FAMÍLIA WHITTAKER:
O CASO INCESTUOSO MAIS INFAME DA MODERNIDADE
Há
cerca de 34 mil anos que o endocruzamento, ou incesto — o cruzamento entre
indivíduos geneticamente próximos, como primos ou irmãos —, acontece entre os
seres humanos modernos. Apesar de a prática ter perdido a força ao longo dos
séculos, a endogamia permanece em muitas partes do mundo, como no Paquistão,
Arábia Saudita, Líbano, Egito e Israel.
Uma
pesquisa liderada por Martin Sikora, da Universidade de Copenhague, na
Dinamarca, descobriu analisando restos humanos encontrados no sítio
arqueológico de Sungir, na Rússia, que mesmo há 34 mil anos, os nossos
ancestrais já sabiam que o incesto era uma má
ideia.
Isso
porque, mesmo em sociedades extremamente pequenas, a endogamia não aconteceu
naquele período, sugerindo que os primeiros humanos acasalaram fora de seus
próprios clãs em vez de se arriscarem a ter os problemas que surgem ao fazer
sexo com parentes.
O
endocruzamento pode causar malformações ou características prejudicais,
problemas de fertilidade, abortos espontâneos excessivos, vulnerabilidade nos
sistemas imunológicos, propensão a doenças infeciosas e doenças recessivas.
Um
dos efeitos mais claros do endocruzamento aconteceu na família
Whittaker, o caso de incesto mais infame do mundo.
·
Isolados do mundo
A
primeira vez que o mundo ouviu falar da estranha família da longínqua aldeia
rural Odd, na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, foi por meio da
fotografia que Mark Laita tirou dos Whittakers e colocou em seu livro Created
Equal (2004).
Demorou
até 2020 para que Laita os visitasse de novo, dessa vez para gravar um minidocumentário
com seu celular para mostrar como vive a família endogâmica mais antiga dos
EUA. O vídeo alcançou mais de 25 milhões de visualizações em uma semana no
YouTube, acumulando mais dislikes do que o normal — isso
porque Laita capturou as consequências extremas do incesto.
Cercados
e protegidos pelos vizinhos e autoridades locais, os Whittakers praticam
incesto há algumas gerações, de acordo com um estudo que revelou que os pais
dos membros remanescentes da família eram primos. Como resultado, Lorraine,
Freddie e Ray nasceram com anormalidades físicas e sofrem de uma condição
mental não diagnosticada que faz, por exemplo, o primo Timmy latir como um
cachorro, enquanto Ray apenas grunhe.
Vivendo
em condições extremamente precárias, a família que luta para sobreviver é de
ascendência britânica e ninguém mais sabe nada deles. A falta de comunicação e
a não educação dos membros ainda restantes impedem que haja qualquer
informação.
Um
dos motivos de Laita ter conseguido se aproximar e extrair o mínimo sobre a
história dos Whittaker é porque fez alguns agrados financeiros à família e
provou que sua intenção não era ridicularizá-los. Mas ele encorajou que ninguém
se aventure até Odd para saber sobre eles por se tratar de uma situação
perigosa.
·
Como acontece
Relatórios
revelam que os descendentes consanguíneos sofrem de deficiências cognitivas,
distúrbios de função pulmonar, doenças cardíacas e são propensos a doenças
recessivas.
A
endogamia ainda é uma prática comum em locais remotos dos EUA, como a Virgínia Ocidental,
embora sua reputação associada aos Whittakers tenha sido adquirida por anos de
estereótipos sociais.
Há
muito que a endogamia na região é associada à pobreza do estado, com os jornais
nacionais publicando fotos de barracos degradados e crianças descalças e
farrapilhas, deixando essa impressão duradoura no senso comum desde a década de
1930.
Não
é para menos que os oeste-virginianos são vistos como "caipiras" sem
contato com a civilização, com o incesto servindo como uma explicação quase que
científica para atestar a "condição social oprimida" deles.
Fonte:
Mega Curioso
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