segunda-feira, 31 de julho de 2023

"Muitas pessoas têm hepatite e não sabem", alerta especialista

Os cuidados com a hepatite B e C, que podem ser transmitidas sexualmente ou pelo contato com sangue contaminado, devem ser redobrados com realização de exames e testes para se evitar infecções que podem levar a câncer de fígado e cirrose. Durante entrevista ao CB.Saúde de ontem — programa do Correio em parceria com a TV Brasília — a hepatologista do Hospital Brasília, da rede Dasa, Natália Trevizoli, cita um dado preocupante do Ministério da Saúde (MS): mais de 500 mil pessoas no país estão infectadas com hepatite C e não sabem. "Isso gera impacto, pois o vírus evolui de forma silenciosa ao longo de anos e décadas. E a pessoa pode apresentar sintomas só quando já estiver com formas graves da doença, como cirrose descompensada. O ideal é que os pacientes sejam diagnosticados antes dessas formas mais graves", avalia a médica.

•        Temos a hepatite A, B e C. Como funciona o primeiro tipo dessa doença?

No Brasil, os tipos mais comuns são o A, B e C. O tipo A é de transmissão fecal e oral, que acontece por água ou alimentos contaminados. Por isso, a doença está associada a regiões com piores condições de saneamento básico. Geralmente, é uma doença aguda e autolimitada. Ou seja, na maior parte dos casos, resolve-se sozinha sem necessidade de tratamento específico. Em menos de 1% dos casos, o paciente pode ter falência grave do fígado e precisar de transplante.

•        No caso das hepatites tipo B e C, como funciona a transmissão e o tratamento?

Nesses casos, o contágio acontece por forma de sangue ou secreções contaminadas. É muito importante o controle de instrumentação cirúrgica e odontológica, que hoje é feito de forma rígida. Não compartilhe objetos perfurocortantes, como agulhas, lâminas de barbear e alicates de unha. Os dois tipos também podem ser transmitidas por via sexual, sendo um pouco mais frequente tal transmissão na hepatite B. Por isso, são recomendadas práticas sexuais seguras.

•        Há vacinação contra as hepatites tipo B e C?

A hepatite C, infelizmente, não tem vacina. Mas a hepatite B tem e está contemplada no calendário de vacinação para todas as crianças no nascimento, desde 1998. Isso vem reduzindo a incidência de casos. Mesmo assim, dados dessas duas doenças ainda são alarmantes. Existem mais de 500 mil pessoas portadoras de hepatite C que desconhecem a doença. O vírus evolui de forma silenciosa ao longo de anos e décadas. E a pessoa pode apresentar sintomas só quando já estiver em situação grave, como cirrose descompensada. A testagem é simples e envolve um teste rápido, que é uma gota de sangue. Posteriormente, é confirmado o teste sorológico e coletas de carga viral. Nesse caso, literalmente, a identificação salva vidas.

•        Quais são os sintomas de que a pessoa pode estar infectada?

Na infecção aguda, tanto da hepatite B quanto da C, o paciente pode não apresentar sintomas. Quando presentes, os sintomas em geral, são específicos. Podem ser uma sensação de fraqueza, dor abdominal, náuseas, enjoos e vômitos por alguns dias. O mais alarmante é a icterícia, que é a coloração amarelada (da pele e do branco dos olhos). Ela causa substituição do tecido normal do fígado por fibrose. E o somatório dessa fibrose é o que caracteriza a cirrose. Durante anos, o paciente não sente nada, só quando a cirrose  se instalou e está avançada.

•        Há exames que possam ser feitos para que se percebam as complicações?

É recomendável que todos façam testagem pelo menos uma vez na vida. A hepatite C é de testagem prioritária para pessoas acima de 40 anos e para grupos de risco específicos.

 

       Hepatite B e C: hepatologista alerta que doenças podem levar a infecções

 

A hepatologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, Natália Trevizoli, alerta para cuidados contra os tipos de hepatite, principalmente B e C, que possuem tratamento e vacinação disponíveis para se evitar possíveis infecções.

Os casos de hepatite A subiram de 1.003 para 1.567, segundo dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que fazem referência ao Julho Amarelo, o Mês de Prevenção às Hepatites Virais. Houve alta de 56% nos casos de hepatite tipo A no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2022. Para a médica, isso pode refletir as condições precárias de saneamento e de higiene. A profissional de saúde destaca que, nos últimos anos, tem diminuído a incidência por conta da vacina.

“O paciente entra em contato com o vírus, que pode persistir no organismo. Ao longo do tempo, essa inflamação crônica, que tanto no vírus da hepatite B e da hepatite C podem gerar, pode levar a consequências graves, como a instalação de

Trevizoli comenta que, segundo a OMS, as hepatites B e C são responsáveis por mais da metade dos casos de câncer de fígado no mundo. Em casos dessas doenças, o contágio ocorre por sangue e secreções contaminadas, o que exige um controle rígido do manuseio de objetos cirúrgicos, odontológicos e aqueles usados no dia a dia.

“Não compartilhe objetos perfurocortantes, como lâminas de barbear e alicates de unha. É ideal que cada pessoa tenha os seus objetos de uso pessoal”, aconselha a hepatologista.

Natália cita que os dois tipos de hepatite podem ser transmitidos por via sexual, o que se recomenda práticas sexuais seguras. "A hepatite C não tem vacina, mas a hepatite B tem vacina, e está contemplada no calendário de imunização para todas as crianças ao nascimento desde 1998", afirma.

•        Mais de 500 mil pessoas desconhecem a hepatite C

A patologista cita o dado preocupante do Ministério da Saúde de que mais de 500 mil pessoas no país têm hepatite C e que desconhecem a doença. "Isso gera impacto, pois o vírus evolui de forma silenciosa ao longo de anos e décadas. E a pessoa pode apresentar sintomas só quando já estiver com formas graves da doença, como cirrose descompensada", assegura Natália.

Natália conta que o tipo A é de transmissão fecal e oral, em que a transmissão acontece por água ou por alimentos contaminados. Por isso, a doença está associada a regiões com piores condições de saneamento básico. “Geralmente, é uma doença aguda e autolimitada, ou seja, na maior parte dos casos, se resolve sozinha sem necessidade de nenhum tratamento específico”, salienta.

A médica assegura que em menos de 1% dos casos o paciente pode ter uma falência aguda grave do fígado e precisar de transplante (do órgão). Nos casos da hepatite tipo C, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 1% da população mundial possa estar infectada com a doença. “A testagem é simples e envolve um exame de sangue”, garante a médica.

 

Fonte: Correio Braziliense

 

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