União Europeia
aprova 15º pacote de sanções contra a Rússia
Os ministros das
Relações Exteriores da União Europeia (UE) aprovaram oficialmente o 15º pacote
de sanções contra a Rússia, disse o Conselho da UE nesta segunda-feira (16).
"O conselho
adotou hoje um 15º pacote de medidas econômicas e individuais restritivas com
o objetivo de limitar ainda mais a capacidade da Rússia de travar sua
guerra de agressão ilegal, não provocada e injustificada contra a
Ucrânia", dizia a declaração.
Ainda segundo a
declaração, a UE adicionou 54 indivíduos e 30 organizações à lista
de sanções pessoais
contra a Rússia.
Além disso, o bloco
europeu sancionou 16 indivíduos e três entidades em relação ao seu
suposto envolvimento nas ações
da Rússia no
exterior.
"Pela primeira
vez, o conselho decidiu hoje impor medidas restritivas contra 16 indivíduos e
três entidades responsáveis pelas ações desestabilizadoras da Rússia no
exterior. Essas medidas são em resposta às ações maliciosas da Rússia e sua
falta de respeito por uma ordem internacional baseada em regras e pelo direito
internacional", disse o conselho em uma declaração separada.
Um dos maiores
fabricantes de microeletrônicos da Rússia, o JSO Gruppa Kremniy El, também foi
incluído nas sanções
da UE por
ser "usado pelos militares russos para vários propósitos", de acordo
com um documento publicado pelo diário oficial da UE.
"Portanto, o
JSC Gruppa Kremniy El é responsável por apoiar, material ou
financeiramente, ações
que minaram ou
ameaçaram a integridade territorial, a soberania e a independência da
Ucrânia", dizia o documento.
A UE também incluiu
a cantora russa Larisa Dolina, membro do partido governante Rússia Unida, na
lista de sanções, alegando que ela "apoiou frequentemente as ações da
Rússia que ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da
Ucrânia" e deu concertos públicos na região de Donbass. Dolina
foi sancionada
anteriormente pela
Ucrânia e pelo Canadá por apoiar a operação militar especial da Rússia na
Ucrânia.
A companhia aérea
russa UTAIR também foi adicionada à lista de sanções por fornecer "apoio
logístico às Forças Armadas russas, incluindo o transporte de pessoal
militar designado para a zona de combate, a realização de voos dentro da
Ucrânia ocupada pela Rússia e o estabelecimento de um esquema especial de venda
de passagens com o Ministério da Defesa russo".
A empresa privada
russa de transporte aéreo Leading Charter Technologies foi sancionada, pois
"opera voos da Rússia para a União Europeia e da União Europeia para a
Rússia de forma a contornar as medidas
restritivas".
A UE também
sancionou o PIK Group, um dos maiores incorporadores imobiliários da Rússia,
operando desde 1994, por financiar "o recrutamento de pessoal para unidades
militares russas e empresas
militares privadas que operam na Ucrânia sob o comando do Ministério da
Defesa russo".
A Rússia declarou
repetidamente que pode
suportar a crescente pressão das sanções. O presidente russo Vladimir Putin
disse que os esforços para conter a Rússia darão um golpe sério na economia
global. Os próprios países ocidentais frequentemente admitiram a ineficácia das
sanções.
¨ Sanções antirrussas são um 'golpe louco' contra a
indústria europeia, afirma político alemão
A implementação
contínua de sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia prejudica os
Estados-membros que ainda importam petróleo russo e é comparável a um
"golpe de Estado" contra a indústria europeia, disse o chefe do
Conselho Alemão para a Constituição e Soberania, Ralph Niemeyer, à Sputnik.
Na quarta-feira
(11), a presidência
húngara da UE anunciou
que os embaixadores dos Estados-membros concordaram com o 15º pacote de
sanções da UE contra a Rússia. O ministro das Relações Exteriores holandês,
Caspar Veldkamp, disse que o novo pacote de sanções tinha como alvo a
"frota fantasma" da Rússia.
"Isso é
loucura. É como um golpe de Estado contra nossa própria indústria. É
inexplicável. Ainda compramos [petróleo] russo e o importamos via Índia. É
uma situação louca, e acho que todas essas sanções só tornaram a vida mais
difícil, mas não tiveram efeito político na Rússia", disse Niemeyer.
Depois que as sanções
foram impostas,
a Rússia começou a fabricar muitos produtos em casa. Agora, até
mesmo empresas europeias estão ansiosas para retornar ao mercado russo, disse
Niemeyer à Sputnik, acrescentando que essa situação mostra que as sanções
"não impressionam mais ninguém".
Moscou declarou
repetidamente que
pode suportar a crescente pressão das sanções. O presidente russo Vladimir
Putin disse que os esforços para conter a Rússia dariam um golpe sério na
economia global. Os próprios países ocidentais frequentemente admitiram a
ineficácia das sanções.
