Contramedidas:
China aprova lei contra sanções que desafia a hegemonia ocidental, diz mídia
A
nova legislação que visa ameaças à segurança nacional dá poderes ao presidente
de responder às sanções ocidentais, mas pode assustar alguns investidores
estrangeiros, de acordo com a mídia ocidental.
Segundo
o Financial Times (FT), a China aprovou uma nova lei de relações exteriores que
aprofunda o controle do presidente Xi Jinping sobre as relações externas do
país e fortalece a base legal do governo para aplicar "contramedidas"
contra ameaças ocidentais à segurança nacional e econômica, como no caso das
recentes sanções norte-americanas na guerra comercial entre EUA e China.
A
aprovação da lei ocorre em um momento preocupante nas relações EUA-China que
caíram para o nível mais baixo em décadas e ampliaram a insegurança e as
tensões geopolíticas ao redor da questão de Taiwan.
A
agência Xinhua informou ainda na quarta-feira (28) que o Congresso Nacional do
Povo, o parlamento da China, aprovou a legislação que garante apoio legal mais
firme para Pequim responder a medidas ocidentais, mas pode pôr em risco os
esforços chineses para captar novos investidores no exterior.
O
Global Times (GT) afirmou que a lei, que entra em vigor no sábado (30), deve
fornecer uma "base legal para a luta diplomática contra as sanções",
além de soar como "alerta e dissuasão contra a hegemonia ocidental".
A
lei simboliza mais um marco na série de políticas de Xi como a Iniciativa de
Segurança Global, que amplia a estrutura de defesa internacional alternativa de
Pequim na direção da multipolaridade e se opõe à ordem liderada pelos EUA.
As
autoridades chinesas tomaram uma série de ações visando os interesses
comerciais ocidentais no país nos últimos seis meses em resposta às ações
unilaterais ocidentais contra a indústria de chips, minerais críticos e
tecnologia de informação chinesa.
Na
terça-feira (27), Xi prometeu "continuar a promover vigorosamente a
abertura de alto nível e proteger melhor os direitos e interesses dos
investidores estrangeiros" durante uma reunião com o primeiro-ministro da
Nova Zelândia, Chris Hipkins, segundo a Xinhua.
·
China
coloca condição para normalizar contatos militares com os EUA
Os
EUA têm que cancelar as sanções unilaterais contra Pequim para normalizar os
contatos entre os militares dos dois países, afirmou nesta quarta-feira (28)
Liu Pengyu, porta-voz da embaixada da China em Washington durante um briefing.
"O
lado americano conhece o motivo das dificuldades em suas relações militares com
a China: de fato, impuseram sanções unilaterais contra a China", afirmou
Liu, citado pela Bloomberg.
"Tais
obstáculos têm de ser eliminados antes que qualquer intercâmbio ou cooperação
entre os dois países possa ocorrer", acrescentou. Além disso, o porta-voz
criticou os EUA por terem enviado os seus aviões para águas e espaço aéreo
próximos da China, a pretexto da liberdade de navegação ou de sobrevoo.
"Realizaram
reconhecimento, mostraram os músculos, não se trata de liberdade de
navegação", destacou. De acordo com Liu, Pequim se opõe firmemente aos
"atos que minam a soberania e a segurança da China sob o pretexto da
liberdade de navegação ou de sobrevoo".
"Os
militares chineses responderam de acordo com as leis e regulamentos. Suas ações
foram completamente profissionais, legítimas e justificáveis", concluiu o
porta-voz.
No
final de maio, o Pentágono havia informado que as tentativas nos últimos meses
de estabelecer contatos com seus homólogos chineses falharam.
Anteriormente,
o Ministério das Relações Exteriores da China pôs em dúvida a sinceridade da
disposição de Washington para dialogar enquanto simultaneamente "busca
conter a China por todos os meios possíveis" e impor restrições a
autoridades e entidades chinesas.
