Roberto
Amaral: O mal-estar democrático, hoje
A
precipitação de muitos nas celebrações à “vitória das instituições” sobre os
atentados do terrorismo que nos assola levou-os a deixar de lado o mínimo de
reflexão sobre a tragédia do homem-bomba que, num simbolismo do qual por certo
não guardou consciência, se imolou aos pés da estátua da Justiça que vigia a
entrada do STF, aquele poder que, hoje, por um capricho histórico, ocupa o
espaço que nas democracias é representado ora pela vigilância do Congresso
(aqui, porém, comprometido com a direita e o neofascismo), ora pelo Executivo,
hoje mais preocupado com o mantra do “ajuste fiscal” – que o governo
originalmente comprometido com o desenvolvimento e o combate às desigualdades
assimilou por não ter forças, políticas e ideológicas, para enfrentar a pressão
desencadeada pelo financismo predador da produção e do desenvolvimento social.
Essa
superficialidade de análise, ou desatenção, impediu mesmo bons cronistas de ver
no gesto do fanático um sintoma da intoxicação doutrinária de toda a vida a que
foi e é submetida grande parte de nossa população, desde que a dita grande
imprensa e setores ponderáveis das forças armadas abraçaram o projeto de tomada
do poder pela direita, dominando corações e mentes. Avanço reacionário que não
encontra a resistência orgânica ou ideológica das nossas várias esquerdas,
conquistadas pela ordem.
Esta
é, sem dúvida, a questão central. Há um largo espectro de razões a ser
invocado, razões que transitam do desamparo das utopias e da falência de
organizações e partidos revolucionários à adesão das esquerdas, sem crítica, ao
modo conservador de fazer política. Isso implicou tanto a renúncia a programa
especifico, próprio, alternativo ao capitalismo e ao statu quo,
quanto o grave abandono do campo da luta ideológica, donde o recesso da
militância.
A
direita reanimada e a esquerda encantada se confundiram no amor igual ao poder.
Voltando:
o essencial no episódio da Praça dos Três Poderes não é seu autor material,
mero títere insuflado por uma cantilena que não compreendeu, pois falava contra
seus interesses de vida e classe. O homem-bomba do dia 13/11 deve ser visto
como triste vítima da doutrinação da direita, levada a extremos pelo discurso
neofascista, impune, e estimulada pela indisciplina militar, vista como guarda
de segurança para desatinos, a exemplo da protegida ocupação de quartéis,
antessala da infâmia de 8 de janeiro de 2023.
A
arte dos atentados está na essência do fascismo civil e militar, uma das
modalidades da loucura política assentada no desrespeito à dignidade humana
(por isso detesta os pobres dos quais se serve) e à vida. Nos estertores do
regime militar tivemos a insanidade do que ficou conhecido como o “Atentado do
Riocentro” e as explosões de artefatos, com vítimas civis, contra a OAB e a
Câmara Municipal do Rio de Janeiro, todos em 1981. Em 1986, Jair Bolsonaro foi
preso e respondeu a processo por tentar explodir bombas em quartéis da Vila
Militar, em protesto, dizia o meliante, contra o que chamou de “baixos
salários” da corporação. Antes do 8 de janeiro de 2023, outros celerados, no
dia da posse de Lula e Alckmin, em ações também apontadas como isoladas,
praticaram ações violentas e atentados. Um deles, frustrado, visava a explodir
o aeroporto de Brasília.
São
atos que podem ser considerados isolados somente na sua execução, pois rebentos
de uma intoxicação ideológica coletiva, ainda não dissipada.
Há
muitos ovos chocados pela pestilência, na sociedade e na caserna, como
demonstra o hediondo plano de golpe de novembro de 2022, que não foi levado a
cabo graças a uma dissidência entre engalanados homens de farda. Assim se
repete a história: os golpes de 1955 e 1961 não conheceram o sucesso porque os
generais se dividiram. Na outra ponta está a unidade de 1964, que nos deu 21
anos de ditadura.
