sábado, 14 de dezembro de 2024

Está mais estressado e ansioso? Pode ser síndrome do Ano Novo

O ano está chegando ao fim e, com isso, a mente se preenche com pendências que precisam ser resolvidas, expectativas para o próximo ano e reflexões sobre tudo o que aconteceu ao longo dos últimos 12 meses. Tudo isso pode trazer um peso emocional, sensação de cansaço e estresse, caracterizando o que especialistas chamam de “Síndrome de Ano Novo“.

De acordo com a psicóloga Luanna Cunha, esse é um termo popular para descrever o aumento da ansiedade, do estresse e da angústia emocional que algumas pessoas experimentam no fim do ano.

 “No consultório, é comum ouvir relatos como: ‘Parece que não fiz nada o ano todo’ ou ‘Estou exausta, mas ainda preciso dar conta de tudo’. Essa síndrome se caracteriza por sentimentos de inadequação, preocupação com metas não alcançadas, exaustão física e mental, além da pressão social em torno das festas e celebrações”, afirma Cunha.

A “síndrome do Ano Novo” não é uma categoria clínica formal, mas reflete um conjunto de sentimentos e comportamentos recorrentes associados ao encerramento de um ciclo e ao início de outro, conforme aponta a psicanalista Renata Bento.

“Este fenômeno pode ser entendido como uma expressão psicológica e social das expectativas, angústias e projeções que acompanham o marco simbólico da virada do ano, que surgem tanto no âmbito pessoal quanto profissional”, acrescenta.

De acordo com as especialistas, a síndrome é caracterizada pelos seguintes sentimentos:

  • Angústia existencial e sensação de inadequação;
  • Idealização do recomeço, ligado ao Ano Novo;
  • Melancolia e luto não elaborado, com memórias de perdas, desapontamentos e lutos não trabalhados sendo reavivados pelo fim do ano;
  • Polaridade entre euforia e desânimo;
  • Projeção e fantasia em relação ao novo ano;
  • Sensação de cobrança excessiva;
  • Reflexões negativas sobre o que não foi alcançado durante o ano;
  • Preocupação com as festividades;
  • Exaustão emocional e física acumulada ao longo do ano.

Quais são as causas e os fatores comuns que levam a essa síndrome?

Segundo as especialistas, uma combinação de fatores psicológicos, sociais e culturais podem levar à “síndrome do Ano Novo”. É o caso da expectativa e pressão social para cumprir promessas para o próximo ano, como emagrecer, viajar ou melhorar o desempenho profissional.

“Isso cria uma pressão de ser ‘perfeito’ ou alcançar resultados rápidos, o que é muitas vezes irrealista”, alerta Bento. As próprias festas de fim de ano também podem gerar estresse, expectativa e idealizações, de acordo com a psicanalista.

“Podem surgir questionamentos subjetivos em confronto com o tempo, isto é, a virada do ano convida à reflexão sobre a passagem do tempo e a finitude, como, por exemplo: será que esse é o último Natal em família? Ou ainda terei tempo de realizar meus sonhos?”, exemplifica. “Esses questionamentos podem evocar crises existenciais, culpas, arrependimentos, idealização de futuro. É um momento onde as emoções estão mais à flor da pele, e as pessoas podem ficar mais fragilizadas emocionalmente”, completa.

Além disso, de acordo com Cunha, a sensação de sobrecarga no final do ano pode ser alimentada por fatores como cobrança excessiva, necessidade de atender às expectativas pessoais e sociais, e pelo acúmulo de demandas ao longo do ano.

“Metas irreais, reflexões sobre o que não foi concluído, e o volume de compromissos típicos do fim de ano criam uma combinação desafiadora. Além disso, questões financeiras e a comparação constante nas redes sociais podem amplificar a sensação de insuficiência. Muitas vezes, é o ‘dar conta de tudo’ que esgota nossas forças”, afirma a psicóloga.

Na visão das especialistas, essa cobrança excessiva e idealização que leva, posteriormente, à frustração são reflexos do estilo de vida moderno, caracterizado pela alta produtividade, alta conectividade e pela cultura do consumo e comparação social.

“O excesso de informações e a comparação nas redes sociais criam a ilusão de que todos estão mais realizados do que nós. Tudo isso aumenta a sensação de inadequação. E sim, o estilo de vida moderno, com agendas cheias e pouco tempo para autocuidado, potencializa esse ciclo de estresse e cobrança”, afirma Cunha.

Como aliviar essas sensações?

Para passar por um fim de ano mais tranquilo e leve, é preciso tomar algumas medidas contra o estresse e a ansiedade geradas pela época. Um primeiro passo importante nesse processo é tentar ser mais gentil consigo mesmo.

