sábado, 7 de dezembro de 2024

Braga Netto, Bolsonaro, plano para matar: veja pontos do depoimento de Mauro Cid à PF

O tenente-coronel Mauro Cid foi questionado na quinta-feira (5) sobre o plano “Punhal Verde e Amarelo“, que tinha como objetivo os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Cid foi ouvido pela Polícia Federal (PF).

<><> Cid confirma à PF participação decisiva de Braga Netto no plano para assassinar Lula

No depoimento, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o general Walter Braga Netto teve participação decisiva em uma trama golpista que incluía o planejamento do assassinato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então presidente eleito.

A informação foi divulgada pela CNN Brasil e reforça elementos previamente apresentados por Cid em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 21 de novembro.

Segundo apuração da CNN, Cid foi questionado pela PF sobre o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que, conforme os investigadores, consistia no assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Alexandre de Moraes. O depoimento é o primeiro em que o militar detalha o plano diretamente às autoridades policiais, revelando novos desdobramentos da articulação golpista.

Braga Netto, que foi ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Bolsonaro, foi candidato a vice do ex-presidente em sua chapa na última disputa pelo Planalto.

Segundo investigação da PF, o ex-ministro teria aprovado os planos de assassinatos e que ele seria articulador do plano de golpe.

A defesa de Braga Netto tem indicado que o “manuscrito do golpe” era um material preparatório para respostas de demandas de imprensa.

<><> Acordo de delação premiada

Mauro Cid, que assinou um acordo de colaboração premiada em setembro de 2023, tornou-se peça-chave nas investigações sobre o governo Bolsonaro, incluindo denúncias de fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19, venda de joias sauditas e a tentativa de golpe de Estado. Apesar de enfrentar risco de perder os benefícios do acordo por contradições anteriores, Cid conseguiu mantê-lo ao apresentar detalhes inéditos sobre a atuação de Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

Em seu depoimento ao STF, o ex-ajudante de ordens afirmou desconhecer pessoalmente os planos para assassinar Lula, Alckmin e Moraes. Entretanto, os novos elementos reforçam a suspeita de que setores do governo Bolsonaro buscavam sabotar a democracia por meio de ações extremas.

<><> Plano “Punhal Verde e Amarelo”

De acordo com a PF, o plano foi idealizado pelo general Mario Fernandes, então o número dois na Secretaria-Geral da Presidência. Um documento contendo o planejamento operacional teria sido impresso no Palácio do Planalto em 9 de novembro de 2022, poucos dias após a derrota de Bolsonaro nas eleições. O relatório final aponta que o documento foi levado ao Palácio da Alvorada, mas, segundo o advogado de Fernandes, Marcus Vinícius Figueiredo, “jamais foi entregue a ninguém”.

<><> Repetição

Cid, de acordo com fontes da CNN, repetiu informações que havia prestado a Moraes em depoimento no STF no dia 21 de novembro, quando manteve seu acordo de delação premiada.

A oitiva de quinta foi a primeira em que o ex-ajudante de ordens foi questionado especificamente sobre o plano pelos policiais federais. Ele já prestou 14 depoimentos sobre esse e outros casos.

A Moraes, o ex-ajudante de ordens também afirmou que não sabia de um plano para matar Lula, Alckmin e o próprio ministro do STF.

Cid foi indicado junto com Bolsonaro em três casos: além do de golpe de Estado, no do cartão de vacina e no caso das joias.

<><> Confusão

No depoimento, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou à Polícia Federal (PF) que seu advogado, Cezar Bitencourt, cometeu um equívoco ao declarar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em um depoimento recente, Mauro Cid esclareceu à Polícia Federal que há uma confusão sobre as declarações feitas por seu advogado, Cezar Bitencourt, a respeito do conhecimento de Bolsonaro sobre o plano. A informação inicial de que o ex-presidente estava ciente foi divulgada durante uma entrevista, mas o advogado posteriormente decidiu corrigir a interpretação equivocada de suas palavras.

O misterioso plano Punhal Verde e Amarelo, de acordo com fontes da investigação, era um esquema supostamente elaborado para executar figuras públicas de destaque no Brasil. Entre os alvos planejados, estariam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes. Esta grave acusação colocou as autoridades em estado de alerta máximo, uma vez que envolve a segurança das principais lideranças do país.

