Bolívia desafia domínio global do dólar com yuan chinês e rublo russo,
diz mídia britânica
O governo da Bolívia está determinado a reduzir a
dependência do dólar americano para o comércio exterior, voltando-se para o
yuan chinês, disseram autoridades, à medida que cresce o apoio latino-americano
a moedas alternativas.
Segundo o ministro da Economia boliviano, Marcelo
Montenegro, o país sul-americano segue "um padrão no nível do comércio
internacional, que está gerando um aumento progressivo no uso do yuan no
comércio exterior", afirmou Montenegro durante coletiva de imprensa ontem
(27) de acordo com a Reuters.
"A China se tornou o maior exportador mundial.
E em que moeda um grande exportador gostaria de receber tudo o que produz? Não
em dólares, mas em sua própria moeda", disse o ministro.
As transações financeiras no valor de 278 milhões
de yuans chineses (R$ 183 milhões) representaram 10% do comércio exterior da
Bolívia de maio a julho.
Já oembaixador da Rússia na Bolívia, Mikhail
Ledenev, disse que as transações entre o Banco Union e a russa Gazprombank
facilitam "o trabalho das empresas russas no mercado", apesar das
sanções econômicas impostas a Moscou pelas nações ocidentais desde 2022.
De acordo com a mídia, Pequim e Moscou estão
intensificando os investimentos para desenvolver os enormes, mas inexplorados,
recursos de lítio da Bolívia para atender à crescente demanda pelo metal usado para
fabricar baterias de veículos elétricos.
Três acordos de lítio com duas empresas chinesas e
uma russa foram assinados no início deste ano, comprometendo-se a investir um
total de US$ 2,8 bilhões (R$ 13,2 bilhões), que podem ser feitos parcialmente
em yuans, disse o chefe da Economia boliviana.
A moeda chinesa também pode ser usada para pagar os
empréstimos pendentes do governo de Pequim e melhorar a integração comercial
entre os países latino-americanos, acrescentou o ministro.
Na América do Sul, além da Bolívia, Brasil e
Argentina também facilitaram o comércio de yuans.
Em
reunião com Lula em Brasília, presidente do Paraguai fala sobre Itaipu e
relação com China-Taiwan
Nesta sexta-feira (28), o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva recebeu no Palácio do Alvorada o presidente paraguaio, Santiago
Peña. Essa é a terceira vez que os líderes se encontram neste ano.
No encontro, uma das principais pautas foi a
hidrelétrica de Itaipu e a discussão sobre a renovação do chamado anexo C do
acordo ente Brasil e Paraguai, que trata das balizas financeiras da parceria
entre os dois países, segundo a Folha de São Paulo.
"Já sabemos o que aconteceu nos últimos 50
anos e, depois de assinado o acordo, a Itaipu foi construída, operada e a
dívida foi paga e hoje temos o desafio de pensar de maneira ambiciosa juntos
para os próximos 50 anos", afirmou Peña.
O mandatário paraguaio também acrescentou que
"acha" ser possível fechar um contrato que estabeleça que o Brasil
seguirá pagando o preço de custo pelo excedente da energia.
"O Paraguai não está buscando política
rentista, está buscando uma política desenvolvimentista. O Paraguai quer
desenvolver seu país, tem muita gente jovem que quer trabalhar, então hoje
estamos buscando política econômica que vai gerar emprego", afirmou o
presidente paraguaio.
Construída na virada da década de 1970 para 1980,
na época, Brasília e Assunção firmaram um contrato de 50 anos.
• Relações
com China e Taiwan
O Paraguai é o único país na América do Sul entre
as 13 nações que reconhecem a ilha de Taiwan. Ainda segundo a Folha, Peña disse
que não pretende mudar esse status e não vê essa escolha como um problema.
"Vamos continuar com Taiwan, mas nossos laços
comerciais com a China continental são amplos e profundos, e acredito que
continuarão crescendo nos próximos anos", afirmou.
Pequim é o maior comprador de soja paraguaia e
"o maior provedor de bens" para o país, porém, Peña diz priorizar as
trocas com a ilha, que seriam melhores para agregar valor à sua economia.
"Taiwan também tem uma relação comercial com a
China continental", declarou.
• Mercosul-UE
e Venezuela
Sobre a arrastada ratificação do acordo entre a
União Europeia e o Mercosul, o presidente paraguaio fez coro ao homólogo
brasileiro ao falar sobre as novas exigências ambientais feitas pelos europeus
para fechar o acordo: "Não é apenas a posição de Lula, acredito que é a
posição de todos os países. Claramente, também é minha posição".
