terça-feira, 3 de setembro de 2024

Bronquiolite: complicações causadas por VSR crescem em 2024 no Brasil

Bronquiolite é uma palavra que dá arrepios em muitas mães e pais. Um dia, o bebê começa a apresentar coriza, tosse, e tudo parece não passar de um resfriado. Mas, de repente, a respiração fica difícil, com um chiado no peito. Esses são os principais indicativos de que os bronquíolos, as vias mais estreitas dos pulmões, estão inflamados, uma condição que pode se agravar rapidamente.

Apesar de ser mais frequente no inverno, a bronquiolite não é causada pelo frio, como muita gente pensa, mas por agentes infecciosos, que circulam mais nesse período. E um deles, de nome difícil, se destaca: o vírus sincicial respiratório, ou VSR. Atualmente, o VSR é a principal causa de internação e morte de crianças pequenas por complicações após sintomas gripais no Brasil, a chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave.

De acordo com dados da plataforma Infogripe, da Fiocruz, até o dia 20 de julho, foram mais de 22 mil casos em pequenos de até 2 anos de idade. E, infelizmente, quase 200 deles morreram.

A pesquisadora do Infogripe, Tatiana Portella, destaca que houve aumento este ano. No mesmo período de 2023, foram registrados cerca de 1500 casos a menos nessa faixa etária. Mas Tatiana pontua, que apesar da bronquiolite ser uma velha conhecida das famílias e dos pediatras, só a partir da pandemia de Covid-19, é que a testagem viral mais ampla em pacientes com síndrome respiratória, passou a ser frequente. Aí o VSR começou a aparecer com números mais expressivos.

“Se você olha a série histórica nos casos hospitalizados do VSR, parece que tinha poucos casos. Mas a verdade é que não importava e ninguém sabe dizer quantos casos tinha naquela época. E também durante a pandemia, de várias doenças, equivale a um conhecimento era muito baixo e como tudo mundo ficou anulado isso acabou quebrando o ciclo de outras doenças, inclusive do VSR.”

Por enquanto, não existe vacina infantil para o vírus VSR. Mas a Anvisa já autorizou o uso no Brasil de uma vacina destinada a gestantes, justamente para proteger os bebês, já que os anticorpos são repassados ao feto. No começo de julho, a farmacêutica Pfizer pediu que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS avalie a inclusão da vacina no Programa Nacional de Imunizações. O Ministério da Saúde não informou quando esse pedido será analisado. A Pfizer também informou que a vacina deve chegar às clínicas particulares neste semestre.

A diretora médica da Pfizer no Brasil, Adriana Ribeiro, explica que a vacina apresentou eficácia de 82% de prevenção contra formas graves de adoecimento em bebês de até 3 meses.

“A vacina continua protegendo até os seis meses de idade em 69%. Ela tem uma sustentabilidade ao longo do tempo. Foram mais de 7 mil gestantes de 18 centros de pesquisa ao redor do mundo e quatro deles foram aqui no Brasil. Não teve efeitos adversos colaterais inesperados e os eventos adversos mais comuns, de super fácil manejo, foram dor no local da infeção, dor de cabeça e dor muscular.”

A vacina da Pfizer também foi autorizada para aplicação em idosos. E os dados do Infogripe mostram que o VSR é uma infecção importante também nesta faixa etária: somente este ano, foram quase 800 casos de síndrome respiratória aguda grave com diagnóstico positivo para VSR entre pessoas acima de 65 anos. A quantia já supera os casos de todo o ano passado.

Até 20 de julho, 202 idosos não resistiram às complicações. Para esse público, já há outra vacina disponível no Brasil, mas, por enquanto, apenas no sistema particular. Lessandra Michelin, líder-médica da farmacêutica GSK, diz que a prevenção neste público pode evitar também outros problemas, além da síndrome respiratória.

“78% da população acima de 60 anos têm uma comorbidade. Então, geralmente, quando pegamos infecção por VSR, descompensa essa comorbidade. Se a pessoa que é diabética, descompensa o diabetes. Quem tem insuficiência cardíaca, descompensa. Então, o virus não afeta somente o pulmão, hoje ele acaba descompensando o organismo como um todo e afeta outros órgãos por tabela.”

A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levy, explica que a análise para inclusão de vacinas no Calendário do SUS coloca na balança não só o risco da doença, mas também o custo-benefício do imunizante e o impacto da sua aplicação na saúde pública. Por isso, ela acredita que a prevenção dos bebês será discutida com mais prioridade. Mas outros grupos também devem ser considerados.

“Dentro dos idosos existem aqueles que têm um risco muito maior, que são os cardiopneumopatas crônicos. Isso sim, aumenta em muito o risco do VSR levar ao óbito.”

Mônica também complementa que o SUS oferece outra opção de prevenção para casos de grande vulnerabilidade: os chamados anticorpos monoclonais, que ajudam o corpo a combater o vírus, em caso de infecção. No entanto, no SUS, eles só são aplicados em prematuros extremos e bebês com algumas doenças específicas. O remédio também pode ser solicitado aos planos de saúde, ou comprado com prescrição médica especial.

 

•                                         Crianças e adolescentes podem fazer skincare? Veja riscos e cuidados necessários

A busca por uma pele saudável e livre de manchas e “imperfeições” está cada vez mais comum entre crianças e adolescentes. Vídeos de rotina de cuidados com a pele entre os membros mais jovens viralizam constantemente nas redes sociais, com a trend de “skincake infantil”. Produtos geralmente indicados para pessoas mais velhas, como ácidos e retinols são vistos nos registros, e podem acabar sendo utilizados sem orientação correta.

O universo do skincare (cuidados com a pele) para os mais jovens demanda uma abordagem especial, considerando as particularidades e necessidades da pele dessa faixa etária, que ainda está em desenvolvimento. O uso de produtos para a pele pode trazer benefícios significativos, isso é um fato. Mas é essencial compreender os riscos e cuidados necessários para garantir que esses tratamentos sejam seguros e eficazes.

Para entender mais sobre o skincare para crianças e adolescentes, a CNN conversou com especialistas da saúde da pele, que dão dicas e explicam riscos e cuidados.

<><> Crianças e adolescentes precisam de skincare?

Crianças e adolescentes podem se beneficiar de uma rotina básica de skincare, especialmente em relação à proteção solar e hidratação. No entanto, o início dessa rotina deve ser gradativo e adaptado às necessidades específicas de cada faixa etária, indica a dermatologista Michele Kreuz.

A também dermatologista Ana Carolina Sumam ressalta uma atenção especial à crianças que possuam condições mais específicas, como dermatite atópica, doença crônica e inflamatória que vem de uma pele seca e se caracteriza por coceira intensa, e surgimento de erupções e crostas. Neste caso, uma rotina de cuidados deve ser intensificada e é necessário um tratamento especial que deve ser visto com um profissional da área.

<><> Qual a idade recomendada para iniciar o skincare?

Segundo as profissionais, para crianças muito pequenas, o foco deve ser somente na proteção solar e em um sabonete para pele sensível. Dos 10 a 12 anos, quando as mudanças hormonais começam a surgir, uma rotina de skincare mais estruturada pode ser introduzida. “Nessa idade, pode-se incluir a limpeza suave e a hidratação, além da proteção solar, para começar a preparar a pele para as mudanças que virão na adolescência”, explica Michele Kreuz.

“Nessa idade os jovens também já podem começar a utilizar alguns ácidos, mas a gente evita o ácido retinóico, a não ser em casos mais específicos, como os de uma acne mais intensa, mas estes precisam vir acompanhados de um tratamento dermatológico”, diz Ana Carolina. “Aí lá pelos 18 anos, ou até um pouquinho antes, esse público já pode usar também antioxidantes, como uma vitamina C, por exemplo, e o ácido hialurônico.”

>>>> Tipos de produtos para cada faixa etária

Michele Kreuz detalha os tipos de produtos que podem ser usados para cada faixa etária.

<><> Crianças de 0 a 6 anos:

•                                         Protetor solar: fundamental para prevenir danos causados pelos raios ultravioletas. Deve ser usado diariamente, especialmente ao ar livre. O ideal é utilizar protetor solar físico ou mineral, que são mais suaves para a pele sensível das crianças e com menos probabilidade de alergias.

•                                         Hidratante suave e para peles sensíveis: em caso de pele seca ou eczema, um hidratante específico para bebês ou crianças pode ser fundamental.

<><> Crianças de 7 a 12 anos:

•                                         Protetor solar: continua sendo indispensável, com reaplicação regular durante o dia.

•                                         Sabonete suave: Durante essa fase, um sabonete líquido suave, sem fragrâncias ou corantes artificiais, pode ser usado para a limpeza da pele.

•                                         Hidratante: um hidratante leve pode ser necessário para áreas mais ressecadas.

<><> Adolescentes (a partir dos 12 anos):

•                                         Limpeza facial: a introdução de um sabonete facial suave, de preferência sem sulfatos e indicado para peles jovens, ajuda a controlar a oleosidade e prevenir a acne.

•                                         Protetor solar: deve continuar a ser usado diariamente, com FPS adequado, preferencialmente oil-free para peles oleosas.

•                                         Hidratante: um hidratante adequado ao tipo de pele (leve e oil-free para pele oleosa, mais emoliente para pele seca).

•                                         Produtos para acne: se necessário, podem ser introduzidos tratamentos para acne, como produtos com ácido salicílico ou peróxido de benzoíla, mas sempre sob orientação de um médico dermatologista.

<><> Quais os perigos de crianças e adolescentes manterem uma rotina de skincare sem acompanhamento médico?

Manter uma rotina de skincare sem a orientação de um profissional de saúde pode levar a vários problemas, afirmam as dermatologistas. São eles:

•                                         Produtos inadequados: crianças e adolescentes podem usar produtos inadequados para o tipo de pele, levando a irritações, alergias, e até ao agravamento de condições como acne ou eczema.

•                                         Danos a longo prazo: o uso excessivo de certos ingredientes, como ácidos e retinoides, pode danificar a barreira cutânea, causando sensibilização e outras complicações.

•                                         Desenvolvimento de condições: uma rotina mal estruturada pode não apenas ser ineficaz, mas também agravar problemas de pele existentes ou mesmo desencadear novos, como dermatite de contato.

“É crucial que qualquer rotina de skincare para crianças e adolescentes seja simples, segura e orientada por um dermatologista, para garantir que os produtos e práticas escolhidas sejam adequados à idade e às necessidades individuais da pele”, diz Michele.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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