Por que a saúde mental de quem defende a floresta e os direitos humanos
precisa ser um cuidado prioritário?
A bacia hidrográfica do rio Tapajós, localizada
entre o norte de Mato Grosso e o oeste do estado do Pará, destaca-se pela
diversidade de povos, manifestações culturais e a riqueza dos recursos naturais
nos territórios. As populações filhas dessa região se destacam, também, pelas
lutas coletivas na defesa de direitos socioambientais. Mas a dedicação para
lutas coletivas exige sacrifícios que, ao longo dos tempos, recaem principalmente na
saúde mental.
Nos últimos quarenta anos, as transformações do
ambiente natural têm se tornado ainda mais visíveis devido ao avanço do garimpo
no Tapajós e seus afluentes, assim como o agronegócio, que acentua-se nas
primeiras décadas dos anos 2000 com a chegada de grandes projetos logísticos:
abertura de rodovias, construção de portos graneleiros que passam a servir aos
produtores de grãos da região Centro-Oeste do Brasil.
A região do Tapajós sofre mais um
agravante: além do garimpo e do agronegócio, a mineração também é uma
problemática. Com isso, as relações com a terra e com as águas ficam
comprometidas devido à destruição causada pelo desmatamento, uso intensivo de
agrotóxicos e o mercúrio nos garimpos. Agregam-se, também, os conflitos e a
violência no campo. Proteger os territórios passa a ser uma necessidade para
permanecer dentro deles.
No processo de enfrentamento e defesa de
territórios destacam-se as pessoas que puxam movimentos ou estão à frente de
organizações como sindicatos e coletivos, que automaticamente são
consideradas como entraves para o processo de destruição socioambiental
camuflado pelo falso lema de "desenvolvimento". Ameaças e até mesmo o
assassinatos são riscos iminentes.
Por conta dessa defesa, as lideranças acabam
sofrendo violências na tentativa de silenciamento de suas lutas. Os impactos
dessa realidade atravessam todas as dinâmicas de quem sofre ameaças. Algumas
dessas consequências são diminuição do convívio familiar, perda da
privacidade, prejuízos econômicos, perseguições e até mesmo convivência com
escolta da polícia.
A maioria desses conflitos na Amazônia acontecem na
área rural. Dados do relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT),
apontam que, em 2022, foram registrados 2.018 casos de conflitos no campo, mas
o impacto é bem maior, tendo em vista que os conflitos envolveram cerca de
909,4 mil pessoas e mais de 80,1 milhões hectares de terra em disputa em todo o
território nacional.
É na região da Amazônia Legal que ocorrem a maioria
dos conflitos (58,86% deles). Essa porcentagem significa que são mais ou menos
1.107 conflitos no campo. Foram 121.341 famílias de povos originários e
comunidades camponesas em 2022 diretamente afetadas pelo medo e pela violência
dos conflitos na Amazônia.
Com todo esse cenário de hostilidade contra quem
luta em defesa da vida e floresta, as pessoas afetadas com isso acabam
carregando sequelas de tanta violência. Uma delas é o abalo na saúde mental.
Dentro desse contexto estão Walter Kumaruara,
jovem indígena do povo Kumaruara do Baixo Tapajós, e Maria Ivete Bastos,
mulher, agricultora familiar e liderança do movimento sindical dos
trabalhadores e trabalhadoras rurais de Santarém. Duas vidas, duas gerações
diferentes, mas um ponto em comum: a total dedicação às lutas dos movimentos
sociais na defesa dos direitos humanos e ambientais.
·
Escolhas: consequências para um jovem que decidiu
lutar por seu povo
Walter Kumaruara, quando ainda era um garoto da
beira do rio Tapajós, era curioso e não perdia a oportunidade de participar de
ações desenvolvidas em seu território ou na cidade. "Eu era um moleque no
meio dos agentes comunitários de saúde, porque eu vinha pra eventos sobre
cuidar da saúde, falar sobre o ECA e eram só os agentes de saúde que vinham pra
esses evento e eu vinha para fazer realmente valer o direito da criança e
do adolescente na aldeia", relembra Walter.
