a dose de 50 mg alcançaram uma perda média de 15,1% do peso corporal, quando a medicação foi usado juntamente com dieta e atividade física.

Em comparação, os participantes que tomaram um placebo perderam apenas 2,4% do peso seguindo o estilo de vida recomendado pelos pesquisadores.

•        Efeitos colaterais

A maioria dos voluntários da pesquisa que utilizaram a semaglutida oral de alta dosagem relataram efeitos colaterais gastrointestinais, incluindo principalmente náusea leve a moderada, constipação, diarreia e vômito, informou a Novo Nordisk.

 

       Novo remédio promete resultado melhor que Ozempic e semelhante à bariátrica

 

Um medicamento da farmacêutica Eli Lilly que ainda está em desenvolvimento aparece como nova promessa no tratamento da obesidade e sobrepeso, condições que são uma epidemia no mundo.

Em ensaios clínicos publicados nesta segunda-feira (26/6), a medicação, administrada de maneira injetável, apresentou resultados melhores que o Ozempic e o Wegovy e semelhantes aos de uma cirurgia bariátrica.

•        Retatrutida

O princípio ativo da nova medicação é a molécula retatrutida, que vem sendo chamada no meio médico de “molécula 3G”. A retatrutida é capaz de imitar três hormônios relacionados à saciedade: o GLP 1, o GIP e o glucagon.

Fabricados pelo Novo Nordisk, o Ozempic e o Wegovy usam a molécula semaglutida como princípio ativo, que mimetiza os hormônios GLP-1 e GIP.

Na prática, GLP 1 e 0 GIP estimulam a produção de insulina no pâncreas, o que regula o açúcar no sangue e, paralelamente, promove a sensação de saciedade. Também produzido pelo pâncreas, o glucagon tem efeito contrário à insulina, mas ajuda na quebra de células de gordura. O avanço da nova medicação seria a combinação dos três efeitos.

•        Ensaios clínicos

A pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine trouxe resultados de um ensaio clínico com 338 pacientes obesos. Eles receberam uma dose semanal de retatrutida durante 11 meses e perderam uma média de 23 quilos cada. Todos os voluntários perderam ao menos 5% do peso corporal, sendo que 1/4 deles emagreceu 30% do peso inicial.

O ensaio publicado na The Lancet foi realizado com pacientes que possuem diabetes tipo 2. A nova medicação controlou a doença e fez com que os pacientes perdessem cerca de 17% do peso corporal em nove meses.

Os efeitos colaterais da retatrutida verificados nos dois ensaios foram náusea, diarreia, constipação e vômito, os mesmos que são relatados pelos pacientes que usam Ozempic e Wegovy.

•        Outros métodos

Uma pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine, em 2021, mostrou que o Ozempic proporcionou perda de até 14,9% do peso entre os que fizeram uso do medicamento. Na cirurgia bariátrica, a perda de peso é de cerca de 30% após um ano.

 

Fonte: Metrópoles

 

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