sexta-feira, 28 de abril de 2023

Putin: sanções contra fertilizantes russos prejudicaram, entre outros, América Latina

O presidente russo Vladimir Putin disse que os países que impuseram sanções contra a Rússia relacionadas aos fertilizantes prejudicaram os países em desenvolvimento, sendo que a Rússia é um líder mundial nesta área.

"Aqueles que impuseram sanções, impuseram sanções contra nós, mas foram os mercados emergentes que sofreram os maiores danos", disse Putin em uma reunião com o presidente da Associação de Produtores de Fertilizantes da Rússia, Andrei Guriev.

Ele especificou que os mercados em questão são "África, América Latina e Ásia".

Ao mesmo tempo, a Rússia ultrapassou os EUA na produção de fertilizantes minerais e está em segundo lugar no mundo, depois da China.

"Nos últimos dez anos, aumentamos a produção em 40% – para 55 milhões de toneladas – de todos os tipos de fertilizantes. Ultrapassamos os Estados Unidos e a Índia em produção e agora somos o maior produtor de fertilizantes minerais do mundo, depois da China", disse o presidente da Associação de Produtores de Fertilizantes, Andrei Guriev.

Putin, por sua vez, agradeceu aos produtores de fertilizantes por seu trabalho, observando que a colheita recorde do ano passado foi alcançada, entre outras coisas, pelo aumento do investimento em fertilizantes na agricultura russa.

·         Banco Mundial diz que preços de commodities vão ter maior queda em 2023 desde a pandemia

É provável que os preços globais das commodities sofram a queda mais acentuada neste ano desde o início da pandemia de COVID-19, mas os preços dos alimentos ainda vão permanecer próximos de máximas recordes, disse o Banco Mundial nesta quinta-feira (27).

"Espera-se que os preços globais das commodities caiam neste ano no ritmo mais rápido desde o início da pandemia de COVID-19, obscurecendo as perspectivas de crescimento de quase dois terços das economias em desenvolvimento que dependem das exportações de commodities", disse o Banco Mundial em um comunicado que acompanha seu último relatório sobre Perspectivas dos Mercados de Commodities.

Os preços das commodities devem cair 21% em 2023 ano a ano, disse o relatório. Espera-se que o preço do petróleo Brent fique em média US$ 84 (cerca de R$ 420,93) por barril, uma queda de 16% em relação à média do ano passado.

Os preços do gás natural na Europa e nos EUA devem cair pela metade entre 2022 e 2023, com os preços do carvão devendo cair 42% em 2023, acrescentou o Banco Mundial.

É previsto que os preços dos alimentos caiam 8% neste ano, mas devem permanecer no segundo nível mais alto desde 1975.

Os preços dos fertilizantes também devem cair 37% em 2023, a maior queda anual desde 1974, enquanto ainda paira perto de sua recente alta vista pela última vez durante a crise de 2008-2009.

Apesar das quedas, os preços de todos os principais grupos de commodities vão permanecer bem acima dos níveis médios de 2015-2019, observou o Banco Mundial.

 

Ø  Produção industrial mostra crescimento na Rússia apesar das sanções abrangentes

 

Em março de 2023, a produção industrial aumentou em relação a março de 2022, indica o Rosstat, incluindo um crescimento de 6,8% na fabricação, apesar da redução em certos setores.

A produção industrial na Rússia cresceu em março 1,2% em relação ao mesmo mês de 2022, tratando-se do primeiro aumento até agora em 2023, revelam dados do Serviço Federal da Estatística (Rosstat), a agência de estatísticas oficial do país.

O setor de fabricação, por sua vez, cresceu 6,8%. A agência norte-americana Bloomberg escreveu na quarta-feira (26) que o incremento aconteceu devido à produção de produtos de metal fabricados, que inclui armas e munições. O setor teve um aumento homólogo de 30% em março.

A produção de computadores, dispositivos eletrônicos e ópticos, o que inclui peças para motores de aeronaves e foguetes, e visores ópticos e outros sistemas, também teria aumentado 23%. A produção de "outros transportes", cujas estimativas incluem veículos de combate, aeronaves e navios, teria crescido mais de 10%, o que acontece pelo segundo mês consecutivo.

Além de tudo, teria havido um aumento de 11,9% na produção de móveis. Já o volume do processamento de madeira e da produção de produtos de madeira e cortiça, exceto móveis, caiu 11,3%, e o de medicamentos e materiais para fins médicos, reduziu em 11%.