¨ Europa tem sido forçada a implementar os interesses dos
EUA, diz líder de partido alemão
A OTAN deve
respeitar os interesses de todos os países europeus, incluindo a Rússia, caso
contrário valia a pena para a Alemanha reconsiderar a utilidade de sua presença
na Aliança Atlântica, declarou o copresidente do partido Alternativa para a
Alemanha (AfD), Tino Chrupalla, em entrevista ao jornal Welt.
"A Europa tem
sido forçada a implementar os interesses dos EUA. Nós rejeitamos
isso", disse o político
alemão. Segundo ele, a comunidade de defesa deve "aceitar e respeitar os
interesses de todos os países
europeus,
incluindo a Rússia".
"Se a OTAN não
pode garantir isso, a Alemanha deve considerar em que medida esta aliança ainda
é útil para nós", acrescentou.
O Ocidente continua
a encher
Kiev com armamentos.
A Rússia acredita que os fornecimentos de armas à Ucrânia estão impedindo a
resolução do conflito e envolvem diretamente os países da OTAN.
Nos últimos tempos,
o Ocidente tem vindo a expressar cada vez mais opiniões sobre o conflito
armado entre a OTAN e a Rússia. O Kremlin observou que Moscou não ameaça
ninguém, mas não ignorará ações potencialmente perigosas para seus interesses.
¨ Equipe de Trump diz que estudará proposta de
cessar-fogo de Orbán na Ucrânia
A equipe de Donald
Trump, presidente eleito nos EUA, Donald Trump, afirmou que vai estudar a
proposta do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, sobre o cessar-fogo na
Ucrânia, disse neste domingo (15) Mike Waltz, futuro Conselheiro de Segurança
Nacional da Casa Branca.
Na última
quarta-feira (11), Orbán sugeriu ao presidente russo Vladimir
Putin a ideia
de uma troca de prisioneiros e uma trégua de Natal. A ideia também
foi apresentada ao ucraniano Vladimir Zelensky, que rejeitou.
"Devemos
cessar as hostilidades, vemos o cessar-fogo como um primeiro passo", disse
Waltz ao canal de televisão CBS quando questionado sobre a trégua proposta por
Orbán.
Waltz também
enfatizou que o primeiro-ministro húngaro tem contatos permanentes com o
governo russo e também mantém
boas relações com
Trump.
Orbán se
encontrou recentemente com Trump em Mar-a-Lago, residência do
republicano em Palm Beach, Flórida. Também estavam presentes Mike Waltz e o
empresário Elon Musk.
¨ Por que EUA cortam fornecimento de mísseis Javelin a
Kiev?
De acordo com a
última auditoria do Pentágono, os EUA reduziram significativamente as entregas
de mísseis antitanque Javelin para a Ucrânia devido a irregularidades
identificadas no inventário dessas armas.
A auditoria constatou que 67%
das armas e equipamentos transferidos para a Ucrânia não foram devidamente
rastreados. Isto causou a necessidade de repensar os volumes da ajuda militar.
Desde o início da operação militar especial da Rússia em fevereiro de 2022, os
EUA estavam apoiando a Ucrânia ativamente, tendo a quantidade de Javelins
prometidos ultrapassado 8.500 em agosto de 2022.
<><> Inventariação
incorreta
O mais recente
relatório de auditoria, publicado pelo inspetor-geral do Pentágono na semana
passada, esclareceu melhor o quão caótico era o envio de armas para a Ucrânia
nos primeiros dias da operação militar especial.
"Depois de
analisar o status desses artigos de defesa no banco de dados SCIP-EUM ´[Portal
de informações sobre cooperação em segurança - Monitoramento do uso final],
estabelecemos ainda que 91% deles não tiveram um inventário inicial ou anual
desde que foram transferidos para a Ucrânia em 2022. Mais da metade desses
itens sem dados de inventário eram artigos de defesa descartáveis, incluindo
mísseis Javelin e mísseis Stinger. Como esses itens nunca foram inventariados,
avaliamos que as forças ucranianas provavelmente gastaram muitos deles em
combate", afirma o relatório.
Ao mesmo tempo, o
número concreto de armas transferidas é ocultado como informação
confidencial.
"Os
inventários trimestrais do Exército
ucraniano no
quarto trimestre de 2023 e no primeiro trimestre de 2024 confirmaram que muitos
desses artigos de defesa fornecidos à Ucrânia em 2022 não estavam mais
disponíveis", ressalta o relatório.
Acredita-se
que as armas fornecidas podiam ter sido perdidas, destruídas ou
usadas pelas forças ucranianas sem a devida contabilização.
