quinta-feira, 26 de setembro de 2024

China apoia o Líbano independentemente do desenvolvimento do conflito com Israel, diz MRE chinês

Pequim apoia firmemente o Líbano na proteção de sua soberania, segurança e dignidade nacionais, disse o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, em uma reunião com o ministro das Relações Exteriores e Emigrantes do Líbano, Abdallah Bou Habib, à margem da Assembleia Geral da ONU.

"A China apoia firmemente o Líbano na proteção de sua soberania, segurança e dignidade nacionais. Não importa como a situação mude, sempre ficaremos do lado da justiça e de nossos irmãos árabes, incluindo o Líbano", segundo o comunicado do Ministério das Relações Exteriores chinês, nesta terça-feira (24).

Wang Yi enfatizou que a China prestou muita atenção aos desenvolvimentos na região, especialmente às recentes explosões de equipamentos de comunicação no Líbano, e se opôs resolutamente a ataques indiscriminados a civis.

De acordo com o chanceler chinês, a lei da força bruta só pode destruir a paz, e o princípio de "violência para conter a violência" não resolverá o conflito no Oriente Médio, mas apenas levará a uma catástrofe humanitária ainda maior. Ele acrescentou que a situação atual na região era uma manifestação da disseminação do conflito em Gaza e defendeu a implementação do plano de "Dois Estados para Dois Povos".

O ministro das Relações Exteriores chinês também expressou esperança de que Beirute tome medidas eficazes para proteger a segurança dos cidadãos chineses no Líbano.

Aeronaves israelenses começaram a realizar ataques massivos em assentamentos no sul e leste do Líbano na manhã de segunda-feira (23). Dezenas de aldeias e vários assentamentos regionais foram atacados. Os combatentes do movimento xiita libanês Hezbollah, por sua vez, lançaram dezenas de foguetes em direção ao norte de Israel. O governo libanês já pediu à ONU que intervenha e pare a agressão israelense.

A última escalada, com aumento da intensidade de bombardeios de ambos os lados, ocorreu após explosões massivas de meios de comunicação em diferentes partes do Líbano em 17 e 18 de setembro, matando dezenas e ferindo quase 3.000.

Mais tarde, aeronaves israelenses atingiram um prédio residencial nos subúrbios ao sul de Beirute, matando mais de 50 pessoas, incluindo o comandante de operações especiais do Hezbollah, Ibrahim Akil. Os combatentes da resistência xiita responderam atacando a base da Força Aérea israelense Ramat David e o complexo da indústria de defesa Rafael no norte de Haifa. Vários foguetes caíram em áreas residenciais nos arredores da cidade israelense.

A 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU (AGNU) foi aberta em Nova York no dia 10 de setembro. O principal evento das sessões da AGNU é tradicionalmente a semana de alto nível — um evento onde chefes de Estado e ministros se reúnem anualmente e falam sobre questões urgentes. Os debates anuais ocorrerão de 24 a 28 de setembro, bem como em 30 de setembro. A delegação russa é liderada pelo ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov, que deve falar em 28 de setembro.

¨      Hezbollah diz que Israel está lançando folhetos com códigos de barras 'muito perigosos' no Líbano

Famílias do sul do Líbano carregaram carros, vans e caminhões com pertences e pessoas, às vezes várias gerações em um veículo. Enquanto as bombas choviam, crianças se amontoavam no colo dos pais e malas eram amarradas aos tetos dos carros, escreveu a Reuters sobre a situação no Líbano.

De acordo com o Ministério da Saúde libanês, citado pela mídia, pelo menos 492 pessoas foram mortas, incluindo 35 crianças. Uma autoridade libanesa disse que esse foi o maior número diário de mortes por violência no Líbano desde a guerra civil que durou de 1975 a 1990.

Após algumas das mais intensas trocas de tiros entre fronteiras desde o início das hostilidades entre Israel e Hezbollah em outubro passado, o premiê israelense Benjamin Netanyahu disse ontem (23) para a população do Líbano evacuar as áreas onde, segundo ele, o grupo estava armazenando armas.

As rodovias ao norte estavam congestionadas. "Peguei todos os papéis importantes e saímos. Greves ao nosso redor. Foi assustador", disse Abed Afou, que estava com sua família, incluindo três filhos de seis a 13 anos e vários outros parentes. Eles ficaram presos no trânsito enquanto ele se arrastava para o norte. Ao mesmo tempo, não sabiam onde ficariam, ele disse, mas só queriam chegar a Beirute.

