Putin: sanções
contra fertilizantes russos prejudicaram, entre outros, América Latina
O
presidente russo Vladimir Putin disse que os países que impuseram sanções
contra a Rússia relacionadas aos fertilizantes prejudicaram os países em
desenvolvimento, sendo que a Rússia é um líder mundial nesta área.
"Aqueles
que impuseram sanções, impuseram sanções contra nós, mas foram os mercados
emergentes que sofreram os maiores danos", disse Putin em uma reunião com
o presidente da Associação de Produtores de Fertilizantes da Rússia, Andrei
Guriev.
Ele
especificou que os mercados em questão são "África, América Latina e
Ásia".
Ao
mesmo tempo, a Rússia ultrapassou os EUA na produção de fertilizantes minerais
e está em segundo lugar no mundo, depois da China.
"Nos
últimos dez anos, aumentamos a produção em 40% – para 55 milhões de toneladas –
de todos os tipos de fertilizantes. Ultrapassamos os Estados Unidos e a Índia
em produção e agora somos o maior produtor de fertilizantes minerais do mundo,
depois da China", disse o presidente da Associação de Produtores de
Fertilizantes, Andrei Guriev.
Putin,
por sua vez, agradeceu aos produtores de fertilizantes por seu trabalho,
observando que a colheita recorde do ano passado foi alcançada, entre outras
coisas, pelo aumento do investimento em fertilizantes na agricultura russa.
·
Banco
Mundial diz que preços de commodities vão ter maior queda em 2023 desde a
pandemia
É
provável que os preços globais das commodities sofram a queda mais acentuada
neste ano desde o início da pandemia de COVID-19, mas os preços dos alimentos
ainda vão permanecer próximos de máximas recordes, disse o Banco Mundial nesta
quinta-feira (27).
"Espera-se
que os preços globais das commodities caiam neste ano no ritmo mais rápido
desde o início da pandemia de COVID-19, obscurecendo as perspectivas de
crescimento de quase dois terços das economias em desenvolvimento que dependem
das exportações de commodities", disse o Banco Mundial em um comunicado
que acompanha seu último relatório sobre Perspectivas dos Mercados de
Commodities.
Os
preços das commodities devem cair 21% em 2023 ano a ano, disse o relatório.
Espera-se que o preço do petróleo Brent fique em média US$ 84 (cerca de R$
420,93) por barril, uma queda de 16% em relação à média do ano passado.
Os
preços do gás natural na Europa e nos EUA devem cair pela metade entre 2022 e
2023, com os preços do carvão devendo cair 42% em 2023, acrescentou o Banco
Mundial.
É
previsto que os preços dos alimentos caiam 8% neste ano, mas devem permanecer
no segundo nível mais alto desde 1975.
Os
preços dos fertilizantes também devem cair 37% em 2023, a maior queda anual
desde 1974, enquanto ainda paira perto de sua recente alta vista pela última
vez durante a crise de 2008-2009.
Apesar
das quedas, os preços de todos os principais grupos de commodities vão
permanecer bem acima dos níveis médios de 2015-2019, observou o Banco Mundial.
Ø
Produção
industrial mostra crescimento na Rússia apesar das sanções abrangentes
Em
março de 2023, a produção industrial aumentou em relação a março de 2022,
indica o Rosstat, incluindo um crescimento de 6,8% na fabricação, apesar da
redução em certos setores.
A
produção industrial na Rússia cresceu em março 1,2% em relação ao mesmo mês de
2022, tratando-se do primeiro aumento até agora em 2023, revelam dados do
Serviço Federal da Estatística (Rosstat), a agência de estatísticas oficial do
país.
O
setor de fabricação, por sua vez, cresceu 6,8%. A agência norte-americana
Bloomberg escreveu na quarta-feira (26) que o incremento aconteceu devido à
produção de produtos de metal fabricados, que inclui armas e munições. O setor
teve um aumento homólogo de 30% em março.
A
produção de computadores, dispositivos eletrônicos e ópticos, o que inclui
peças para motores de aeronaves e foguetes, e visores ópticos e outros
sistemas, também teria aumentado 23%. A produção de "outros
transportes", cujas estimativas incluem veículos de combate, aeronaves e
navios, teria crescido mais de 10%, o que acontece pelo segundo mês
consecutivo.
Além
de tudo, teria havido um aumento de 11,9% na produção de móveis. Já o volume do
processamento de madeira e da produção de produtos de madeira e cortiça, exceto
móveis, caiu 11,3%, e o de medicamentos e materiais para fins médicos, reduziu
em 11%.
