BOLSONARO RECEBEU MÉDIA DE R$ 2,8 MILHÕES POR MÊS VIA PIX NESTE ANO
O ex-presidente da República Jair
Bolsonaro (PL) recebeu, em média, R$ 2,8 milhões por mês via
pix neste ano, apontam dados de um relatório do Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
encaminhado à CPMI dos atos antidemocráticos. Ao todo, o relatório do Coaf aponta
que houve pagamentos para o pix do ex-presidente da República na ordem de R$
17,2 milhões só nos seis primeiros meses deste ano. Segundo o relatório do
Coaf, a conta de Bolsonaro movimentou R$ 18,5 milhões, dos quais R$ 17,2
milhões chegaram via Pix.
No relatório encaminhado à CPMI, o próprio Coaf
classifica as movimentações nas contas de Bolsonaro como “atípicas”. De acordo
com o órgão, a suspeita é que os recursos tenham sido doados por apoiadores do
ex-presidente para pagar multas judiciais recebidas por ele. Parte dos recursos
recebidos, indica o relatório, foi convertida em aplicações financeiras e não
para pagar dívidas.
Os valores repassados pelos remetentes também
aparecem no documento. Na lista, constam nomes de empresários, militares,
agricultores e advogados, sendo que pelo menos 18 enviaram valores entre R$ 5
mil e R$ 20 mil. O PL, partido do ex-presidente, transferiu quase R$ 48 mil em
duas operações.
O Coaf também aponta irregularidades nas contas do
tenente-coronel Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair
Bolsonaro. Segundo o documento, ele movimentou
R$ 3,7 milhões em apenas 10 meses, no período entre julho de 2022 e maio de
2023. As transações são consideradas suspeitas porque o valor é incompatível
com a renda dele, que tem salário bruto de R$ 26 mil.
Mauro Cid está sendo investigado a pedido da CPMI
do Golpe, que aprovou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do militar. Entre
as movimentações analisadas, uma ordem de pagamento para os Estados Unidos, de
R$ 368 mil, chamou a atenção. A transação foi realizada em janeiro, quando
Bolsonaro estava no país. Bolsonaro e Cid não foram os únicos.
De acordo com o Coaf, Cid recebeu uma quantia de pouco
mais de R$ 70 mil do sargento Luis Marcos dos Reis ao longo do último semestre
de 2022. Assim como Cid, Luis Marcos dos Reis era um militar de confiança da
família Bolsonaro, tendo trabalhado no gabinete presidencial ao longo da maior
parte do mandato. Ele é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) graças
aos serviços prestados à ex-primeira dama Michelle
Bolsonaro. Ao invés de pagar suas despesas com um cartão
próprio, Michelle usava o cartão de crédito de uma amiga, e as faturas eram
pagas em dinheiro vivo pelo sargento.
A PF busca identificar a origem do dinheiro
utilizado para pagar essas faturas, havendo suspeita de ter sido desviado da
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf). Luis Marcos dos Reis seria o responsável não apenas por realizar as
transações para Michelle, mas também para outros militares no gabinete de Jair
Bolsonaro, incluindo Mauro Cid.
<><> BOLSONARO VAI RESPONDER POR
IMPROBIDADE EM CASO DE WAL DO AÇAÍ
O ex-presidente da República Jair
Bolsonaro (PL) vai responder por improbidade administrativa no
processo envolvendo Walderice Santos da Conceição, conhecida como ‘Wal do
Açaí’ , que é investigada por ter sido
funcionária fantasma no período em que assessorou Jair Bolsonaro. A decisão é
da juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara Federal Cível da Justiça Federal de
Brasília. A movimentação do processo não é uma sentença, apenas uma decisão da
magistrada em relação a quais procedimentos Bolsonaro vai responder.
Wal constou nos registros da Câmara como assessora
parlamentar do presidente no período em que ele era deputado federal. Em 2020,
no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela
registrou sua candidatura para vereadora em Angra dos Reis (RJ) como ‘Wal Bolsonaro’. De acordo com a magistrada, Bolsonaro e a
ex-secretária deverão responder aos atos de improbidade que levam ao
enriquecimento ilícito e que causam lesão ao erário público.