·
Em
cúpula, UE estipula política para 'reduzir risco da China': 'Não colocar ovos
na mesma cesta'
Países
se reuniram na sexta-feira (30) na Bélgica para uma cúpula onde traçaram novas
políticas acerca da economia do bloco europeu com foco especialmente nas
relações comerciais com a China.
Líderes
da União Europeia se comprometeram ontem (30) a reduzir a dependência do bloco
europeu da China, debatendo como encontrar um equilíbrio entre "eliminar
os riscos" e cooperar em áreas como a mudança climática.
"O
que basicamente diz é [para] avaliar se dependemos excessivamente de alguma
forma da China no comércio e como reduzir para que, se algo mudar drasticamente
no mundo, não fiquemos de cabeça erguida", disse o primeiro-ministro da
Letônia, Krisjanis Karins, sobre o assunto segundo a Reuters.
O
premiê também afirmou que encontrar a forma certa para fazer o
"equilíbrio" era "a questão de um milhão de euros".
Já
o chanceler alemão, Olaf Scholz, declarou que o projeto para "diminuir o
risco chinês" não é um projeto de curto prazo, "pois trata
principalmente de decisões que precisam ser tomadas pelas empresas",
acrescentando que as empresas e não os países devem "reduzir o risco de
relações com a China".
"Trata-se
de não colocar todos os ovos na mesma cesta [...] isso é o que elas [as
empresas] estão fazendo agora, já começaram esse processo há muito tempo. Isso
não depende em primeiro lugar do Estado, porque não dizemos a eles onde
investir", afirmou.
Desde
2019, a União Europeia considera o país asiático um parceiro, concorrente e
rival de sistema. A mídia diz que a "cautela" europeia com os chineses
aumentou após os progressivos laços estreitos entre Pequim e Moscou.
"Vemos
a China cada vez mais como um rival sistêmico", disse o primeiro-ministro
da Estônia, Kaja Kallas.
Os
líderes da UE buscaram em uma cúpula ontem (30) apresentar uma frente unida
sobre o assunto, mas há diferenças entre países como a França e a Alemanha, com
interesses comerciais consideráveis na China, e a Lituânia,
na qual os chineses impuseram sanções.
Ø
EUA
exploram como podem minimizar ameaça de armas hipersônicas da Rússia e China,
diz general
O
general James Dickinson, chefe do Comando Espacial dos EUA, abordou a questão
das armas hipersônicas da Rússia e China em uma entrevista ao The Times.
Armas
hipersônicas são meios militares avançados que conseguem alcançar velocidades
extremamente altas, atingindo Mach 5 (cerca de 5.960 km/h) ou mais. Rússia
implantou mísseis hipersônicos, incluindo o míssil balístico Kinzhal e o míssil
de cruzeiro hipersônico antinavio Tsirkon.
"Obviamente,
temos visto demonstrações de armas hipersônicas por outros países,
particularmente China e Rússia. Continuamos a explorar essa área para saber
como minimizar esse tipo de ameaça", observou Dickinson.
O
chefe do comando disse ao jornal britânico que o Pentágono continua confiante
em suas capacidades em meio a preocupações de que os EUA estão ficando atrás da
China na corrida espacial.
Por
sua vez, o chefe do Comando Espacial do Reino Unido, comodoro do ar Paul
Godfrey, disse à mídia que a China poderia começar a mineração da Lua e
asteroides nas próximas décadas.
"A
China publicou um Livro Branco [documento que delineia sua estratégia de defesa
nacional] analisando os principais minerais da Lua. Eles já enviaram amostras
da Lua para a Terra. Eles só querem ir mais longe nessa direção. Minerar asteroides
será uma realidade durante nossa vida", comentou Godfrey.
Ele
acrescentou que a China e a Rússia estão investindo "bilhões" na
exploração espacial e na construção de armas espaciais.