“É importante aceitar que não há perfeição. Evite se cobrar por falhas ou aspectos não cumpridos, e reconheça o que já foi alcançado”, orienta Bento. “Ser gentil e respeitoso consigo mesmo é um bom início de relacionamento. Se sentir que não está no “espírito de festa”, busque não se culpar. Lembre-se de que é normal não estar sempre alegre, especialmente em momentos de estresse. A auto-observação é um exercício eficiente que ajuda a estabelecer os limites internos e externos”, completa.

Nesse sentido, além de reservar um tempo para cuidar de si mesma, também é fundamental tomar medidas práticas, como reavaliar expectativas, estabelecer prioridades e buscar apoio, seja de amigos ou de profissionais de saúde mental, como psicólogos, psicanalistas e psiquiatras, se necessário.

“Lembre-se: não há problema em buscar apoio. Falar sobre o que está sentindo com alguém de confiança ou com um profissional de saúde mental pode fazer toda a diferença”, afirma Cunha.

Algumas atividades também podem ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade relacionada à “síndrome do Ano Novo”, como:

  • Praticar mindfulness e meditação, para reduzir a ansiedade e aumentar a clareza mental;
  • Planejar as metas para o próximo ano, focando em objetivos alcançáveis e positivos;
  • Criar uma conexão social positiva, participando de encontros com pessoas que proporcionam apoio emocional;
  • Praticar atividades físicas, como caminhadas, iogas, esportes diversos e musculação, para liberar endorfina e promover bem-estar;
  • Reduzir o consumo de redes sociais, para limitar comparações e evitar exposição excessiva a conteúdos idealizados;
  • Praticar a escrita terapêutica, registrando pensamentos e sentimentos para aliviar a angústia.

 

¨         Estudo mostra a eficácia de uma nova terapia para os pesadelos

A frequência de pesadelos crônicos em crianças costuma gerar interrupções nas noites de sono. No entanto, uma pesquisa publicada recentemente pela Universidade de Oklahoma e pela Universidade de Tulsa revela resultados de um ensaio clínico envolvendo uma nova terapia, que pode diminuir as noites mal dormidas.

estudo mostrou que as crianças submetidas ao tratamentos tiveram uma redução na frequência dos pesadelos e do sofrimento que eles causam. Além disso, a terapia conseguiu aumentar as noites de sono sem interrupções.

Publicado na revista Frontiers in Sleep, o estudo é considerado o primeiro ensaio clínico randomizado, ou seja, com indivíduos escolhidos de forma aleatória, a testar uma terapia para pesadelos em crianças. Segundo a pesquisa, isso representa um avanço no tratamento de pesadelos como um transtorno distinto, e não apenas como um sintoma de outro problema de saúde mental.

Uma em cada seis crianças com dificuldades de saúde mental sofre de pesadelos crônicos, de acordo com estimativas, um número que pode ser subestimado, já que os pesadelos raramente são incluídos em triagens clínicas de rotina. No entanto, nem sempre os pesadelos diminuem quando um transtorno de saúde mental da criança é tratado.

Em razão disso, autores do estudo passaram a desenvolver a pesquisa abordando os pesadelos diretamente, independentemente de possíveis comorbidades na criança.

 “Faltam pesquisas sobre pesadelos em crianças; a maioria dos estudos foi realizada com adultos. Queremos ir à raiz do problema porque, quando as crianças sofrem de pesadelos, elas ficam com medo de dormir, o que as torna cansadas e irritáveis durante o dia, propensas a problemas de comportamento – tudo isso pode afetar o desempenho escolar e outras áreas de suas vidas,” disse a psiquiatra infantil e adolescente. Dra. Tara Buck, professora associada da OU School of Community Medicine em Tulsa.

Ela conduziu o estudo junto com a Dra. Lisa Cromer, professora de psicologia na Universidade de Tulsa e membro voluntário da faculdade de psiquiatria infantil na OU School of Community Medicine. Dra. Cromer liderou o desenvolvimento da terapia, adaptando um tratamento de pesadelos voltado para adultos para o público pediátrico e refinando-o por meio de estudos piloto.

<><> Nova terapia

A nova terapia desenvolvida consiste em cinco sessões semanais que ensinam as crianças sobre a importância do sono, criam motivação para hábitos que melhoram o sono e as guiam para “reescrever” seus pesadelos como sonhos agradáveis.

Os participantes também receberam alguns itens como óculos embaralhadores, fronha e canetas, que auxiliaram no novo tratamento, projetado para ser interativo e apropriado para a faixa etária.

“O tratamento utiliza terapia cognitivo-comportamental, mas também incorpora estratégias de relaxamento, mindfulness, manejo do estresse e visualização para alterar a estrutura dos sonhos. Também ajudamos a criar um plano caso tenham pesadelos, para que possam ‘mudar de canal’ e voltar a dormir,” explicou Cromer.

