Expectativa de vida em alta amplia desafios
cardiovasculares do envelhecimento
Recentemente, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a expectativa de vida
dos baianos alcançou o índice de 75,6 anos de idade em 2023. O dado representa
um aumento de 10 meses e 24 dias em relação a 2022, quando a esperança de vida
era de 74,7 anos. A média nacional é ainda maior: 76,4 anos. Esses dados trazem
à tona a necessidade de cuidados redobrados com a saúde, especialmente na
prevenção de doenças que afetam o coração. Em todo o Brasil, as doenças cardiovasculares
seguem como uma das principais causas de morte na população idosa, mas
estratégias de prevenção e tratamentos modernos vêm alterando positivamente
essa realidade.
As condições mais comuns
incluem hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias e a doença
arterial coronariana, frequentemente associada a infartos. Mudanças naturais no
sistema cardiovascular, como o enrijecimento das artérias e o acúmulo de
gordura nas paredes dos vasos, elevam os riscos à medida que a idade avança.
Por isso, adotar um estilo de vida saudável, associado a exames regulares, é
fundamental para detectar e tratar essas alterações ainda no início.
De acordo com o
cardiologista intervencionista Sérgio Câmara, a prevenção deve ser o foco
principal, mas o diagnóstico precoce e os avanços nos tratamentos têm
proporcionado novas possibilidades. “Exames como eletrocardiograma,
ecocardiograma e teste ergométrico são fundamentais para identificar problemas
cardíacos antes que eles se agravem. A partir daí, podemos adotar abordagens
menos invasivas e mais eficazes para tratar essas condições”, afirma o médico.
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Avanços
Entre as opções
disponíveis, o cateterismo cardíaco se destaca como uma técnica essencial tanto
no diagnóstico quanto no tratamento. “Com o cateterismo, conseguimos visualizar
o interior das artérias coronárias e identificar obstruções. Caso necessário,
realizamos a angioplastia no mesmo procedimento, desobstruindo as artérias com
o uso de stents. Isso reduz drasticamente o risco de complicações maiores, como
infartos”, explica Câmara.
Outro avanço que vem
transformando a cardiologia é a substituição de válvulas cardíacas por meio de
cateter, especialmente em casos de estenose aórtica. “Esse procedimento é menos
invasivo do que a cirurgia aberta, sendo indicado para pacientes idosos ou com
maior risco cirúrgico, e apresenta ótimos resultados”, complementa.
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Prevenção
Embora os tratamentos
tenham evoluído, a prevenção continua sendo a chave para uma vida longa e
saudável. “Hábitos simples, como alimentação balanceada, controle do peso,
prática regular de exercícios e redução do estresse, fazem toda a diferença na
prevenção de doenças cardiovasculares”, reforça o especialista.
Com o aumento da
longevidade, cuidar do coração se torna essencial não apenas para prolongar a
vida, mas também para garantir qualidade durante o envelhecimento. A combinação
de prevenção, diagnóstico precoce e tratamentos inovadores reflete os avanços da
medicina e os benefícios de investir na saúde do coração.
¨ Doenças vasculares: problema é mais frequente nas altas
temperaturas
O aumento das
temperaturas traz consigo riscos adicionais à saúde cardiovascular,
principalmente no que diz respeito às doenças vasculares.
O calor excessivo
pode provocar um efeito direto sobre a circulação sanguínea, agravando
condições como trombose, AVC e
insuficiência venosa. Pessoas em grupos de risco, como idosos, hipertensos e
diabéticos, são particularmente vulneráveis, precisando adotar cuidados extras
para evitar complicações sérias.
Com a chegada do
verão e as frequentes ondas de calor, especialistas alertam para a necessidade
de monitoramento constante e medidas preventivas. A desidratação, dilatação dos
vasos e aumento da frequência cardíaca são fatores que podem sobrecarregar o
sistema circulatório, elevando os riscos de eventos cardiovasculares.
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Por que o calor aumenta os casos de doenças vasculares?