No
final do primeiro trimestre de 2023, a produção industrial mostrou uma queda
homóloga de 0,9%.
O
Rosstat acrescentou que, no final de março, a produção industrial continua sua
recuperação, com uma dinâmica positiva. Conforme indicou a Bloomberg, a
produção militar na Rússia aumentou em fevereiro por conta de o governo russo
aumentar drasticamente os gastos estatais no início do ano.
O
crescimento vem em meio a mais de um ano de sanções abrangentes e cada vez
maiores dos países ocidentais, depois que a Rússia começou a operação militar
especial na Ucrânia. Elas provocaram um aumento na inflação e a redução nas
perspectivas econômicas nos países ocidentais, ao mesmo tempo que a economia
russa mantém uma resiliência, apesar de certo efeito negativo em resultado das
restrições.
Ø
Dívida
do Leste Europeu atinge níveis recordes após implementação de sanções
antirrussas
Os
governos do Leste Europeu já tomaram emprestado quase US$ 32 bilhões em 2023, o
triplo do mesmo período do ano anterior, escreve a agência Bloomberg.
Especialistas observam que os gastos estatais aumentaram significativamente
após o início do conflito ucraniano e a implementação de sanções antirrussas.
"Pela
primeira vez em uma década, três países do Leste Europeu, a saber, Polônia (US$
9 bilhões) [cerca de R$ 45,5 bilhões], Romênia (US$ 6 bilhões) [cerca de R$
30,3 bilhões] e Hungria (US$ 5 bilhões) [cerca de R$ 25,3 bilhões], estão entre
os cinco maiores tomadores de empréstimos de mercados emergentes no
exterior", relata o jornal.
O
Leste Europeu está sofrendo enormes perdas financeiras, uma vez que os gastos
estatais aumentaram acentuadamente devido à necessidade de compensar os custos
militares e de permanência dos refugiados ucranianos. Após o início do conflito
na Ucrânia, o mercado de títulos passou por mudanças significativas. Os
empréstimos tornaram-se muito caros, mesmo para governos altamente cotados,
depois que os bancos centrais de todo o mundo aumentaram as taxas de juros,
disse a agência.
"A
Polônia, por exemplo, paga 5,5% ao ano por seus novos títulos de 30 anos. Em
2021, o mesmo título teria sido vendido por menos de 4%", destacam os
especialistas citados pela Bloomberg.
O
déficit orçamentário do Leste Europeu vai aumentar para 4,3% do produto interno
bruto (PIB) da região em 2023, ante 1,3% em 2021, estimam os analistas. Da
mesma forma, as vendas de títulos em dólares e euros em mercados emergentes
caíram para US$ 104 bilhões (cerca de R$ 525,6 bilhões) no ano passado, o nível
mais baixo desde 2013, de acordo com os dados.
Daniel
Wood, gerente da empresa de investimentos William Blair International,
esclareceu que o conflito na Ucrânia afeta os déficits orçamentários, pois o
crescimento econômico e a renda dos países diminuem, enquanto os governos
aumentam os gastos para combater os efeitos negativos da situação.
"As
necessidades de dinheiro dos países continuarão grandes. Isso se deve à luta
contra a inflação e ao aumento dos preços da energia. Os países precisam de uma
moeda forte, mas o acesso aos fundos da União Europeia [UE] é limitado",
disse Nafez Zouk, analista de dívida soberana de mercados emergentes da Aviva
Investors em Londres.
O
Ocidente intensificou as sanções contra a Rússia por causa de sua operação
militar especial na Ucrânia, o que fez disparar os preços da eletricidade, do
combustível e dos alimentos na Europa e nos Estados Unidos. O presidente russo,
Vladimir Putin, disse que a política de conter e enfraquecer a Rússia é uma
estratégia de longo prazo do Ocidente, e as sanções foram um duro golpe para
toda a economia mundial. As autoridades russas insistiram repetidamente que
Moscou vai resolver todos os problemas ocasionados pelo Ocidente.
Ø
Ucrânia
cobra 'clareza' da UE sobre importação de alimentos e vincula proibição da
Polônia à eleição
Após
alguns países da UE bloquearem temporariamente a importação de grãos oriundos
da Ucrânia, Kiev disse que o bloco europeu precisa definir uma posição clara
sobre sua política de importação de alimentos para os próximos cinco anos.