O ensaio envolveu 46 crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, com idade média de 12 anos. Todas enfrentavam pesadelos persistentes há pelo menos seis meses, em alguns casos, há anos. Os participantes foram divididos aleatoriamente entre o grupo de tratamento e um grupo de controle que apenas monitorava os pesadelos sem receber terapia. Após o término do ensaio, o grupo de controle também teve acesso ao tratamento.

O ensaio começou durante a pandemia de COVID-19, e no futuro, Buck e Cromer pretendem buscar financiamento para testar a terapia em um ensaio maior e por um período mais longo.

 

¨         Picada de percevejo faz mal? Veja sintomas e como cuidar

Nesta semana, percevejos tomaram conta de bares no centro do Rio de Janeiro. Apesar das infestações estarem incomodando os clientes da região, dificilmente a picada traz complicações à saúde, segundo médicos ouvidos pela CNN.

O Dr. Abdo Salomão Jr, Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo) e membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por exemplo, explicou que há maiores riscos em caso de infecção de pele.

“Sobre complicações, dificilmente. É muito mais a questão do incômodo, que fica um nódulo dolorido e que coça por uma semana. E para não dizer que não tem risco, o risco é a pessoa coçar, infectar por bactéria e dar alguma coisa mais séria. Infecção de pele, mas tirando isso não há risco não”, informou.

Além disso, é possível diferenciar os sintomas da picada do percevejo, em comparação com a de outros insetos, e assim, prosseguir com o tratamento adequado.

“Quando a pessoa acorda com os nódulos, porque ele forma os nódulos no corpo, em áreas que estavam cobertas, se for exposto é mais provável outro inseto, mas em áreas que estavam cobertas nas pernas e outros pontos é percevejo, porque ele fica na roupa de cama”, acrescentou o Dr. Abdo Salomão Jr.

De acordo com a Cleveland Clinicalém dos percevejos se esconderem durante o dia em locais dentro e ao redor da cama, eles também podem se abrigar em rachaduras, nos cantos de paredes e em volta de tomadas.

Confira abaixo mais informações como sintomas, cuidados e possíveis tratamentos em caso de complicação.

<><> Sintomas

Nódulos, lesões avermelhadas e padrão linear. Esses são alguns dos sintomas da picada de percevejos elencados pelo Dr. Renato Soriani, Dermatologista membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

De acordo com ele, é mais comuns que as picadas aconteçam em áreas expostas durante o sono, como braços, pernas, pescoço e rosto. Segundo o Dr. Soriani, a “coceira intensa pode ser mais grave em pessoas alérgicas ou com pele sensível”.

“A principal forma de diferenciar das picadas de outros insetos é o padrão linear ou agrupado, porque ao se deslocar sobre a pele, o percevejo pica diversas vezes. Picadas de mosquitos, por exemplo, tendem a ser mais isoladas e aleatórias. Além disso, a ausência de zumbido, comum nos mosquitos, e a presença de manchas de sangue ou fezes do inseto nos lençóis ajudam a identificar a infestação”, explicou o médico.

<><>Cuidados

Embora a picada possa ser intensa em peles sensíveis, há possibilidade de reduzir o incômodo, lavando a região com água fria, por exemplo.

“A aplicação de compressas frias ajuda a reduzir o inchaço e o desconforto. Loções calmantes, como as que contêm calamina, ou cremes com corticosteróides de baixa potência podem ser utilizados para aliviar a inflamação e a coceira”, disse o Dr. Soriani.

Ele acrescentou que “é fundamental resistir ao impulso de coçar, pois isso pode romper a pele e abrir portas para infecções. Além dos cuidados com a pele, higienize o ambiente, lavando roupas de cama e tecidos em temperaturas elevadas e aspirando móveis e colchões para eliminar os insetos.

<><> Tratamento médico

Embora dificilmente seja necessário, o especialista revelou que o tratamento médico é essencial em alguns casos específicos.

“Na maioria dos casos, o tratamento domiciliar é suficiente para aliviar os sintomas. No entanto, é importante buscar tratamento médico em algumas situações específicas. Caso ocorra uma reação alérgica intensa, com inchaço significativo ou coceira incontrolável, ou se houver sinais de infecção secundária, como dor, calor local, presença de pus ou aumento das lesões, a avaliação médica se torna necessária”, afirmou.

Segundo ele, dermatologistas podem atuar prescrevendo medicamentos adequados. “O dermatologista pode prescrever cremes ou pomadas com corticosteróides para reduzir a inflamação, anti-histamínicos orais para controlar a coceira e reações alérgicas, ou antibióticos, caso exista infecção bacteriana. Pacientes com histórico de alergias ou reações sistêmicas devem ser monitorados mais de perto para evitar complicações”, concluiu o Dr. Soriani.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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