Em Itaetê, mineradora
de ferro ameaça biodiversidade na Serra da Chapadinha
Moradores
de Itaetê, na Chapada Diamantina, denunciaram uma mineradora de ferro por
temerem impactos ambientais causados após exploração de minérios na Serra da
Chapadinha, localizada na região. O caso movimentou as redes sociais e gerou
uma petição.
Após
receber as denúncias, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema)
fez uma fiscalização na Serra, no dia 20 de abril, com uma equipe de
especialistas da sede e da Unidade Regional do Instituto na Chapada Diamantina,
e apoio da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental de Lençóis.
Na
região, o órgão interditou temporariamente uma pesquisa mineral executada pela
Mineração Novo Rumo Ltda. De acordo com o Inema, foi constatado que, na área da
propriedade, estava em curso apenas a atividade, não sendo observado indícios
de desmatamento.
No
entanto, os moradores reclamam que a interdição foi feita em apenas um
quadrante da região, mas que ainda faltam outros três.
Inserida
na região de Mata Atlântica, a Serra da Chapadinha é uma das mais importantes
áreas de recarga hídrica do Estado da Bahia. Ela alimenta o Rio Una, afluente
do Rio Paraguaçu, que é responsável pelo abastecimento de mais de 60% da Região
Metropolitana de Salvador.
Segundo
uma denúncia feita ao Jornal da Chapada, além de afetar o abastecimento de água
e a biodiversidade da região, a mineração também atinge as comunidades locais.
Elas são compostas por nove assentamentos e três quilombos, que vivem da
agricultura familiar e do turismo de base comunitária.
A
denúncia diz ainda que a mineradora recebeu um alvará de pesquisa da Agência
Nacional de Mineração (ANM), que permite a retirada legal de mais de 300 mil
toneladas de ferro ao ano, enquanto solicitam a lavra definitiva. Além disso, o
transporte e movimentação da empresa supostamente foi liberado pela prefeitura
de Itaetê.
A
equipe de reportagem do Portal A
TARDE tentou entrar em contato com a Mineração Novo Rumo e a
Prefeitura de Itaetê, mas ainda não obteve retorno.
Ø
Nível
do Rio Salgado sobe e deixa moradores ilhados em Itapé
A
ponte que fica sobre o Rio Salgado e liga o centro da cidade de Itapé,
localizada no Sul da Bahia, ao distrito de Palmeira, ficou completamente
coberta pela água após as fortes chuvas que atingem a região.
De
acordo com prefeitura, um trecho da ponte já havia caído na semana passada e
foi recuperado com cascalho. Por conta do desabamento, os moradores ficaram
"ilhados", já que a estrutura era a única via de acesso do povoado à
área central da cidade.
Desta
vez, com o aumento do volume das águas, o nível do rio subiu e a estrutura foi
novamente danificada.
Ainda
segundo a gestão municipal, não foi possível avaliar os danos provocados porque
o nível da água do rio ainda não baixou. A limpeza das baronesas já está sendo realizada
e uma nova ponte, mais alta, está sendo construída com previsão de entrega para
agosto deste ano.
Ø AL-BA confirma o
que todos sabiam: não há espaço para uma CPI do MST na Bahia
Até
as bandeiras que ornam a Assembleia Legislativa da Bahia sabiam que a CPI do
MST não seria instalada na Casa. Era uma questão de tempo para que a matéria
fosse sepultada e, como envolveu parte da base aliada, foi necessário encontrar
uma saída honrosa para a natimorta comissão. Não dava para apostar que um
governo recém-iniciado e com uma base expressiva iria permitir o mínimo de
instabilidade que uma CPI poderia causar.
Jerônimo
Rodrigues e o entorno dele não fizeram qualquer demonstração pública contrária
a CPI. No máximo, o líder do governo, Rosemberg Pinto, tentou ludibriar os
desavisados com a suposta ausência de fato determinado para a instalação de uma
CPI. Fatos sobram, inclusive. Após o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva ao
governo federal, representantes do MST, que estavam represados, foram às
fazendas e retomaram a política de ocupações. Era esperado e a oposição
percebeu a oportunidade de surfar nessa onda. Pena que era uma marola...
Ao
assinar o pedido de CPI, o presidente Adolfo Menezes deu a senha para que
houvesse a pressão necessária para discutir o tema. Sob o argumento que é
contrário à invasão de propriedade privada que não atende aos requisitos da
reforma agrária, Adolfo mandou um recado para que a articulação política do PT
tentasse “frear” o ritmo do MST na Bahia. Houve excessos desse movimento social,
base da própria origem do partido, ainda na década de 1980. Recado dado, recado
entendido.
O
chefe do Legislativo sofreu pressões, inclusive de caciques do próprio PSD,
para tentar reverter a possibilidade de instalação da CPI. Na posição dele,
qualquer tipo de recuo poderia fragiliza-lo e ao recorrer ao parecer da
procuradoria Jurídica da Assembleia, Adolfo não precisou pagar pelo desgaste
dele próprio ser responsável por sepultar o colegiado. É inegável que para
permanecer por tanto tempo no parlamento é preciso ter o traquejo que ele
demonstrou.
Para
além da própria estratégia governista, é preciso destacar que dificilmente um
deputado estreante, com menos de seis meses de mandato, iria conseguir emplacar
um pedido de CPI. É parte do processo de ambientação saber onde colocar os pés
e o bolsonarista radical Leandro de Jesus deu passos maiores que o permitido
nessa fase. Então, dar visibilidade a uma figura como ele iria sombrear
qualquer outro nome da oposição, alguns com mais tempo de casa ou com projeções
futuras. Isso explica parte da falta de empenho político e público dos
adversários do PT para emplacar a comissão especial.
A
CPI do MST na Assembleia não vai acontecer agora - e provavelmente num futuro
próximo. Porém os recados ao governo, ao PT e ao MST foram dados. Falta agora
acalmar os ânimos com o agronegócio, que incentivou a instalação da CPI. Essa
parte, todavia, é mais fácil sem o palco de uma comissão parlamentar de
inquérito, que sempre se sabe como começa, mas dificilmente se tem noção de
como termina.
Fonte:
A Tarde/BN
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