Os
ucranianos sinalizaram que com a chegada do outono, os problemas enfrentados
por algumas exportações ucranianas para a Europa Central vão se repetir, e que
é preciso que a UE tenha regras claras sobre o assunto, de acordo com a
Reuters.
"O
principal problema para a maioria dos países europeus é a Ucrânia agrária, que
entrará na UE com 30 milhões de hectares de terra. Eles [EU] não sabem o que
fazer com os subsídios e não sabem o que fazer com o mercado interno",
disse Alex Lissitsa, diretor da associação de agronegócio ucraniana Ukrainian
Agribusiness Club.
Lissitsa
também afirmou que Kiev deve negociar com Bruxelas, e não com Estados
separados, e que é necessária uma solução de longo prazo que dure cinco anos –
quando as negociações de adesão devem ocorrer.
"Se
alguma decisão parcial for tomada [agora], voltaremos a tudo isso novamente no
outono. Os agricultores franceses vão acordar, os fazendeiros italianos vão
acordar", disse o diretor citado pela mídia.
Na
visão de agricultores ucranianos, a proibição feita pela Polônia aos alimentos
vindos do país tem motivação política, visto que Varsóvia terá eleições em
breve, e que os países estão preocupados com a perspectiva de um aumento de
produtos ucranianos nos mercados europeus com a busca de Kiev a adesão à UE,
relata a agência britânica.
A
Comissão Europeia ofereceu € 100 milhões (R$ 553 milhões) em ajuda aos
agricultores da Europa Central, além de um pacote anterior de € 56 milhões (R$
310 milhões).
Nas
últimas semanas, alguns Estados-membros do bloco europeu como a Polônia e a
Hungria impuseram proibições temporárias a certos produtos agrícolas ucranianos
alegando que um excesso de oferta ucraniana afetou os mercados locais.
Ø
Planos
europeus de abandonar o gás russo em favor da energia eólica falharam, admite
mídia
O
plano da União Europeia de desistir do gás russo e aumentar a geração de
energia eólica falhou, admitiu o Bloomberg.
Há
cerca de um ano, a Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Dinamarca emitiram uma
declaração sobre a aceleração da construção de turbinas eólicas e estabeleceram
uma meta de obter 65 gigawatts até 2030.
O
Reino Unido também prometeu se juntar a eles e anunciou a construção de
turbinas para obter 50 gigawatts. No entanto, a análise atual da produção de
energia eólica mostrou que essas metas não serão cumpridas.
"Uma
das minhas preocupações é que não estamos avançando rápido o suficiente. Não
atingiremos nossas metas até 2030", disse Rasmus Errboe, diretor da Orsted
A/S, o maior desenvolvedor de parques eólicos offshore da região, em uma
entrevista.
Além
disso, os analistas da BloombergNEF preveem que, até o final da década, os
Estados europeus poderão atingir uma capacidade total de cerca de 88 gigawatts,
o que representa cerca de três quartos das metas desejadas.
Ø
China
reage à fala de Biden sobre Coreia do Norte e diz que EUA 'aumentam tensões
deliberadamente'
Para
Pequim, Washington insiste em "explorar a questão da península para criar
tensão" e não colabora para que uma solução pacífica entre as partes seja
encontrada.
Na
quarta-feira (26), Estados Unidos e a Coreia do Sul divulgaram o texto
"Declaração de Washington", assinado por ambos os países para
"fortalecer a dissuasão e a resposta ao comportamento escalonado da Coreia
do Norte", segundo o presidente Joe Biden.
Biden
também disse que um ataque nuclear de Pyongyang "contra os EUA ou seus
aliados ou parceiros é inaceitável e resultará no fim de qualquer regime que
tome tal ação", conforme noticiado.
A
China reagiu aos comentários do mandatário norte-americano e disse que tais
declarações "provocam confronto".
"Todas
as partes devem enfrentar o cerne da questão da península [coreana] e
desempenhar um papel construtivo na promoção de uma solução pacífica para a questão",
disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.
A
diplomata instou contra "aumentar tensões deliberadamente, provocar
confrontos e fazer ameaças", segundo o Channel New Asia.
Para
Pequim as medidas acertadas entre a Coreia do Sul e os EUA na Declaração de
Washington "ignoram a segurança regional e insiste em explorar a questão
da península para criar tensão".
"O
que os EUA estão fazendo [...] provoca confronto entre campos, mina o regime de
não proliferação nuclear e os interesses estratégicos de outros países",
disse Mao.
As
medidas "agravam as tensões na península, minam a paz e a estabilidade
regionais e vão contra o objetivo de desnuclearização na península",
acrescentou a diplomata chinesa.
