SDRC: saiba o que é
a síndrome que afeta nervos e causa dor intensa
A Síndrome Dolorosa
Regional Complexa (SDRC) é uma disfunção do sistema nervoso que provoca dor
crônica e intensa em áreas específicas do corpo, como pernas, pés, braços ou
mãos. A condição geralmente se manifesta após traumas na região afetada, como
fraturas ou quedas. O que distingue a SDRC, porém, é a intensidade
desproporcional da dor, que vai muito além do esperado para o tipo de lesão
inicial, causando extremo desconforto aos pacientes.
Segundo o
neurologista Rubem Regoto, a condição está ligada a uma desregulação do
sistema nervoso simpático e à sensibilização do sistema nervoso central, o
que amplifica a resposta à dor. "Há também inflamação neurogênica e
alterações na microcirculação, levando, além da dor, a sintomas como inchaço,
alterações de temperatura e disfunções motoras", explica o especialista.
·
Causas
A SDRC ocorre
quando o sistema nervoso central e periférico continua enviando sinais de dor
mesmo após a cicatrização da lesão inicial. “Esse fenômeno é causado por
mecanismos de inflamação
neurogênica e sensibilização central, com modificação genética dos
neurotransmissores de dor, o que resulta no mau funcionamento dos nervos
periféricos e do sistema nervoso responsável pelas funções dos órgãos e vasos”,
explica Rômulo Marques, neurocirurgião funcional especializado em dor.
Entre as causas
mais frequentes estão traumas físicos, cirurgias, fraturas ou imobilizações
prolongadas. “Além disso, embora os fatores específicos para o desenvolvimento
da condição ainda não sejam totalmente compreendidos, acredita-se que a
interação entre aspectos genéticos, inflamatórios e neurovasculares desempenhe
um papel importante”, complementa o neurologista Rubem Regoto.
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Sintomas
Além da típica dor
persistente e intensa, outros sintomas podem surgir em pacientes com SDRC:
<<< Variações
anormais na temperatura da pele e sudorese irregular (aumentada ou reduzida).
<<< Dor e
queimação, inchaço e alterações na coloração da pele, que pode ficar azulada ou
avermelhada.
<<<< Alterações
tróficas, como unhas quebradiças, perda de pelos na região e transformações na
textura da pele, que pode ficar fina ou brilhante.
<<< Sensibilidade
ao toque e à temperatura
<<< Rigidez
articular, fraqueza muscular e osteopenia - condição em que os ossos se tornam
mais frágeis devido à perda de massa óssea – no membro afetado.
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Diagnóstico
Não existe um exame
específico para detectar a SDRC. Por isso, o diagnóstico é feito com base em
critérios clínicos, levando em consideração a história do paciente e os sinais
apresentados. “Os médicos avaliam a dor desproporcional, além dos sintomas
sensoriais, vasomotores e tróficos”, explica Rubem Regoto.
Além disso, Rômulo
Marques destaca que alguns exames podem ser realizados para auxiliar no
diagnóstico, como ressonâncias magnéticas, que ajudam a excluir outras causas,
densitometrias, para detectar lesões ósseas, e termografias, que identificam
resfriamento assimétrico dos membros.
·
Tratamento
A SDRC não tem cura
definitiva, mas o tratamento precoce pode controlar os
sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. “O manejo é
multifatorial e interdisciplinar, associando terapias ao tratamento médico”,
esclarece Rubem Regoto.
Algumas estratégias
incluem:
# Fisioterapia e
reabilitação para restaurar a mobilidade.
# Medicações, como
analgésicos, anticonvulsivantes e antidepressivos.
# Terapia
ocupacional, para readaptação funcional.
# Bloqueios
nervosos com agentes anestésicos, que envolvem a injeção de substâncias para
bloquear sinais de dor enviados pelos nervos afetados.
# Neuromodulação,
um tratamento que utiliza impulsos elétricos para alterar a atividade dos
nervos e ajudar a controlar a dor.
# Terapia
psicológica, para lidar com o impacto emocional da dor crônica.
<><>
Palavra do especialista - Rômulo Marques, neurocirurgião funcional especialista
em dor do Instituto de Neurologia de Goiânia (ING).
·
A
Síndrome Dolorosa Regional Complexa é uma condição rara?
Sim, a SDRC é considerada
uma condição rara, mas sua incidência é subestimada devido à falta de
conhecimento e diagnóstico tardio.
·
Quais
são as complicações mais comuns da SDRC?
As complicações
incluem perda funcional do membro afetado, atrofia muscular e óssea, depressão
e ansiedade devido à dor persistente, contraturas articulares e limitação
permanente dos movimentos.
·
Qual
é a diferença entre a SDRC tipo 1 e a de tipo 2?
A SDRC tipo 1,
também chamada de distrofia simpática reflexa, ocorre sem lesão nervosa
identificável. Já a de tipo 2, chamada de causalgia, ocorre após uma lesão
nervosa específica e reconhecível.
Fonte: Correio
Braziliense
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