terça-feira, 10 de dezembro de 2024

'Origem deve ser estudada na infância': o que precisamos saber sobre as alergias nos dias de hoje?

As doenças alérgicas geralmente têm origem genética, e os primeiros sintomas costumam ser detectados na infância, explica a doutora em Ciências Médicas Vera Reviákina ao portal Rússia Científica.

Além disso, ela revela quais fatores e produtos podem causar alergias e quais terapias a medicina moderna oferece.

"As alergias de início tardio, por exemplo, em adultos, são extremamente raras. Via de regra, se um paciente adulto se queixa de sintomas alérgicos supostamente pela primeira vez, a origem deve ser procurada na infância", enfatiza a especialista.

O principal fator predisponente às doenças alérgicas na infância continua sendo o fator genético. Por isso, os primeiros sinais costumam aparecer nos primeiros anos de vida da criança, explica Vera Reviákina, chefe do Departamento de Alergologia e Terapia Nutricional do ambulatório do Centro Federal de Pesquisa em Nutrição, Biotecnologia e Segurança Alimentar.

"As evidências científicas mostram uma probabilidade elevada, de 80 a 85%, de ter um filho atópico em famílias com indivíduos que possuem doenças alérgicas", salienta.

O segundo fator mais importante neste processo são as mudanças no ambiente, incluindo estilo de vida e nutrição, observa ela, acrescentando que "fatores ambientais podem alterar a atividade genética".

Os principais alérgenos geralmente são os alimentos, afirma a professora. Só mais tarde é que fatores ambientais, como pólen de plantas, animais de estimação, poeira e mofo, começam a aumentar a lista, observa a especialista.

<<<<< A médica explica que quase qualquer alimento pode causar reações alérgicas. No entanto, existe um grupo de produtos mais alergênicos, entre os quais estão:

leite,

ovo,

peixe,

frutos do mar,

cereais,

frutas secas,

amendoim,

soja.

"Na maioria das vezes, as alergias alimentares começam com o leite de vaca, especialmente quando o bebê recebe leite artificial por falta de leite materno. O espectro alergênico do leite de vaca é extremamente diversificado, contendo cerca de 40 proteínas diferentes", explica.

No entanto, em 75% dos casos, as reações alérgicas ao leite diminuem visivelmente ou desaparecem completamente com a idade, observa ela. Embora as alergias a determinados alimentos, como peixe e mariscos, possam persistir por anos, ressalta.

As alergias a alimentos de origem vegetal, especialmente frutas e vegetais, têm se tornado cada vez mais comuns nos últimos anos, aponta ela. Isso ocorre porque alguns agricultores modernos recorrem ao uso de aditivos alimentares sintéticos para acelerar o crescimento e prolongar a vida útil dos seus produtos, explica.

<><> É possível tratar doenças alérgicas?

A gama de potenciais irritantes é muito ampla, e identificar um alérgeno específico ou seu componente é uma tarefa difícil. Contudo, a tecnologia avançada permite, atualmente, um diagnóstico molecular do sangue, que determina a hipersensibilidade de uma pessoa a entre 120 e 180 alérgenos, enfatiza a médica.

Para tratar essas doenças, é essencial evitar ou reduzir ao máximo a exposição aos alérgenos. No entanto, quando isso não é possível – como no caso das alergias sazonais – o médico pode oferecer diversas opções terapêuticas.

Em primeiro lugar, destaca-se a imunoterapia, em que um alérgeno é introduzido no organismo em concentrações crescentes, formando tolerância a esse componente, de modo que não cause mais reações agudas.

"Esses programas de tratamento já estão bem desenvolvidos e têm uma eficácia de quase 90% em pacientes com alergias sazonais, como as de árvores, grãos e ervas daninhas", afirma Vera Reviákina.

Entre os métodos mais recentes, destaca-se o uso de anticorpos monoclonais – medicamentos geneticamente modificados que têm como alvo um elo específico da patogênese da doença. Por exemplo, quando uma pessoa sofre de asma brônquica, o nível de certas substâncias aumenta em seu organismo, e esses medicamentos bloqueiam diretamente sua ação, esclarece.