Walter é comunicador popular e mobiliza a juventude
do Baixo Tapajós na luta em defesa dos territórios e justiça climática por meio
da educomunicação, fazendo parcerias com as escolas da região através da
organização Projeto Saúde e Alegria e do Coletivo Jovens Tapajônicos.
Toda a dedicação à luta coletiva exigiu sacrifícios
pessoais, principalmente a diminuição do convívio com a família. "Neste
trabalho, a gente sempre fala: a gente não teve uma infância, a gente foi
criança, mas não teve infância, 'tá' nesse projeto de juventude mas a
gente não tem essa mesma coisa como a juventude, de desfrutar dos seus
direitos." Apesar de sentir falta, Walter não se arrepende da escolha de
lutar pela coletividade.
Se dedicar à defesa da Amazônia é uma decisão
arriscada, principalmente pela violência impulsionada por interesses privados
de exploração nos territórios. As ações violentas têm sempre um
alvo. Walter Kumaruara sofreu duras retaliações há três anos. Junto a
outros jovens, realizou uma ação contra o ex-ministro da Educação, Abraham
Waintraub, quando o mesmo visitava Alter do Chão. "Ele veio aqui em Alter
do Chão e a gente fez uma ação contra ele, na verdade reivindicamos atenção mais
para ele olhar para educação naquela época."
Após a ação, e devido à polarização política,
se iniciaram os ataques digitais e as ameaças de violência física. Na época,
Water morava na Vila de Alter do Chão, cerca de 36 km da cidade de Santarém.
"Eu tive que sair de Alter de Chão, vim pra Santarém, me escondi em alguns
lugares". Na época, o apoio veio do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns,
organização que representa 14 povos indígenas do Baixo Tapajós. Walter ficou
alguns dias na sede da organização, em Santarém, mas, por conta do aumento das
ameaças e perseguições, com o apoio de amigos, conseguiu sair de Santarém.
"O apoio que eu tive foi sair daqui, meus amigos e os próprios amigos de
uma rede que eu tinha feito antes me tiraram daqui. Pagaram minha passagem e eu
fui embora, fiquei por um período na cidade de São Paulo", relata a jovem
liderança.
Na busca de preservar a integridade da família, o
jovem optou por não compartilhar o drama com os pais e irmão, mas
inevitavelmente a informação chegou até a sua aldeia, de forma distorcida.
"E aí até então minha família não sabia o que tinha acontecido. Só que
quando chegou isso lá já foi numa outra versão, que já foi por outras pessoas,
porque quando apaguei minhas redes sociais também perdi o contato com a família
toda e até minha mãe no momento veio de lá de bajara [pequena embarcação típica
da Amazônia], no vento forte, pra saber como é que eu estava, mas eu não estava
mais nem aqui, tinha ido embora e depois de um tempo que eu voltei".
Apesar de conseguir levar uma vida mais tranquila
após esses acontecimentos, Walter afirma que o receio e os traumas da
perseguição sofrida anos atrás não foram esquecidos.
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Na mira: o drama de uma vida sob escolta policial
Pelas mãos de uma parteira, na comunidade de
Dourado, na beira do rio Amazonas, na região do Arapixuna, dentro do Projeto de
Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (PAE Lago Grande), nasceu
Maria Ivete Bastos, que vem de uma família de doze filhos. Os desafios
para sobreviver a obrigaram a ir desde muito cedo para roça ajudar a família.
