terça-feira, 24 de dezembro de 2024

QUAIS AS RELIGIÕES MAIS ANTIGAS DO MUNDO?

A relação dos seres humanos com o que eles consideram sagrado, oculto, divino e espiritual é algo que atravessa muitos séculos e acompanha a evolução da própria história da humanidade. Esse fenômeno é conhecido como religião – e vem se manifestando das mais diferentes formas, como explica a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido).

Há diversas religiões que se desenvolveram já na história moderna, mas a conexão do homem com o sagrado é mais antiga do que muitos imaginam. A palavra religião vem do latim e pode ter se originado de religio, que significa “restrição”, ou de religionem, que é “mostrar respeito pelo que é sagrado”, diz a World History Encyclopedia (plataforma de conhecimento sobre história mundial). 

Porém, não é possível identificar com certeza onde e quando esse conceito começou. Há uma discussão entre historiadores e arqueólogos sobre se a religião da Mesopotâmia inspirou a do Egito. Mas é provável que cada cultura tenha desenvolvido as suas próprias crenças para explicar fenômenos naturais e para ajudar a dar sentido à vida, como afirma a enciclopédia de história.

Entre mitos e antigas divindades, desde cerca de 3500 a.C. há registros reais de práticas religiosas. Sendo que a maioria das pessoas da Antiguidade, de acordo com os registros escritos e arqueológicos, acreditava em muitos deuses, cada um com uma esfera de influência. Assim, as mais antigas crenças se desenvolveram sendo politeístas. 

<<<< Confira, a seguir, algumas das mais antigas religiões do mundo.

·        A religião da antiga Mesopotâmia era politeísta

O local em que se desenvolveu a civilização Mesopotâmica é hoje compreendida por Iraque, parte do Irã, Jordânia e arredores. Como já citado acima, não se sabe exatamente quando a primeira religião foi criada, mas os registros iniciais ligados à religião na Mesopotâmia são de 3500 a.C. na Suméria (parte mais ao sul dessa região), diz a WHE.

Segundo a WHE, as crenças religiosas da Mesopotâmia sustentavam que os seres humanos eram colaboradores dos deuses para conter as forças do caos. A ordem do início dos tempos foi criada a partir do caos pelos deuses e um dos mitos populares fala do grande deus Marduk, que derrotou Tiamat e as forças do caos para criar o mundo. 

Além de Marduk, outra imporante divindade era Inanna, reverenciada como a deusa do amor, do sexo e da guerra. Ela era tão popular que sua adoração se espalhou para além da Mesopotâmia, se perpetuando por séculos em outros locais e com outros nomes. 

Ela se tornou Ishtar para os acádios, Astarte para os fenícios, e foi associada à Afrodite dos gregos, à Ísis dos egípcios e à Vênus dos romanos.

·        No Egito Antigo, a religião trazia deuses, magia e vida após a morte

As crenças e práticas religiosas egípcias faziam parte da sociedade desde aproximadamente 3000 a.C., como afirma a Britannica. A prática religiosa dos egípcios era bastante ampla e sofisticada, englobava muitas áreas e combinava magia, oráculos, mitologia, ciência, espiritualismo, além da crença em um poder superior e na vida após a morte.

O rei tinha um status único entre a humanidade e as divindades, pois ele participava do mundo dos deuses e, por isso, mandava construir grandes monumentos funerários para a vida após a morte. 

Para os egípcios antigos, as divindades mais importantes eram o Deus do Sol (que possuía vários nomes) e Osíris, o Deus dos Mortos e do submundo. Com sua esposa Ísis, Osíris tornou-se o principal deus egípcio no primeiro milênio a.C., quando a adoração solar estava em declínio, revela a Britannica.

·        O Hinduísmo é uma das religiões mais antigas ainda presente na atualidade

Entre as religiões da Antiguidade que ainda são praticadas até os dias de hoje, o Hinduísmo é a mais antiga, afinal a Sanatana Dharma, como é chamada por seus adeptos, tem registros de fundação por volta de 2300 a.C., como explica a enciclopédia de história. 