"Esse método tem um efeito positivo notável no tratamento de pacientes com evolução grave de doenças alérgicas, como dermatite atópica, asma brônquica e urticária", explica.

Quanto às pesquisas futuras, os alergistas estão atualmente se concentrando nas consequências da pandemia de COVID-19, que afetou o mundo inteiro, destaca a especialista. Segundo ela, o vírus provocou um rearranjo no sistema imunológico, tornando os indivíduos mais suscetíveis aos alérgenos.

"Muitas doenças alérgicas mudaram de curso e surgiram peculiaridades nos sintomas clínicos que não eram observadas anteriormente. Aumentou o número de pacientes com intolerâncias alimentares e medicamentosas. Tudo isso requer novas observações e pesquisas científicas", resume.

·        Tipos de alergia

Vamos falar sobre alergias? Com a aproximação do inverno, todos os tipos de alergia costumam aparecer, então temos certeza que este conteúdo será muito útil para você!

Em síntese, as reações alérgicas surgem como respostas exageradas do sistema imunológico a substâncias que, normalmente, são inofensivas ao corpo.

Quer saber mais? Confira, agora, quais são as alergias mais comuns e os elementos desencadeadores de cada uma delas. Ainda, saiba como reconhecer os seus sintomas e as formas de tratar cada uma delas.

‍<><> Como identificar e diagnosticar alergias?

A identificação depende, em geral, do tipo de alergia. Além disso, as pessoas apresentam modos diferentes de expressar sensibilidade contra os alérgenos.

Nesse caso, o médico alergista precisa que o paciente descreva descreva os sintomas que mais incomodam e a frequência com que surgem. Além destes critérios, um histórico médico detalhado é fundamental para a confirmação da alergia.

Outro ponto relevante é o histórico familiar: as alergias podem ter um componente genético. Ou seja, se houver casos em parentes próximos, as chances de ter a doença aumentam.

Por fim, também é importante avaliar o estilo de vida e ambiente. Afinal, pessoas expostas aos elementos desencadeadores tendem a desenvolver o problema. Informações como hábitos alimentares, local do trabalho, cargo e ambiente doméstico podem ajudar a identificar possíveis quadros.

<><> Testes laboratoriais

A melhor forma de avaliar quadros de alergia é pelos sintomas e as consequências que eles provocam. Contudo, alguns exames laboratoriais são indicados para a confirmação ou exclusão do diagnóstico. O tipo de exame a ser realizado depende das queixas do paciente.

‍<><> Quais são os tipos de alergias mais comuns?

>>>> Alergia a ácaros

Também é conhecida como alergia a poeira. Esta é uma reação alérgica desencadeada por partículas minúsculas que, em geral, estão presentes no ambiente doméstico.

Os ácaros presentes na poeira são microrganismos microscópicos, que vivem em objetos domésticos. São comumente encontrados em almofadas, cortinas, tapetes, colchões, travesseiros e roupas de cama.

# Sintomas

Os sintomas mais comuns são:

  • respiratórios: espirros, coriza, congestão nasal, coceira no nariz, garganta, olhos e tosse. Em casos mais graves, a alergia à poeira pode desencadear ou agravar sintomas de asma;
  • oculares: olhos vermelhos e lacrimejantes e com coceira;
  • cutâneos: coceira, erupções cutâneas ou vermelhidão.
# Tratamento

O uso de medicação pode controlar os sintomas dos alérgenos presentes na poeira. Os mais indicados são:

  • anti histamínicos, que aliviam sintomas como tosse seca, coriza, espirros e coceira;
  • descongestionantes, que diminuem a congestão nasal;
  • corticosteroides nasais, que têm função anti-inflamatória e devem ser usados somente por indicação médica.
# Prevenção

As melhores práticas para evitar o agravamento de alergias à poeira são:

  • manter a casa limpa e seca, pois reduz a quantidade de poeira e ácaros;
  • minimizar o uso de tecidos e itens que acumulam poeira, como cortinas pesadas, tapetes e bichos de pelúcia;
  • manter o ambiente sempre ventilado.

