segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Boris Johnson reconhece que conflito na Ucrânia é uma 'guerra por procuração' contra Rússia

O reconhecimento pelo ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson da organização de uma guerra por procuração contra a Rússia foi extremamente desavergonhado, escreve o portal Strategic Culture.

"Isso não fez Johnson pensar ou sentir vergonha. Ele encorajou os europeus a enviar mais armas para a Ucrânia. Sua sinceridade bruta também não causou qualquer ressentimento ou condenação. O imbecil Johnson confirmou o fato sobre o qual a Rússia alertava, sobre a essência do conflito na Ucrânia – uma guerra liderada pelos EUA usando bucha de canhão ucraniana", aponta o artigo.

Ele também observa que a Europa está "sendo submetida à violência como um brinquedo escravo de Washington e das elites europeias" no confronto com a Rússia, o que poderia levar a um "armagedon nuclear".

"Tem sido patético, vamos encarar isso: estamos travando uma guerra por procuração, mas não estamos dando aos nossos representantes a capacidade de fazer o trabalho. Há anos que tem sido permitido que eles lutem com uma mão amarrada nas costas, e tem sido cruel", disse Johnson ao jornal The Telegraph.

O ex-premiê britânico disse também que a responsabilidade de proteger qualquer possível futura linha de cessar-fogo na Ucrânia deve ser colocada em um grupo multinacional de forças europeias de manutenção da paz.

<><> Ministro da Defesa russo destaca o desejo de Moscou e Pyongyang de fortalecer os laços

Ao ratificar o Tratado de Parceria Estratégica Abrangente, Moscou e Pyongyang confirmaram sua disposição de desenvolver relações bilaterais de forma extensiva, declarou o ministro da Defesa russo, Andrei Belousov.

"A ratificação do Tratado de Parceria Estratégica Abrangente dos nossos países confirma o interesse bilateral no desenvolvimento abrangente das relações aliadas. Agradecemos o seu compromisso no caminho do aprofundamento dos laços com a Rússia", disse Belousov em uma reunião com o líder da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Jong-un.

O ministro russo destacou que a RPDC "é um dos poucos países que leva a cabo uma política externa absolutamente independente" e atribuiu isso ao mérito de Kim.

Belousov também transmitiu ao líder norte-coreano uma saudação cordial e votos positivos enviados pelo presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin.

O ministro da Defesa russo chegou nesta sexta-feira (29) a Pyongyang, onde tem agendadas várias reuniões bilaterais com representantes da liderança militar e político-militar da República Popular Democrática da Coreia.

O acordo entre os dois países foi ratificado no dia 9 de novembro, com assinatura do presidente Putin, reforçando o compromisso firmado entre as nações.

¨      Jornalista polonês indica 5 razões para o colapso próximo da frente ucraniana

A frente ucraniana está a desfazer-se aos poucos, e há cinco razões principais para isso, aponta o jornalista do portal polonês Onet Marcin Wyrwal, que regressou de uma viagem ao Donbass.

A primeira razão que ele citou foi a escassez de efetivos nas Forças Armadas da Ucrânia e problemas com a mobilização, observando que a criação dos centros de recrutamento não teve o efeito esperado: juntamente com a corrupção e "caos do tempo de guerra", o Exército ucraniano simplesmente perde muitos recrutas potenciais.

A segunda razão é a falta de equipamentos e munições. Segundo as avaliações do autor do artigo, a "terrível crise" com armas nas forças ucranianas começou no outono europeu de 2023 quando, após uma contraofensiva ucraniana fracassada, a alocação de ajuda dos EUA para Kiev foi paralisada. Desde então, o Exército de Kiev tem sofrido com a falta de equipamentos e munições.