O ministro libanês que coordena a resposta à crise, disse à Reuters que 89 abrigos temporários em escolas e outras instalações foram ativados, com capacidade para mais de 26.000 pessoas, enquanto civis fugiam das "atrocidades israelenses".

Também nesta terça-feira (24), o gabinete de imprensa do Hezbollah disse que Tel Aviv estava lançando panfletos com um código de barras "muito perigoso" no vale do Bekaa, no leste do Líbano, alertando que escanear o código por telefone "todas as informações" de qualquer dispositivo.

Não houve comentário imediato do Exército israelense. O escritório de mídia do Hezbollah não disse se havia algo mais escrito nos panfletos ou deu maior detalhes, de acordo com a mídia.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que atacaram o Hezbollah no sul, leste e norte do Líbano, incluindo "lançadores, postos de comando e infraestrutura". A Força Aérea israelense atingiu cerca de 1.600 alvos do Hezbollah no sul do Líbano e no vale do Bekaa, disse.

O chefe do Estado-Maior das FDI, tenente-general Herzi Halevi, declarou no final de uma avaliação feita esta manhã (24) que o Hezbollah não terá trégua que os militares acelerarão suas ações contra o grupo terrorista no Líbano.

"O Hezbollah não deve ter uma trégua. [Devemos] continuar trabalhando com todas as nossas forças. Aceleraremos as operações ofensivas hoje e reforçaremos todos os arranjos. A situação requer ação intensiva contínua em todas as frentes", acrescentou Halevi, segundo o The Times of Israel.

Cerca de 60 mil pessoas foram evacuadas do norte de Israel por causa dos combates na fronteira. O Ministério da Defesa israelense disse que a campanha continuaria até que os moradores retornassem para suas casas.

O Hezbollah, por sua vez, prometeu lutar até que haja um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde mais de 41 mil palestinos foram mortos e 95.818 ficaram feridos, relatou o Ministério da Saúde de Gaza.

¨      Pagers: o terror de Israel cria um precedente dramático

Pelo menos 37 pessoas foram assassinadas e milhares feridas, nos ataques promovidos na semana passada por Israel, que detonou a distância pagers walkie-talkies usados por membros do partido libanês Hezbollah. Na edição de domingo do New York Times, o pesquisador norte-americano Bruce Schneier, da Harvard Kennedy School, alerta para a gravidade do precedente criado e suas consequências potencialmente devastadoras.

As explosões de quinta e sexta-feira passadas não representam novidade tecnológica, diz ele. Plantar explosivos plásticos em dispositivos eletrônicos e depois mandá-los pelos ares já foi praticado por Israel desde 1996; e os próprios EUA já interceptaram e reprogramaram dispositivos eletrônicos destinados à Síria, por exemplo. A novidade gravíssima é o uso em massa e em forma de espetáculo destes expedientes. Após o episódio, é provável que outros países e grupos políticos sintam-se tentados a repeti-lo.

E isso cria um novo risco, quase incontrolável à segurança das populações, prossegue Schneier. “Nossos computadores são vulneráveis, assim como, cada vez mais, nossos carros, geladeiras, sistemas de aquecimento com termostado e muitas outras coisas úteis a nosso redor. Além disso, cada cadeia de produção contemporânea envolve dezenas de países. A sabotagem pode ocorrer em múltiplos pontos, o que torna quase impossível cerceá-la. Os EUA não poderiam, por exemplo, internalizar sequer a produção de Iphones, porque não têm as fábricas necessárias para isso. As bruxas estão soltas.

¨      Governo brasileiro condena ataques israelenses ao Líbano que causaram quase 500 mortes

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro publicou, na tarde desta segunda-feira (23), uma nota condenando os ataques israelenses contra o Líbano, que resultaram na morte de quase 500 pessoas.

"O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, os contínuos ataques aéreos israelenses contra áreas civis em Beirute, no Sul do Líbano e no vale do Beqaa, que, somente hoje, dia 23, causaram ao menos 492 mortes e deixaram mais de 1.600 feridos", diz a nota.

