terça-feira, 17 de dezembro de 2024

União Europeia aprova 15º pacote de sanções contra a Rússia

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) aprovaram oficialmente o 15º pacote de sanções contra a Rússia, disse o Conselho da UE nesta segunda-feira (16).

"O conselho adotou hoje um 15º pacote de medidas econômicas e individuais restritivas com o objetivo de limitar ainda mais a capacidade da Rússia de travar sua guerra de agressão ilegal, não provocada e injustificada contra a Ucrânia", dizia a declaração.

Ainda segundo a declaração, a UE adicionou 54 indivíduos e 30 organizações à lista de sanções pessoais contra a Rússia.

Além disso, o bloco europeu sancionou 16 indivíduos e três entidades em relação ao seu suposto envolvimento nas ações da Rússia no exterior.

"Pela primeira vez, o conselho decidiu hoje impor medidas restritivas contra 16 indivíduos e três entidades responsáveis pelas ações desestabilizadoras da Rússia no exterior. Essas medidas são em resposta às ações maliciosas da Rússia e sua falta de respeito por uma ordem internacional baseada em regras e pelo direito internacional", disse o conselho em uma declaração separada.

Um dos maiores fabricantes de microeletrônicos da Rússia, o JSO Gruppa Kremniy El, também foi incluído nas sanções da UE por ser "usado pelos militares russos para vários propósitos", de acordo com um documento publicado pelo diário oficial da UE.

"Portanto, o JSC Gruppa Kremniy El é responsável por apoiar, material ou financeiramente, ações que minaram ou ameaçaram a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia", dizia o documento.

A UE também incluiu a cantora russa Larisa Dolina, membro do partido governante Rússia Unida, na lista de sanções, alegando que ela "apoiou frequentemente as ações da Rússia que ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia" e deu concertos públicos na região de Donbass. Dolina foi sancionada anteriormente pela Ucrânia e pelo Canadá por apoiar a operação militar especial da Rússia na Ucrânia.

A companhia aérea russa UTAIR também foi adicionada à lista de sanções por fornecer "apoio logístico às Forças Armadas russas, incluindo o transporte de pessoal militar designado para a zona de combate, a realização de voos dentro da Ucrânia ocupada pela Rússia e o estabelecimento de um esquema especial de venda de passagens com o Ministério da Defesa russo".

A empresa privada russa de transporte aéreo Leading Charter Technologies foi sancionada, pois "opera voos da Rússia para a União Europeia e da União Europeia para a Rússia de forma a contornar as medidas restritivas".

A UE também sancionou o PIK Group, um dos maiores incorporadores imobiliários da Rússia, operando desde 1994, por financiar "o recrutamento de pessoal para unidades militares russas e empresas militares privadas que operam na Ucrânia sob o comando do Ministério da Defesa russo".

A Rússia declarou repetidamente que pode suportar a crescente pressão das sanções. O presidente russo Vladimir Putin disse que os esforços para conter a Rússia darão um golpe sério na economia global. Os próprios países ocidentais frequentemente admitiram a ineficácia das sanções.

¨      Sanções antirrussas são um 'golpe louco' contra a indústria europeia, afirma político alemão

A implementação contínua de sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia prejudica os Estados-membros que ainda importam petróleo russo e é comparável a um "golpe de Estado" contra a indústria europeia, disse o chefe do Conselho Alemão para a Constituição e Soberania, Ralph Niemeyer, à Sputnik.

Na quarta-feira (11), a presidência húngara da UE anunciou que os embaixadores dos Estados-membros concordaram com o 15º pacote de sanções da UE contra a Rússia. O ministro das Relações Exteriores holandês, Caspar Veldkamp, disse que o novo pacote de sanções tinha como alvo a "frota fantasma" da Rússia.

"Isso é loucura. É como um golpe de Estado contra nossa própria indústria. É inexplicável. Ainda compramos [petróleo] russo e o importamos via Índia. É uma situação louca, e acho que todas essas sanções só tornaram a vida mais difícil, mas não tiveram efeito político na Rússia", disse Niemeyer.

Depois que as sanções foram impostas, a Rússia começou a fabricar muitos produtos em casa. Agora, até mesmo empresas europeias estão ansiosas para retornar ao mercado russo, disse Niemeyer à Sputnik, acrescentando que essa situação mostra que as sanções "não impressionam mais ninguém".

Moscou declarou repetidamente que pode suportar a crescente pressão das sanções. O presidente russo Vladimir Putin disse que os esforços para conter a Rússia dariam um golpe sério na economia global. Os próprios países ocidentais frequentemente admitiram a ineficácia das sanções.