Nos últimos meses, o Exército russo conseguiu "esticar" a linha de frente, colocando pressão sobre o leste e sul do país, que, com uma escassez de pessoal, se tornou um grande problema para as tropas ucranianas. A expansão da linha de contato, segundo o autor, é a terceira razão para o rápido colapso da frente ucraniana. Ele também observa que o ataque à região de Kursk não atingiu seu objetivo principal – puxar as forças russas de outras direções.

Os militares russos, nos últimos meses, em vez de assaltos "de frente", começaram a usar táticas de cercar povoados e cortá-los das rotas de abastecimento, utilizando extensivamente drones kamikaze. Isso permitiu que as tropas russas reduzissem as perdas e agissem com mais eficácia, o que, segundo Wyrwal, é a quarta razão para a fraqueza da frente ucraniana.

O autor do artigo atribui a captura dos locais fortificados ucranianos por tropas russas à quinta razão, "extremamente importante". A própria Ucrânia tem sofrido de uma escassez de unidades de engenharia, o que afeta diretamente sua capacidade de manter o território.

¨      Zelensky envia forte sinal de disponibilidade para desistir de territórios, diz mídia

A sugestão do atual líder ucraniano Vladimir Zelensky de que está disposto a desistir dos territórios que já não estão sob o controle do Exército da Ucrânia é o mais conspícuo sinal feito pela parte ucraniana na questão das negociações de paz, segundo a Bloomberg.

No dia anterior (29), Zelensky disse em uma entrevista ao canal Sky News que poderia concordar com um cessar-fogo e abrir mão de alguns territórios em troca da adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Nessa entrevista, ele supôs que seu país poderia recuperar os territórios já perdidos por meios diplomáticos.

"[É] o sinal mais forte até agora de que o líder ucraniano está disposto a encerrar a guerra sem recuperar todo o território", diz o artigo.

Ao mesmo tempo, a Bloomberg ressalta que vários membros da OTAN têm se oposto a essa ideia porque, de acordo com o tratado, deveriam enviar suas tropas à Ucrânia para a proteger.

Zelensky já tentou promover a adesão da Ucrânia à OTAN, o que, de fato, foi uma das razões da operação militar especial russa, em seu chamado "plano de paz" que ele apresentou ao presidente dos EUA Joe Biden há uns meses.

Porém, a mídia ocidental relatou que o plano teve uma recepção fria em círculos governantes e não levou a qualquer resultado significante para a Ucrânia.

A notícia chegou em um momento considerado por muitos especialistas como um dos piores para a Ucrânia de todo o período do conflito, já que há meses que as Forças Armadas ucranianas têm recuado constantemente, perdendo, às vezes, vários povoados em um dia.

<><> 'Será necessário abandonar': Alemanha revela cidade que o Exército ucraniano perderá em breve

Ucrânia terá que desistir da cidade de Krasnoarmeisk (Pokrovsk, na denominação ucraniana) até o início de 2025, declarou Christian Freuding, o chefe do Estado-Maior de Planejamento e Comando do Ministério da Defesa alemão, no canal de YouTube da Bundeswehr.

"Com base em como podemos avaliar a situação no momento, se não surgirem novos fatores significativos, acho que no final do ano ou no início de 2025 será necessário abandonar a organização da defesa da cidade", disse ele.

De acordo com o general, os militares russos lançaram em Donbass tal ofensiva que eles no Ocidente nem sequer poderiam imaginar.

"A Rússia está atacando lá usando pessoas e equipamentos que mal poderíamos ter imaginado, a Rússia está constantemente progredindo lá", disse Freuding.

Segundo observou o oficial, Krasnoarmeisk é importante em termos de logística e abastecimento do grupo ucraniano em Donbass.

"Lá há um entroncamento rodoviário, tem cruzamento ferroviário, a partir de lá é possível fornecer às tropas o apoio logístico, transferir tropas, reabastecer estoques, substituir pessoal, colocar unidades militares de reserva na frente", disse ele.

