Banco Central da
Rússia: dívida externa do país cai para menor nível desde 2006
De
acordo com a entidade financeira, a dívida da Rússia ao exterior se reduziu de
US$ 380,7 bilhões para US$ 354,8 bilhões entre o último trimestre de 2022 e o
primeiro de 2023.
A
dívida externa da Rússia era de US$ 354,8 bilhões (R$ 1,7 trilhão) em 1º de
abril, uma queda de US$ 25,9 bilhões (R$ 124,06 bilhões), ou de 6,8%, em
relação ao início do ano, informou na sexta-feira (30) o Banco Central da
Rússia, o nível mais baixo desde o final de 2006.
Segundo
o banco, a dívida externa da Rússia era de US$ 313,2 bilhões (R$ 1,5 trilhão)
no final de 2006 e tinha aumentado para US$ 355,6 bilhões (R$ 1,7 trilhão) já
no primeiro trimestre de 2007.
Tal
acontece graças a uma redução adicional de todos os componentes da dívida
externa, com a dívida do governo geral caindo 12,3%, para US$ 40,4 bilhões (R$
193,51 bilhões), a do Banco Central e dos bancos caiu 2,1%, para US$ 91,6
bilhões (R$ 438,75 bilhões), e a do restante da economia caiu 7,6%, para US$
222,7 bilhões (R$ 1,07 trilhão).
"A
dívida externa da Rússia atingiu um recorde histórico de US$ 732,8 bilhões [R$
3,51 trilhões] em 1º de julho de 2014, antes de iniciar um declínio
relativamente constante devido às sanções e à retirada de capital de não
residentes no exterior", lembrou Maksim Osadchy, chefe do departamento
analítico do banco BKF russo.
Além
disso, relatou, a redução da dívida externa acelerou acentuadamente após a
operação especial, de US$ 475,9 bilhões (R$ 2,28 trilhões) em 1º de julho de
2022 para US$ 354,8 bilhões (R$ 1,7 trilhão) em 1º de abril de 2023.
"Por
isso, a redução da dívida externa da Rússia no primeiro trimestre de 2023 é a
continuação de uma tendência de longo prazo que, sem dúvida, continuará",
concluiu o analista.
Ø
Conflito na Ucrânia
'enriquece' indústria de defesa alemã, denuncia mídia
O
jornal alemão Die Welt relatou que, em meio ao conflito na Ucrânia, a
fabricante de armas alemã Rheinmetall aumentou sua produção e espera um
crescimento do volume de negócios considerável nos próximos anos.
De
acordo com a mídia, em 2022 a Rheinmetall teve um crescimento de 18% no número
de pedidos com relação a 2021.
O
jornal também ressalta que a empresa está fabricando e reparando os tanques
Leopard 2, bem como blindados Marder, unidades de artilharia autopropulsada
Panzerhaubitze 2000 e munições.
A
empresa planeja aumentar a produção ao nível dos anos 1980, fabricando 600 mil
munições ao ano e contratar centenas de funcionários adicionais.
O
Die Welt também relatou que a fabricante está construindo uma linha de produção
para munições de 35 milímetros.
Estima-se
que a Alemanha compre munições da empresa por um valor de € 40 bilhões (R$ 209
bilhões) até 2031.
"Como
nenhum outro fornecedor alemão, o consórcio [que integra o índice bolsista] Dax
se beneficia do novo conflito na Europa. O conflito na Ucrânia e o rearmamento
da Bundeswehr são os grandes contribuidores da fabricante", destacou o
jornal.
·
Espanha
é o país europeu que 'mais depende do gás russo' e mais sofreria com embargo,
diz mídia
Neste
momento, Espanha acaba por ser o país mais dependente do gás russo em toda a
União Europeia (UE) devido aos navios que continuam a trazer quase diariamente
gás natural liquefeito (GNL) para os portos espanhóis, confirmou um estudo do
think tank Bruegel.
Citando
dados da empresa Enagás, o El Confidencial destaca que em 2021 Espanha recebeu
8,9% do seu combustível da Rússia, mas em 2022 esse valor subiu para 12,1% do
total, e continua a aumentar. Por exemplo, nos primeiros seis meses deste ano,
o país europeu já recebeu quase tanto de Moscou quanto em todo o ano de 2021.
Assim, a Rússia passou de quarto maior fornecedor da Espanha para o segundo,
atrás dos EUA, que corresponde a 19% dos insumos.