Mauro Cid foi indagado sobre o envolvimento de diversas figuras, incluindo o general Walter Braga Netto, neste suposto esquema. No entanto, Cid reafirmou seu desconhecimento sobre a existência do plano e a participação de Bolsonaro, complicando ainda mais a investigação.

<><> Indiciamentos e novas implicações

O caso já resultou no indiciamento de 37 pessoas, incluindo Bolsonaro, por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O inquérito foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República, cabendo agora ao procurador Paulo Gonet decidir se apresentará denúncias formais.

Com as novas declarações de Cid, a trama envolvendo a cúpula militar e política do governo Bolsonaro se torna ainda mais grave, evidenciando tentativas de subverter o Estado Democrático de Direito e ameaçar a estabilidade institucional no Brasil.

                        Qual é o papel de Mauro Cid nas investigações?

Mauro Cid foi uma peça importante no quebra-cabeça das investigações desde que firmou um acordo de colaboração premiada em setembro de 2023. Seus depoimentos têm fornecido subsídios necessários para as investigações que se concentram em alegações de práticas irregulares ocorridas durante o governo Bolsonaro. Entre as questões em foco, incluem-se tentativas de golpe de Estado, fraudes associadas a cartões de vacina contra a Covid-19, e transações ilegais envolvendo joias sauditas.

A colaboração de Mauro Cid com as autoridades foi reforçada em um depoimento ocorrido duas semanas após ele ter sido ouvido por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Esta colaboração tem sido vital para o avanço das investigações, mantendo a complexidade e particularidades dos casos sendo explorados.

O panorama das investigações ainda requer esclarecimentos. A Polícia Federal continua empenhada em coletar evidências e depoimentos que revelem a verdade por trás do plano Punhal Verde e Amarelo. Os esforços se concentram em verificar a autenticidade das alegações, apurar possíveis responsabilidades e garantir a segurança das personalidades mencionadas no esquema.

<><> A delação e seus limites

Mauro Cid já prestou mais de dez depoimentos desde o início das investigações relacionadas ao governo Bolsonaro. Apesar de colaborar com as autoridades, os investigadores têm percebido que as informações fornecidas por ele são, em grande parte, confirmatórias de dados que a PF já possuía, muitos deles obtidos por meio do celular de Cid, apreendido durante o inquérito sobre cartões de vacinação falsos.

Fontes próximas à investigação afirmaram que Cid tem mantido sua delação dentro de limites que parecem proteger outros envolvidos em supostas tentativas de golpe de Estado. Ele estaria fornecendo o mínimo necessário para cumprir seu acordo, mas sem trazer grandes novidades ou a chamada “bala de prata” que desvendaria completamente os fatos.

“A cada ida de Cid à PF ou ao STF, ele revela um pouco mais, mas não tudo. Isso sugere que o ex-ajudante de ordens ainda não contou nem um terço do que sabe de fato”, disse uma fonte próxima ao caso. Essa postura pode comprometer a avaliação de sua delação pela Procuradoria-Geral da República (PGR), já que o acordo exige a revelação completa de todas as informações relevantes.

<><> Implicações futuras

O delegado Fábio Shor, responsável pelas investigações que envolvem o ex-presidente Bolsonaro, assinou a intimação para o novo depoimento de Mauro Cid. A convocação ocorre em um momento de incertezas sobre a extensão da colaboração do ex-ajudante de ordens e sobre possíveis novas linhas de apuração que possam surgir.

Caso a PGR identifique omissões significativas nas declarações de Cid, seu acordo de delação pode ser revisto, resultando em sanções mais severas. “O acordo de colaboração exige transparência total. Se Cid estiver escondendo algo, isso pode colocar sua situação em risco”, apontou uma fonte envolvida nas investigações.

O caso segue sob intensa análise, com a possibilidade de novos desdobramentos, como um inquérito adicional, dependendo das informações apresentadas por Mauro Cid nos próximos depoimentos. O episódio também reforça a complexidade e a sensibilidade das investigações sobre os possíveis crimes cometidos durante a gestão Bolsonaro.

                        "Braga Netto precisa ser preso imediatamente", diz Lindbergh

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) destacou, em suas redes sociais, a gravidade das novas denúncias feitas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, em delação premiada. Segundo as revelações, o general Braga Netto teria financiado um plano golpista contra o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, utilizando dinheiro entregue em uma embalagem de vinho. A denúncia reforça a necessidade de apurações rigorosas sobre a participação de figuras-chave do governo Bolsonaro em atos contra a democracia.