"Acredito que os países do Mercosul estão
fazendo muito contra a mudança climática, muito mais do que outros países de
outras regiões do mundo, e hoje claramente decidiram avançar e progredir sendo
um modelo sustentável. [...] 100% da energia do Paraguai é energia
hidroelétrica, então mal poderíamos ser mencionados hoje como países que não
estão colaborando contra a mudança climática", disse.
Em relação à Venezuela, Peña afirmou que pretende
retomar as relações com o governo de Caracas.
Banco
do BRICS está pronto para financiar projetos da Rosatom russa, incluindo
miniusinas nucleares
O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS está
pronto para financiar uma série de projetos nucleares da corporação estatal
russa Rosatom, incluindo usinas nucleares de pequena capacidade, disse o
presidente da Rosatom, Aleksei Likhachyov, nesta sexta-feira (28).
"Pela primeira vez, tivemos extensas
negociações com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento [NBD] do BRICS,
Dilma Rousseff. Foram alcançados acordos para financiar uma série de projetos
nos países do BRICS. Estamos falando principalmente de centros médicos, de pequena
capacidade [nuclear], tanto na versão terrestre quanto móvel", disse
Likhachev nos bastidores do Fórum Rússia-África.
Na quarta-feira (26), o presidente russo Vladimir
Putin teve uma reunião com a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que agora
chefia o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do BRICS. Durante o encontro, o
líder russo destacou que os países do BRICS não fazem amigos contra alguém, mas
trabalham em prol dos interesses uns dos outros.
Ao mesmo tempo, ele destacou a importância do desenvolvimento
da instituição financeira que é o BRICS.
Dilma Rousseff, por sua vez, observou que NBD foi
criado para ser uma instituição global com uma base de stakeholders que reflete
seu foco em mercados emergentes e países em desenvolvimento e que, portanto, o
banco prioriza a expansão de seus membros, que espera crescer consistentemente
nos próximos anos.
Brasil
e Índia se opõem ao apelo da China para rápida expansão do BRICS, segundo mídia
A Índia e o Brasil se opõem ao pedido da China para
a rápida expansão do grupo BRICS e querem usar a cúpula na África do Sul para
discutir possíveis países observadores adicionais, relata a Bloomberg citando
autoridades familiarizadas com a situação.
Em maio, o Kremlin, ao ser perguntado como a Rússia
vê a possibilidade de expansão do BRICS, afirmou que: "Ao longo do ano
passado, um número crescente de países tem mostrado grande interesse neste
formato, e mais e mais países têm indicado sua intenção de se concentrar em
conectividade, um tópico para discussão entre os membros deste formato, que
será feito".
"Os países levantaram objeções em negociações
preparatórias para uma cúpula em Joanesburgo no próximo mês, onde [...]
discutirão a possibilidade de expandir o grupo para incluir a Indonésia e a
Arábia Saudita", relata Bloomberg.
Segundo fontes, a China tem pressionado
repetidamente pela expansão do BRICS durante essas reuniões.
"Dezenas de países exigem a adesão à aliança,
alimentando os temores do Ocidente de que o grupo procura se tornar um
contrapeso para Washington e a União Europeia", informa a agência.
De acordo com a Bloomberg, o Brasil quer evitar a
expansão em parte por causa dessas preocupações, enquanto a Índia quer ter
regras rígidas sobre quando e como outros países podem "se aproximar"
do BRICS sem a expansão formal do grupo.
Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin,
durante a reunião com a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que agora
chefia o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do BRICS, afirmou que os países do
BRICS não fazem amigos contra alguém, mas trabalham em prol dos interesses uns
dos outros.
Segundo duas autoridades indianas, o projeto de
regras de admissão foi elaborado depois que a Índia se opôs à expansão do bloco
defendida pela China. Segundo fontes, espera-se que os princípios básicos sejam
discutidos e adotados durante a cúpula de líderes sul-africanos.
De acordo com um funcionário, o primeiro-ministro
indiano Narendra Modi discutiu a possível admissão da Arábia Saudita com o
príncipe herdeiro Mohammed bin Salman em junho.
"Índia e Brasil querem usar a cúpula para
discutir a potencial admissão de mais países com status de observadores",
disseram algumas autoridades.
Como disse uma autoridade brasileira à Bloomberg, o
país se propõe a criar as categorias de "observador" e "país
parceiro". De acordo com essas regras, novos países passarão primeiro por
essas categorias antes de serem considerados para entrar na aliança, disse a
autoridade, acrescentando que o Brasil apoiará a Indonésia.
Assim, segundo fontes, a África do Sul apoia a
discussão de várias opções de adesão, mas não se opõe necessariamente à
expansão.
