7 descobertas que
se destacaram em 2024 pelo seu impacto na vida humana
No panorama médico
e científico de 2024, a revolução da inteligência
artificial prossegue com seu avanço vertiginoso.
A rápida evolução da
IA fez com que muitas equipes de pesquisadores realizassem importantes
descobertas em 2024 – desde o desenvolvimento de produtos farmacêuticos até
aplicações para assistência
médica e pesquisas
ambientais.
Aqui relacionamos
alguns dos avanços médicos e científicos mais significativos do ano de 2024.
As linhas do
deserto de Nazca, no Peru, são um dos mistérios mais desconcertantes da
humanidade.
Observadas do solo,
as marcas parecem simples sulcos. Mas, vistas do espaço, os sulcos se
transformam em figuras e formas misteriosas que assombram os cientistas desde
sua descoberta, em 1927.
Em novembro deste
ano, utilizando inteligência artificial e drones, uma equipe de arqueólogos
japoneses encontrou em Nazca 303 geoglifos
até então desconhecidos. Os cientistas publicaram suas conclusões
sobre o enigmático propósito dos símbolos na revista científica Proceedings
of the National Academy of Science.
·
A
pesquisa sobre o cérebro da mosca para entender o processo de pensamento humano
Em 2024, os
cientistas conseguiram criar a mais
detalhada análise já produzida sobre o cérebro de um animal adulto.
Trata-se do mapa
completo que identifica a posição, a forma e as conexões de cada um dos 130 mil
neurônios e 50 milhões de conexões do cérebro de uma mosca.
O avanço foi
descrito como "um enorme salto" para a compreensão do nosso próprio
cérebro. Ele nos ajudará a entender os nossos mecanismos de pensamento.
"Quais são as
conexões? Como os sinais fluem através do sistema que nos permite processar as
informações para reconhecer seu rosto, que permite ouvir a minha voz e traduzir
estas palavras em sinais elétricos?", destacou à BBC Gregory Jefferis, do
Conselho Nacional de Pesquisas Médicas de Cambridge, no Reino Unido – um dos
cientistas envolvidos no estudo.
"A cartografia
do cérebro da mosca é realmente extraordinária e nos ajudará a compreender como
funciona o nosso cérebro", explicou ele.
As imagens obtidas
pelos cientistas mostram um belo e complexo emaranhado de cabos. Elas foram
publicadas pela revista Nature.
·
Vacinas
revolucionárias – 'uma verdadeira esperança' contra o câncer
Ao longo de 2024,
diversos países realizaram testes clínicos das revolucionárias
vacinas personalizadas baseadas em RNA mensageiro (mRNA) em
seres humanos.
As vacinas fornecem
instruções ao sistema imunológico para "treiná-lo" a reconhecer e
destruir as células cancerosas, eliminando a doença. É a mesma tecnologia que
foi usada em algumas vacinas contra a covid-19.
Os primeiros
testes, dirigidos a diversos tipos de câncer, mostraram resultados alentadores.
O Reino Unido
lançou este ano a chamada Plataforma de Lançamento da Vacina contra o Câncer.
Ela reúne diversos testes clínicos que irão utilizar as vacinas com tecnologia
mRNA.
Testes com
pacientes também estão ocorrendo na Alemanha, Bélgica, Espanha e Suécia.
·
A
'façanha quase impossível de construir tipos de proteínas totalmente novos' com
ajuda da IA – que valeu o Prêmio Nobel
O Prêmio Nobel de
Química deste ano foi dedicado às proteínas – os componentes básicos da vida.
Estes compostos são
encontrados em todas as células do corpo humano. As proteínas controlam e
dirigem todas as reações químicas que, em conjunto, constituem a base da nossa
existência.
O Comitê do Nobel
as descreve como as "engenhosas ferramentas químicas da vida".
