"Muitas pessoas têm hepatite e não sabem", alerta
especialista
Os cuidados com a hepatite B e C, que podem ser
transmitidas sexualmente ou pelo contato com sangue contaminado, devem ser
redobrados com realização de exames e testes para se evitar infecções que podem
levar a câncer de fígado e cirrose. Durante entrevista ao CB.Saúde de ontem —
programa do Correio em parceria com a TV Brasília — a hepatologista do Hospital
Brasília, da rede Dasa, Natália Trevizoli, cita um dado preocupante do
Ministério da Saúde (MS): mais de 500 mil pessoas no país estão infectadas com
hepatite C e não sabem. "Isso gera impacto, pois o vírus evolui de forma
silenciosa ao longo de anos e décadas. E a pessoa pode apresentar sintomas só
quando já estiver com formas graves da doença, como cirrose descompensada. O
ideal é que os pacientes sejam diagnosticados antes dessas formas mais
graves", avalia a médica.
• Temos
a hepatite A, B e C. Como funciona o primeiro tipo dessa doença?
No Brasil, os tipos mais comuns são o A, B e C. O
tipo A é de transmissão fecal e oral, que acontece por água ou alimentos
contaminados. Por isso, a doença está associada a regiões com piores condições
de saneamento básico. Geralmente, é uma doença aguda e autolimitada. Ou seja,
na maior parte dos casos, resolve-se sozinha sem necessidade de tratamento
específico. Em menos de 1% dos casos, o paciente pode ter falência grave do
fígado e precisar de transplante.
• No
caso das hepatites tipo B e C, como funciona a transmissão e o tratamento?
Nesses casos, o contágio acontece por forma de
sangue ou secreções contaminadas. É muito importante o controle de
instrumentação cirúrgica e odontológica, que hoje é feito de forma rígida. Não
compartilhe objetos perfurocortantes, como agulhas, lâminas de barbear e
alicates de unha. Os dois tipos também podem ser transmitidas por via sexual,
sendo um pouco mais frequente tal transmissão na hepatite B. Por isso, são
recomendadas práticas sexuais seguras.
• Há
vacinação contra as hepatites tipo B e C?
A hepatite C, infelizmente, não tem vacina. Mas a
hepatite B tem e está contemplada no calendário de vacinação para todas as
crianças no nascimento, desde 1998. Isso vem reduzindo a incidência de casos.
Mesmo assim, dados dessas duas doenças ainda são alarmantes. Existem mais de
500 mil pessoas portadoras de hepatite C que desconhecem a doença. O vírus
evolui de forma silenciosa ao longo de anos e décadas. E a pessoa pode
apresentar sintomas só quando já estiver em situação grave, como cirrose
descompensada. A testagem é simples e envolve um teste rápido, que é uma gota
de sangue. Posteriormente, é confirmado o teste sorológico e coletas de carga
viral. Nesse caso, literalmente, a identificação salva vidas.
• Quais
são os sintomas de que a pessoa pode estar infectada?
Na infecção aguda, tanto da hepatite B quanto da C,
o paciente pode não apresentar sintomas. Quando presentes, os sintomas em
geral, são específicos. Podem ser uma sensação de fraqueza, dor abdominal,
náuseas, enjoos e vômitos por alguns dias. O mais alarmante é a icterícia, que
é a coloração amarelada (da pele e do branco dos olhos). Ela causa substituição
do tecido normal do fígado por fibrose. E o somatório dessa fibrose é o que
caracteriza a cirrose. Durante anos, o paciente não sente nada, só quando a
cirrose se instalou e está avançada.
• Há
exames que possam ser feitos para que se percebam as complicações?
É recomendável que todos façam testagem pelo menos
uma vez na vida. A hepatite C é de testagem prioritária para pessoas acima de
40 anos e para grupos de risco específicos.
Hepatite
B e C: hepatologista alerta que doenças podem levar a infecções
A hepatologista do Hospital Brasília Unidade Águas
Claras, Natália Trevizoli, alerta para cuidados contra os tipos de hepatite,
principalmente B e C, que possuem tratamento e vacinação disponíveis para se
evitar possíveis infecções.
Os casos de hepatite A subiram de 1.003 para 1.567,
segundo dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que
fazem referência ao Julho Amarelo, o Mês de Prevenção às Hepatites Virais.
Houve alta de 56% nos casos de hepatite tipo A no primeiro semestre deste ano
em comparação com o mesmo período de 2022. Para a médica, isso pode refletir as
condições precárias de saneamento e de higiene. A profissional de saúde destaca
que, nos últimos anos, tem diminuído a incidência por conta da vacina.
“O paciente entra em contato com o vírus, que pode
persistir no organismo. Ao longo do tempo, essa inflamação crônica, que tanto
no vírus da hepatite B e da hepatite C podem gerar, pode levar a consequências
graves, como a instalação de
Trevizoli comenta que, segundo a OMS, as hepatites
B e C são responsáveis por mais da metade dos casos de câncer de fígado no
mundo. Em casos dessas doenças, o contágio ocorre por sangue e secreções
contaminadas, o que exige um controle rígido do manuseio de objetos cirúrgicos,
odontológicos e aqueles usados no dia a dia.
“Não compartilhe objetos perfurocortantes, como
lâminas de barbear e alicates de unha. É ideal que cada pessoa tenha os seus
objetos de uso pessoal”, aconselha a hepatologista.
Natália cita que os dois tipos de hepatite podem
ser transmitidos por via sexual, o que se recomenda práticas sexuais seguras.
"A hepatite C não tem vacina, mas a hepatite B tem vacina, e está
contemplada no calendário de imunização para todas as crianças ao nascimento
desde 1998", afirma.
• Mais
de 500 mil pessoas desconhecem a hepatite C
A patologista cita o dado preocupante do Ministério
da Saúde de que mais de 500 mil pessoas no país têm hepatite C e que
desconhecem a doença. "Isso gera impacto, pois o vírus evolui de forma
silenciosa ao longo de anos e décadas. E a pessoa pode apresentar sintomas só
quando já estiver com formas graves da doença, como cirrose
descompensada", assegura Natália.
Natália conta que o tipo A é de transmissão fecal e
oral, em que a transmissão acontece por água ou por alimentos contaminados. Por
isso, a doença está associada a regiões com piores condições de saneamento
básico. “Geralmente, é uma doença aguda e autolimitada, ou seja, na maior parte
dos casos, se resolve sozinha sem necessidade de nenhum tratamento específico”,
salienta.
A médica assegura que em menos de 1% dos casos o
paciente pode ter uma falência aguda grave do fígado e precisar de transplante
(do órgão). Nos casos da hepatite tipo C, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
estima que cerca de 1% da população mundial possa estar infectada com a doença.
“A testagem é simples e envolve um exame de sangue”, garante a médica.
Fonte: Correio Braziliense
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