¨      Europa tem sido forçada a implementar os interesses dos EUA, diz líder de partido alemão

A OTAN deve respeitar os interesses de todos os países europeus, incluindo a Rússia, caso contrário valia a pena para a Alemanha reconsiderar a utilidade de sua presença na Aliança Atlântica, declarou o copresidente do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), Tino Chrupalla, em entrevista ao jornal Welt.

"A Europa tem sido forçada a implementar os interesses dos EUA. Nós rejeitamos isso", disse o político alemão. Segundo ele, a comunidade de defesa deve "aceitar e respeitar os interesses de todos os países europeus, incluindo a Rússia".

"Se a OTAN não pode garantir isso, a Alemanha deve considerar em que medida esta aliança ainda é útil para nós", acrescentou.

O Ocidente continua a encher Kiev com armamentos. A Rússia acredita que os fornecimentos de armas à Ucrânia estão impedindo a resolução do conflito e envolvem diretamente os países da OTAN.

Nos últimos tempos, o Ocidente tem vindo a expressar cada vez mais opiniões sobre o conflito armado entre a OTAN e a Rússia. O Kremlin observou que Moscou não ameaça ninguém, mas não ignorará ações potencialmente perigosas para seus interesses.

¨      Equipe de Trump diz que estudará proposta de cessar-fogo de Orbán na Ucrânia

A equipe de Donald Trump, presidente eleito nos EUA, Donald Trump, afirmou que vai estudar a proposta do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, sobre o cessar-fogo na Ucrânia, disse neste domingo (15) Mike Waltz, futuro Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.

Na última quarta-feira (11), Orbán sugeriu ao presidente russo Vladimir Putin a ideia de uma troca de prisioneiros e uma trégua de Natal. A ideia também foi apresentada ao ucraniano Vladimir Zelensky, que rejeitou.

"Devemos cessar as hostilidades, vemos o cessar-fogo como um primeiro passo", disse Waltz ao canal de televisão CBS quando questionado sobre a trégua proposta por Orbán.

Waltz também enfatizou que o primeiro-ministro húngaro tem contatos permanentes com o governo russo e também mantém boas relações com Trump.

Orbán se encontrou recentemente com Trump em Mar-a-Lago, residência do republicano em Palm Beach, Flórida. Também estavam presentes Mike Waltz e o empresário Elon Musk.

¨      Por que EUA cortam fornecimento de mísseis Javelin a Kiev?

De acordo com a última auditoria do Pentágono, os EUA reduziram significativamente as entregas de mísseis antitanque Javelin para a Ucrânia devido a irregularidades identificadas no inventário dessas armas.

A auditoria constatou que 67% das armas e equipamentos transferidos para a Ucrânia não foram devidamente rastreados. Isto causou a necessidade de repensar os volumes da ajuda militar. Desde o início da operação militar especial da Rússia em fevereiro de 2022, os EUA estavam apoiando a Ucrânia ativamente, tendo a quantidade de Javelins prometidos ultrapassado 8.500 em agosto de 2022.

<><> Inventariação incorreta

O mais recente relatório de auditoria, publicado pelo inspetor-geral do Pentágono na semana passada, esclareceu melhor o quão caótico era o envio de armas para a Ucrânia nos primeiros dias da operação militar especial.

"Depois de analisar o status desses artigos de defesa no banco de dados SCIP-EUM ´[Portal de informações sobre cooperação em segurança - Monitoramento do uso final], estabelecemos ainda que 91% deles não tiveram um inventário inicial ou anual desde que foram transferidos para a Ucrânia em 2022. Mais da metade desses itens sem dados de inventário eram artigos de defesa descartáveis, incluindo mísseis Javelin e mísseis Stinger. Como esses itens nunca foram inventariados, avaliamos que as forças ucranianas provavelmente gastaram muitos deles em combate", afirma o relatório.

Ao mesmo tempo, o número concreto de armas transferidas é ocultado como informação confidencial.

"Os inventários trimestrais do Exército ucraniano no quarto trimestre de 2023 e no primeiro trimestre de 2024 confirmaram que muitos desses artigos de defesa fornecidos à Ucrânia em 2022 não estavam mais disponíveis", ressalta o relatório.

Acredita-se que as armas fornecidas podiam ter sido perdidas, destruídas ou usadas pelas forças ucranianas sem a devida contabilização.