Em publicação no X (antigo Twitter), Lindbergh não poupou palavras:"GRAVÍSSIMO: Em novo depoimento, Mauro Cid diz que Braga Netto entregou dinheiro numa embalagem de vinho para financiar o golpe, os ‘Kids Pretos’. Braga Netto PAGOU para assassinar Lula, Alckmin e Moraes. Precisa ser preso imediatamente!"

<><> As denúncias e a polêmica envolvendo Mauro Cid

As declarações de Mauro Cid, realizadas no âmbito de sua delação premiada, trouxeram novos elementos à investigação sobre tentativas de desestabilização democrática no Brasil. Segundo o depoimento, o dinheiro teria sido entregue pelo ex-ministro Braga Netto para financiar ações de cunho golpista, com o objetivo de atingir lideranças políticas e membros do Supremo Tribunal Federal.

Embora a delação de Cid seja considerada controversa, com momentos de contradição e mudanças de tom, as novas informações aumentam a pressão por medidas contra os envolvidos. Lindbergh reforçou a urgência de uma ação imediata contra o general: "Não há espaço para leniência com quem atentou contra a democracia. A prisão de Braga Netto é imprescindível."

<><> Repercussão nas redes e implicações jurídicas

A denúncia gerou ampla repercussão nas redes sociais. Usuários ironizaram o suposto uso de uma embalagem de vinho para transportar o dinheiro. "Foi tão barato assim que coube numa embalagem de vinho? Nossa, que golpinho mais mixuruca", comentou um internauta. No entanto, o tom majoritário é de preocupação, dado o histórico de Braga Netto como um dos pilares do governo Bolsonaro e candidato a vice-presidente na tentativa de reeleição.

A Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal agora enfrentam a tarefa de aprofundar as investigações, que podem resultar em novas ações judiciais contra figuras centrais do governo anterior.

 

                        Mauro Cid está debochando da Polícia Federal, diz Tony Garcia

Em uma postagem incisiva no X, o empresário Tony Garcia fez duras críticas à atuação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e de seu advogado. Segundo Garcia, o comportamento da dupla estaria "debochando da Polícia Federal (PF) e do Supremo Tribunal Federal (STF)", em razão das constantes mudanças de versão apresentadas por Cid em sua delação premiada.

“Mauro Cid continua debochando da @policiafederal e do @STF_oficial ora incriminando Bolsonaro ora inocentando-o”, afirmou Garcia na publicação. A mensagem, que já repercute nas redes sociais, sugere que as idas e vindas de Cid estariam desmoralizando as instituições e enfraquecendo a própria delação.

<><> Crítica ao sistema de delações

O empresário, que diz ter experiência nos bastidores de investigações judiciais, comparou a estratégia de Mauro Cid com práticas que ele teria presenciado durante o período em que esteve sob investigação da Operação Lava Jato. “Durante os quase 20 anos que fui sequestrado e feito refém de Moro @SF_Moro, Deltan @deltanmd e súcia curitibana, os ‘pais’ das delações no país, presenciei inúmeros delatores usarem a mesma estratégia de Cid quando deixavam a prisão.”

Garcia também chamou a atenção para o que acredita ser o verdadeiro papel de Mauro Cid nesse contexto: "Cid é o cavalo de Troia dos milicos. Alertei sobre isso, logo após o proposital vazamento de conversas dele próprio, 'denunciando ser obrigado' pelo delegado responsável pelo inquérito, 'envolver' Bolsonaro em crimes a mando do ministro @alexandre."

<><> Impactos nas investigações

Para Tony Garcia, a postura de Mauro Cid e seu advogado vai além da autodesmoralização, afetando diretamente o trabalho das instituições e fornecendo munição para ataques às mesmas. “Vou além: cada vez que Cid é intimado pela PF para dizer ou desdizer, o que ele ou seu advogado disseram ou desdisseram, desmoraliza toda a imprensa e dá munição enorme para a ofensiva contra as instituições”, criticou.

Ele ainda sugere que as ações do ex-ajudante de ordens e de seu defensor configurariam obstrução de justiça: “Cid deveria estar preso junto com seu advogado. O que fazem, por vias transversas, é obstrução de justiça.”

 

Fonte: CNN Brasil/Terra/Brasil 247

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