·
Países
Baixos apertam de novo restrições de exportação de chips avançados, China
critica passo
A
medida, que foi coordenada com os EUA e o Japão, e não nomeou a China,
aumentará a barreira para a venda de equipamentos de chips avançados, segundo a
mídia.
O
governo dos Países Baixos anunciou na sexta-feira (30) novas restrições às
exportações de alguns equipamentos semicondutores, escreve a agência britânica
Reuters.
O
anúncio foi acompanhado de um documento técnico que detalha quais equipamentos
precisarão de uma licença. As regras, que exigirão que as empresas que fabricam
equipamentos avançados para a criação de chips busquem uma licença antes de
poderem exportá-los, devem entrar em vigor em 1º de setembro.
A
ASML, uma empresa holandesa que é importante fornecedora de equipamentos para
fabricantes de chips de computador, disse que não esperava que as novas regras,
que impedem a exportação não autorizada de suas máquinas de litografia mais
avançadas, tivessem um impacto material sobre seus negócios e que não estava
alterando sua orientação financeira.
Liesje
Schreinemacher, ministra do Comércio dos Países Baixos, sem citar a China,
também comentou que um número "muito limitado" de empresas e modelos
de produtos seria afetado.
"Tomamos
essa medida no interesse de nossa segurança nacional", argumentou
Schreinemacher, segundo a qual esses equipamentos podem ter aplicações
militares.
A
medida é o resultado de um acordo de alto nível entre os EUA e dois aliados com
fortes indústrias de equipamentos de chips, os Países Baixos e o Japão, para
restringir o desenvolvimento tecnológico da China, que foi obtido no ano
passado. Além disso, também em 2022, Washington assinou o Ato CHIPS e Ciência
de 2022, com o objetivo de desenvolver a indústria de semicondutores e de
fabricação em geral dos EUA, que provocou igualmente críticas de protecionismo
por parte da União Europeia.
Ao
mesmo tempo, a embaixada da China nos Países Baixos descreveu a medida como um
"abuso das medidas de controle de exportação" que viola as regras
comerciais. Enquanto isso, o Ministério do Comércio chinês, em resposta a uma
pergunta da mídia, instou Amsterdã a não prejudicar a cooperação bilateral na
indústria de semicondutores e não abusar dos controles de exportação.
Ø
Rússia
apela aos EUA que ordenem a seus 'vassalos' em Kiev para terminar conflito na
Ucrânia
Os
EUA devem dar ordem aos seus vassalos em Kiev para acabar com o conflito na
Ucrânia, disse o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya,
durante uma reunião do Conselho de Segurança da organização.
"Para
que esta guerra termine, os senhores americanos devem dar ordem aos seus
vassalos. A ausência de tais sinais e ordens indica apenas uma coisa: que os
EUA não têm necessidade e vontade de acabar com o conflito, e têm um apetite
por sua continuação e a expectativa de que a Rússia seja derrotada, de
preferência, segundo eles, estrategicamente. Quero vos dizer: podem esperar
sentados", declarou o embaixador russo.
O
representante da Rússia na ONU também disse que o mundo perdeu a chance de
alcançar a paz na Ucrânia na primavera europeia de 2022 por causa dos EUA e da
União Europeia (UE), mas que agora os termos de um acordo com Kiev já serão
diferentes.
"Agora,
depois que a chance de paz, graças aos EUA e à UE, se perdeu em março passado,
suas condições para a Ucrânia, é claro, já serão diferentes", disse
Nebenzya.
A
Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro de
2022. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que o seu objetivo era a
proteção de pessoas que por oito anos foram submetidos a abusos, genocídio por
parte do regime de Kiev.
·
EUA
sabem que não conseguem rastrear as armas fornecidas a Kiev, diz jornalista na
ONU
A
administração de Joe Biden sabe que não consegue rastrear o destino das armas
norte-americanas fornecidas à Ucrânia, disse em uma reunião do Conselho de
Segurança da ONU o jornalista dos EUA, fundador e editor-chefe do portal The
Grayzone, Max Blumenthal.