É
preciso encarar o fundo da causa: o mal-estar democrático construído pela
pregação doutrinária – nos quartéis, nas tribunas, nos púlpitos, nos meios de
comunicação em geral, nas redes sociais, pregação prima da subversão, sem
peias, sem limites políticos ou éticos, e, principalmente, sem contraditório,
construindo frustração, mãe da manipulação de consciências. Sobretudo quando
essa manipulação não conhece (como deixou de conhecer, no Brasil, o cantochão
neofascista) o contrachoque das forças progressistas. Estas, na sua variada
morfologia, renunciando ao enfrentamento, cederam à institucionalidade, por
definição conservadora, a defesa da democracia.
Ao
deus-dará (ou seja, a ninguém) foi delegada a utopia socialista.
A
doutrinação reacionária não é fenômeno de hoje: com graus variáveis de
intensidade, acompanha nossa história, e sempre teve nas forças armadas do
Estado brasileiro um foco de formulação doutrinária e agitação, vencendo os
limites da conjura e da fratura constitucional. Foi assim em todas as
oportunidades, como na desconstituição do governo Vargas, na desmontagem do
governo Jango, na implantação da ditadura de 1964, e no acobertamento do rol de
crimes políticos e penais que se seguiram. A longa e permanente pregação, nos
meios de comunicação e nas escolas militares, deitou no território da
democracia uma série de minas terrestres, prontas para explodir ao primeiro
toque do passante desavisado. Sua desativação depende da contraofensiva
ideológica das organizações democráticas, progressistas e de esquerda
resistentes (incluindo partidos e sindicatos), até aqui na “zona de conforto”,
passageiros da falsa perspectiva de que o impasse, desafio eminentemente
político, se resolverá pela via do judiciário.
alienação
já levou a esquerda brasileira a apostar na fidelidade democrática das forças
armadas, e, a partir desse filão, a crer que ora o general Lott, ora o
“dispositivo militar do general Brasil”, asseguraria aos trabalhadores o
império da democracia social.
A
sustentação da democracia (e mais ainda o progresso social) não podia naqueles
idos, como não pode agora, depender de um STF e de uma PF surpreendente e
circunstancialmente republicanos, a refazerem os respectivos passados recentes,
ora de omissão, ora de cumplicidade com o crime. Saudamos a resistência do
poder judiciário (este é o movimento correto, ditado pelas circunstâncias), ao
mesmo tempo em que precisamos ter presentes os idos de 2016, a trama golpista
que, partindo da deposição de Dilma Rousseff, culminou com a eleição de um
desqualificado para a presidência da República, substituindo um perjuro. Nada
dessa tragédia teria curso se não contasse com a bênção do STF de então.
O
avanço político, que nos termos presentes é a apenas a sustentação democrática,
depende do que chamamos de vontade nacional, por construir. Somos ainda um povo
em busca de seu papel.
¨
Na boleia do golpe.
Por Weiller Diniz
O
caos provocado pelos caminhoneiros foi decisivo para o cavalo de pau que
atropelou a democracia no Chile. A primeira greve - outubro de 1972 – fundiu o
país e criou as condições para o golpe de Estado no ano seguinte, derrubando
Salvador Allende. O itinerário foi cuidadosamente traçado pelos sindicatos
patronais, com óleo na pista e muita fumaça de insurreição, até fabricar uma
crise que provocasse a intervenção militar. O pretexto para a sublevação dos
caminhoneiros chilenos contra o governo foi a tentativa de criação de uma
estatal que agregasse todas as modalidades de transportes. A recém-criada
Confederación de Sindicatos de Dueños de Camiones de Chile, presidida pelo
advogado León Vilarín, era o motor da máquina golpista. Em 1973, sempre
capitaneados por Vilarín, os caminhoneiros voltaram à carga, com um novo
“paro”, que terminou com a derrubada do primeiro presidente socialista eleito
na América Latina. O General Augusto Pinochet era o comandante do Exército
chileno.
