segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Butantan tem resultado promissor em vacina contra todos os sorotipos da Dengue

O Instituto Butantan solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro da primeira vacina contra a dengue em dose única do mundo. A informação foi confirmada por Gustavo Mendes, diretor do instituto, em entrevista ao Agora CNN.

Segundo Mendes, o desenvolvimento do imunizante levou cerca de uma década. “O Butantan começou esse desenvolvimento já há 10 anos atrás. Esses estudos precisam de um acompanhamento muito próximo e de um desenvolvimento muito cauteloso”, explicou.

A vacina, de acordo com o diretor, apresentou resultados promissores para todos os quatro sorotipos da dengue. “A gente sabe que a dengue é uma doença que tem quatro sorotipos, dengue 1, dengue 2, dengue 3, dengue 4, e a gente conseguiu um resultado que se mostrou promissor para todas essas variantes”, afirmou.

Dose única e eficácia prolongada

Um dos principais diferenciais da vacina desenvolvida pelo Butantan é a necessidade de apenas uma dose para a imunização. “É uma vacina que vai tomar uma vez só e não vai precisar tomar mais, porque a dengue não é uma doença que tem essa mutação e essa característica como outras, como a Covid ou a gripe”, destacou Mendes.

Os estudos realizados pelo instituto acompanharam os participantes por um período de cinco anos, demonstrando que a proteção se mantém durante esse tempo. “Nesse período a gente viu que as pessoas se mantêm protegidas”, ressaltou o diretor.

A entrega da documentação final à Anvisa marca uma etapa crucial no processo de aprovação da vacina. Mendes enfatizou a importância da parceria entre pesquisadores e voluntários, “Foi uma grande parceria que nós tivemos nesse sentido de desenvolvimento. Nós aqui no Brasil envolvemos uma série de pesquisadores que acompanharam as pessoas que tomaram a vacina, acompanharam se tiveram a presença da doença ou se teve caso grave”.

Caso aprovada, a vacina do Butantan pode representar um avanço significativo no combate à dengue, uma doença que afeta milhões de pessoas anualmente, especialmente em países tropicais como o Brasil.

¨      Esperamos alta adesão e distribuição pelo SUS, diz diretor do Butantan  sobre vacina contra Dengue

O Instituto Butantan deu um passo significativo na luta contra a dengue ao solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro da primeira vacina contra a doença em dose única do mundo.

Em entrevista exclusiva ao Agora CNN deste sábado (21), o diretor do Instituto Butantan, Gustavo Mendes, compartilhou detalhes sobre as expectativas em torno deste avanço médico.

Mendes enfatizou o caráter público da iniciativa: “O Instituto Butantan é uma instituição pública e a gente desenvolveu essa vacina pensando majoritariamente na utilização pelo serviço público”. Esta declaração reforça o compromisso do instituto com a saúde pública brasileira.

Processo de aprovação e distribuição

O diretor esclareceu que, após a aprovação da Anvisa, ainda há etapas a serem cumpridas antes que a vacina chegue aos postos de saúde.

“Precisa ser incorporado pelo Programa Nacional de Imunização. Precisa ser avaliado quanto aos custos”, explicou Mendes, destacando a importância da análise econômica no processo.

A expectativa é que a vacina seja mais acessível devido à sua característica de dose única. Mendes argumentou: “A gente espera que por ser dose única, seja uma vacina mais barata, mais acessível”.

Esta característica é crucial para a implementação de uma estratégia de vacinação em larga escala, necessária para combater efetivamente a dengue.

<><> Impacto na saúde pública

O Instituto Butantan tem como objetivo principal a distribuição da vacina através do Sistema Único de Saúde (SUS). “A gente sabe que para enfrentar a dengue a gente precisa de uma vacinação em larga escala. Quanto mais pessoas utilizarem a vacina, mais a gente consegue impedir a circulação desse vírus”, afirmou Mendes.

Esta abordagem visa não apenas proteger indivíduos, mas também reduzir significativamente a circulação do vírus na população, contribuindo para o controle efetivo da doença em todo o país.

A estratégia de “ampla vacinação por meio do SUS” é vista como fundamental para alcançar este objetivo de saúde pública.

¨      “Fake news prejudicaram cobertura vacinal”, diz presidente da Anvisa

o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, fez um alerta sobre o impacto das fake news na cobertura vacinal do país.

Prestes a deixar o cargo, Torres refletiu sobre sua gestão durante a pandemia e os desafios enfrentados no combate à desinformação.

Segundo o presidente da Anvisa, o Brasil, que anteriormente mantinha índices de aceitação vacinal superiores a 90%, hoje se aproxima de apenas 70%.

Segundo ele, esta queda significativa é atribuída principalmente à disseminação de informações falsas e campanhas antivacina nas redes sociais.

Impacto global da desinformação

Torres ressaltou que o fenômeno da desinformação não se limitou ao Brasil, afetando diversos países ao redor do mundo.

No entanto, ele considera que o Brasil foi particularmente atingido, dada sua histórica alta adesão às campanhas de vacinação.

“O mal que as mentiras veiculadas pela internet, as fake news, os movimentos antivacina, o mal que esses grupos causaram, vai precisar ainda de uma ação muito intensa, muito firme de governos”, afirmou o diretor da Anvisa.

Torres enfatizou a necessidade de esforços contínuos e robustos para reverter essa tendência e recuperar a confiança da população nas vacinas.

Desafio da recuperação

Para retomar os altos índices de cobertura vacinal, Torres indicou que será necessário um trabalho árduo e coordenado entre diferentes esferas do governo e da sociedade.

Ele reiterou a importância crucial das vacinas para a saúde pública, declarando enfaticamente: “Vacinas salvam vidas”.

Segundo o diretor, o desafio agora é não apenas desenvolver vacinas eficazes, mas também garantir que a população confie e adote as medidas preventivas necessárias para o controle de doenças evitáveis.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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