Apesar de ser de uma comunidade pequena, com cerca
de cinquenta famílias, nela Maria cresceu, casou, teve filhos e se
envolveu com as lutas do movimento social. Atualmente é presidenta do Sindicato
dos Trabalhadores de Trabalhadoras Rurais, Agricultores e Agricultoras
Familiares de Santarém (STTR), no terceiro mandato. Foi vereadora do município
de Santarém pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e secretária da Agricultura
Familiar do município, onde conseguiu implantar o Programa de Alimentação
Escolar, colocando a produção familiar nas refeições das escolas da rede
municipal de Santarém.
"A mulher Ivete não é só uma dirigente
sindical que milita na luta dos movimentos. Horas sou militante, horas sou a
mulher que é esposa, que é mãe, que cuida de casa também, que trabalha com a
enxada com a foice, sei pilotar uma canoa e me sinto um pouco artesã também,
essa é a vida que eu gosto", descreve-se.
Ivete entrou na luta, que ela chama de militância,
a partir dos trinta anos de idade, quando passou a ser sócia do STTR de
Santarém. No início dos anos 2000, tornou-se a segunda mulher presidente
do sindicato.
Ao mesmo tempo em que Ivete Bastos assumiu a
presidência do sindicato, chegavam na região multinacionais e grandes projetos
que deram ainda mais impulso ao agronegócio. "Chegou os danos na vida do
povo, os conflitos fundiários, eu vivi muito conflito, começou a degradação da
terra, expulsão de trabalhadores [...] às vezes não almoçava porque tinha que
ir ao Ministério Público, na polícia porque era queima de casa,
tanta violação dos direitos", comenta a liderança.
Durante os dois mandatos, e em decorrência da
violência que crescia contra os pequenos agricultores, uma das suas ações foi
propor a criação dos Assentamentos Agroextrativistas, na busca de garantir o
direito à terra. A sua atuação em defesa de sua categoria resultou em
violências e ameaças que mudaram a vida de Ivete. "Lá em 2005 eu tive até
uma depressão por causa de muito ataque, a gente fica até sem saber o que fazer
quando a gente olha que é muito difícil romper com esse esquema, ver a
injustiça contra a minha classe trabalhadora rural. Eu fiquei muito abalada,
por um mês eu não consegui nem levantar", relembra Bastos.
Devido às ameaças de morte e todas as frentes de
atuação, o convívio com os filhos e toda a família foi comprometido. "Em
represália à minha pessoa, por não aceitar propina, queimaram casas para
expulsar os trabalhadores, mas também em relação às minhas atitudes, eu chorei
muito, por muito tempo", conta.
O medo de ser mais um vítima da violência da
ganância capitalista aumentava principalmente ao ver suas companheiras de
luta serem assassinadas, como a irmã Dorothy Stang. "Eu a conhecia, apesar
de não ter muita convivência. Lembro de detalhes, como era a simplicidade dela,
a sapatilha nos pés. Quando ela morreu foi a primeira vez que eu senti o
impacto mais pesado". Dorothy era uma missionária ligada à CPT e foi
assassinada em 2005 por defender a reforma agrária para pequenos produtores no
município de Anapú (PA).
A líder sindical explica que a partir de 2007
precisou entrar no programa de proteção. "Foi um momento muito danoso. Eu
não nasci para viver numa prisão. Houve um abaixo-assinado internacional em que
pessoas de 42 países pediram uma proteção de vida", relata. A Polícia
Federal ofereceu proteção em regime fechado, mas Ivete recusou, pois queria
continuar na luta.
Lembrar dos quase 10 anos que viveu com policiais a
escoltando é dolorido. Os traumas ainda não foram superados e ela comenta que
não gosta de tocar no assunto. "Quando a gente está sob ameaça os filhos
não podem estar perto da gente, a gente tem que montar uma estratégia de
sobrevivência". A agricultora fala que inevitavelmente os filhos também
sofrem. "Meus filhos não tiveram nem a oportunidade de serem empregados,
porque diziam a eles que iriam ser mortos antes da mãe, aí ficavam com medo.
Foram muito duras essas consequências."