"Como muitos
dos artigos de defesa enviados à Ucrânia em 2022 nunca apareceram nos
relatórios de inventário trimestrais, avaliamos que muitos desses itens
provavelmente foram perdidos ou destruídos na Ucrânia ou que o pessoal das
forças ucranianas os usou em 2022 ou 2023, quando a manutenção de registros de
itens gastos por número de série não era um processo formal", indica o
relatório.
Em comparação com o
relatório anterior de janeiro, o último relatório de auditoria reconheceu
uma melhoria no primeiro trimestre de 2024, quando o número de
mísseis Javelin sem informações de inventário se reduzido em 80%.
<><> Queda
depois de 2022
De acordo com o
último relatório de auditoria do Pentágono, o número de mísseis antitanque
Javelin entregues à Ucrânia caiu drasticamente após 31 de março de 2023. O
Pentágono planejou originalmente comprar 650 mísseis Javelin no ano
fiscal de 2022, porém as compras reais aumentaram para 7.722 mísseis, dos
quais 6.286 foram entregues ao Exército dos EUA, 1.005 ao Corpo de
Fuzileiros Navais, 418 a compradores estrangeiros e outros 13 foram
doados à Marinha dos EUA.
Este aumento foi
ligado à necessidade de reabastecer os estoques após a transferência de mísseis
para a Ucrânia, o que levou ao pedido de mais 7.072 mísseis para
substituir os mísseis enviados ao Exército ucraniano.
No entanto, os
relatórios orçamentários de 2023 e 2024 observam que, após 2022, o ritmo de
aquisição de projéteis Javelin diminuiu significativamente, com as entregas
para a Ucrânia caindo em mais de 70%. O Exército dos EUA concedeu o maior
contrato de fabricação destes mísseis, no valor de US$ 1,3 bilhão, à Javelin
Joint Venture, que planeja aumentar a produção para 3.960 mísseis por ano até o
final de 2026. A queda nas entregas também pode ser atribuída a questões
contábeis identificadas e à otimização dos custos das armas.
<><> Suspeita
de tráfico ilícito de armas
A queda acentuada
nas entregas de mísseis Javelin para a Ucrânia após 2022 pode ser devida aos
problemas de inventário identificados no relatório do Pentágono, mas não
está claro se esse é o principal motivo. A maior demanda da Ucrânia no campo de
batalha pode ter forçado os EUA a priorizarem outros sistemas de armas, e Kiev
pode ter mudado para armas antitanque mais econômicas, como drones
FPV.
No entanto, em 2023, surgiram relatos de que algumas das armas entregues,
incluindo mísseis Javelin, podem ter ido parar nas mãos de terceiros
países.
Note-se que o
vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou
que as armas fornecidas à Ucrânia estavam sendo usadas contra
Israel e poderiam ser usadas sem controle em outros
focos de tensão.
Além disso, um artigo da revista americana Newsweek citou um comandante
anônimo de alto escalão das Forças de Defesa de Israel (FDI) expressando
preocupação com a possível transferência de armas fornecidas pelos EUA
para países terceiros, como o Irã, depois de estas armas terem sido apreendidas
pela Rússia.
Em outubro de 2023,
o presidente dos EUA, Joe Biden, discutiu com o presidente de Angola os
possíveis riscos de segurança associados ao contrabando de armas
americanas da Ucrânia para a África.
¨ Perda de cidade crucial para a Ucrânia em Donbass será
maior fracasso dos últimos tempos, diz mídia
A queda da cidade
de Krasnoarmeisk será a maior perda para as tropas ucranianas nos últimos
tempos em Donbass e agravará ainda mais a situação dos combatentes ucranianos
ante a ofensiva contínua bem-sucedida das Forças Armadas da Rússia, informa o
canal CNN.
"A queda de
Pokrovsk [nome ucraniano para Krasnoarmeisk] sob pressão das tropas russas será
o maior fracasso para Ucrânia nos últimos meses e tornará mais difícil para a
Ucrânia superar as dificuldades, enquanto as tropas russas estão colocando uma
séria pressão", diz o artigo.
Segundo o autor do
artigo, se o Exército
ucraniano perder
a cidade, isso pode ter grande impacto no fornecimento de armas americanas, que
está em dúvida no contexto das declarações do presidente
eleito dos EUA,
Donald Trump, sobre seus planos de retirar apoio a Kiev.
A liderança da RPD
havia observado anteriormente que Krasnoarmeisk é crucial para o destino do
agrupamento de forças ucranianas na região. Esta cidade continua sendo
essencial para o abastecimento das restantes guarnições
ucranianas,
e sua perda poderia ter sérias consequências para Kiev. Krasnoarmeisk é
considerada um dos centros mais importantes de defesa das forças ucranianas no
setor da frente da RPD e de todo o agrupamento ucraniano de tropas Khortitsa.
Fonte: Sputnik
Brasil
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