Sob
a condução do capitão Bolsonaro o Brasil era uma carreta desgovernada. A
doutrina da banguela gerencial era generalizar o caos. Onde havia desordem,
infração e desvios reluziam as estrelas de generais. Militarizar cargos civis
sempre abasteceu golpes e quarteladas. As antenas do TCU captaram 6 mil quepes
trafegando em boleias privilegiadas naquela curva sinuosa para a democracia. Os
mais estrelados do comboio eram Braga Netto, Augusto Heleno, Eduardo Pazuello,
caroneiros do caos e frentistas da insurgência. Os rastreadores da PF
indiciaram os dois primeiros como pilotos de um golpe de Estado e estão colados
na rabeira de Pazuello. Os faróis da PF iluminaram ainda um
“cachorro-louco”, como são chamados os caminhoneiros mais enfurecidos e
imprudentes das estradas. Se na economia o posto Ipiranga era Paulo Guedes, na
ruptura o combustível tóxico de maior octanagem era o Mário. Que Mário?
Mário
Fernandes é general de brigada (reserva). Ele se aboletou na cabine acolchoada
do Planalto como Secretario-Executivo da Secretaria-Geral da Presidência da
República, tocada à época pelo general Luís Eduardo Ramos. Ambos desembarcados
da caçamba dos “kids pretos”, tidos como elite do Exército. Mário Fernandes
chegou até a pilotar na pista da Esplanada como ministro interino. A blitz
policial o flagrou ao volante, pé embaixo, para atropelar o Estado Democrático
e patrolar as instituições. A marcha autoritária engatada por ele tinha
múltiplas vias e a cumplicidade de outros barbeiros institucionais. A carga
pesada pela ruptura, com atalhos terroristas, foi captada pelos radares
policiais e o rebocou para cadeia em 19 de novembro de 2024. Crimes de abolição
violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação
criminosa.
A
revisão feita pela PF nas oficinas da sublevação diagnosticou Mário Fernandes
como uma buzina ativa e estridente para ecoar a quartelada. Além de muitas
paradas nos acostamentos golpistas, Fernandes piscava à direita para a turba
estacionada na capital. Entre eles estava “Lucão”, caminhoneiro Lucas Rotilli
Durlo, um dos líderes da conspiração sobre rodas, estacionado em Brasília por
autorização do dono do caminhão. Em 8/12/2022, Mário Fernandes pisa fundo para
brecar uma ordem do STF: a busca e apreensão no acampamento do Quartel General
do Exército. Mário Fernandes envia um áudio para o General Braga Netto, às 23
horas e 04 minutos. Pede para ele entrar em contato com o então presidente
Bolsonaro para mandar o Ministro da Justiça “segurar a PF” e frear a ordem
judicial. Antes, às 22 horas e 59 minutos, deu a mesma seta ilegal para Mauro
Cid, que respondeu positivamente em 5 minutos. Os “cachorros loucos” não
dormem. Varam as madrugadas mal iluminadas à base de rebites.
O
mesmo ronco para afrontar o poder Judiciário foi dirigido ao comandante militar
do Planalto, Gustavo Henrique Dutra de Menezes, às 23h13 minutos. Mário
Fernandes derrapa feio e joga luz alta na escolta oficial e ilegal aos
golpistas: “Não sei se você já tá ciente e no apoio que nós temos dado
tanto ao pessoal do AGRO como aos CAMINHONEIROS que estão aí na, na
MANIFESTAÇÃO”. Mário Fernandes diz que os caminhoneiros conhecem Bolsonaro:
“nos foi informado que parece que ou o STF ou o TSE tão emitindo o mandato de
busca e apreensão para os caminhões que estão aí. O pessoal tá muito
preocupado. É... alguns caminhoneiros que conhecem o PRESIDENTE, fizeram
contato, certo?”. Na contramão da legalidade ele pede para o então comandante
militar do planalto colidir frontalmente com a ordem judicial: “Estamos
buscando pelo Executivo Federal também fazer um contato com o Ministério da
Justiça. E aí o que eu queria te pedir, DUTRA, é uma atenção a esse
aspecto, até mesmo para a gente restringir ao máximo que isso aconteça”. O apelo para
descumprir uma ordem judicial foi feito às 22 horas do mesmo dia 8/12 pelo caminhoneiro Lucão, o “cachorro louco” que tratava Mário Fernandes por “amigo”.
O
caminhoneiro Lucão, amigo do general-ministro, abalroou a democracia em uma
entrevista a um canal do facebook em 2/12/2022, transcrita no inquérito da PF.