O Hinduísmo muitas vezes é visto como uma fé politeísta, mas na verdade, ele é henoteísta: ou seja, possui um deus supremo, Brahma, e todas as outras divindades são seus aspectos e reflexos, como Vishnu e Shiva.

Praticado inicialmente na Índia, essa religião possui milhões de deuses, desde aqueles muito conhecidos (como Krishna) até divindades locais menos populares, de acordo com a World History Encyclopedia. Seus muitos textos sagrados em sânscrito e em idiomas vernáculos serviram como veículo para difundir a religião em outras partes do mundo.

·        Os antigos persas praticavam o Zoroastrismo

Onde hoje está localizado o Irã, no antigo Império Persa, há cerca de 3 mil anos a.C. a população acreditava em uma crença politeísta com um deus supremo, Ahura Mazda, que comandava divindades menores, como Atar (deus do fogo), Mithra (deus do sol nascente), Hvar Khshaita (deus do sol pleno) e Anahita (deusa da fertilidade, da cura e da sabedoria). 

Entre 1700-1000 a.C. o profeta Zaratustra (também conhecido como Zoroastro) teve uma revelação de Ahura Mazda após uma imersão em um rio na qual ele entendeu que esse deus era o ser supremo, criador do universo e que não precisava de outros deuses. A visão de Zoroastro se tornaria a religião do Zoroastrismo – uma das mais antigas que ainda é praticada atualmente, como explica o texto do site da National Geographic norte-americana intitulado “Heard ofzoroastrianism? The ancient religion still has fervent followers” (“Já ouviu falar do zoroastrismo? A antiga religião ainda tem seguidores fervorosos", em tradução livre). 

De acordo com a Britannica, o zoroastrismo contém características monoteístas e dualistas (do bem e do mal) e é provável que tenha influenciado as outras principais religiões ocidentais que foram criadas muito depois, como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. 

·        Maias e astecas: os povos mesoamericanos também tinham crenças seculares

Do outro lado do mundo, e descobertos séculos depois, na América Latina da Antiguidade, diferentes povos e impérios tinham suas próprias religiões desenvolvidas em cerca de 700 d.C. Os povos originários dessa região são milhares e com diversas crenças, mas os maias tinham sua fé bem definida, como conta a enciclopédia de história. 

Para os maias, os deuses estavam presentes em todos os aspectos da vida. Como em outras culturas antigas, eles possuiam mais de 250 divindades, todas com sua própria esfera especial de influência que controlavam o clima, a colheita, ditavam o nascimento e a morte – e o conceito de vida após a morte era semelhante à dos mesopotâmicos. 

Os maias acreditavam na natureza cíclica da vida, que todas as coisas que morrem simplesmente se transformam, e a vida humana fazia parte desse padrão. Por isso, realizavam cerimônias para lembrar os mortos e honrar seu espírito – algo ancestral ao que hoje é o “Dia de los Muertos” no México. Essa crença também era mantida por outras culturas mesoamericanas, como a dos astecas.

·        As religiões da antiga Grécia e Roma

Os gregos, assim como outros povos antigos, acreditavam em vários deuses. A religião grega não é a mesma coisa que a mitologia grega, que trata de contos tradicionais, embora as duas estejam ligadas, como explica a Britannica. A religião grega durou mais de mil anos, desde a época do poeta épico Homero (provavelmente no século 9 a.C.) até o reinado do imperador Juliano (século 4 d.C.). 

A crença grega se espalhou pelo Mediterrâneo e influenciou também o Império Romano, que adotou vários de seus deuses usando outros nomes. Os gregos consultavam suas divindades para assuntos variados que iam desde questões de Estado até decisões pessoais relacionadas a amor ou emprego. 

Já em Roma, a adoração dos deuses estava ligada aos assuntos de Estado e acreditava-se que a estabilidade da sociedade dependia do quanto as pessoas reverenciavam os deuses e participavam dos rituais, conta a WHE.

 

Fonte: National Geographic Brasil

 

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