sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Transformação digital da indústria vai gerar novas oportunidades de desenvolvimento para o NE, diz Sudene

Prioridade da Sudene para alavancar a competitividade da economia do Nordeste, a transformação digital da indústria ganhou mais um impulso pelo Governo Federal. Em cerimônia realizada no palácio do planalto nesta quarta-feira (11) com a presença do presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin detalhou um conjunto de investimentos que somam R$ 186 bilhões para estruturação da Missão 4 da Nova Indústria Brasil, que objetiva fortalecer a revolução digital deste setor.

Ao acompanhar os anúncios, o superintendente Danilo Cabral posicionou a Sudene como parte fundamental na territorialização das ações previstas pela Nova Indústria Brasil. “Nós identificamos nas seis missões que estão previstas na nova política industrial, como elas se enquadram dentro do nosso território, procurando identificar oportunidades para que a gente possa adensar as cadeias produtivas que estão vinculadas a estas iniciativas”, explicou.

Na avaliação do gestor, os investimentos irão possibilitar o reposicionamento da indústria da região, a partir da qualificação do capital humano e melhoria do ambiente de negócios. “O Nordeste já mostrou que possui iniciativas de sucesso na transformação digital do setor industrial. O Porto Digital localizado no Recife, em Pernambuco, é um exemplo”, lembrou o Danilo Cabral.

Do montante anunciado pelo também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, R$ 42,2 bilhões já foram investidos pelo Governo Federal através de programas como o Brasil + Produtivo. Até 2026, o Executivo espera aplicar mais R$ 58,7 bilhões em recursos para estimular o avanço da indústria brasileira. Geraldo Alckmin comemorou a parceria com a iniciativa privada, responsável pelo aporte de R$ 85,7 bilhões. “Caminhamos para uma indústria mais inovadora, mais verde, mais exportadora e mais produtiva”, ressaltou o vice-presidente.

Até 2026, o Governo Federal espera viabilizar a transformação digital de 25% das empresas industriais brasileiras, ante os 18,9% registrados em 2023. Para 2033, a meta projetada é de 50%. As ações são voltadas às cadeias produtivas de semicondutores, robôs industriais e produtos e serviços avançados, incluindo fabricação de chips, instalação de data centers, implantação de redes de infraestrutura, entre outros.

Entre as medidas mais recentes protagonizadas pela Sudene neste cenário, Danilo Cabral destacou a reativação do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (Coriff), que realizou ontem (10) sua primeira reunião depois de um hiato de quase 10 anos. O grupo objetiva, entre outras ações, integrar as demandas presentes na NIB com os instrumentos de financiamento gerenciados tanto pela Sudene - a exemplo dos fundos regionais FDNE e FNE -, como por instituições parceiras, os bancos federais (Banco do Nordeste, Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNDES) e de agências de fomento, como a FINEP.

“Essa discussão também é incorporada pela rede de instituições de ciência e tecnologia que estão presentes nas nossas universidades federais e estaduais e institutos federais. Ou seja, é integração dos instrumentos de financiamento com as fontes de pesquisa e inovação, para que dessa forma a gente agregue a inovação dentro da transformação digital das indústrias que também fazem parte do nosso território”, disse o superintendente.

Ainda considerando o setor produtivo industrial, a Sudene também conduziu os Programas de Revitalização da Indústrias Nordestina (NE 4.0) e pernambucana (PE 4.0), cujos resultados foram apresentados em 2023. Em escala regional, 126 profissionais que representaram 46 indústrias foram qualificados em sete estados da região: Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Bahia. Cada participante da iniciativa elaborou um projeto para ser incorporado pelas empresas, que assimilaram novos processos de desenvolvimento em sua cultura organizacional, impulsionando a transformação digital da indústria.

•        Sudene reúne principais agentes financeiros do país para discutir estratégia de financiamento do Nordeste

A integração entre os instrumentos de financiamento com as políticas públicas setoriais - como Nova Indústria Brasil e o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) - foi tema da reunião de instalação do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (Coriff), comandado pela Sudene, realizada nesta terça-feira (10). O objetivo é que os recursos disponíveis em crédito para investimentos nos 11 estados da área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste sejam aplicados estrategicamente na promoção do desenvolvimento regional.

“É preciso integrar as políticas e os instrumentos de financiamento, pois estes estão aquém do que deve ser destinado ao Nordeste para quebrar a lógica do aprofundamento das desigualdades”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, na abertura da reunião.

A partir desse encontro, uma das medidas estabelecidas foi a criação de um grupo de trabalho para a elaboração de uma matriz das linhas de crédito para financiamentos no Nordeste de modo a identificar as lacunas e superposições de financiamentos e a possibilidade de realização de operações de crédito consorciadas. Tambem ficou acertada a sistematização e consolidação de dados sobre as obras públicas e privadas prioritárias para os estados, além de analisar a aplicação dos recursos em pesquisa e desenvolvimento de forma que eles sejam orientados às prioridades da região. O comitê também decidiu por realizar ações para a Caatinga.

Esta primeira reunião contou com um painel da economista Tania Bacelar sobre o “Desenvolvimento do Nordeste e a importância das políticas de financiamento integradas. Em sua análise, ela frisou que há uma expectativa de crescimento econômico que demandará o protagonismo dos investimentos públicos. “A discussão fundamental é sobre o que patrocinar na região. O Nordeste mudou e a agenda de investimentos se renovou e se tornou mais complexa”, explicou.