Ø
Coreia
do Sul está pronta para abrir mão de armas nucleares pela promessa de segurança
dos EUA?
Anteriormente,
a primeira visita oficial do presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol aos Estados
Unidos acabou. Durante a visita, Yoon Suk-yeol e o presidente americano, Joe
Biden, realizaram conversas que resultaram em uma declaração conjunta, que os
dois lados chamam de Declaração de Washington.
Contrária
a expectativas de muitos analistas ocidentais, a declaração nem da China nem da
Ucrânia. Mas essa visita ocorreu no contexto de sérias preocupações da
República da Coreia sobre o rápido desenvolvimento de mísseis e potencial
nuclear da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), a vizinha do Norte.
Portanto,
o documento registra a prontidão dos Estados Unidos para mobilizar toda a gama
de suas capacidades militares, incluindo capacidades nucleares, para proteger
seu aliado de um vizinho conturbado.
O
presidente Joe Biden confirmou que um ataque nuclear da RPDC à Coreia do Sul
receberia uma "resposta rápida, decisiva e esmagadora". Ao mesmo tempo,
os EUA não vão implantar armas nucleares na península coreana, mas os portos
sul-coreanos serão visitados periodicamente por submarinos nucleares
americanos.
Administração
Biden deu à visita o status mais alto possível e enfatizou a atenção. E não é
apenas no 70º aniversário da aliança bilateral, disse em entrevista à Sputnik o
chefe do departamento de estudos orientais da Coreia e da Mongólia, Aleksandr
Vorontsov.
"Diante
dos sucessos óbvios do programa de mísseis da RPDC, na República da Coreia
estão crescendo os temores pela segurança do país. Neste contexto, campanhas
para a posse de armas nucleares na Coreia do Sul estão se desenvolvendo
ativamente. A opinião pública no país tendeu nessa direção antes, e
recentemente o nível de apoio a essas campanhas se tornou muito alto",
observou o especialista.
Aleksandr
Vorontsov relembrou que, em janeiro deste ano, Yoon Suk-yeol anunciou
publicamente pela primeira vez que Coreia do Sul considera a criação de suas
próprias armas nucleares como uma opção. O governo sul-coreano ficou alarmado
com a falta de uma resposta clara dos EUA.
E
a questão era: ou construir suas armas nucleares ou convencer os EUA a
reimplantar armas nucleares em território sul-coreano. Note-se que as armas
nucleares táticas americanas já estiveram estacionadas na Coreia do Sul, mas
foram retiradas sob George W. Bush.
"Os
EUA também não queriam, porque a nuclearização da península coreana poderia
desencadear uma reação em cadeia no Japão, Taiwan etc. É por isso que os
americanos conseguiram o que Yoon afirmou seu compromisso com a não
proliferação nuclear. E o importante é que esteja incluído na declaração",
disse Vorontsov.
Segundo
o especialista, a expansão da dissuasão nuclear, a presença permanente de armas
estratégicas americanas na península coreana, decisões conjuntas em caso de
ameaça nuclear e cooperação neste contexto podem ser consideradas uma
compensação pela República da Coreia não desenvolver suas armas nucleares.
Embora por parte dos "falcões" sul-coreanos causará descontentamento
que seus planos nucleares sejam abandonados.
Ao
mesmo tempo, Vorontsov estava cético em relação ao último parágrafo da
declaração, que diz que dois presidentes pretendem prosseguir o diálogo e a
diplomacia com a RPDC sem condições prévias como meio de avançar para o
objetivo comum de alcançar a desnuclearização completa da península coreana.
"Eles
dizem que estão prontos para negociar sem pré-condições, com a pré-condição já
incluída nesta fórmula, ou seja, desnuclearização. Não redução, não a doutrina
nuclear do Norte, mas completo desarmamento nuclear. E isso é inaceitável para
a Coreia do Norte, por isso não há negociações reais com a RPDC."
Em
uma coletiva de imprensa conjunta após a reunião que ocorreu em 26 de abril, o
presidente Biden expressou a sua satisfação com o trabalho conjunto da
República da Coreia e dos EUA, inclusive através da cooperação triangular com o
Japão.
As
partes também concordaram em expandir os intercâmbios de estudantes, bem como
fortalecer a cooperação nas áreas de segurança econômica, espaço, ciência
quântica, ciberespaço e investimento mútuo na produção de semicondutores,
veículos elétricos e baterias.
Fonte:
Sputnik Brasil
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