No final do primeiro trimestre de 2023, a produção industrial mostrou uma queda homóloga de 0,9%.

O Rosstat acrescentou que, no final de março, a produção industrial continua sua recuperação, com uma dinâmica positiva. Conforme indicou a Bloomberg, a produção militar na Rússia aumentou em fevereiro por conta de o governo russo aumentar drasticamente os gastos estatais no início do ano.

O crescimento vem em meio a mais de um ano de sanções abrangentes e cada vez maiores dos países ocidentais, depois que a Rússia começou a operação militar especial na Ucrânia. Elas provocaram um aumento na inflação e a redução nas perspectivas econômicas nos países ocidentais, ao mesmo tempo que a economia russa mantém uma resiliência, apesar de certo efeito negativo em resultado das restrições.

 

Ø  Dívida do Leste Europeu atinge níveis recordes após implementação de sanções antirrussas

 

Os governos do Leste Europeu já tomaram emprestado quase US$ 32 bilhões em 2023, o triplo do mesmo período do ano anterior, escreve a agência Bloomberg. Especialistas observam que os gastos estatais aumentaram significativamente após o início do conflito ucraniano e a implementação de sanções antirrussas.

"Pela primeira vez em uma década, três países do Leste Europeu, a saber, Polônia (US$ 9 bilhões) [cerca de R$ 45,5 bilhões], Romênia (US$ 6 bilhões) [cerca de R$ 30,3 bilhões] e Hungria (US$ 5 bilhões) [cerca de R$ 25,3 bilhões], estão entre os cinco maiores tomadores de empréstimos de mercados emergentes no exterior", relata o jornal.

O Leste Europeu está sofrendo enormes perdas financeiras, uma vez que os gastos estatais aumentaram acentuadamente devido à necessidade de compensar os custos militares e de permanência dos refugiados ucranianos. Após o início do conflito na Ucrânia, o mercado de títulos passou por mudanças significativas. Os empréstimos tornaram-se muito caros, mesmo para governos altamente cotados, depois que os bancos centrais de todo o mundo aumentaram as taxas de juros, disse a agência.

"A Polônia, por exemplo, paga 5,5% ao ano por seus novos títulos de 30 anos. Em 2021, o mesmo título teria sido vendido por menos de 4%", destacam os especialistas citados pela Bloomberg.

O déficit orçamentário do Leste Europeu vai aumentar para 4,3% do produto interno bruto (PIB) da região em 2023, ante 1,3% em 2021, estimam os analistas. Da mesma forma, as vendas de títulos em dólares e euros em mercados emergentes caíram para US$ 104 bilhões (cerca de R$ 525,6 bilhões) no ano passado, o nível mais baixo desde 2013, de acordo com os dados.

Daniel Wood, gerente da empresa de investimentos William Blair International, esclareceu que o conflito na Ucrânia afeta os déficits orçamentários, pois o crescimento econômico e a renda dos países diminuem, enquanto os governos aumentam os gastos para combater os efeitos negativos da situação.

"As necessidades de dinheiro dos países continuarão grandes. Isso se deve à luta contra a inflação e ao aumento dos preços da energia. Os países precisam de uma moeda forte, mas o acesso aos fundos da União Europeia [UE] é limitado", disse Nafez Zouk, analista de dívida soberana de mercados emergentes da Aviva Investors em Londres.

O Ocidente intensificou as sanções contra a Rússia por causa de sua operação militar especial na Ucrânia, o que fez disparar os preços da eletricidade, do combustível e dos alimentos na Europa e nos Estados Unidos. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a política de conter e enfraquecer a Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente, e as sanções foram um duro golpe para toda a economia mundial. As autoridades russas insistiram repetidamente que Moscou vai resolver todos os problemas ocasionados pelo Ocidente.

 

Ø  Ucrânia cobra 'clareza' da UE sobre importação de alimentos e vincula proibição da Polônia à eleição

 

Após alguns países da UE bloquearem temporariamente a importação de grãos oriundos da Ucrânia, Kiev disse que o bloco europeu precisa definir uma posição clara sobre sua política de importação de alimentos para os próximos cinco anos.