De acordo com a
cardiologista Márcia Lopes, do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), no Rio de
Janeiro, a desidratação é uma das
principais causas do aumento dos casos de doenças vasculares durante o calor
extremo. “Com a perda de líquidos pela transpiração e a falta de reposição
adequada, o sangue se torna mais espesso, dificultando sua circulação. Isso
aumenta a chance de formação de coágulos, elevando o risco de trombose e AVC”,
explica a médica.
Além disso, o calor
provoca a dilatação dos vasos sanguíneos, resultando em uma queda na pressão
arterial. “Para compensar essa queda, o corpo aumenta a frequência cardíaca, o
que pode sobrecarregar o coração, principalmente em pessoas com doenças
coronarianas”, afirma Lopes. Pacientes cardiopatas, diabéticos e idosos estão
entre os mais afetados, devido à menor capacidade de adaptação ao calor e à
tendência de desidratação mais rápida.
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Sintomas de alerta e como agir rapidamente
Os sinais de que a
circulação sanguínea pode estar comprometida variam, mas alguns sintomas comuns
devem ser observados com atenção. Lopes destaca alguns deles: “Dores fortes nas
pernas associadas a inchaço e sensação de calor podem indicar trombose. Já sintomas como
tontura, confusão mental, dificuldade para falar ou fraqueza em um dos lados do
corpo podem sugerir um AVC. Em qualquer um desses casos, é fundamental procurar
atendimento médico de urgência.”
Caio Focassio,
cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia
Vascular, reforça a importância de identificar os sinais precocemente. “A
trombose venosa profunda, por exemplo, é uma condição séria que ocorre quando
um coágulo se forma nas veias profundas. Os sintomas incluem dor intensa,
inchaço e vermelhidão na região afetada. No caso da insuficiência venosa, o
calor pode agravar o quadro, provocando inchaço, dor e sensação de peso nas
pernas”, alerta o especialista.
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Prevenção e cuidados durante o calor
A prevenção de
problemas vasculares durante o calor envolve medidas simples, mas eficazes,
como manter-se hidratado e evitar a exposição ao sol nos horários mais quentes
do dia. “Beber bastante água ao longo do dia é fundamental, mesmo que a pessoa
não sinta sede”, orienta Lopes. “Evitar a exposição ao calor extremo, usar
roupas leves e buscar locais frescos e ventilados também são formas de
minimizar os riscos.”
O uso de meias de
compressão é outra recomendação importante, especialmente para pessoas com
histórico de insuficiência venosa. “A compressão elástica ajuda a melhorar o
fluxo sanguíneo e a reduzir o inchaço nas pernas”, explica Focassio.
Ele também reforça
a necessidade de realizar atividades físicas regulares, como caminhadas e
exercícios aeróbicos, que estimulam a circulação e fortalecem os músculos da
panturrilha, considerados essenciais para o retorno venoso.
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Grupos de risco devem redobrar a atenção
Idosos, hipertensos
e diabéticos precisam de cuidados redobrados durante o calor. “Esses grupos
apresentam maior dificuldade em regular a temperatura corporal, o que aumenta o
risco de desidratação e sobrecarga cardiovascular”, afirma Lopes. “Além disso,
o calor pode interferir na ação da insulina em diabéticos, provocando
flutuações perigosas nos níveis de glicose.”
Para esses
pacientes, a avaliação médica regular e o controle rigoroso das condições de
saúde são fundamentais para evitar complicações graves. “Monitorar a pressão
arterial, manter a hidratação e evitar a exposição prolongada ao sol são
atitudes que podem fazer a diferença”, conclui Lopes.
Ao identificar os
primeiros sinais de alerta, como dores, inchaço ou dificuldade respiratória, é
crucial buscar atendimento médico o mais rápido possível. O tratamento precoce
pode evitar desfechos graves e garantir uma melhor qualidade de vida, mesmo
durante os períodos de calor extremo.
Fonte:
Carla Santana - Assessora de Imprensa/CNN Brasil
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