"Embora
a administração Biden tenha prometido ficar de olho nas armas enviadas, um
vazamento de canal do Departamento de Estado em dezembro mostrou que "as
ações militares ativas entre as forças ucranianas e russas criam um ambiente no
qual as medidas de precaução padronizadas às vezes são impraticáveis ou
impossíveis", disse Blumenthal.
"A
administração Biden não só sabe que não pode rastrear o fornecimento de armas à
Ucrânia. Sabe que está a escalar uma guerra por procuração contra a maior
potência nuclear do mundo", ressaltou.
Anteriormente,
o especialista do Instituto Internacional de Estudos Políticos e Humanitários,
Vladimir Bruter, disse à Sputnik que todas as questões políticas e militares
são decididas em Washington, não tendo Kiev controle sobre nada desde o início
do conflito.
Ele
comentou assim as palavras do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
de que algumas armas que os países ocidentais haviam entregue à Ucrânia já
foram encontradas perto das fronteiras de Israel.
Segundo
ele, os Estados Unidos estão bem cientes de que algumas armas são desviadas do
caminho, mas não se importam com isso, uma vez que isso não representa uma grande
ameaça para eles.
·
Autoridades
da UE acreditam que levará mais de 1 década para Ucrânia aderir ao bloco, diz
mídia
Diplomatas
europeus, em meio ao desejo da Ucrânia e da Moldávia de aderir à União Europeia
(UE), disseram que não preveem a ampliação da UE na próxima década, informa o
jornal francês Le Monde.
"Não
consigo imaginar uma nova ampliação [da União Europeia] na próxima
década", cita a publicação um diplomata europeu que representa um dos
países que defendem uma abordagem racional para uma ampliação, como Alemanha,
Itália e Países Baixos.
O
jornal escreve que o longo processo de adesão de novos membros à UE está
associado a riscos nas esferas econômica e social.
O
Le Monde observou que a adesão da Ucrânia, "um país muito pobre e muito
corrupto com 42 milhões de pessoas", pode mudar a estrutura da UE.
"O
número líquido de países europeus beneficiários do orçamento cairá dos atuais
18 [de 27] para quatro ou cinco com a Ucrânia [...]. Teremos que repensar todas
as políticas da UE", disse o artigo, citando um funcionário europeu.
A
publicação relata que a entrada de Kiev na UE também perturbará completamente o
equilíbrio político na UE, dificultando a tomada de decisões sobre questões
fundamentais, como tributação ou política externa.
As
autoridades europeias reconhecem que são cúmplices no surgimento das altas
expectativas da Ucrânia em relação à adesão à UE, acrescentando que vários
países da união entendem que a adesão de Kiev ameaça Bruxelas com sérias
consequências.
"Os
ucranianos acham que, quando a guerra acabar, eles farão parte da UE. Ninguém
ousa dizer a eles: 'Isso não é bem verdade'", disse a fonte do jornal.
·
O
caminho da União Europeia
O
presidente ucraniano Vladimir Zelensky assinou o pedido de adesão da Ucrânia à
UE em 28 de fevereiro de 2022.
A
presidente da Moldávia, Maia Sandu, também assinou o pedido em março do ano
passado, observando que o processo de integração europeia precisa ser
acelerado.
Os
chefes de Estado e de governo da União Europeia, na cúpula realizada em
Bruxelas em 23 de junho de 2022, aprovaram a concessão do status de candidato à
adesão à união para a Ucrânia e a Moldávia.
A
obtenção do status de candidato é apenas o início de um longo caminho para a
adesão à UE. Por exemplo, a Turquia é candidata desde 1999, a Macedônia do
Norte desde 2005, Montenegro desde 2010 e a Sérvia desde 2012.
O
último país a aderir à UE até o momento foi a Croácia, em 2013, o processo
levou dez anos.
Fonte:
Sputnik Brasil
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