Manobrado, ele convocava para um congestionamento de golpistas na capital em
datas emblemáticas para os conspiradores: “Venha junto abraçar essa missão
aqui em Brasília. Nós precisamos ter no mínimo uns mil
caminhões aqui em Brasília pra que semana que vem, lá pro dia 10, 11, nós
não deixamos o LULA empossar.” Lucão demonstra intimidade com Bolsonaro e com
o decreto do golpe, que chama de “documento”: “Então, meu Capitão, eu peço ao
senhor, assina, este documento e dá o pontapé́ inicial. Nós não vamos
desistir. Eu confio no senhor. Porque eu conheci um homem...
o senhor sabe, foi nessa data em 2016, no dia de hoje, que eu estive dentro do
seu gabinete.(...) Eu sei que o senhor jamais vai trair seu povo. Por isso nós
estamos aqui, até o dia que o senhor chegar e disser pra nós ‘Vencemos, eu
assinei’ (...). Será muito difícil nós, depois que eles
assumirem o poder, conseguirmos resgatar o nosso país novamente de forma
democrática, porque eles estão tomando o poder. Eles já deixaram
claro isso lá atrás. O que nós estamos fazendo aqui não é um golpe, e sim
um contragolpe (...).”
A
investigação localizou balizas ainda mais extremistas de Mário Fernandes. Em
uma conversão típica de grupos terroristas, a PF identificou “mensagens que
foram encaminhados entre contas de WhatsApp vinculadas ao próprio General Mário
Fernandes, possivelmente com o intuito de preservar o conteúdo e dificultar a
identificação do interlocutor da mensagem”. O tacógrafo da polícia flagrou uma
imagem (criada em 5/12/2022), com o título “comunicado”. O texto, muito grave,
chama para uma manifestação que incluía sabotagens para criar um “cenário
caótico” e forçasse a convocação das Forças Armadas para atropelar a diplomação
de Lula, mesma manobra ilegal dos caminhoneiros no Chile. Eis o texto: “a
diplomação do ladrão foi antecipada para o dia 12/12/2022, por isso, no próximo
sábado, 10/12/2022, haverá a maior mobilização da história do Brasil, que
consiste em tomar Brasília com um milhão de pessoas na Esplanada dos
Ministérios e parar todo o país (...) Tudo que você está planejando ou tem
conhecimento de que está para acontecer relacionado a: parar estradas, parar
abastecimento de combustível nas cidades e aeroportos, e ida para Brasília,
deve concentrar-se neste dia (10/12/2022) para que o cenário caótico
estabelecido a nível nacional seja impossível de ser resolvido sem a convocação
das Forças Armadas”.
O
general Mário Fernandes ainda pareceu exultante quando a selvageria bateu na
sede da Polícia Federal em Brasília no 12 de dezembro de 2022, três dias antes
da data combinada para executar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. O estopim
do quebra-quebra, no dia da diplomação do Presidente eleito e com vários
veículos incendiados, foi a prisão de um cacique bolsonarista, Tserere Xavante:
“Tu viu que já começaram a radicalizar, né? A prisão do cacique ali já levou.
Ó, aqui no início da Asa Norte, da W3 Norte, na sede da Polícia Federal, o pau
tá comendo. Os distúrbios urbanos já iniciaram. Agora vai rolar sangue”, vibrou
um general do Exército Brasileiro em áudio enviado ao coronel reformado
Reginaldo Vieira de Abreu, conhecido como Velame, cuja rima é irrecusável. A
apologia a violência e a sede sanguinária são instintos de carniceiros, ogros e
cavernícolas e não de bons oficiais das Forças Armadas em nações democráticas e
civilizadas.
Pequena
parte da cúpula do comboio golpista está na cadeia depois da conspiração
capotar com o desembarque dos comandantes do Exército e da Aeronáutica. Mas a
fila vai andar. Milhares de caroneiros, massa de manobra da urdidura, se
embrenharam no atoleiro judicial e foram sentenciados no SFT. Outros ficaram à
beira da estrada e alguns fugiram. A trama pela anistia deu marcha-à-ré e os
seguidores do “fuhrer” (condutor em alemão) tupiniquim veem Bolsonaro,
acovardado, mendigar por um perdão que não virá. Os gravíssimos processos
contra ele engarrafam as vias do STF e penas quilométricas o aguardam. É uma
via sem saída.