"A reunião dos líderes do BRICS no ano passado
autorizou a expansão dos membros, adicionar mais membros ao BRICS é um consenso
político dos cinco países do BRICS", disse o Ministério das Relações
Exteriores da China em resposta à Bloomberg.
Ao grupo BRICS pretendem se unir outros países,
nomeadamente Argentina, Argélia e Irã, bem como Indonésia, Turquia, Arábia
Saudita e Egito.
Ø Orbán critica EUA e afirma que dinheiro ocidental está mantendo a
Ucrânia viva
Ao contrário dos norte-americanos, os europeus não
podem materializar dinheiro por meio de "manipulação financeira",
observou o primeiro-ministro húngaro.
A Ucrânia não é um país totalmente soberano, pois
depende de doações ocidentais para financiar os gastos do governo, argumentou o
primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. E são os Estados Unidos que determinam
se essa ajuda vai continuar, acredita ele.
"Os americanos podem sacar muito dinheiro com
todo tipo de manipulação financeira, mas o euro é uma história diferente, não é
adequado para isso", disse Orbán nesta sexta-feira (28), em entrevista à
emissora estatal de rádio Kossuth.
Embora seja verdade que os ucranianos foram os que
mais sofreram com as hostilidades, acrescentou o primeiro-ministro, a
dependência do país significa que o conflito não pode ser chamado de ucraniano.
Uma nação que não consegue pagar suas despesas cede soberania aos doadores,
afirmou.
"Os ucranianos ficaram sem forças. A única
coisa que mantém a Ucrânia viva é o dinheiro ocidental", afirmou o
primeiro-ministro.
Bruxelas agora não pode cumprir suas obrigações com
seus Estados-membros, incluindo a Hungria, afirmou o líder do país, afirmando
que o apoio do bloco a Kiev é um dos fatores por trás do déficit financeiro.
Orbán espera que uma mudança em Washington possa
ocorrer no próximo ano, em meio à próxima eleição presidencial. Na Europa, a
opinião pública está pressionando os políticos para que busquem a paz, porque
"em uma democracia a vontade do povo e as políticas da liderança não podem
ser tão conflitantes a longo prazo". Ele reiterou o apoio de Budapeste às
negociações de paz.
A União Europeia (UE) perdeu a oportunidade de
"localizar" o conflito em curso, da mesma forma que a ex-chanceler
alemã, Angela Merkel, fez com a crise anterior em 2014, afirmou.
Membros do bloco de 27 nações sofreram economicamente
depois de apoiar a campanha liderada pelos Estados Unidos para punir a Rússia
com sanções por causa do conflito na Ucrânia, um fato que Budapeste
constantemente levanta.
Em 2014, um golpe armado e apoiado pelo Ocidente em
Kiev depôs o governo democraticamente eleito da Ucrânia e fortaleceu as forças
nacionalistas. As pessoas na Crimeia então votaram em um referendo para se
separar da Ucrânia e se juntar à Rússia, enquanto os que viviam em Donbass
exigiam autonomia. Kiev reagiu enviando seus militares para reprimir o que
considerou uma rebelião no Leste, mas falhou.
Merkel ajudou a negociar os chamados Acordos de
Minsk, que propunham um caminho para a reintegração pacífica de Donbass à
Ucrânia. Desde então, ela admitiu que o acordo, que nunca foi implementado,
pretendia ganhar tempo para a Ucrânia aumentar suas Forças Armadas com a ajuda
do Ocidente.
<><> 'Será difícil' à Europa se
defender se um adversário 'grande e forte vier', diz chefe da Rheinmetall
Na opinião do CEO de um consórcio militar alemão, a
Alemanha e a Europa em geral estão pouco preparadas para um grande conflito com
os fundos atuais.
Com os gastos atuais em modernização e
desenvolvimento de armas, será difícil para a Europa e a Alemanha, em
particular, se defenderem de um ataque de um inimigo forte, disse Armin
Papperger, chefe do consórcio militar alemão Rheinmetall, em uma entrevista à
emissora alemã NTV divulgada na quarta-feira (26).
"No momento, se um agressor grande e forte
vier, será difícil", disse ele quando questionado se a Europa e a Alemanha
seriam capazes de se defender contra um ataque externo.
Papperger avaliou que não seria suficiente gastar €
100 bilhões (R$ 519,01 bilhões) para modernizar a Bundeswehr, as Forças Armadas
da Alemanha, e possuir a capacidade de se defender, como parte do pacote
aprovado anteriormente pelo governo.
"Acredito que serão necessários de € 300 a 350
bilhões [R$ 1,56 a 1,82 trilhão]", sublinhou ele.
Papperger também observou que discorda da avaliação
de que o consórcio alemão participa do conflito na Ucrânia.
Fonte: Sputnik Brasil
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