‍>>>>> Alergias alimentares

As alergias alimentares ocorrem em decorrência de reações adversas do sistema imune a certas substâncias presentes nos alimentos. Dependendo do nível de sensibilidade do organismo, elas podem variar de leves a potencialmente fatais.

Vejamos, a seguir, as principais informações sobre alergias alimentares.

# Alimentos que mais causam alergia

Na lista, existem alguns alimentos que mais desencadeiam processos alérgicos, que são:

  • amendoim;
  • leite;
  • ovos;
  • soja;
  • trigo;
  • glúten;
  • peixes;
  • mariscos e frutos do mar, principalmente o camarão.

‍# Sintomas

Em geral, os sintomas de alergias alimentares costumam aparecer de minutos a horas após o consumo do alérgeno. Os sinais mais evidentes são:

  • coceira na pele;
  • edema, especialmente nos lábios, face, língua e garganta;
  • dor abdominal, diarreia, náusea e vômito;
  • problemas respiratórios, como chiado, dificuldade para respirar e congestão nasal;
  • choque anafilático, que ocorre nos casos mais graves e requer atendimento médico emergencial.
# Tratamento

Infelizmente, ainda não existe cura para alergias alimentares. Porém, é possível fazer o controle dos sintomas, por meio das seguintes práticas:

  • a melhor estratégia é evitar ingerir os alimentos que causam alergia;
  • uso de medicamentos como anti histamínicos para reações leves e epinefrina para anafilaxia.
# Prevenção

Algumas medidas preventivas podem ser eficazes, tais como:

  • promover o aleitamento materno, pois essa prática pode reduzir o risco de alergias alimentares em bebês;
  • verificar, cuidadosamente, os rótulos dos alimentos para evitar o consumo acidental de alérgenos.

‍>>>>> Alergias dermatológicas

Entre os tipos de alergia mais comuns, destacam-se as de pele. Elas resultam em uma variedade de sintomas, devido a reações do sistema imunológico.

Vale ressaltar que as alergias dermatológicas podem ser desconfortáveis e impactar bastante a qualidade de vida. Porém, por meio de diagnóstico e tratamento de controle adequados, é possível amenizar os sintomas desse problema.

As alergias dermatológicas mais comuns são as dermatites de contato. Listaremos as mais comuns e que podem ser classificadas de 3 formas:

  1. Dermatite de contato alérgica: reação alérgica a substâncias como níquel, cosméticos, perfumes e produtos de limpeza;
  2. Dermatite de contato irritante: reação a substâncias irritantes como solventes, detergentes e ácidos;
  3. Dermatite alérgica de contato por cosméticos: envolve componentes presentes em cosméticos e produtos de higiene pessoal.
>>>>> Sintomas

Os sinais mais comuns desse tipo de alergia são:

  • vermelhidão na pele;
  • inchaço;
  • coceira;
  • bolhas e descamação da pele no local de contato.
Tratamento e prevenção

Mesmo que não tenha cura para esse tipo de alergia, é possível diminuir os efeitos dos sintomas. Os tratamentos consistem no uso de antialérgicos, corticosteroides tópicos ou sistêmicos.

Quanto à prevenção, as melhores sugestões para evitar a manifestação dessas alergias incluem:

  • identificar e evitar alérgenos mais comuns;
  • usar hidratantes para manter a barreira da pele e evitar a ação de elementos irritantes.

Gostou de revisar conosco os principais tipos de alergia?

Conhecer as alergias mais comuns é importante não somente na hora de auxiliar os pacientes, mas também para se manter atualizado. A Alergologia é uma especialidade médica que está em alta nas seleções para Residência Médica. Assim, adquirir mais conhecimento sobre essa temática pode fazer diferença na aprovação!

 

Fonte: Sputnik Brasil/Blog.Medcel

 

Nenhum comentário: