quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Antidepressivo pode ser eficaz para tratar tumor cerebral, mostra estudo

Pesquisadores descobriram que um antidepressivo chamado vortioxetina pode ser eficaz para combater o glioblastoma, um tipo de tumor cerebral agressivo e que, atualmente, é incurável. A descoberta foi relatada em estudo publicado na sexta-feira (20), na renomada revista científica Nature Medicine.

O medicamento já foi aprovado para o tratamento de depressão por agências reguladoras como a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e pela Swissmedic, da Suíça. Segundo cientistas, ele é capaz de cruzar a barreira hematoencefálica para chegar ao cérebro e, potencialmente, eliminar o tumor, o que muitos remédios contra câncer não conseguem fazer.

No novo estudo, os pesquisadores foram liderados pelo professor Berend Snijder, da ETH Zurich, universidade localizada em Zurique, na Suíça. Por meio de farmacoscopia, uma plataforma de triagem especial desenvolvida pela instituição nos últimos anos, eles descobriram o potencial do antidepressivo no combate contra o glioblastoma.

Com a plataforma, é possível testar simultaneamente centenas de substâncias ativas em células vivas de tecido cancerígeno humano. No estudo, os pesquisadores focaram em substâncias neuroativas que cruzam a barreira hematoencefálica, como antidepressivos, medicamentos para Parkinson e antipsicóticos.

No total, a equipe testou até 130 substâncias diferentes em tecido tumoral de 40 pacientes, que tinham passado por cirurgia recentemente no Hospital Universitário de Zurique. Os pesquisadores processaram esse tecido em laboratório e o rastrearam na plataforma de farmacoscopia. Além disso, por meio de técnicas de imagem e análise de computador, eles determinaram quais substâncias têm efeito sobre as células cancerígenas.

Segundo o estudo, alguns antidepressivos testados foram eficazes contra as células tumorais, principalmente quando desencadearam uma cascata de sinalização que suprime a divisão celular. Entre eles, a vortioxetina foi o antidepressivo mais eficaz no combate ao tumor.

Em seguida, eles testaram esse antidepressivo em camundongos com glioblastoma. Nesse teste, o medicamento também mostrou boa eficácia, especialmente em comparação com o tratamento padrão atual.

O próximo passo dos pesquisadores é realizar dois ensaios clínicos: um com pacientes com glioblastoma, que serão tratados com vortioxetina, além do tratamento padrão (cirurgia, quimioterapia, radiação); e outro com pacientes que receberão uma seleção personalizada de medicamentos, que os pesquisadores determinarão para cada indivíduo usando a plataforma de farmacoscopia.

•        Antidepressivo seria opção barata para tratamento de tumor cerebral

Segundo os pesquisadores, a vortioxetina oferece a vantagem de ser segura e econômica. “Como o medicamento já foi aprovado, ele não precisa passar por um procedimento de aprovação complexo e pode em breve complementar a terapia padrão para esse tumor cerebral mortal”, diz Michael Weller, professor do Hospital Universitário de Zurique, diretor do Departamento de Neurologia e coautor do estudo, em comunicado à imprensa.

O pesquisador espera que os oncologistas possam usá-lo em breve. No entanto, ele alerta os pacientes contra a automedicação. “Ainda não sabemos se o medicamento funciona em humanos e qual dose é necessária para combater o tumor, razão pela qual os ensaios clínicos são necessários. A automedicação seria um risco incalculável”, orienta. “Até agora, sua eficácia só foi comprovada em culturas de células e em camundongos”.

 

•        Síndrome de abstinência por antidepressivos: o que é e como evitar

A síndrome de abstinência por antidepressivos é um conjunto de sintomas físicos e psicológicos que podem surgir quando uma pessoa para de tomar um antidepressivo de maneira abrupta e, normalmente, sem orientação médica.

A causa exata da síndrome de abstinência ainda não é totalmente compreendida, mas acredita-se que esteja relacionada à adaptação do cérebro ao medicamento.

Durante o tratamento com antidepressivos, o cérebro aumenta os níveis de neurotransmissores, como serotonina e noradrenalina, que ajudam a melhorar o humor. Quando a medicação é interrompida abruptamente, os níveis desses neurotransmissores podem diminuir rapidamente, levando ao surgimento dos sintomas da síndrome.

“Trata-se de um quadro variável que a pessoa sente quando suspende abruptamente alguns medicamentos, não são todos. Alguns medicamentos antidepressivos têm meia-vida curta, ou seja, são eliminados rapidamente do organismo. Então, se a pessoa está tomando o remédio numa dose correta e ela suspende, ela pode ter um quadro decorrente dessa suspensão”, explica Marcos Gebara, psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro (Aperj).

Não são todas as pessoas que desenvolvem a síndrome ao parar de fazer uso desses medicamentos de forma incorreta. Segundo os especialistas ouvidos pela reportagem, os sintomas da síndrome são mais comuns, por exemplo em pessoas com algum transtorno de ansiedade anterior.

“No geral, algumas pessoas podem apresentar um aumento da ansiedade, depressão e sinais de irritabilidade. Mas é importante falar sobre automedicação e manejo clínico por profissionais não capacitados. É muito comum nos deparamos com essas questões no consultório. No geral, o uso com acompanhamento correto não traz problemas para o paciente”, acrescenta a psicóloga clínica Marcelle Alfinito.

Os sintomas da síndrome de abstinência por antidepressivos podem variar de acordo com o tipo de medicamento, a dose utilizada e o tempo de tratamento. Além disso, esses sintomas podem ser psicológicos ou físicos, e normalmente surgem nas primeiras 72 horas após a interrupção do uso do medicamento.

<><> Sintomas psicológicos:

•        Ansiedade

•        Irritabilidade

•        Insônia

•        Dificuldade de concentração

•        Alteração do humor

<><> Sintomas físicos:

•        Tontura

•        Dor de cabeça

•        Náusea

•        Vômito

•        Fadiga

•        Suor excessivo

Os sintomas, a intensidade e a duração deles podem variar de acordo com o tipo de antidepressivo, a dose ingerida por cada pessoa, o tempo de tratamento e da resposta individual de cada um.

O tratamento da síndrome de abstinência por antidepressivos geralmente consiste na redução gradual da dose do medicamento, sob orientação médica. Em alguns casos, o médico pode prescrever outros medicamentos para ajudar a aliviar os sintomas, como ansiolíticos ou medicamentos para dormir.

“Para tratar a síndrome de abstinência, é só tirar o remédio gradativamente. Tirar o remédio devagarzinho, como deve ser em determinados casos. Alguns medicamentos têm a chamada meia vida longa e esse você não precisa tirar devagar, pode tirar abruptamente, mas aqueles que têm a meia vida curta você tem que tirar devagarzinho”, acrescenta o psiquiatra.

 

•        Rabdomiossarcoma: entenda o que é o tumor confundido com rinite

Um menino de 13 anos faleceu devido a um tipo de tumor raro e agressivo chamado “rabdomiossarcoma“. Segundo o jornal britânico The Sun, Jake Winscoe estava com “nariz entupido e olhos lacrimejantes”, sintomas comuns de doenças respiratórias, como resfriado, rinite e gripe. Porém, posteriormente, a criança foi diagnosticada com o tumor já em estágio 3.

O caso teve repercussão na mídia internacional. Em relato ao The Sun, Lynsey Winscoe, mãe de Jake, que vive em Wiltshire, na Inglaterra, contou que, inicialmente, os sintomas do filho eram leves, o que a fez pensar que se tratava de uma rinite alérgica. No entanto, quando o pai do jovem voltou do Exército após três semanas sem ver o filho, ele percebeu que a ponta do nariz do menino estava inchada, levantando suspeitas.

Após o diagnóstico, Jake passou a receber quimioterapia intensiva, seguida de terapia com feixe de prótons (um tipo de radioterapia mais preciso), o que reduziu o tamanho do tumor. Porém, em outro exame, foi descoberto que o câncer havia se espalhado para a medula espinhal e para o fluido ao redor do cérebro.

<><> O que é rabdomiossarcoma?

De acordo com o A.C. Camargo Cancer Center, o rabdomiossarcoma é um tipo de tumor maligno que se desenvolve nos músculos ligados aos ossos e é mais comum em crianças e adolescentes.

O corpo é composto por três tipos de músculos: os esqueléticos (responsáveis por mover as partes dos corpos e ligados aos ossos), o cardíaco (que reveste o coração) e os músculos lisos (presentes nos órgãos internos). A musculatura esquelética se forma ainda no embrião, na sétima semana após a fertilização. É nesse momento que se formam os rabdomioblastos, células que dão origem aos músculos. Com o tempo, essas células podem se tornar malignas e dar origem ao rabdomiossarcoma.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a causa para o desenvolvimento do tumor ainda é desconhecida, mas pode estar associada a síndromes familiares, como a Síndrome de Li Fraumeni e a neurofibromatose, além de anormalidades congênitas que envolvem o sistema urinário e sistema nervoso central. O A.C. Camargo Cancer Center aponta, ainda, o histórico familiar de câncer como um possível fator de risco.

<><> Quais são os sintomas?

Ainda de acordo com o Inca, os sintomas podem variar dependendo do local de origem do tumor. Porém, normalmente, inicia-se com a formação de uma massa indolor, com crescimento progressivo. Outros sinais e sintomas comuns são:

•        Proptose ocular (tumor orbitário, ou seja, nas pálpebras ou na órbita);

•        Obstrução nasal, podendo ocorrer secreção com sangue (tumor na nasofaringe/rinofaringe);

•        Obstrução do conduto auditivo médico, com eliminação de pólipos ou secreção de sangue (tumor no ouvido médio);

•        Dificuldade para urinar ou presença de sangue na urina (tumor na bexiga ou na próstata);

•        Aumento do volume da bolsa escrotal/testicular ou secreção vaginal com sangramento (tumor na bexiga).

<><> Como são feitos o diagnóstico e o tratamento?

O diagnóstico do rabdomiossarcoma pode ser feito a partir da análise da história clínica e do exame físico completo. Podem ser realizados exames laboratoriais e de imagem para avaliar a extensão do tumor, além de entender se as células cancerígenas se espalharam para outras partes do corpo.

Entre os exames que podem ser solicitados, segundo o Inca, estão:

•        Tomografia computadorizada;

•        Ressonância magnética;

•        Cintilografia óssea;

•        PET-CT;

•        Punção lombar;

•        Mielograma;

•        Biópsia de medula óssea.

O tratamento do rabdomiossarcoma pode envolver quimioterapia, cirurgia e/ou radioterapia, dependendo da localização de origem do tumor. Ao longo do tratamento, são feitos mais testes para avaliar a resposta do câncer à terapia, além de detectar um possível retorno da doença. Segundo o Inca, 70% dos pacientes sobrevivem por cinco anos ou mais.

 

Fonte: CNN Brasil

 

Nenhum comentário: