Tiago
Barbosa: "Folha é uma arma do mercado contra o Brasil"
A Folha não fez editorial de
capa pela saída de um genocida, perdulário, ladrão de joias e golpista. Não.
Acatou caladinha rombo bilionário no teto para comprar voto e manter um clã
miliciano no poder. Apoiou venda do patrimônio e da soberania a preço de banana
para saciar o mercado.
E, agora, com a desfaçatez
típica de quem faz do país um bordel do rentismo à custa dos excluídos, condena
Lula por fazer o essencial de um governante digno: cuidar dos massacrados do
capitalismo.
Cobra arrocho. Ameaça.
Compara ao nefasto e podre bolsonarismo - quer sangue, fome e retrocesso, de
novo.
Não critica os marajás do
judiciário, o achaque do parlamento, se cala diante dos privilégios responsável
por essa abjeta desigualdade expressada em indignidade.
Humilha o trabalhador ao
converter em “almoço grátis” políticas compensatórias para um mínimo de
direitos e inclusão social.
Mas fica caladinha, cínica e
oportunista, sobre verbas recebidas do próprio governo e dos favorecimentos por
desonerações.
Pressiona Lula e coloca um
alvo na alma do povo brasileiro - é uma arma do mercado contra o Brasil.
¨ Miopia dos
jornalões extrapola no domingo. Por Paulo Henrique Arantes
Afirmar que os jornalões
servem a “o mercado”, ou que seu noticiário e suas análises baseiam-se
exclusivamente na visão de rentistas, é chover no molhado. Mas neste domingo
(22) eles foram uníssonos, ignorando completamente qualquer fator positivo da
economia real brasileira, como o crescimento do PIB bem acima das expectativas,
o menor desemprego da série histórica e a diminuição da pobreza. E enaltecendo,
como já é rotina, os feitos austeros de Javier Milei na Argentina, cuja
população afunda-se numa miséria crescente.
O Estadão fica com taça. Eis
o que Lourival Sant’Anna escreveu sobre a Argentina de Milei, derramando-se em
admiração: “A inflação deve cair de 211% em 2023, a mais alta do mundo, para
140% este ano. Para 2025, a previsão do FMI é de 45%. A principal causa disso é
a queda do gasto público primário, que não inclui os juros, de 35,3% em 2023
para 30,2% este ano. As reservas cambiais subiram, nos últimos 12 meses, de US$
21,5 bilhões para US$ 32,3 bilhões. Contribuiu para isso a anistia tributária
para a repatriação de dinheiro do exterior”.
Deus salve a austeridade,
que para essa gente representa um fim em si. Claro, nas últimas três linhas do
seu texto laudatório Sant’Anna faz uma ressalva, nada grave para ele: “Apesar
da queda da inflação, o custo de vida subiu, muitas empresas fecharam e o
desemprego está alto, em 6,9%, embora tenha caído 0,7 ponto porcentual em
relação ao trimestre anterior. Escrevo de Buenos Aires, e mesmo pessoas que não
votaram em Milei reconhecem que a estabilidade é um ganho, apesar dessas
dificuldades.”
Resta a pergunta: “essas
pessoas que não votaram em Milei” e que “reconhecem que a estabilidade é um
ganho” estão entre as 15,7 milhões abaixo da linha da pobreza no país platino,
52,9% da sua população?
Já a neo-bolsonarista Folha
de S. Paulo, pateticamente empenhada em mostrar-se “plural”, sai com um
editorial (“O que a Folha pensa”) intitulado “A conta do almoço grátis chega
cedo ou tarde”. Em linha geral, o texto ataca a “gastança” do governo e, como
de hábito, não aponta exatamente quais seriam os dispêndios perdulários. “A
opção pela gastança, escancarada na emenda de transição de governo que expandiu
a despesa federal em R$ 150 bilhões, sempre tem fôlego curto”, bradou o
periódico, esquecendo-se de que “a despesa federal” inclui iniciativas para o
bem-estar da população e a honra de restos gigantescos herdados de Jair
Bolsonaro e Paulo Guedes, como os precatórios pedalados.
Também ignora, a canhestra
Folha, que o Congresso acaba de aprovar, ainda que “desidratado” (termo que o jornal
repete tediosamente, à falta de melhor vocabulário), proposta de ajuste fiscal
do governo. Claro, o jornalão e seus assemelhados da imprensa consideraram
“tímido” o pacote, por não esfolar até o osso as classes média e baixa.
A cereja do bolo dominical,
contudo, edulcora as páginas do Valor Econômico. Informa-nos o bastião liberal
que, tragédia suprema, os bilionários Rubens Ometto e André Esteves, entre
outros, ficaram menos bilionários no ano que se encerra.