¨      Zelenski sugere que guerra pode acabar com adesão à Otan

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, sugeriu na sexta-feira (30/11) que um acordo de cessar-fogo com a Rússia poderia ser alcançado se o território ucraniano sob controle de Kiev estivesse "sob o abrigo da Otan” e ele pudesse negociar diplomaticamente a devolução da parte ocupada pelas forças russas posteriormente.

"Se quisermos acabar com a 'fase quente' da guerra, precisamos colocar o território da Ucrânia que controlamos sob o abrigo da Otan. Precisamos fazer isso rapidamente e, então, o restante do território (ocupado) poderá ser retomado diplomaticamente”", afirmou o presidente ucraniano em entrevista à rede britânica de televisão Sky News.

Zelenski foi entrevistado pelo correspondente Stuart Ramsay, que lhe pediu para comentar as especulações de que um dos planos do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para acabar com a guerra seria fazer com que a Ucrânia cedesse à Rússia a parte de seu território que o país vizinho anexou ilegalmente, em troca de sua adesão à Otan.

O presidente ucraniano afirmou que não recebeu oficialmente uma oferta para "ingressar na Otan com apenas uma parte da Ucrânia" e que um cessar-fogo era necessário para garantir que o líder da Rússia, Vladimir Putin, não voltasse para tomar mais território ucraniano e que a Aliança cobriria "imediatamente" a parte do país sob controle de Kiev.

"O convite deve ser estendido à Ucrânia sob suas fronteiras internacionalmente reconhecidas, não se pode incluir apenas parte do país. Por quê? Porque assim você admitiria que a Ucrânia é apenas aquela parte do território, e a outra parte é da Rússia, o que seria contra a constituição ucraniana", avaliou.

Na primeira entrevista de Zelenski à imprensa britânica desde a vitória de Trump nas eleições americanas de 5 de novembro, ele afirmou que terá que trabalhar com o novo presidente dos EUA e sua equipe para ter "o maior apoio”.

De acordo com a Sky News, também foi a primeira vez que Zelenski insinuou um acordo de cessar-fogo que incluiria o controle russo de parte do território ucraniano ocupado, já que durante todo o conflito ele sempre relutou em ceder partes do país para a Rússia, incluindo a península da Crimeia, anexada ilegalmente desde 2014, além das regiões de Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporíjia, declaradas unilateralmente russas desde setembro de 2022.

A intensidade da guerra na Ucrânia aumentou significativamente nas últimas semanas, especialmente depois que a Rússia começou a deslocar tropas da Coreia do Norte para a área de conflito e os EUA deram sinal verde ao país para usar mísseis de longo alcance contra alvos militares em território russo, ao que Putin respondeu recentemente com vários ataques e os novos mísseis balísticos hipersônicos Oreschnik.

¨      Empresa norte-americana acusa polícia e Ministério da Defesa da Ucrânia de corrupção

Uma empresa que fornece uniformes militares para a Ucrânia acusou a Polícia Nacional e o Ministério da Defesa do país de corrupção e extorsão por não pagar equipamentos.

"A Sinclair & Wilde nega categoricamente as alegações falsas e infundadas feitas no vídeo recentemente divulgado pela Força Policial Nacional da Ucrânia [que alega aumentos ilegítimos de preços pela empresa dos EUA]. Está claro que a divulgação desta história é uma tentativa da Policial Nacional de encobrir sua própria corrupção interna e a corrupção do Ministério da Defesa da Ucrânia em suas tentativas contínuas de negar pagamento à Sinclair & Wilde após ela se recusar repetidamente a pagar subornos solicitados", afirma a carta da empresa.

Os contratos assinados entre a Sinclair & Wilde e o Ministério da Defesa da Ucrânia seria para uniformes militares. A empresa teria concordado com o atraso de um pagamento de US$ 12,5 milhões (R$ 74,6 milhões) no quinto contrato até que o equipamento fosse entregue. Entretanto, a Ucrânia supostamente se recusou a pagar o quinto contrato e a dívida pendente do primeiro, apesar de ter recebido as mercadorias.