A melhor
compreensão destas ferramentas impulsionou grandes avanços da medicina. E o que
os três cientistas ganhadores do Nobel conseguiram foi decifrar o código das
suas surpreendentes estruturas.
David Baker
"conseguiu a façanha quase impossível de construir tipos de proteínas
totalmente novos". Já Demis Hassabis e John Jumper "desenvolveram um
modelo de inteligência artificial para resolver um problema que já durava 50
anos: prever as complexas estruturas das proteínas".
·
A
ferramenta de IA que detecta tumores que os médicos não conseguem ver
A ferramenta de IA
se chama Mia. Ela trabalha em hospitais britânicos, analisando mamografias.
O trabalho de Mia
é identificar
pequenos indícios de câncer de mama que passaram despercebidos
durante a análise dos médicos.
Mia analisou cerca
de 10 mil mamografias. A maior parte delas não mostrava sinais de câncer.
A ferramenta
conseguiu identificar com sucesso as imagens que apresentavam indícios, incluindo
11 pacientes que não haviam recebido diagnóstico.
Pacientes com
tumores com menos de 15 mm no momento do diagnóstico apresentam taxa de
sobrevivência de 90% nos cinco anos seguintes.
Por isso, Mia foi
descrita como ferramenta que reflete "o enorme potencial da IA" em
diagnósticos médicos.
"Não há dúvida
de que os radiologistas clínicos da vida real são essenciais e insubstituíveis,
mas um radiologista clínico que utilize ferramentas de inteligência artificial
será, cada vez mais, uma força formidável no atendimento aos pacientes",
afirmou a presidente do Colégio de Radiologistas do Reino Unido, Katharine
Halliday.
·
A
descoberta de água líquida, pela primeira vez, no interior de Marte
Em Marte, existe
água suficiente para formar oceanos.
Foi o que descobriram
os pesquisadores, estudando os dados do módulo de aterrissagem
Insight, da Nasa – um explorador robótico que aterrissou no planeta vermelho.
Extrair a água na
forma de poço é pouco provável em um futuro próximo, já que ela se encontra a
uma profundidade de 11,5 a 20 km embaixo da terra. Mas a descoberta ajudará a
compreender o ciclo de água no planeta vermelho – o que é fundamental para
entender a evolução do clima, sua superfície e seu interior.
A descoberta também
poderá indicar outro objetivo para a busca real de provas de vida em Marte.
"Sem água
líquida, não há vida", explica o professor Michael Manga, da Universidade
da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, que participou da pesquisa.
"Ou seja, se houver regiões habitáveis em Marte, elas podem estar agora
nas profundezas do subsolo."
·
A
temperatura aumentou 1,5 ºC durante um ano inteiro pela primeira vez
Esta foi uma má
notícia de 2024. Pesquisadores do serviço climático da União Europeia
descobriram que, pela primeira vez, o aquecimento
global superou 1,5 ºC durante todo um ano.
O limite de 1,5 ºC
para o aumento da temperatura a longo prazo é considerado fundamental para
ajudar a evitar os efeitos prejudiciais do aquecimento do planeta.
Nós ultrapassamos
este limite ao longo de um ano inteiro, atingindo pela primeira vez um aumento
das temperaturas de 1,52 ºC. Com isso, deixamos o mundo mais longe de atingir
as metas definidas pelo Acordo de Paris.
"Isso está
totalmente acima do aceitável", declarou à BBC o professor Bob Watson,
ex-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações
Unidas (IPCC, na sigla em inglês).
"Vejam o que
aconteceu este ano com apenas 1,5 ºC: vimos inundações, vimos secas, vimos
ondas de calor e incêndios florestais em todo o mundo", destaca ele.
"E estamos começando a observar queda da produtividade agrícola e
problemas com a qualidade e a quantidade da água."
Mas os cientistas
afirmam que, se forem tomadas medidas urgentes para reduzir as emissões de
carbono, ainda é possível frear o aquecimento.
Fonte: BBC News
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