Eis o lead da caudalosa
matéria: “Uma perda de mais de US$ 12 bilhões nas fortunas das pessoas mais
ricas do Brasil se aprofundou esta semana, com o real chegando a um recorde de
baixa, reduzindo o valor de mercado de empresas em mais de 60% no ano. De
Rubens Ometto a André Esteves, alguns dos bilionários do país viram sua riqueza
diminuir este ano, já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recusa
continuamente a cortar gastos na dimensão desejada pelo mercado e o déficit
fiscal do país aumentou para quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB)”.
Suspeita-se de que notícia
seja boa, apesar de o Valor dá-la como catastrófica. Questão de ponto de vista.
¨ "Quem
quer almoço grátis é o mercado", diz Lindbergh
O deputado federal Lindbergh
Farias (PT-RJ) fez duras críticas ao editorial publicado pela Folha de S. Paulo
neste domingo (22), que atacou a condução da política econômica do governo
Lula. Em uma publicação do X (antigo Twitter), Lindbergh classificou o texto
como “mentiroso” e acusou o jornal de ser “a serviço dos interesses da Faria
Lima”, em referência ao mercado financeiro.
“A Folha faz editorial
mentiroso no dia de hoje para atacar o governo do presidente Lula. Não há
‘gastança’ no Brasil, nem descontrole das contas públicas, muito menos cenário
de hiperinflação”, afirmou o parlamentar, em resposta às acusações de
descontrole fiscal e inflação contidas no texto do jornal.
Segundo Lindbergh, o governo
Lula está implementando uma das maiores estratégias de ajuste fiscal entre os
países do G20. Ele destacou que o déficit público foi reduzido de 2,1% do PIB
em 2023 para uma projeção de 0,25% em 2024, mesmo herdando um cenário caótico
deixado pelo governo anterior, com calotes em precatórios e gastos excessivos.
“Esse esforço fiscal só é
comparável ao que vemos em países como a Argentina, mas lá com um custo social
de jogar mais da metade da população na miséria”, argumentou o deputado.
<><> Inflação e
manipulação de narrativas
Lindbergh também rebateu a
narrativa de hiperinflação apresentada no editorial da Folha. Ele
apontou que a inflação projetada para 2024 está em 4,84%, apenas 0,34% acima do
teto da meta do Banco Central, um índice que, segundo ele, está longe de
justificar o “alarde” promovido pela mídia e pelo mercado financeiro.
“O que nós temos, na
verdade, é uma disputa feroz sobre o controle do orçamento público. Quem quer
‘almoço grátis’ é o mercado, setores empresariais que levam bilhões em
desonerações fiscais e a elite do funcionalismo com supersalários. Quem nunca
tem ‘almoço grátis’ é o povo, o único que paga verdadeiramente a conta dos
ajustes fiscais neste país”, disse.
O parlamentar acusou o
mercado financeiro e o Banco Central, liderado por Roberto Campos Neto, de
sabotarem o governo Lula ao manterem juros elevados e promoverem instabilidade
no câmbio. Ele argumentou que essa política prejudica os esforços do governo em
gerar crescimento e empregos, favorecendo uma narrativa de crise que beneficia
setores privilegiados da economia.
“O governo Lula não aceita
que o custo da crise recaia sempre sobre os mais pobres, e é por isso que ele
apanha tanto”, concluiu.
¨ Governo celebra pacote aprovado, mas prevê cortar mais
em 2025
Após semanas de
negociação, o Congresso Nacional, enfim, concluiu
a votação do pacote de corte de gastos apresentado pelo governo federal. As medidas buscam
ajustar as contas e garantir o cumprimento da meta fiscal.
Apesar de
comemoradas, as propostas passaram por alterações que vão resultar em uma
economia menor do que a prevista, e o governo já prevê novos cortes em 2025.
De acordo com o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as mudanças
terão impacto de R$ 1 bilhão no valor estimado pela equipe econômica. Inicialmente,
estimava-se uma economia de R$ 71,9 bilhões entre os anos de 2025 e 2026;
agora, a previsão indica que serão R$ 70 bilhões.
O titular da pasta
avaliou, entretanto, que as alterações “não afetam o resultado final” e
defendeu ainda que a revisão de gastos deve ser permanente. “Tem de ser rotina.
Isso não deveria ser algo extraordinário ou surpreendente”, disse, em conversa
com jornalistas nessa sexta-feira (20/12).
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT),
por sua vez, garantiu estar atento à possibilidade de adoção de novas medidas
fiscais. Em vídeo ao lado de ministros e do futuro presidente do Banco Central,
Gabriel Galípolo, o titular do Planalto assegurou que o governo tomou as
decisões necessárias para se manter dentro da regra fiscal.
“Queria dizer que
seguimos mais convictos que nunca de que a estabilidade econômica e o combate à
inflação são as coisas mais importantes para proteger o salário e o poder de
compra para as famílias. Tomamos as medidas necessárias para proteger a nova
regra fiscal e seguiremos atentos à necessidade de adotar mais medidas”,
pontuou.
