"Vamos atrás
do autor intelectual dos atos do dia 8: Jair Messias Bolsonaro", diz
Lindbergh Farias
Em
entrevista concedida à TV 247, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ)
destacou sua posição favorável à instauração da CPMI (Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito) dos atos do dia 8 de janeiro de 2023, que investigará as
manifestações antidemocráticas ocorridas em diversas cidades do país, incluindo
a invasão ao Congresso Nacional.
Segundo
odeputado, é fundamental que os parlamentares envolvidos nessas manifestações,
principalmente aqueles do Partido Liberal (PL), se expliquem diante da
sociedade e sejam investigados pela CPMI. Ele ressaltou ainda que o STF
(Supremo Tribunal Federal) está atuando de maneira séria para punir os
responsáveis pelos atos antidemocráticos.
"É
necessário ir atrás do autor intelectual dos atos, o ex-presidente Jair Messias
Bolsonaro, e a CPMI pode fazer esse elo através do depoimento do ex-ministro
Anderson", disse ele. Lindbergh enfatizou que não há como a verdade não
vir à tona e que o também os generais Heleno e Braga Neto serão convocados a
depor.
Por
fim, o Deputado destacou a vantagem da Comissão ser mista, pois estão mais
articulados com o Senado, o que pode garantir maioria do governo na CPMI. Com
essa investigação, espera-se que sejam punidos os responsáveis pelos atos
antidemocráticos e que a democracia brasileira seja fortalecida.
Ø
Deputado
do Centrão cotado a presidir CPMI chamou atos de “terrorismo”
Cotado
para presidir a CPMI dos Atos Golpistas, o deputado Arthur Maia (União-BA) tem
trabalhado nos bastidores para ser confirmado no comando da comissão.
Há
resistências do Palácio do Planalto a seu nome, mas dificilmente o governo vai
emplacar um aliado da esquerda nesse posto.
Maia
não deveria ser dos piores nomes na estratégia governista. Integrante do
Centrão, o deputado baiano presidiu recentemente a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Câmara, no governo Bolsonaro, e não tocou todas as pautas de
interesse daquele governo.
Nas
redes, Arthur Maia condenou com veemência os atos golpistas de 8 de janeiro. Os
classificou como “atos terroristas”.
“A
violência e a proporção dos atentados terroristas que aconteceram ontem contra
os prédios do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto não tem
precedentes na nossa história republicana. Estou dando entrada ainda hoje em um
projeto que inclui no rol de crimes de terrorismo qualquer ação de grupos ou
pessoas que destruam ou danifiquem as sedes dos poderes federais, estaduais ou
municipais. O Brasil não pode conviver com esse tipo de barbárie que nos
diminui como nação e atenta contra a democracia” – postou Arthur Maia nas suas
redes, em 9 de janeiro, um dia depois dos atentados.
·
O
“plano C” de Lira para a presidência da CPMI de 8 de janeiro
O
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já tem outro nome em mente caso não
consiga emplacar o deputado Arthur Maia (União-BA) no comando da CPMI das
invasões golpistas do 8 de Janeiro.
Segundo
aliados, a alternativa de Lira seria o deputado federal Celso Sabino (União-PA),
parlamentar que é mais próximo ao presidente da Câmara do que o próprio Arthur
Maia.
Sabino
é o “plano C” de Lira para a presidência da CPMI. A primeira escolha do
presidente da Câmara era André Fufuca (MA), líder do PP na Câmara. O deputado,
porém, rejeitou a indicação.
·
Proximidade
com Lira
Sabino
é um dos parlamentares do União Brasil mais próximos de Lira. O deputado
paraense presidiu a Comissão Mista de Orçamento (CMO) em 2022 e também é cotado
para relatar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024.
Lira
deverá indicar o presidente da CPMI após um acordo com o governo. Como mostrou
a coluna, o PT trabalha para emplacar um relator do Senado para as
investigações. O favorito é Renan Calheiros (MDB-AL).
Outro bolsonarista da CPMI foge da
Justiça
A
Justiça Eleitoral não conseguiu até agora notificar Alexandre Ramagem sobre a
ação de investigação judicial eleitoral que mira Jair Bolsonaro e dezenas de
aliados por suposto uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder
político e econômico durante o pleito do ano passado.
Em
despacho proferido nesta quarta-feira, o ministro Benedito Gonçalves intimou a
coligação encabeçada pelo PT, autora da ação, para que tome as providências
legais cabíveis à citação de Ramagem ato indispensável pelo qual o réu é convocado
a integrar o processo.
Segundo
o documento, “foram infrutíferas as tentativas de citação por correio” de parte
dos investigados, entre eles o ex-chefe da Abin no governo Bolsonaro.
A
ação apura a produção e difusão de conteúdos desinformativos, de maneira
orquestrada, com intuito de influenciar o resultado da eleição presidencial.
·
PF
fecha o cerco a financiadores de 8 de janeiro
Uma
das linhas de investigação sobre os atos golpistas que depredaram a área
central de Brasília no dia 8 de janeiro indica a atuação de pequenos
financiadores regionais – que juntos, de forma simultânea, teriam viabilizado a
ação dos vândalos.
Segundo
investigadores, isso explica o fato de até agora a Polícia Federal não ter
identificado grandes financiadores que custearam os acampamentos em frente a
quartéis militares e o envio das caravanas ao Distrito Federal, por exemplo.
Pessoas
ligadas à investigação avaliam que, com as provas colhidas até agora, pode ser
que esses grandes financiadores não existam.
Segundo
essa linha de apuração, a logística para os atos golpistas de janeiro foi
viabilizada de forma simultânea por financiadores regionais , que deram
logística e suporte para o transporte e a atuação dos grupos golpistas que
depredaram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso
naquele dia 8.
Reunidos,
esses “patrocinadores” teriam conseguido gerar a mobilização de um grande
número de pessoas, necessária para viabilizar os atos.
A
atuação dos “mentores intelectuais”, dos financiadores e dos próprios vândalos
será investigada também pela CPI criada nesta semana pelo Congresso Nacional.
O
esforço conjunto desses pequenos financiadores, aliado à suposta conivência da
segurança pública do Distrito Federal, teria sido suficiente para a depredação
da Praça dos Três Poderes.
Os
responsáveis pelo inquérito na PF trabalham com essa visão, no momento. Mas
afirmam que, se surgirem novos elementos que apontem para financiadores de
grande porte, o quadro será revisto novamente, e novas diligências podem ser
pedidas ao STF.
Até
o momento, no entanto, tudo indica que o dinheiro que subsidiou a atuação dos
golpistas veio desses pequenos financiadores, sem uma grande empresa ou
empresário para capitanear os esforços e entrar com o aporte principal.
Ø
Governo
quer políticos lacradores de rede social fora da CPI
Articuladores
do governo Lula estão
preocupados em diminuir o número de aspirantes a influenciadores digitais
na CPMI do golpe. O Planalto pediu
aos partidos aliados para os indicados terem posicionamento político definido.
O
Planalto avalia que esses parlamentares poderiam prejudicar a estratégia ao
tentar lacrar durante as sabatinas. Ícones do bolsonarismo, como os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, devem ser
convocados para prestar depoimento.
As
lacrações atrapalharam a
oposição bolsonarista neste
primeiro semestre. Deputados de primeiro mandato foram cobrados a pensar
menos nos cortes para redes sociais e a ter postura mais profissional no
plenário e nas comissões.
Fonte:
Brasil 247/Metrópoles/g1
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