Os ucranianos sinalizaram que com a chegada do outono, os problemas enfrentados por algumas exportações ucranianas para a Europa Central vão se repetir, e que é preciso que a UE tenha regras claras sobre o assunto, de acordo com a Reuters.

"O principal problema para a maioria dos países europeus é a Ucrânia agrária, que entrará na UE com 30 milhões de hectares de terra. Eles [EU] não sabem o que fazer com os subsídios e não sabem o que fazer com o mercado interno", disse Alex Lissitsa, diretor da associação de agronegócio ucraniana Ukrainian Agribusiness Club.

Lissitsa também afirmou que Kiev deve negociar com Bruxelas, e não com Estados separados, e que é necessária uma solução de longo prazo que dure cinco anos – quando as negociações de adesão devem ocorrer.

"Se alguma decisão parcial for tomada [agora], voltaremos a tudo isso novamente no outono. Os agricultores franceses vão acordar, os fazendeiros italianos vão acordar", disse o diretor citado pela mídia.

Na visão de agricultores ucranianos, a proibição feita pela Polônia aos alimentos vindos do país tem motivação política, visto que Varsóvia terá eleições em breve, e que os países estão preocupados com a perspectiva de um aumento de produtos ucranianos nos mercados europeus com a busca de Kiev a adesão à UE, relata a agência britânica.

A Comissão Europeia ofereceu € 100 milhões (R$ 553 milhões) em ajuda aos agricultores da Europa Central, além de um pacote anterior de € 56 milhões (R$ 310 milhões).

Nas últimas semanas, alguns Estados-membros do bloco europeu como a Polônia e a Hungria impuseram proibições temporárias a certos produtos agrícolas ucranianos alegando que um excesso de oferta ucraniana afetou os mercados locais.

 

Ø  Planos europeus de abandonar o gás russo em favor da energia eólica falharam, admite mídia

 

O plano da União Europeia de desistir do gás russo e aumentar a geração de energia eólica falhou, admitiu o Bloomberg.

Há cerca de um ano, a Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Dinamarca emitiram uma declaração sobre a aceleração da construção de turbinas eólicas e estabeleceram uma meta de obter 65 gigawatts até 2030.

O Reino Unido também prometeu se juntar a eles e anunciou a construção de turbinas para obter 50 gigawatts. No entanto, a análise atual da produção de energia eólica mostrou que essas metas não serão cumpridas.

"Uma das minhas preocupações é que não estamos avançando rápido o suficiente. Não atingiremos nossas metas até 2030", disse Rasmus Errboe, diretor da Orsted A/S, o maior desenvolvedor de parques eólicos offshore da região, em uma entrevista.

Além disso, os analistas da BloombergNEF preveem que, até o final da década, os Estados europeus poderão atingir uma capacidade total de cerca de 88 gigawatts, o que representa cerca de três quartos das metas desejadas.

 

Ø  China reage à fala de Biden sobre Coreia do Norte e diz que EUA 'aumentam tensões deliberadamente'

 

Para Pequim, Washington insiste em "explorar a questão da península para criar tensão" e não colabora para que uma solução pacífica entre as partes seja encontrada.

Na quarta-feira (26), Estados Unidos e a Coreia do Sul divulgaram o texto "Declaração de Washington", assinado por ambos os países para "fortalecer a dissuasão e a resposta ao comportamento escalonado da Coreia do Norte", segundo o presidente Joe Biden.

Biden também disse que um ataque nuclear de Pyongyang "contra os EUA ou seus aliados ou parceiros é inaceitável e resultará no fim de qualquer regime que tome tal ação", conforme noticiado.

A China reagiu aos comentários do mandatário norte-americano e disse que tais declarações "provocam confronto".

"Todas as partes devem enfrentar o cerne da questão da península [coreana] e desempenhar um papel construtivo na promoção de uma solução pacífica para a questão", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.

A diplomata instou contra "aumentar tensões deliberadamente, provocar confrontos e fazer ameaças", segundo o Channel New Asia.

Para Pequim as medidas acertadas entre a Coreia do Sul e os EUA na Declaração de Washington "ignoram a segurança regional e insiste em explorar a questão da península para criar tensão".

"O que os EUA estão fazendo [...] provoca confronto entre campos, mina o regime de não proliferação nuclear e os interesses estratégicos de outros países", disse Mao.

As medidas "agravam as tensões na península, minam a paz e a estabilidade regionais e vão contra o objetivo de desnuclearização na península", acrescentou a diplomata chinesa.