Com a declaração
de Lula, o dólar fechou em queda nessa sexta, após uma semana de turbulência. A
cotação da moeda americana ficou em R$ 6,07, recuo de 0,81%. Ao longo da
semana, o valor do dólar chegou a bater R$ 6,30.
·
O
que mudou no pacote
O pacote do governo
englobava três textos: um projeto de lei (PL), um projeto de lei complementar
(PLP) e uma proposta de emenda à Constituição (PEC). Entre os pontos alterados,
estão a proposta de limitar os supersalários no funcionalismo público e as
mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Veja ponto a ponto:
Emendas
parlamentares
A proposta original
do governo previa a possibilidade de bloqueio e contingenciamento de todas as
emendas, limitando-se a 15%. No entanto, o projeto foi alterado e só dá a
permissão de bloqueio para as emendas não impositivas.
Na prática, as
emendas impositivas, que são as individuais e de bancada, representam a maior
fatia dos recursos e ficam impossibilitadas de serem atingidas em busca do
equilíbrio fiscal.
·
Supersalários
Na proposta de
emenda à Constituição (PEC) enviada pelo governo como parte do pacote fiscal,
havia a previsão de que o Congresso trataria sobre o teto do funcionalismo
público em uma lei complementar. No texto do Executivo, essa lei complementar
estabeleceria as verbas indenizatórias que não seriam computadas dentro do teto
do funcionalismo.
Atualmente, o teto
salarial da União é de R$ 44 mil, e as verbas indenizatórias ficam fora do
teto, permitindo que alguns ganhem mais do que está estabelecido na
Constituição.
A Câmara mudou a
proposta e estabeleceu que o fim da regalia virá por meio de um projeto de lei
ordinária. O Senado chancelou a mudança feita pelos deputados. A proposta deve
ser discutida em 2025.
O projeto também
definiu que as verbas indenizatórias seguirão sem ser registradas até que a lei
ordinária seja aprovada pelo Congresso. Na prática, os supersalários vão seguir
autorizados até que o projeto que está no Senado seja aprovado e sancionado
pelo presidente da República.
·
Fundeb
A PEC da equipe
econômica de Lula permitia que até 20% dos recursos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb) fossem destinados à criação e manutenção de matrículas em
escolas de tempo integral.
Contudo, o
Congresso flexibilizou a medida. Houve a redução do percentual dos recursos do
Fundeb, de 20% para 10%, e a inclusão de uma cláusula segundo a qual os
estados, o Distrito Federal e os municípios deverão destinar ao menos 4% dos
recursos do fundo, a partir de 2026, para ampliação das matrículas da educação
integral.
Os deputados haviam
inserido ainda que os programas suplementares de alimentação e assistência à
saúde seriam financiados com recursos oriundos de contribuições sociais e
outras dotações orçamentárias. Entretanto, no Senado, foi retirado o trecho que
falava sobre a alimentação ser financiada por recursos oriundos de
contribuições sociais e outras dotações orçamentárias.
Atualmente, o Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) é responsável pelo repasse de
recursos para a suplementação dos programas Nacional de Alimentação Escolar
(Pnae) e Saúde nas Escolas.
·
Benefício
de Prestação Continuada (BPC)
No projeto de lei
(PL) encaminhado pelo Palácio do Planalto, havia novas regras ao BPC, pago a
idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Entre as diretrizes
apresentadas pelo governo, constam a soma dos rendimentos brutos mensais dos
membros da família sem deduções legais, bem como a redefinição do conceito de
família, de modo a permitir a inclusão de membros não coabitantes em situações
específicas.
O texto, no
entanto, foi alterado. Houve a manutenção da exigência do registro do código da
Classificação Internacional de Doenças (CID), mas ficou definido que esse
registro só será obrigatório enquanto não for implementada a avaliação
biopsicossocial.
A adesão de membros
sem coabitação para o cálculo da renda familiar dos beneficiários do BPC foi
retirada pela Câmara. Dessa forma, para que a renda de familiares seja incluída
no cálculo, essas pessoas devem viver sob o mesmo teto que o beneficiado.
Mudou-se também a
obrigatoriedade do cadastro por biometria para ter direito ao benefício. A
exceção foi aberta para pessoas que moram em “localidade de difícil acesso” ou
tenham “dificuldade” de deslocamento, como idosos e indivíduos com condições
físicas limitantes.
·
Fundo
Constitucional do DF
O projeto de lei do
pacote também incluía uma mudança no Fundo Constitucional do Distrito Federal,
que passaria a ser corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), e não mais pela variação da receita.
Na Câmara, esse trecho foi retirado. O Senado
manteve o que os deputados estabeleceram. Com isso, o fundo do DF fica mantido
como é atualmente.
Fonte: Brasil 247/Metrópoles
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