"Como muitos dos artigos de defesa enviados à Ucrânia em 2022 nunca apareceram nos relatórios de inventário trimestrais, avaliamos que muitos desses itens provavelmente foram perdidos ou destruídos na Ucrânia ou que o pessoal das forças ucranianas os usou em 2022 ou 2023, quando a manutenção de registros de itens gastos por número de série não era um processo formal", indica o relatório.

Em comparação com o relatório anterior de janeiro, o último relatório de auditoria reconheceu uma melhoria no primeiro trimestre de 2024, quando o número de mísseis Javelin sem informações de inventário se reduzido em 80%.

<><> Queda depois de 2022

De acordo com o último relatório de auditoria do Pentágono, o número de mísseis antitanque Javelin entregues à Ucrânia caiu drasticamente após 31 de março de 2023. O Pentágono planejou originalmente comprar 650 mísseis Javelin no ano fiscal de 2022, porém as compras reais aumentaram para 7.722 mísseis, dos quais 6.286 foram entregues ao Exército dos EUA, 1.005 ao Corpo de Fuzileiros Navais, 418 a compradores estrangeiros e outros 13 foram doados à Marinha dos EUA.

Este aumento foi ligado à necessidade de reabastecer os estoques após a transferência de mísseis para a Ucrânia, o que levou ao pedido de mais 7.072 mísseis para substituir os mísseis enviados ao Exército ucraniano.

No entanto, os relatórios orçamentários de 2023 e 2024 observam que, após 2022, o ritmo de aquisição de projéteis Javelin diminuiu significativamente, com as entregas para a Ucrânia caindo em mais de 70%. O Exército dos EUA concedeu o maior contrato de fabricação destes mísseis, no valor de US$ 1,3 bilhão, à Javelin Joint Venture, que planeja aumentar a produção para 3.960 mísseis por ano até o final de 2026. A queda nas entregas também pode ser atribuída a questões contábeis identificadas e à otimização dos custos das armas.

<><> Suspeita de tráfico ilícito de armas

A queda acentuada nas entregas de mísseis Javelin para a Ucrânia após 2022 pode ser devida aos problemas de inventário identificados no relatório do Pentágono, mas não está claro se esse é o principal motivo. A maior demanda da Ucrânia no campo de batalha pode ter forçado os EUA a priorizarem outros sistemas de armas, e Kiev pode ter mudado para armas antitanque mais econômicas, como drones FPV. No entanto, em 2023, surgiram relatos de que algumas das armas entregues, incluindo mísseis Javelin, podem ter ido parar nas mãos de terceiros países.

Note-se que o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou que as armas fornecidas à Ucrânia estavam sendo usadas contra Israel e poderiam ser usadas sem controle em outros focos de tensão. Além disso, um artigo da revista americana Newsweek citou um comandante anônimo de alto escalão das Forças de Defesa de Israel (FDI) expressando preocupação com a possível transferência de armas fornecidas pelos EUA para países terceiros, como o Irã, depois de estas armas terem sido apreendidas pela Rússia.

Em outubro de 2023, o presidente dos EUA, Joe Biden, discutiu com o presidente de Angola os possíveis riscos de segurança associados ao contrabando de armas americanas da Ucrânia para a África.

¨      Perda de cidade crucial para a Ucrânia em Donbass será maior fracasso dos últimos tempos, diz mídia

A queda da cidade de Krasnoarmeisk será a maior perda para as tropas ucranianas nos últimos tempos em Donbass e agravará ainda mais a situação dos combatentes ucranianos ante a ofensiva contínua bem-sucedida das Forças Armadas da Rússia, informa o canal CNN.

"A queda de Pokrovsk [nome ucraniano para Krasnoarmeisk] sob pressão das tropas russas será o maior fracasso para Ucrânia nos últimos meses e tornará mais difícil para a Ucrânia superar as dificuldades, enquanto as tropas russas estão colocando uma séria pressão", diz o artigo.

Segundo o autor do artigo, se o Exército ucraniano perder a cidade, isso pode ter grande impacto no fornecimento de armas americanas, que está em dúvida no contexto das declarações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre seus planos de retirar apoio a Kiev.

A liderança da RPD havia observado anteriormente que Krasnoarmeisk é crucial para o destino do agrupamento de forças ucranianas na região. Esta cidade continua sendo essencial para o abastecimento das restantes guarnições ucranianas, e sua perda poderia ter sérias consequências para Kiev. Krasnoarmeisk é considerada um dos centros mais importantes de defesa das forças ucranianas no setor da frente da RPD e de todo o agrupamento ucraniano de tropas Khortitsa.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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