Durante quase uma década, ir ao estádio, onde
tinham muitas pessoas e muita polícia, foi o único lazer, ainda que sempre
escoltada. "Ainda sofria a tortura psicológica de saber que tinha um
pistoleiro na frente da minha casa para me matar", relata.
Em 2017, tiraram a escolta policial e em 2021,
Maria Ivete saiu do programa de proteção. "Ficaram muitas sequelas, tenho
tormento até hoje para atravessar a rua, para andar sozinha… A gente olha,
parece que tem alguém atrás, pulando o muro, é uma sensação horrível quando
você lembra que está em uma lista de marcados para morrer, e vê que seus amigos
estão indo, estão morrendo. Eu já chorei por muita gente e pelo medo que eu
sinto", desabafa.
Desde 2021, quando voltou à diretoria do STTR, as
ameaças voltaram. No entanto, Ivete já reage de uma forma diferente. "Eu
acho que pela maturidade talvez eu não entre muito em pânico, eu acho que
quando eu era mais jovem e meus filhos eram menores eu estava com medo de
morrer porque era como se eles ficassem muito desprotegidos. Eu já amadureci
muito", reflete Ivete.
A escolta e o impedimento de sair livre na ruas
eram como uma prisão para Maria Ivete, mas, aos familiares que pediam que ela
fugisse da luta, ela afirmava o seguinte: "eu estou presa fisicamente, mas
não na minha alma, a minha alma sempre vai estar livre".
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A proteção a defensores e defensoras de direitos
humanos
Criado há vinte anos, o Comitê Brasileiro de
Defensores de Direitos Humanos é formado por 47 organizações de todas regiões
do país e possui diferentes frentes de atuação: mídia, jornalismo, indígenas,
quilombolas, luta das mulheres, direitos das crianças, defensoras de direitos
humanos em contexto urbano, e contexto as florestas, entre outras. O objetivo
do Comitê é ser uma voz ativa de todas as organizações envolvidas, explica
Amara Hurtado, assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria –
CFEMEA, uma das organizações que compõe o CBDDH, atuando diretamente com
atividades e processos de autocuidado e cuidado entre ativistas
Amara explica que nos últimos seis anos as
violências contra defensores e defensoras de direitos humanos se intensificaram.
"A situação dos defensores e defensoras de direitos humanos ficou
muito mais frágil, a vulnerabilidade se agravou muito, as ameaças, as condições
de vida se tornaram, para muitos, um fardo, porque as ameaças que já existiam
se tornaram muito maiores, mais grave e mais explícitas".
Com a criação do Programa de Defensores e
Defensoras de Direitos Humanos, "o Comitê se constitui como uma voz ativa
da sociedade para que não estivesse somente o olhar do Estado, e sim da
sociedade civil e todas as necessidades, porque o Estado vê de uma maneira, mas
a realidade de quem é defensor e defensora de direitos humanos não é a mesma
coisa", explica Amara.
Devido às diversidades geográficas,
culturais e de acesso a ferramentas tecnológicas, "o Comitê busca
atuar de maneira plural para que o programa seja efetivo, real, e dar
proteção de fato para quem está vivendo sob ameaça", explica.
Outro ponto ressaltado em relação à atuação do Comitê Brasileiro de Defensores
de Direitos Humanos é a proteção integral das vítimas de violência. "Não é
só retirar a pessoa da sua terra, mas fazer uma avaliação de quais são os
riscos, as possibilidades, entendendo a situação, as ameaças, aliados, caminhos
possíveis, seja rede de apoio afetiva, rede de apoio de movimento e rede
de apoio do Estado".
Hurtado explica ainda que a saúde mental é
prioridade. "A gente leva em consideração a saúde mental, a questão
afetiva e a questão subjetiva. O comitê considera que faz parte dessa rede
de proteção: o autocuidado e o cuidado coletivo, [...] uma questão de
co-responsabilidade".
