Saiba como
diferentes religiões comemoram a Páscoa
O
domingo de Páscoa representa um
dos dias mais importantes do calendário da liturgia cristã.
A
memória da morte e ressurreição de Jesus Cristo é marcada por um período de 50 dias
que tem início neste domingo (9) e encerra na solenidade de Pentecostes.
A
páscoa cristã incorpora elementos da tradição judaica. Outras religiões também
adotam o período como um momento de reflexão e renovação.
·
Judaísmo
A
páscoa cristã tem a sua origem no judaísmo.
A festa, celebrada pelos judeus de maneira solene, relembra a passagem do povo
pelo Mar Vermelho e a libertação da escravidão no Egito.
Na
Bíblia, a Páscoa aparece pela primeira vez no capítulo 12 do livro do Êxodo,
dentro do contexto de vida nova. De acordo com as escrituras, a páscoa judaica
acontecia como celebração familiar, de ação de graças a Deus pela passagem da
escravidão.
A
páscoa judaica é chamada Pessach. “Pessach, em hebraico, quer dizer passagem: a
passagem de uma margem à outra do rio, de um modo de vida a outro, do estado de
escravidão para a responsabilidade de sermos livres”, afirma o ex-presidente da
Confederação Israelita do Brasil (Conib), Fernando Lottenberg, em comunicado.
“A
narrativa é feita com o objetivo de nos convidar a tomar o lugar dos nossos
antepassados e tentar entender o que passaram e viveram naquele contexto – e
que escolhas fizeram. O judaísmo ancora sua tradição, simultaneamente, nas
memórias do passado e no seu significado contemporâneo”, completa.
·
Igreja Ortodoxa
As igrejas ortodoxas celebram a
Páscoa, segundo o calendário Juliano, instituído por Júlio César, no ano 46
antes de Cristo. O calendário para celebração é baseado na astronomia.
Devido
a divergências sobre o assunto desde os primeiros anos do cristianismo, um
concílio de bispos realizado no ano de 325 definiu que a páscoa deveria ser
comemorada pelos cristão no mesmo dia. A unificação das datas vigorou até 1582,
quando a Igreja Romana adotou o calendário Gregoriano, com o objetivo de fazer
ajustes no ano solar.
Desde
então, a celebração da páscoa pela Igreja Ortodoxa segue critérios específicos
que divergem da Igreja Católica. A páscoa deve ser comemorada sempre num
domingo. Em data que segue a lua cheia do equinócio da primavera no Oriente,
após o dia 21 de março. Nesse sentido, ela acontece sempre após a páscoa
judaica.
·
Espiritismo
A doutrina espírita não comemora a
Páscoa, embora siga os preceitos do Evangelho de Jesus. A religião respeita a
Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha valores e o simbolismo
da solenidade, ainda que apresente outras interpretações.
Nesse
sentido, os espíritas buscam celebrar a Páscoa ao longo do ano todo com o
objetivo de vivenciar a mensagem de Jesus.
A
doutrina destaca a passagem bíblica de Gálatas: “Fui crucificado junto com
Cristo. Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo vive em mim. Minha vida presente
na carne, vivo-a no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se
entregou a si mesmo por mim”.
·
Islamismo
Os muçulmanos não comemoram a Páscoa
da mesma forma que os católicos, uma vez que acreditam na existência de Jesus
como um profeta de Deus.
Além
disso, Jesus é citado em diversas passagens do Alcorão, confirmando narrativas
bíblicas. No entanto, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil
(Fambras) ressalta que o Islam é uma religião monoteísta, ou seja, acredita em
um Deus único, e que não há nenhuma divindade além dele.
Os
muçulmanos consideram o Ramadan como mês sagrado, que corresponde ao nono mês
do calendário lunar. Durante os 30 dias do Ramadan, o muçulmano deve se abster
de comer, beber, ter relações conjugais e de todas as más ações. O jejum deve
ser feito desde a alvorada até o pôr do sol, de acordo com a tradição. O
momento é considerado um método de purificação pessoal e de busca por
paciência, respeito e compreensão.
·
Candomblé e umbanda
Religiões
de matriz africana, o candomblé e
a umbanda celebram a semana santa de maneira diferente dos ritos
católicos.
No
período da quaresma, que se inicia na Quarta-feira de Cinzas, terreiros podem
interromper atividades de costume em referência ao período do Lorogun,
associado ao descanso coletivo. O momento representa um tempo em que os Orixás
lutam uma guerra contra o mal.
Ao
término do ciclo, tem início o ano novo litúrgico.
Fonte:
CNN Brasil
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