De
acordo com a mídia, a tendência já se apresentava como clara. Os dados elevados
de chegada não confirmam que Madrid recebeu mais gás russo para consumo
próprio, mas "para abastecer a Europa", que sofre de uma grave
escassez de gás devido à diminuição dos volumes de combustível que chegam por
gasodutos.
No
entanto, essa solidariedade com o continente "é apenas uma desculpa"
porque, ao avaliar o quanto a demanda doméstica depende do gás liquefeito
siberiano, os especialistas constataram que a Espanha contou com o GNL russo mais
do que outros Estados europeus no último inverno no Hemisfério Norte (18%),
seguida pela França (15%) e Bélgica (10%).
"No
cenário atual, isso equivale a afirmar que a Espanha é o Estado-membro que mais
depende do gás russo, já que praticamente tudo o que entra nos 'vinte e sete'
[UE] desde o fechamento do Nord Stream 1 [Corrente do Norte 1] o faz por meio
de navios metano", detalhou a publicação.
Caso
seja estabelecido um embargo à importação de combustíveis da Rússia, Madrid vai
sofrer consequências mais graves do que outros países, segundo as previsões dos
analistas. No entanto, a UE não implementaria tal medida porque entende que o
GNL russo continua abastecendo a região em momentos críticos devido ao
fechamento de gasodutos.
Além
disso, especialistas de mercado sugeriram que a demanda por gás na Europa nos
próximos meses vai estar no nível dos últimos anos. Embora caso o próximo
inverno boreal fosse mais frio que o anterior, o continente já terá que buscar
novas fontes de abastecimento de combustível, que ainda vão ser mais caras que
as de Moscou.
Desde
meados de 2022, os países europeus vivem uma crise energética devido às
restrições aos recursos energéticos russos devido à operação militar especial
na Ucrânia.
O
presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que as sanções foram um duro golpe
para toda a economia mundial e também apontou que o Ocidente pretende piorar a
vida de milhões de pessoas. Em suas palavras, um ataque de sanções sem
precedentes foi desencadeado contra Moscou, visando esmagar a economia russa no
curto prazo, "derrubando a moeda nacional, o rublo, através do roubo de
nossas reservas estrangeiras e causando uma inflação destrutiva". No
entanto, ele enfatizou que o plano do Ocidente não teve sucesso.
Ø
'Sucata
obsoleta': novo pacote de ajuda australiano a Kiev é duramente criticado por
analistas
A
decisão da Austrália de enviar seu equipamento militar no valor de cerca de US$
74 milhões (cerca de R$ 354,2 milhões) para a Ucrânia foi severamente criticada
por especialistas, já que os veículos incluídos no pacote são considerados
inúteis contra as forças russas.
No
dia 26 de junho, o governo australiano anunciou que este pacote de ajuda a Kiev
consistiria em 28 veículos blindados M113, 28 caminhões médios MAN 40M e 14
veículos de operações especiais.
O
líder da oposição australiana, Peter Dutton, disse que é "francamente
vergonhoso" que o país forneça equipamentos "não adequados para o
propósito".
"Você
não pode esvaziar a garagem da Defesa de veículos velhos de que não precisa
mais. Essa não é a resposta de uma nação desenvolvida como a nossa",
enfatizou, chamando o pacote de ajuda de equivalente a uma "venda de
garagem".
A
mídia criticou o governo do país, caracterizando a ajuda, principalmente os
M113s, como "veículos de sucata absolutamente obsoletos" da era da
Guerra do Vietnã que teriam pouco impacto no campo de batalha ucraniano. Outros
observadores comentaram que a "mesquinha" "ajuda para roupas
usadas" de Camberra está alimentando a percepção de que a Austrália está
"usando a Ucrânia como depósito de lixo".
·
O
M113 é tão ruim assim?
"O
M113 é um veículo blindado de chassi bastante antigo, que foi usado em muitos
conflitos, não apenas na Guerra do Vietnã, mas também na Guerra do Golfo e
outras campanhas militares envolvendo os EUA e seus aliados", disse o
observador militar russo sênior, Alexei Leonkov, que afirmou que tais veículos,
em geral, tiveram sucesso nessas guerras, assim como nos conflitos locais que
poderíamos chamar de guerras coloniais, porque as perdas não foram tão grandes.
"Mas
na Ucrânia, esses veículos mostraram desde suas primeiras entregas que não
podem suportar a intensidade do conflito", já que sua blindagem é
vulnerável a armas pesadas, incluindo canhões automáticos de 30 mm montados em
helicópteros de ataque russos, disse o especialista militar.
