domingo, 30 de julho de 2023

BOLSONARO RECEBEU MÉDIA DE R$ 2,8 MILHÕES POR MÊS VIA PIX NESTE ANO

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL)  recebeu, em média, R$ 2,8 milhões por mês via pix neste ano, apontam dados de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) encaminhado à CPMI dos atos antidemocráticos. Ao todo, o relatório do Coaf aponta que houve pagamentos para o pix do ex-presidente da República na ordem de R$ 17,2 milhões só nos seis primeiros meses deste ano. Segundo o relatório do Coaf, a conta de Bolsonaro movimentou R$ 18,5 milhões, dos quais R$ 17,2 milhões chegaram via Pix.

No relatório encaminhado à CPMI, o próprio Coaf classifica as movimentações nas contas de Bolsonaro como “atípicas”. De acordo com o órgão, a suspeita é que os recursos tenham sido doados por apoiadores do ex-presidente para pagar multas judiciais recebidas por ele. Parte dos recursos recebidos, indica o relatório, foi convertida em aplicações financeiras e não para pagar dívidas.

Os valores repassados pelos remetentes também aparecem no documento. Na lista, constam nomes de empresários, militares, agricultores e advogados, sendo que pelo menos 18 enviaram valores entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. O PL, partido do ex-presidente, transferiu quase R$ 48 mil em duas operações.

O Coaf também aponta irregularidades nas contas do tenente-coronel Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Bolsonaro. Segundo o documento, ele movimentou R$ 3,7 milhões em apenas 10 meses, no período entre julho de 2022 e maio de 2023. As transações são consideradas suspeitas porque o valor é incompatível com a renda dele, que tem salário bruto de R$ 26 mil.

Mauro Cid está sendo investigado a pedido da CPMI do Golpe, que aprovou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do militar. Entre as movimentações analisadas, uma ordem de pagamento para os Estados Unidos, de R$ 368 mil, chamou a atenção. A transação foi realizada em janeiro, quando Bolsonaro estava no país. Bolsonaro e Cid não foram os únicos.

De acordo com o Coaf, Cid recebeu uma quantia de pouco mais de R$ 70 mil do sargento Luis Marcos dos Reis ao longo do último semestre de 2022. Assim como Cid, Luis Marcos dos Reis era um militar de confiança da família Bolsonaro, tendo trabalhado no gabinete presidencial ao longo da maior parte do mandato. Ele é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) graças aos serviços prestados à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Ao invés de pagar suas despesas com um cartão próprio, Michelle usava o cartão de crédito de uma amiga, e as faturas eram pagas em dinheiro vivo pelo sargento.

A PF busca identificar a origem do dinheiro utilizado para pagar essas faturas, havendo suspeita de ter sido desviado da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Luis Marcos dos Reis seria o responsável não apenas por realizar as transações para Michelle, mas também para outros militares no gabinete de Jair Bolsonaro, incluindo Mauro Cid.

<><> BOLSONARO VAI RESPONDER POR IMPROBIDADE EM CASO DE WAL DO AÇAÍ

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) vai responder por improbidade administrativa no processo envolvendo Walderice Santos da Conceição, conhecida como ‘Wal do Açaí’ , que é  investigada  por ter sido funcionária fantasma no período em que assessorou Jair Bolsonaro. A decisão é da juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara Federal Cível da Justiça Federal de Brasília. A movimentação do processo não é uma sentença, apenas uma decisão da magistrada em relação a quais procedimentos Bolsonaro vai responder.

Wal constou nos registros da Câmara como assessora parlamentar do presidente no período em que ele era deputado federal. Em 2020, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela registrou sua candidatura para vereadora em Angra dos Reis (RJ) como ‘Wal Bolsonaro’. De acordo com a magistrada, Bolsonaro e a ex-secretária deverão responder aos atos de improbidade que levam ao enriquecimento ilícito e que causam lesão ao erário público.