 

Ø  Coreia do Sul está pronta para abrir mão de armas nucleares pela promessa de segurança dos EUA?

 

Anteriormente, a primeira visita oficial do presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol aos Estados Unidos acabou. Durante a visita, Yoon Suk-yeol e o presidente americano, Joe Biden, realizaram conversas que resultaram em uma declaração conjunta, que os dois lados chamam de Declaração de Washington.

Contrária a expectativas de muitos analistas ocidentais, a declaração nem da China nem da Ucrânia. Mas essa visita ocorreu no contexto de sérias preocupações da República da Coreia sobre o rápido desenvolvimento de mísseis e potencial nuclear da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), a vizinha do Norte.

Portanto, o documento registra a prontidão dos Estados Unidos para mobilizar toda a gama de suas capacidades militares, incluindo capacidades nucleares, para proteger seu aliado de um vizinho conturbado.

O presidente Joe Biden confirmou que um ataque nuclear da RPDC à Coreia do Sul receberia uma "resposta rápida, decisiva e esmagadora". Ao mesmo tempo, os EUA não vão implantar armas nucleares na península coreana, mas os portos sul-coreanos serão visitados periodicamente por submarinos nucleares americanos.

Administração Biden deu à visita o status mais alto possível e enfatizou a atenção. E não é apenas no 70º aniversário da aliança bilateral, disse em entrevista à Sputnik o chefe do departamento de estudos orientais da Coreia e da Mongólia, Aleksandr Vorontsov.

"Diante dos sucessos óbvios do programa de mísseis da RPDC, na República da Coreia estão crescendo os temores pela segurança do país. Neste contexto, campanhas para a posse de armas nucleares na Coreia do Sul estão se desenvolvendo ativamente. A opinião pública no país tendeu nessa direção antes, e recentemente o nível de apoio a essas campanhas se tornou muito alto", observou o especialista.

Aleksandr Vorontsov relembrou que, em janeiro deste ano, Yoon Suk-yeol anunciou publicamente pela primeira vez que Coreia do Sul considera a criação de suas próprias armas nucleares como uma opção. O governo sul-coreano ficou alarmado com a falta de uma resposta clara dos EUA.

E a questão era: ou construir suas armas nucleares ou convencer os EUA a reimplantar armas nucleares em território sul-coreano. Note-se que as armas nucleares táticas americanas já estiveram estacionadas na Coreia do Sul, mas foram retiradas sob George W. Bush.

"Os EUA também não queriam, porque a nuclearização da península coreana poderia desencadear uma reação em cadeia no Japão, Taiwan etc. É por isso que os americanos conseguiram o que Yoon afirmou seu compromisso com a não proliferação nuclear. E o importante é que esteja incluído na declaração", disse Vorontsov.

Segundo o especialista, a expansão da dissuasão nuclear, a presença permanente de armas estratégicas americanas na península coreana, decisões conjuntas em caso de ameaça nuclear e cooperação neste contexto podem ser consideradas uma compensação pela República da Coreia não desenvolver suas armas nucleares. Embora por parte dos "falcões" sul-coreanos causará descontentamento que seus planos nucleares sejam abandonados.

Ao mesmo tempo, Vorontsov estava cético em relação ao último parágrafo da declaração, que diz que dois presidentes pretendem prosseguir o diálogo e a diplomacia com a RPDC sem condições prévias como meio de avançar para o objetivo comum de alcançar a desnuclearização completa da península coreana.

"Eles dizem que estão prontos para negociar sem pré-condições, com a pré-condição já incluída nesta fórmula, ou seja, desnuclearização. Não redução, não a doutrina nuclear do Norte, mas completo desarmamento nuclear. E isso é inaceitável para a Coreia do Norte, por isso não há negociações reais com a RPDC."

Em uma coletiva de imprensa conjunta após a reunião que ocorreu em 26 de abril, o presidente Biden expressou a sua satisfação com o trabalho conjunto da República da Coreia e dos EUA, inclusive através da cooperação triangular com o Japão.

As partes também concordaram em expandir os intercâmbios de estudantes, bem como fortalecer a cooperação nas áreas de segurança econômica, espaço, ciência quântica, ciberespaço e investimento mútuo na produção de semicondutores, veículos elétricos e baterias.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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