Em
outras palavras, se o principal objetivo de um veículo blindado é levar as
tropas com segurança para a linha de frente, no caso do M113, isso só é
possível por um "feliz acidente", e se as Forças Armadas ucranianas
não se encontraram por acaso com forças russas fortemente equipadas,
acrescentou.
"Na
maioria dos casos, se tal veículo estiver em uma área de fogo pesado, a melhor
coisa que as tropas e mercenários ucranianos podem fazer é abandoná-lo. Porque
se alguém ficar para trás e esperar que a blindagem de alumínio do M113 o
salve, estará arriscando um preço muito alto. Vimos muitas imagens da frente
mostrando esses veículos desativados, presos em condições de terreno cruzado.
Eles provaram ser totalmente inadequados para este teatro de operações",
observou Leonkov.
Em
última análise, continuou ele, a Austrália, os EUA, a Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN) e o Ocidente em geral usaram a Ucrânia como um depósito
de lixo para sua "sucata blindada", permitindo-lhes liquidar estoques
enquanto o complexo militar-industrial aumenta a produção de equipamentos
modernos.
"Eles
estão lucrando com isso. Mas, é claro, esses são lucros obtidos com o sangue de
militares ucranianos. A Austrália, como outros países que fornecem armas à
Ucrânia, não tem nenhum interesse nisso", disse o analista.
Relatos
recentes de que Camberra enviou mais de US$ 46 milhões (cerca de R$ 220,2
milhões) na forma de ajuda militar à Ucrânia sem aprovação formal, declarações
ou licenças de exportação são mais uma confirmação de tal especulação, já que
enviar veículos inúteis para a Ucrânia é mais barato do que reciclá-los no
país, de acordo com Leonkov.
"Se
a legislação anticorrupção da Austrália realmente funcionar, se for séria, acho
que vão consertar. Se não funcionar, podemos dizer com segurança que tal
legislação é uma mera formalidade", resumiu o observador.
Em
24 de fevereiro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o
lançamento de uma operação militar especial para defender as repúblicas
populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), anteriormente reconhecidas por
Moscou como Estados soberanos, contra o genocídio de Kiev. Um dos objetivos
fundamentais da operação militar especial é a desmilitarização e desnazificação
da Ucrânia. Desde então, alguns países têm apoiado Kiev com suprimentos de
armas, doações, ajuda humanitária e sanções contra Moscou.
Ø
Vucic
acredita que Kiev vai fazer mais tentativas de contraofensivas antes da cúpula
da OTAN
A
Ucrânia vai tentar intensificar a contraofensiva antes da cúpula da OTAN em
julho, na esperança de obter resultados e receber um convite para ingressar no
bloco, disse o presidente sérvio Aleksandar Vucic neste domingo (2),
acrescentando que também espera uma nova onda de escalada no norte do Kosovo.
"Agora
estou esperando uma grande ofensiva da Ucrânia em duas direções — uma em
Artyomovsk [Bakhmut, na denominação ucraniana] e outra, maior, em Energodar e
Melitopol. Acho que eles prepararam várias dezenas de brigadas e vão romper as
defesas russas nessa parte. Não torço por ninguém, mas acho que isso vai
acontecer, claro, com um grande número de baixas", disse Vucic à emissora
sérvia.
Kiev
acredita que a contraofensiva bem-sucedida vai mudar o curso das hostilidades e
a Ucrânia receberia com isto um "convite" para ingressar na
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), acrescentou Vucic.
O
presidente sérvio também expressou o medo de que, quando uma nova
contraofensiva ucraniana começar, o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti,
lance uma nova rodada de perseguição aos sérvios no norte do Kosovo.
A
Ucrânia solicitou adesão acelerada à OTAN em setembro de 2022, após o início da
operação militar especial russa em fevereiro daquele ano. O secretário-geral da
OTAN, Jens Stoltenberg, disse em várias ocasiões que a aliança de 31 nações
apoiava as aspirações de Kiev, mas não estava pronta para aprovar seu pedido
imediatamente, principalmente devido ao envolvimento ativo da Ucrânia em um
conflito armado.
A
Sérvia ainda não reconheceu a autoproclamada independência do Kosovo, sua
antiga província. Uma grande comunidade de etnia sérvia ainda reside no norte
do Kosovo, muitas vezes suportando o peso das tensões diplomáticas entre
Belgrado e Pristina e protestando contra o que consideram políticas kosovares
discriminatórias.
Fonte:
Sputnik Brasil
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