“Não se está a afirmar que os requeridos praticaram os atos ímprobos descritos na petição inicial – até porque esse exame, de cognição profunda, será feito na sentença, após a regular instrução probatória –, mas apenas que, diante dos elementos existentes nos autos, não se pode concluir pela inexistência manifesta do ato de improbidade a eles imputado”, afirmou a magistrada na decisão.

O Ministério Público Federal acionou a Justiça contra Bolsonaro e Wal do Açaí em março de 2022. A ação aponta que Wal do Açaí esteve lotada no gabinete de Bolsonaro durante mais de 15 anos, mas nunca viajou para Brasília e nem exerceu qualquer função relacionada ao cargo. Em depoimentos, ela já confirmou a versão.

O MP afirma que, nesse período, Walderice e o companheiro, Edenilson Nogueira Garcia, prestavam serviços de natureza particular para Bolsonaro – em especial nos cuidados com a casa e com os cachorros de Bolsonaro na Vila Histórica de Mambucaba (RJ).

<><> BOLSONARO SE REFERE AOS PRESOS DE 8 DE JANEIRO COMO “IRMÃOS”

Em um evento do PL Mulher em Santa Catarina neste sábado (29), o ex-presidente Jair Bolsonaro se queixou, sem citar o nome, das prisões remanescentes das operações que sucederam os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. De acordo com ele, os manifestantes são mantidos em cárcere “de forma covarde”, referindo-se a eles como “irmãos” que sofrem em Brasília.

“Hoje temos aproximadamente 300 irmãos presos em Brasília. Presos de forma covarde, de forma arbitrária. Que esse seu sofrimento, se Deus quiser, chegará ao seu fim. E lá, mais uma profunda marca. Eles não querem, realmente, que nós venhamos a saber a verdade do que acontece em nosso país. Eles querem esconder a verdade”, declarou.

Bolsonaro não especificou quem seriam essas pessoas tentando “esconder” algo sobre o 8 de janeiro.

As operações de desocupação das sedes dos três poderes em 8 de janeiro e a desmobilização do acampamento que deu origem ao ato, em frente ao quartel-general do Exército, resultaram em 2182 prisões, parte delas em flagrante delito e parte delas de caráter preventivo, solicitadas pela Polícia Federal. Até o mês de março, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisou individualmente os pedidos de liberdade provisória, restando 294 presos na capital.

Desde então, o esforço para tentar libertar os 294 investigados restantes tornou-se uma constante entre membros da oposição no Congresso Nacional, especialmente por parte do PL. Eduardo Girão (Novo-CE) chegou a comparar os presos às vítimas do Holocausto, e comparou os parlamentares que os apoiam ao empresário alemão Oskar Schindler, conhecido por proteger mais de mil judeus contra a perseguição. Sua fala foi imediatamente repudiada pelo Instituto Brasil-Israel.

 

Ø  COAF REGISTRA TRANSFERÊNCIA DE R$ 70 MIL DE ALIADO DE MICHELLE A MAURO CID

 

O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) encaminhado à CPMI dos atos antidemocráticos identificou um novo indício de desvio de verba pública envolvendo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. De acordo com o documento revelado pelo Uol, o oficial recebeu uma quantia de pouco mais de R$ 70 mil do sargento Luis Marcos dos Reis ao longo do último semestre de 2022.

Assim como Cid, Luis Marcos dos Reis era um militar de confiança da família Bolsonaro, tendo trabalhado no gabinete presidencial ao longo da maior parte do mandato. Ele é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) graças aos serviços prestados à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Ao invés de pagar suas despesas com um cartão próprio, Michelle usava o cartão de crédito de uma amiga, e as faturas eram pagas em dinheiro vivo pelo sargento.

A PF busca identificar a origem do dinheiro utilizado para pagar essas faturas, havendo suspeita de ter sido desviado da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Luis Marcos dos Reis seria o responsável não apenas por realizar as transações para Michelle, mas também para outros militares no gabinete de Jair Bolsonaro, incluindo Mauro Cid.

Além dos depósitos para a proprietária do cartão utilizado por Michelle, o Coaf também rastreou mais de uma dezena de depósitos na conta de uma tia da ex-primeira dama.

 

Fonte: Congresso em Foco

 

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