CENÁRIO POLÍTICO DA DISPUTA PELA PREFEITURA DE FEIRA DE SANTANA
Feira de Santana é a segunda maior cidade do estado
da Bahia, o segundo maior colégio eleitoral do estado e vai ter, em 2024, uma
das mais disputadas eleições de sua história.
E, nesse momento, a disputa já está em curso com cada partido avaliando
a escolha de candidatos.No lado da oposição, o PT, que nunca governou Feira de
Santana, surge teoricamente com um candidato “natural”, o deputado federal Zé
Neto, que disputou e perdeu as 5 últimas disputas pela Prefeitura. O nome do petista
foi o primeiro a ser apresentado publicamente como pré-candidato para 2024,
naquela que seria sua sexta disputa, mas não há consenso no partido. Há
lideranças que acreditam ser a hora de apresentar um nome novo a Feira de
Santana e o deputado estadual Ângelo Almeida, do PSB, chamado pelo governador
Jerônimo Rodrigues para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia
(SDE), surge como opção.
O deputado Zé Neto tem sua posição consolidada em
Feira, mas carrega a pecha de perdedor, enquanto Ângelo Almeida tem ao seu lado
a ideia de renovação, mas eleitoralmente precisaria do apoio integral e total
do governador do Estado. A capacidade de cada um dos postulantes de compor
alianças com outros partidos vai pesar na disputa, mas será Jerônimo Rodrigues,
que tem fortes ligações com Feira de Santana e tem visitado a cidade com muita
frequência, o árbitro dessa disputa e quem vai chancelar o nome do candidato do
PT.
No lado da situação, o prefeito Colbert Martins
Filho do MDB será peça chave na montagem da chapa que vai concorrer a
Prefeitura de Feira de Santana, embora sua situação não seja nada cômoda, não
só pelas críticas que vem recebendo sua administração, como também por sua
situação no partido que compõe a base do governador Jerônimo Rodrigues. Na eleição
para prefeito Colbert praticamente rompeu com o partido e apoiou ACM Neto. Essa
aliança deve perdurar, mas o prefeito terá de definir sua situação partidária.
De qualquer modo, se o ex-prefeito Zé Ronaldo do União Brasil, que já foi
prefeito 4 vezes e elegeu seu sucessor em duas,
for candidato, Colbert e ACM Neto
vão chancelar a candidatura, ficando a disputa pela indicação do vice.
Zé Ronaldo ainda não confirmou que será candidato
e, caso seja, terá de assumir, em maior ou menor grau, a defesa da administração
de Colbert, duramente criticada. Nessa composição o prefeito fatalmente
apresentará um nome para o cargo de vice-prefeito.
Há outros nomes na disputa como o do deputado
estadual Pablo Roberto do PSDB, que foi o
deputado estadual mais votado da cidade de Feira de Santana nas eleições
de 2022, assumindo vaga na Assembleia Legislativa da Bahia. Pablo é uma nova
liderança, não esconde seu desejo de ser candidato e seria uma alternativa mais
próxima de José Ronaldo e do prefeito
Colbert Martins, mas também haveria espaço para conversas com o PT,
especialmente após os movimentos do partido em Salvador, onde não está
descartada uma maior aproximação com a base do governador Jerônimo Rodrigues.
Compondo o cenário aparece a figura de José de
Arimateia, eleito deputado estadual pelo partido Republicanos com quase 78 mil
votos, e que, em 2020, ficou em terceiro lugar nas eleições municipais, atrás
de Zé Neto e do prefeito Colbert Martins. Arimateia ainda não se posicionou,
tem proximidade com Colbert e ACM Neto, mas também transita bem na base do
governador Jerônimo Rodrigues. Seu nome pode fortalecer sobremaneira, tanto a
chapa da oposição, como a da situação.
Por fim aparece o nome do professor Jhonatas
Monteiro do PSOL, que teve mais de 44
mil votos para deputado estadual, mas não foi eleito, que será candidato da
esquerda em 2024. E o candidato de João Roma do PL, que estimula o empresário
Raimundo Júnior a liderar a chapa, mas pode compor uma aliança com outros
partidos. O cenário pode ter outros nomes e nada ainda está definido, a única
coisa de concreto é que Feira de Santana terá uma das mais disputadas eleições
de sua história.
PT
Bahia define estratégia para eleições de 2024
O Diretório Estadual do PT da Bahia se reuniu neste
sábado (29), na Assembleia Legislativa da Bahia e aprovou a Resolução Política
que reafirma a defesa da unidade da legenda, da federação com o PCdoB e o PV e da base aliada para a
disputa eleitoral de 2024.
"Nós temos a responsabilidade de ser o partido
do presidente da República, do governador Jerônimo, do governador do estado.
Então a candidatura do PT não é um fim em si mesma, é uma apresentação de um
nome ou de nomes para o conjunto dos aliados do governador, do presidente Lula
para a gente debater”, disse o presidente do PT Bahia, Éden Valadares.
“É com tranquilidade, com maturidade, com a
responsabilidade de quem governa a Bahia e o Brasil que a gente está
apresentando essa tese. Como nós também estamos apresentando a tese de que o
melhor caminho seria reunir ao máximo a base do governador já no primeiro
turno", acrescentou.
Ainda segundo Éden, a estratégia eleitoral das
eleições de 2016 e 2020, de ter múltiplas candidaturas de partidos aliados, fez
com que os pleitos não fossem para o segundo turno. "Acho que a tática
eleitoral adequada, e essa é a opinião do PT, é tentar a união ao máximo. Mas
nós temos paciência, maturidade, estamos aguardando o governador chamar a
reunião do Conselho Político para debater isso com o MDB, com o PSB, com o
PCdoB, com o PV", disse Éden.
Além de debater a estratégia sobre as eleições de
2024, os membros do PT também discutiram a organização do partido e o processo
de eleição interna, que será realizado de agosto até outubro para transformar
as comissões provisórias em Diretório.
Para o secretário de Organização do PT, Osmar
Galdino (Jojó), destacou a importância do diálogo para fortalecimento do
partido. "É essencial dialogar, fazer o processo de escuta. Realizamos os
Encontros Territoriais no estado de abril a julho e fizemos um diagnóstico de
185 pré-candidaturas a prefeito e prefeita", disse.
Fonte: Bahia Econômica/BNews
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