Coração feminino exige mais atenção e
cuidados específicos
O coração feminino pulsa em um ritmo que desafia a medicina.
Embora as doenças cardiovasculares sejam a principal causa de morte entre as
mulheres no mundo, o diagnóstico e o tratamento ainda encontram barreiras,
muitas vezes pela apresentação atípica dos sintomas e pela subestimação dos
riscos. Em resposta a essa realidade, a Sociedade Brasileira de Cardiologia
Regional Bahia (SBC-BA) realiza, no próximo dia 21 de março, das 8h às 18h, na
sede da Associação Bahiana de Medicina (ABM), o I Workshop: O Coração Feminino,
que promete trazer luz às especificidades da cardiologia feminina e fomentar
novas estratégias de prevenção e tratamento. As inscrições estão abertas e
podem ser feitas através do link https://www.even3.com.br/workshopcoracaofeminino/.
As doenças
cardiovasculares são responsáveis por um terço das mortes femininas no mundo,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), resultando em 8,5 milhões de
óbitos anuais. No Brasil, a situação é alarmante: cerca de 30% das mortes de
mulheres acima dos 40 anos são atribuídas a problemas cardíacos, tornando essa
a maior taxa da América Latina. Entre os fatores de risco estão doenças
autoimunes, alterações hormonais, complicações da gravidez e o impacto da dupla
jornada de trabalho sobre a saúde cardiovascular.
“Menos da metade das mulheres que sofrem um infarto recebe o
tratamento adequado, o que impacta diretamente na sobrevida. A média de
sobrevida após um infarto é de 8,2 anos para homens, mas cai para 5 anos entre
as mulheres”, explica o cardiologista Luiz Eduardo Fonteles Ritt, diretor
científico da SBC-BA.
Com uma programação abrangente, o workshop abordará temas
como cardiopatia na gestante, prevenção cardiovascular, impacto da menopausa na
saúde do coração e as particularidades da doença arterial coronariana na
mulher. “Nosso objetivo é promover um debate qualificado e trazer para a
prática clínica avanços e soluções para o diagnóstico e tratamento das
cardiopatias femininas”, destaca a cardiologista Teresa Rogério, presidente do
evento.
O encontro
contará com a presença de renomados cardiologistas e especialistas em diversas
áreas da medicina, promovendo discussões interdisciplinares fundamentais para
aprimorar a abordagem clínica das doenças cardiovasculares em mulheres. “A
cardiologia feminina precisa ser tratada com especificidade, levando em conta
os fatores biológicos, hormonais e sociais que influenciam a saúde da mulher”,
reforça o cardiologista Cláudio Marcelo Bittencourt das Virgens, presidente da
SBC-BA.
A iniciativa faz
parte das atividades da Confraria do Coração, grupo formado por cardiologistas
baianas que, ao longo de 18 anos, tem se dedicado ao estudo e à conscientização
sobre a saúde cardiovascular feminina. “Queremos mudar o olhar da medicina para
o coração da mulher e garantir que mais vidas sejam salvas”, finaliza Teresa
Rogério.
>>>> Serviço
O quê: I Workshop: O Coração Feminino
Data: 21 de março de 2025
Horário: 8h às 18h
Local: ABM - Rua Baependi, 162, Ondina,
Salvador - BA
Inscrições: https://www.even3.com.br/workshopcoracaofeminino/
¨ Cardiologista do
HCOR alerta: mulheres cuidam pouco da saúde do coração
Atualmente as doenças cardiovasculares em mulheres já ultrapassam as
estatísticas de câncer de mama e de útero. Segundo dados recentes da
Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares respondem por
um terço das mortes no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou seja, mais
de 23 mil mulheres por dia. Entre as brasileiras, principalmente acima dos 40
anos, as cardiopatias chegam a representar 30% das causas de morte, a maior
taxa da América Latina.