No texto, o governo rechaçou declarações de autoridades israelenses "em favor de operações militares e da ocupação de parte do território libanês" e demonstrou muita preocupação diante das exortações do governo de Israel, que insiste para que civis libaneses evacuem suas residências naquelas regiões.

Ainda de acordo com o ministério, a Embaixada do Brasil em Beirute segue prestando assistência e orientando a comunidade brasileira no país do Oriente Médio.

O governo, em nota, renovou o apelo às partes envolvidas para que "cessem imediatamente os ataques, de forma a interromper a preocupante escalada de tensões, que ameaça conduzir a região a conflito de amplas proporções, com severo impacto negativo sobre populações civis".

O então ataque israelense, condenado pelo governo brasileiro, aconteceu nesta segunda-feira. Entre os 492 mortos, segundo o Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde libanês, estão 35 crianças e 58 mulheres.

¨      Arábia Saudita conclama a comunidade internacional para pôr fim nos conflitos no Oriente Médio

A Arábia Saudita pediu à comunidade internacional que assuma um papel fundamental e a responsabilidade no fim dos conflitos no Oriente Médio em conexão com a escalada da situação entre Israel e o Líbano.

É o que conclamou, nesta segunda-feira (23), o Ministério das Relações Exteriores via rede social.

"O reino da Arábia Saudita está acompanhando com grande preocupação os desenvolvimentos que estão ocorrendo no Líbano e, mais uma vez, alerta sobre o perigo da escalada de violência na região, bem como as consequências perigosas da escalada para a segurança e estabilidade na região", disse o ministério.

"O reino convoca a comunidade internacional e as partes influentes a usarem seu papel e responsabilidade para acabar com os conflitos na região", complementou via comunicado.

O ministério destacou a necessidade de "manter a estabilidade no Líbano e respeitar sua soberania".

<><> Situação no Oriente Médio

A situação no Oriente Médio se agravou esta semana, quando equipamentos de comunicação — primeiro pagers e, depois, walkie-talkies — explodiram simultaneamente em diferentes partes do Líbano nos dias 17 e 18 de setembro.

Como a mídia informou, os dispositivos eram usados principalmente por membros do Hezbollah.

As autoridades libanesas atribuíram a responsabilidade pelo incidente a Israel. Tel Aviv não confirmou nem negou envolvimento.

Nos dias que se seguiram, o Hezbollah intensificou seus ataques com foguetes contra Israel, e as Forças de Defesa de Israel (FDI) aumentaram os bombardeios no território libanês.

¨      Amorim vê 'risco de guerra total' após novos ataques de Israel contra o Hezbollah no Líbano

O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, condenou nesta segunda-feira (23) o ataque aéreo de Israel ao Líbano e afirmou que há risco de uma guerra total na região. Na ocasião, mais de 1.300 alvos no norte e no sul do país foram bombardeados pelos israelenses.

"Eu acho uma coisa tremendamente revoltante, vamos dizer, e perigosa, porque ali [há] o risco de uma guerra total. E, veja bem, estamos falando de um lugar onde tem muitos brasileiros", afirmou Amorim em declaração a jornalistas, conforme reportado pelo portal g1.

Amorim ainda relembrou a operação de retirada de brasileiros realizada durante conflitos anteriores na região, como em outubro do ano passado, e confirmou que o Ministério das Relações Exteriores já está trabalhando em um plano para repetir a ação, caso seja necessário.

O governo brasileiro também repudiou os ataques israelenses. Em nota, o Itamaraty informou que a Embaixada do Brasil em Beirute segue prestando assistência e orientando a comunidade brasileira no país do Oriente Médio.

Segundo as autoridades do Líbano, 492 pessoas morreram e mais de 5 mil ficaram feridas após Israel lançar um amplo ataque aéreo em uma ofensiva contra o Hezbollah.

Mais cedo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu chegou a alertar todos os civis libaneses para "se afastarem do perigo" e, também, que poderão voltar para suas casas "após a operação terminar". Ao mesmo tempo, o Pentágono anunciou que estava enviando reforços adicionais para o Oriente Médio.

Também nesta segunda, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, disse que Israel quer arrastar o Oriente Médio para uma guerra total, provocando o Irã a se juntar ao conflito de quase um ano entre Israel e o Hezbollah no Líbano.

 

Fonte: Sputnik Brasil/Outras Palavras

 

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