O impacto psicológico nem sempre é visto como
problema principal
De acordo com assessora técnica do Centro Feminista
de Estudos e Assessoria, o adoecimento psicológico não é o primeiro problema a
chamar a atenção. "Muitas vezes, nessa análise de risco que o Comitê faz,
nessa proposta da proteção integral é que a gente levanta ali que a gente tem
sim uma questão psicológica. Imagina o que é viver sob ameaça, no caso dos
defensores de direitos humanos que estão in loco, a lida do dia a dia e a
necessidade de recurso, alimentação, de segurança. Tudo isso acaba que é
urgente e emergente e se eu não sair para trabalhar significa que eu não vou
ter alimento e muitas vezes a minha família não vai ter", explica.
Quando a ameaça recai sobre mulheres, é outro
contexto. "Tem que lidar com a ameaça e com a demanda de cuidados que ela
tem [...] ela cuida da comunidade, do marido, da casa, dos mais velhos, ela
cuida de todo mundo. Muitas vezes isso [cuidado com a saúde mental] não passa,
tem o cansaço, a insônia e outros problemas de saúde, mas as necessidades de
trabalho são tão grandes que muitas vezes não há esse reconhecimento de que há
um adoecimento mental, emocional, psíquico", pontua.
Amara explica também situações de violência
ancestral, em que "a avó passou por isso, a mãe passou por isso, a mulher
está passando e morrendo de medo de que a filha passe. São geracionais porque,
dependendo do território, a violência não passou".
Por questões culturais da sociedade patriarcal,
esse diálogo é dificultado com os homens. Segundo Amara, "com as
mulheres é encontrado mais facilidade para que seja compreendida e aceita a
assistência psicológica [...] quando uma liderança cai, muitas vezes é por
estar segurando um peso muito grande".
Em relação ao impacto na saúde psicológica da
juventude, Hurtado explica que a arte e a comunicação são importantes para
visibilizar suas lutas, mas é preciso ter cautela para não se colocar em
perigo, não colocar o movimento em perigo. Quando isso ocorre, a juventude
"começa a lidar com as frustrações, com a dificuldade de se comunicar e de
falar sobre si, aí não vai se olhando e vendo outras maneiras e acaba
provocando um desgaste".
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O desafio de se cuidar e se manter na luta
A necessidade das lutas socioambientais exigem
ações estratégicas, com olhar para o agora e para o futuro, Hurtado explica que
é preciso fazer uma análise de risco de tudo que pode acontecer .
Ela explica que há três pilares de cuidado: cuidado
individual, cuidado coletivo e o cuidado do Estado. O enfrentamento às
desigualdades, violências e opressão é necessário, mas é preciso se olhar
dentro do contexto. "Estar atento a nós mesmo, até onde eu posso ir?
Respeitar os próprios tempos. Não é exaltar o individualismo, mas sim, olhar
para si. Dar atenção para si é qualificar a participação no coletivo",
explica Amara.
O cuidado coletivo está diretamente ligado ao
cuidado individual, estabelecendo combinados flexíveis e igualitários,
"em que não são só as mulheres que cuidam de todo mundo. Os homens
precisam entrar nesse lugar dos cuidados", diz.
O cuidado do Estado é o terceiro estágio, criando
políticas de proteção efetivas para os defensores, respeitando e cuidando
dos direitos das crianças e criando possibilidades para que as mulheres possam
se empoderar e empoderar as mulheres na caminhada de luta. "Estar o tempo
todo na luta cansa, é adoecedor", finaliza Amara.
Enquanto o Estado não supre as necessidades de
proteção dos territórios e da territorialidade, as pessoas precisam arriscar
suas próprias vidas para garantir a permanência sobre seus territórios
ancestrais. A Amazônia é constantemente violada e seus povos não querem ver
mais lideranças se tornando mártires.
Fonte: Brasil de Fato/portal Tapajós
de Fato
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