Deputado rebate Bia
Kicis: "Réu procurar delator não é curiosidade, o nome é 'obstrução da
justiça'"
O deputado federal
Pedro Campos (PSB-PE) rebateu as declarações da deputada bolsonarista Bia Kicis
(PL-DF), que minimizou as acusações contra o general da reserva Walter Braga
Netto, preso preventivamente por obstrução de justiça neste sábado.
Em entrevista à
CNN, Kicis afirmou que a busca do general pelo conteúdo da delação premiada de
Mauro Cid seria apenas "curiosidade" e não configuraria um crime.
"Curiosidade
agora é crime? Façam-me o favor. Vamos deixar de palhaçada! Um general quatro
estrelas preso porque quis saber o que aconteceu numa delação premiada... Isso
é ridículo!", disse Kicis, em tom de indignação, ao criticar a prisão do
ex-ministro de Jair Bolsonaro.
Pedro Campos, no
entanto, contestou a fala da deputada em suas redes sociais, argumentando que o
ato descrito por Kicis configura obstrução de justiça, uma razão legítima para
prisão preventiva.
"Réu procurar
delator não é curiosidade, o nome é 'obstrução da justiça', e isso é um dos
fundamentos para prisão preventiva", afirmou.
¨ O inacreditável chilique de Mário Frias após prisão de
Braga Netto
O deputado federal
Mário Frias (PL-SP) usou as suas redes sociais para fazer uma crítica às Forças
Armadas depois da detenção do general de quatro estrelas Walter Braga Netto.
A prisão preventiva
do ex-ministro de Bolsonaro detido preventivamente neste sábado (14) gerou uma
série de debates nas redes sociais, com muitas celebrações dentro do campo
progressista e outros chiliques no campo da extrema
direita.
Quem não se calou
foi Mário Frias, um dos mais caricatos bolsonaristas da Câmara dos Deputados,
que usou o fato para voltar a atacar as Forças Armadas.
O ex-global e
ex-Secretário da Cultura no governo de Jair Bolsonaro afirmou que os militares
são "bichinhos de estimação da elite plutocrata", em um frase digna
de Carlos Bolsonaro.
“Alguns irão se
chatear com o que vou dizer, mas é necessário que eu diga, para que possamos
encerrar de vez uma das ilusões que nos aprisionam no debate político. Convivi
com oficiais das mais altas patentes das Forças Armadas. Eles são, via de regra
e com raras exceções, bichinhos de estimação da elite plutocrata que domina o
país. Toda a mística de combatentes destemidos é uma farsa”, escreveu Frias.
“A prisão do
honrado General Braga Netto (uma dessas raras exceções) é só mais um
demonstrativo do quão baixo seus pares chegaram para servir aos interesses da
facção que está no poder. Vocês são uma vergonha para a nação e entrarão para a
história como a geração de covardes que são!”, concluiu o deputado federal.
<><>
Contestar prisão de Braga Netto pode ser ameaça à ordem pública
Só no Brasil um
ex-presidente da República indiciado por tentativa de golpe de estado contesta
abertamente a prisão preventiva de outro indiciado pelo mesmo crime por
obstrução de Justiça.
Deve estar procurando
sarna para se coçar, pois incitar seus simpatizantes contra o STF, tal como fez
durante seu mandato, pode configurar ameaça à ordem pública, outro motivo para
prisão preventiva.
A única
obstrução de que Bolsonaro entende é a intestinal.
¨
Bertholdo: "Braga Neto precisa ser preso em uma
penitenciária de segurança máxima"
Braga Netto, que
foi vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, é investigado por um suposto plano
de golpe que incluía, segundo a Polícia Federal, ações extremas como o
assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo
Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Bertholdo:
"Braga Neto precisa ser preso em uma penitenciária de segurança
máxima"
O advogado Roberto
Bertholdo, em um vídeo divulgado nas redes sociais, fez duras críticas à
detenção do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e
ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL). Preso neste
sábado (14), Braga Netto está detido na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de
Janeiro, mas Bertholdo defende que o destino dele deveria ser outro.