De acordo com a Dra. Magaly Arrais, cirurgiã
cardiovascular do HCor, este índice
mostra que, embora as mulheres já tenham se conscientizado sobre a importância
da realização de doenças ginecológicas e câncer de mama, por exemplo,
ainda cuidam pouco da saúde do coração. “A primeira visita ao
especialista deve acontecer aos 30 anos. Já quem tem familiares com problemas
cardíacos deve procurar avaliação antes desta idade. Durante a primeira
consulta, o cardiologista vai aferir a pressão arterial e solicitar a
realização de exames laboratoriais e de imagem”, explica Dra. Magaly
Arrais.
Segundo a cirurgiã cardiovascular do HCor, os principais fatores que prejudicam o bom
funcionamento do coração e, consequentemente, alteram os resultados dos exames
são a má alimentação, estresse, fumo e sedentarismo, além de doenças crônicas,
como hipertensão e diabetes. “As mulheres ainda contam com o agravante
da menopausa. O estrogênio, hormônio fabricado durante a fase reprodutiva, que
vai dos 12 aos 45 anos, normalmente, ajuda a proteger os vasos sanguíneos e a
controlar os níveis de colesterol e triglicerídeos. Na menopausa, a fabricação
do hormônio diminui, fazendo com que o coração perca uma proteção natural e
fique mais sujeito ao infarto”, alerta.
Infarto em mulheres: estudos mostram que, embora a
incidência de infarto seja maior no grupo masculino, as mulheres morrem mais.
De acordo com um levantamento feito nos Estados Unidos, do total de mulheres
infartadas, 14,6% morreram, enquanto entre os homens o índice de mortalidade
foi de 10,3%. Os especialistas acreditam que boa parte dessa diferença se deve
ao fato de que o infarto sem dor é mais comum nas mulheres. “Esse estudo
reforça que os sintomas das mulheres não são típicos. Na prática, o
desconhecimento geral sobre os sinais do infarto na mulher resulta em falha no
socorro, o que é fatal para muitas,” alerta a Dra. Magaly Arrais.
Quando o homem vai ter um infarto, costuma sentir uma
forte dor no peito que se estende para os braços. Entretanto, para as mulheres
é comum sentir náusea, fraqueza, dores gástricas, falta de ar, dor que se
estende pelas costas, ombros e mandíbula – sintomas que podem ser confundidos
com outras doenças. “Por isso ao sentir os sintomas do infarto, como
uma dor repentina na boca do estômago, peito ou nas costas, é preciso ficar
alerta. O tempo é fundamental para a preservação da vida. Na dúvida, é melhor
ligar para o SAMU ou seguir diretamente para o hospital. Ao chegar na
emergência, será realizado o monitoramento cardíaco e um eletrocardiograma para
verificar se há alguma alteração no coração. Caso seja confirmado, serão
tomadas as devidas providências, de acordo com o caso. Entre os principais
procedimentos, estão: medicação, cirurgia, como a angioplastia com stent para
desobstruir a artéria, e internação”, detalha.
Aumento de doenças cardiovasculares em mulheres: existe
uma percepção errada de que algumas doenças cardiovasculares não atingem as
mulheres. A falta de prevenção e a demora em identificar o problema contribuem
para o alto número de óbitos. A incidência de eventos cardiovasculares na
mulher tem aumentado com o passar dos anos, consequência do envelhecimento
natural e do estilo de vida moderno. “A mulher geralmente acumula
vários papéis. Ela trabalha fora, cuida da casa e da família. O ritmo acelerado
a expõe a muito estresse e favorece hábitos pouco saudáveis, como sedentarismo
e má alimentação”, diz a Dra. Magaly.
Outra combinação perigosa, mas comum, é o cigarro e a
pílula anticoncepcional, a dupla triplica os riscos cardiovasculares. “Com o
envelhecimento, a pressão arterial e o nível de colesterol tendem a aumentar. A
falta de atividade física e a dieta inadequada levam ao sobrepeso e à
obesidade, que também aumentam o risco cardiovascular. Aliás, a obesidade é um
dos fatores de risco mais preocupantes, já que o número de mulheres obesas no
Brasil cresceu 64% em 10 anos”.
Fonte: Carla Santana - Assessora de Imprensa/HCor
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