¨
Ministérios não devem
abrigar partidos traidores do governo, afirma Prates
O
ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, fez duras críticas a
partidos que, apesar de integrarem o ministério do presidente Lula, têm votado
contra o governo em pautas importantes. Prates destacou a incoerência dessas
posições e questionou a permanência de opositores dentro da própria
administração.
"O
que antes o governo controlava com ministérios, abrindo espaços, hoje não
controla mais. Acabamos de ver uma votação em que dois partidos governistas
votaram majoritariamente contra medidas do governo", disse Prates em
entrevista ao jornal O Globo.
Segundo
ele, o governo enfrenta não apenas um déficit de articulação com o Congresso,
mas também a falta de pulso firme para consolidar uma base "uníssona"
que apoie integralmente suas pautas.
"Falta
articulação, mas não é só isso. Falta uma visão de guarda-chuva geral, chamar
todo mundo e dizer: 'se você é o partido x e tem o delegado, o coronel, o
antilulista, ou você trata com esse cara ou tem que sair da base do governo.
Vai me devolver o ministério'". Tem que haver um basta para atrair uma
base uníssona", acrescentou.
"A
oposição hoje está dentro do governo Lula. Toda crise que acontece não é
provocada pela oposição, é pela própria base governista", finalizou
Prates.
¨
Indiciado no inquérito
do plano golpista, Bolsonaro cita diálogo com Exército sobre Garantia da Lei e
da Ordem (GLO)
Jair
Bolsonaro (PL) confirmou nesta sexta-feira (6) ter tido um diálogo com o
comandante do Exército, general Freire Gomes, sobre possibilidade da Garantia
da Lei e da Ordem (GLO) e estados de defesa e sítio.
"Se
você ver o inquérito, em nenhum momento eles (comandante do Exército e da
Aeronáutica) falam a palavra golpe. Quem fala golpe é a Polícia Federal. O que
o comandante diz é o seguinte, que foram conversados hipóteses sobre (estados
de) sítio, defesa e GLO (missão de Garantia da Lei e da Ordem). É isso que ele
fala", disse Bolsonaro em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da
Rádio Gaúcha.
"Uma
perseguição sem tamanho, eu não acredito em golpe, da minha parte zero, e nem
por parte da acusação que cai sobre esses militares", acrescentou o
político da extrema-direita.
Em
relatório de 884 páginas divulgado em novembro, a PF disse que Bolsonaro
“planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos
executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a
concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de
Direito”.
¨
PF quer compartilhar
inquérito do golpe com caso da Abin Paralela
A
Polícia Federal (PF) pediu nesta sexta-feira (6) ao ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorização para compartilhar os
dados do inquérito do golpe com as investigações sobre a atuação da chamada
Abin Paralela durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.
O
pedido foi assinado pelo delegado Fábio Shor, responsável pelas investigações.
Segundo o delegado, as provas colhidas na investigação sobre a tentativa de
golpe podem auxiliar a apuração do uso ilegal da Agência Brasileira de
Inteligência (Abin).
"Os
elementos de prova colhidos durante a fase ostensiva da presente investigação
poderão subsidiar as apurações relativas à constituição criminosa de uma
estrutura de inteligência paralela dentro da Abin", justificou Shor.
De
acordo com a PF, policiais e delegados da corporação que estavam cedidos à
Abin, além de servidores do órgão, teriam participado de uma organização
criminosa para monitorar ilegalmente autoridades públicas durante o governo
Bolsonaro.
O
compartilhamento do inquérito do golpe também poderá ser usado pela
corregedoria da PF para apurar a conduta de seus profissionais que estavam
cedidos à Abin.
No
mês passado, Bolsonaro e mais 36 aliados foram indiciados pela PF pela
tentativa de golpe. Conforme as investigações, Bolsonaro tinha conhecimento do
plano para matar Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Fonte:
Brasil 247
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