“Militar que atenta
contra a democracia não deve ser preso em batalhão ou estabelecimento militar.
Merece prisão comum. O Braga Netto precisa ser preso em uma penitenciária de
segurança máxima. Senão, vai continuar conspirando”, afirmou o advogado.
<><> Prisões
e suspeitas
A prisão do general
ocorreu como parte de um desdobramento do inquérito que investiga uma trama
golpista no final de 2022. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da Polícia Federal (PF).
De acordo com a PF,
a liberdade de Braga Netto representaria riscos à ordem pública, além de ele
ter atuado para atrapalhar investigações relacionadas à tentativa de interferir
no processo democrático. Preso durante a manhã, o ex-ministro passou por uma
audiência de custódia na tarde do mesmo dia.
¨ Como é
a "cela de luxo" em que general está preso
Preso no último sábado (14) pela Polícia Federal (PF) por supostamente ter planejado um
golpe de Estado no Brasil, o general Walter Braga Netto não
está detido em uma cela convencional, mas sim em um quarto com mordomias na 1ª
Divisão do Exército, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Ex-ministro da Defesa e
da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro, além de candidato a vice do
ex-presidente na eleição de 2022, Braga Netto, por ser general quatro estrelas,
isto é, o posto mais alto na carreira das Forças Armadas, tem a prerrogativa
de prisão especial no
caso de prisão provisória, como é o seu caso.
Caso vá a julgamento e
seja condenado, o militar deve ser encaminhar para um presídio comum.
<><> Como é a "cela" de Braga
Netto
Por ter direito à
prisão especial, Braga Netto não está em uma cela convencional, mas sim no
quarto do chefe do Estado Maior da 1ª Divisão do Exército.
O cômodo em que Braga
Netto está detido tem uma série de mordomias:
armário, geladeira, ar-condicionado, televisão e banheiro privativo.
O general ainda tem o
direito de fazer as refeições no restaurante do quartel, onde também se
alimentam os oficiais de alta patente, e recebe quatro refeições por dia:
café da manhã, almoço, jantar e ceia.
“Cinco
não querem”: saiba quem são os generais do Alto Comando que foram contra o
golpe
As investigações
conduzidas pela Polícia Federal sobre as tentativas de golpe após as eleições
de 2022 continuam a trazer novas informações sobre as divisões no Alto Comando
do Exército (ACE). Mensagens analisadas confirmaram os cinco generais que se
opuseram diretamente às articulações, enquanto três apoiavam as iniciativas
golpistas. Entre eles, segundo os documentos, está o General Estevam Cals Theophilo
Gaspar de Oliveira, cujo nome foi citado em uma mensagem compartilhada em
grupos de militares articuladores.
¨ “Cinco não querem, três querem muito”
A frase central “Cinco
não querem, três querem muito”, atribuída ao coronel reformado Reginaldo Vieira
de Abreu, sintetiza o cenário dividido dentro do ACE, composto por 16 generais
de quatro estrelas. Entre os opositores firmes, os nomes já identificados
incluem:
·
General Richard Nunes (Comando Militar do
Nordeste),
·
General Stumpf (Comando Militar do Sul),
·
General André Luís Novais Miranda (Comando
Militar do Leste),
·
General Guido Amin Naves (Departamento de
Ciência e Tecnologia),
·
General Tomás Paiva (Comando Militar do
Sudeste).
Além disso, os
documentos indicam que, enquanto cinco resistiam, outros três apoiavam
ativamente, com Theophilo sendo o único nome apontado, segundo as investigações
da PF, até o momento. Outra mensagem interceptada destaca que, durante um
almoço com Bolsonaro e general do ACE que teria ocorrido em 5 de novembro de
2023 em Brasília, três generais — Richard, Tomás e Soares — não compareceram,
possivelmente marcando um ato simbólico de rejeição às articulações discutidas
no evento.