"Ao longo de 2023, vários indivíduos — incluindo sujeitos de investigações dos EUA e da Ucrânia — solicitaram subornos da Sinclair & Wilde para garantir o pagamento dos US$ 14,5 milhões [R$ 86,6 milhões] restantes devidos a ela", continua a carta.

A empresa também relatou ter informado a Embaixada dos Estados Unidos em Kiev, bem como autoridades dos EUA e da Ucrânia, sobre "a solicitação de subornos e aparente corrupção".

A Sinclair & Wilde alega que a Polícia Nacional vazou informações confidenciais sobre o caso, incluindo as identidades de testemunhas secretas. A companhia agora alega que as vidas e a segurança dessas fontes estão em risco e que "as autoridades dos Estados Unidos se recusaram a continuar a trabalhar com a Polícia Nacional".

¨      Chefe do serviço de inteligência britânico admite o papel do MI6 em operações secretas na Ucrânia

O Serviço de Inteligência Secreta (SIS) do Reino Unido, mais conhecido como MI6, tem vindo a alavancar sua “herança de ação secreta” para ajudar a Ucrânia, disse o chefe do serviço, Richard Moore, nesta sexta-feira (29).

"Após a guerra [Segunda Guerra Mundial], o SOE [o Executivo de Operações Especiais] se converteu no SIS, e nós valorizamos nossa herança de ação secreta que mantemos viva hoje em dia em ajudar a Ucrânia a resistir à invasão russa", disse Moore durante um discurso na embaixada britânica em Paris.

Ele apelou aos aliados da OTAN para manter e fortalecer o apoio à Ucrânia, argumentando que uma vitória russa representaria uma ameaça direta à segurança do Ocidente. Se a Rússia tiver sucesso na Ucrânia, o Ocidente enfrentará ameaças crescentes da China, Irã e Coreia do Norte, disse Moore.

O chefe do Serviço de Inteligência Externa (SVR, na sigla em russo) da Rússia, Sergei

O Washington Post informou em outubro, citando fontes, que o Serviço de Segurança da Ucrânia tinha criado uma "sexta diretoria" para cooperar com o MI6.

¨      Mercenário brasileiro de 19 anos morre em combate pelo regime de Kiev na Ucrânia

Tiago Nunes era de Rurópolis, no interior do Pará, e foi atuar como mercenário no Exército da Ucrânia há apenas 15 dias. A informação foi confirmada pela prefeitura da cidade.

Um mercenário brasileiro de 19 anos morreu na última quinta-feira (28) durante combate pelo Exército ucraniano.

Conforme o g1, Nunes não informou aos familiares a real localidade em que estava e teria dito à mãe que viajou para a França. Ele deixou o Brasil no dia 28 de outubro.

A Prefeitura de Rurópolis divulgou uma nota de pesar nas redes sociais nesta sexta-feira (29) e alegou que o jovem lutava pelo lado do regime ucraniano em meio à operação militar especial russa.

"Neste momento de profunda tristeza e dor, manifestamos aos familiares e amigos nossas mais sinceras condolências."

Não foram divulgadas informações quanto à vinda ou não do corpo de Tiago para o Brasil.

Em abril, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil chegou a confirmar que recebeu relatos de pelo menos quatro mortes de mercenários brasileiros no conflito ucraniano. Porém, o governo não sabe ao certo quantas pessoas foram ao país atuar pelo regime de Kiev.

A transferência de restos mortais de falecidos no exterior é uma decisão familiar e depende de cada caso, mas o governo não pode custear com recursos públicos, segundo estabelece uma lei de 2017.

Entre os casos conhecidos de mercenários brasileiros, lutando em prol do regime de Vladimir Zelensky, estão Antônio Hashitani, André Luis Hack Bahi, Douglas Rodrigues Búrigo e Thalita do Valle. Todos morreram em menos de três meses no conflito.

 

Fonte: Sputnik Brasil/EFE

 

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