“Não se está a afirmar que os requeridos praticaram
os atos ímprobos descritos na petição inicial – até porque esse exame, de
cognição profunda, será feito na sentença, após a regular instrução probatória
–, mas apenas que, diante dos elementos existentes nos autos, não se pode
concluir pela inexistência manifesta do ato de improbidade a eles imputado”,
afirmou a magistrada na decisão.
O Ministério Público Federal acionou a Justiça
contra Bolsonaro e Wal do Açaí em março de 2022. A ação aponta que Wal do Açaí
esteve lotada no gabinete de Bolsonaro durante mais de 15 anos, mas nunca
viajou para Brasília e nem exerceu qualquer função relacionada ao cargo. Em
depoimentos, ela já confirmou a versão.
O MP afirma que, nesse período, Walderice e o
companheiro, Edenilson Nogueira Garcia, prestavam serviços de natureza
particular para Bolsonaro – em especial nos cuidados com a casa e com os
cachorros de Bolsonaro na Vila Histórica de Mambucaba (RJ).
<><> BOLSONARO SE REFERE AOS PRESOS DE
8 DE JANEIRO COMO “IRMÃOS”
Em um evento do PL Mulher
em Santa Catarina neste sábado (29), o ex-presidente Jair Bolsonaro se queixou, sem citar o nome, das prisões remanescentes das
operações que sucederam os atos
antidemocráticos de 8 de janeiro. De acordo com ele, os
manifestantes são mantidos em cárcere “de forma covarde”, referindo-se a eles
como “irmãos” que sofrem em Brasília.
“Hoje temos aproximadamente 300 irmãos presos em
Brasília. Presos de forma covarde, de forma arbitrária. Que esse seu
sofrimento, se Deus quiser, chegará ao seu fim. E lá, mais uma profunda marca.
Eles não querem, realmente, que nós venhamos a saber a verdade do que acontece
em nosso país. Eles querem esconder a verdade”, declarou.
Bolsonaro não especificou quem seriam essas pessoas
tentando “esconder” algo sobre o 8 de janeiro.
As operações de desocupação das sedes dos três
poderes em 8 de janeiro e a desmobilização do acampamento que deu origem ao
ato, em frente ao quartel-general do Exército, resultaram em 2182 prisões,
parte delas em flagrante delito e parte delas de caráter preventivo,
solicitadas pela Polícia Federal. Até o mês de março, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisou individualmente os pedidos de liberdade provisória,
restando 294 presos na capital.
Desde então, o esforço para tentar libertar os 294
investigados restantes tornou-se uma constante entre membros da oposição no
Congresso Nacional, especialmente por parte do PL. Eduardo
Girão (Novo-CE) chegou a comparar os presos às
vítimas do Holocausto, e comparou os parlamentares que os apoiam ao empresário
alemão Oskar Schindler, conhecido por proteger mais de mil judeus contra a
perseguição. Sua fala foi imediatamente
repudiada pelo Instituto Brasil-Israel.
Ø COAF REGISTRA TRANSFERÊNCIA DE R$ 70 MIL DE ALIADO DE MICHELLE A MAURO
CID
O relatório do Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
encaminhado à CPMI dos atos antidemocráticos identificou um novo indício de desvio
de verba pública envolvendo o ex-ajudante de ordens de Jair
Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. De acordo com o documento revelado pelo Uol, o oficial recebeu uma
quantia de pouco mais de R$ 70 mil do sargento Luis Marcos dos Reis ao longo do
último semestre de 2022.
Assim como Cid, Luis Marcos dos Reis era um militar
de confiança da família Bolsonaro, tendo trabalhado no gabinete presidencial ao
longo da maior parte do mandato. Ele é alvo de uma investigação da Polícia
Federal (PF) graças aos serviços prestados à ex-primeira dama Michelle
Bolsonaro. Ao invés de pagar suas despesas com um cartão
próprio, Michelle usava o cartão de crédito de uma amiga, e as faturas eram
pagas em dinheiro vivo pelo sargento.
A PF busca identificar a origem do dinheiro
utilizado para pagar essas faturas, havendo suspeita de ter sido desviado da
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf). Luis Marcos dos Reis seria o responsável não apenas por realizar as
transações para Michelle, mas também para outros militares no gabinete de Jair
Bolsonaro, incluindo Mauro Cid.
Além dos depósitos para a proprietária do cartão
utilizado por Michelle, o Coaf também rastreou mais de uma dezena de depósitos
na conta de uma tia da ex-primeira dama.
Fonte: Congresso em Foco
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