O então comandante do
Exército, General Marco Antônio Freire Gomes, não é mencionado entre os cinco
opositores firmes às tentativas de golpe, embora relatos indiquem que ele teria
ameaçado prender Bolsonaro caso os planos avançassem. Sua postura, no entanto,
é vista como ambígua e menos enfática do que a de seus colegas identificados
como contrários às articulações.
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Theophilo e “Barata”: a mensagem que circulou em grupos golpistas
Em outra mensagem
incluída nas investigações, compartilhada entre grupos de militares alinhados
às articulações golpistas, o General Tomás Paiva teria criticado duramente o
General Eduardo Villas Bôas e sua esposa, Cida, durante uma reunião. No texto,
é relatado que Tomás abriu o jogo e “falou mal de todo o Alto Comando do
Exército, principalmente de Theophilo e de Barata”.
Theophilo, que era
Comandante de Operações Terrestres, foi reiteradamente citado nas investigações
como apoiador das articulações golpistas. Contudo, a identidade de “Barata”
permanece desconhecida, e seu papel nas discussões internas do Alto Comando
ainda é objeto de investigação.
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Repercussões e a resposta oficial do Exército
Diante da circulação
das mensagens interceptadas e do impacto das postagens nas redes sociais, o
Exército emitiu o Informex NR 041, em 16 de novembro de 2022. O documento,
distribuído a todas as organizações militares, classificou as mensagens como
uma “maliciosa e criminosa tentativa de atingir a honra pessoal de militares” e
buscou reafirmar a coesão institucional.
O comunicado destacou a
longa trajetória de serviços prestados pelos generais mencionados e denunciou
as postagens como tentativas de “macular a coesão inabalável do Exército de
Caxias”. Apesar do tom defensivo, a emissão do Informex revelou a preocupação
do comando com os danos à imagem da instituição e as divisões internas que
começavam a ganhar visibilidade.
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Repercussões e questionamentos sobre conivência
Além dos cinco generais
contrários e dos três apoiadores identificados até agora, os outros oito
integrantes do Alto Comando foram descritos em mensagens como estando em uma
“zona de conforto”. Essa postura pode ser interpretada como conivência ou até
mesmo flerte com a prevaricação, caso soubessem das articulações e optassem por
não agir.
As investigações seguem
avançando, mas a revelação das mensagens e os desdobramentos no âmbito militar
evidenciam as tensões internas do Exército durante o período. Os próximos
passos da PF devem aprofundar a identificação dos dois outros generais
apoiadores das articulações e o papel de figuras ainda desconhecidas, como
“Barata”.
¨ Maioria dos brasileiros está pouco informada sobre investigações
sobre golpe, diz Ipec
A maioria (65%) dos
brasileiros está "pouco" ou "nada informada" sobre as
investigações da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe em 2022,
segundo uma pesquisa nacional feita pelo Ipec entre os dias 5 e 10 de dezembro
com 2 mil pessoas. As entrevistas da pesquisa foram feitas antes da prisão do
general Braga Netto no sábado, 14. O ex-ministro do governo Bolsonaro foi
acusado de interferir na investigação.
Segundo o
levantamento noticiado na coluna Lauro Jardim do jornal O Globo deste
domingo, os brasileiros se mostram divididos sobre a participação ou não do
ex-presidente Jair Bolsonaro no planejamento de um golpe (43%) ou se ele está
sendo "perseguido politicamente" (42%).
Apesar das dúvidas
e desinformação, 80% entendem que os envolvidos "deveriam ser julgados e
punidos conforme a lei".
O Ipec também
perguntou sobre a confiança dos entrevistados nas decisões do Supremo Tribunal
Federal (STF) que envolvem políticos. Apenas 23% afirmaram acreditar que os
ministros do STF são isentos e não favorecem os políticos.
O Ipec realizou a
pesquisa em 131 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos
porcentuais.
Foram quatro as
perguntas que o Ipec fez aos entrevistados sobre a tentativa de golpe.
Fonte: Brasil 247/Correio
Braziliense/Fórum
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