Tânia Bacelar elencou as potencialidades e oportunidades da nova agenda do Nordeste. Entre elas, a expansão da infraestrutura, a retomada da industrialização, a valorização das cadeias produtivas, promoção da economia regenerativa, a economia criativa, turismo. “Nós precisamos buscar convergências, resolver conflitos, evitar superposições”, frisou.

Cada instituição presente apresentou as políticas de financiamento voltadas para o desenvolvimento do Nordeste previstas para os anos de 2024 e 2025. A diretora Financeira e de Crédito Digital do BNDES, Maria Fernanda Coelho, por exemplo, destacou a ampliação em 196% em aprovação de crédito na região no primeiro semestre, representando R$ 7,7 bilhões. “Nesse momento, a gente tem, então, todo o processo de articulação para pensar os investimentos, que sejam investimentos estruturantes para a região, que a gente tenha, então, uma retomada, mas de uma forma bastante organizada, em parceria com essas instituições financeiras e o BNDES cada vez mais, então, presente também na região Nordeste, para que a gente possa ter o desenvolvimento sustentável que a gente tanto deseja.”, disse.

Representando o Consórcio Nordeste, Pedro Lima, subsecretário de Programa, falou sobre a importância das instituições financeiras terem como horizonte a redução das desigualdades regionais, ampliando os recursos destinados ao Nordeste. “"A reativação do Coriff é importantíssima, como uma instância estratégica para debater os entraves e articular estratégias conjuntas das instituições financeiras para aumentar a oferta de crédito no Nordeste. O Consórcio Nordeste, que passa agora a integrar esse espaço, entende que a superação da desigualdade regional passa, obrigatoriamente, pela superação da desigual da oferta de crédito e do investimento”, ressaltou.

Também se fizeram presentes os representantes do Banco do Nordeste (José Aldemir Freire, diretor de Planejamento); da Caixa Econômica Federal (Marcos Carvalho, superintendente); do Banco do Brasil (Edilberto Passos, gerente-geral); do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG (Rubens Brito, superintendente de Desenvolvimento de Negócios e Produtos); Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo - Bandes (gerente de Fundos e Produtos), e da Financiadora de Estudos e Projetos - Finep (Márcio Stefanni, diretor Financeiro, de Crédito e Captação).

<><> Nova composição

Na última reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, realizada em agosto, houve uma mudança na formação do Coriff, com o aumento do número de integrantes. Faziam parte anteriormente o BNDES, o BNB, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. A partir da aprovação dos conselheiros, passaram a compor o colegiado o BDMG, Bandes, o Banese, além do Consórcio dos Governadores do Nordeste e da Financiadora de Estudos e Projetos.

O Comitê tem caráter consultivo, é vinculado ao Conselho Deliberativo da Sudene e previsto no art. 10, §§ 1º e 2º, da Lei Complementar nº 125, de 3 de janeiro de 2007. O Regimento Interno do Coriff foi aprovado em outubro de 2008, passando por uma atualização no ano passado. Entre suas finalidades, estão as de promover integração das ações de apoio financeiro aos projetos de infraestrutura e de serviços públicos e aos empreendimentos produtivos na área da Sudene, obter maior eficiência, eficácia e efetividade na aplicação dos investimentos; e permitir processo permanente de cooperação entre as instituições financeiras.

•        Sudene recebe 26 propostas de inovação na área de assistência social

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste recepcionou 26 propostas inscritas no Inova Suas. O edital vai selecionar projetos que tragam implementações inovadoras na área de assistência social. O balanço foi apresentado nesta quarta-feira (11) pela Diretoria de Planejamento e Articulação de Políticas.

“Consideramos o número muito positivo. Uma das marcas foi a diversidade de ações propostas pelas empresas interessadas. Nossa expectativa é a melhor possível para que, ao final de todo o processo, possamos apresentar soluções práticas que resolvam parte dos desafios presentes nas atividades de assistência social”, comentou o diretor de Planejamento e Articulação da Políticas da autarquia, Álvaro Ribeiro.

Os projetos apresentados à Sudene compreendem iniciativas orientadas para municípios dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, além de propostas que buscam atender toda a área de atuação da autarquia. O prazo de execução proposto pelos proponentes variou de seis a 18 meses, sendo que a maioria foi direcionada às linhas “Gestão do Suas” e “Provisão da Proteção Social”. Os valores pleiteados também variaram de R$ 50 mil a R$ 500 mil.

Lançado em julho, o Inova Suas é resultado de um acordo de cooperação técnica com o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas). O edital prevê um investimento total de R$ 1 milhão e oferece três linhas de propostas: gestão do Suas; provisão da proteção social e participação e controle social. O valor máximo por proposta é de R$ 500 mil. As empresas proponentes precisam ter competência em atividades compatíveis com pesquisa e desenvolvimento, tendo maior pontuação aquelas que já realizaram projetos de inovação e tecnologia social.

A avaliação dos projetos apresentados à Sudene seguirá os critérios determinados pelo edital, que constituem duas etapas. “Vamos iniciar agora a fase de habilitação das propostas, em que verificaremos questões referentes ao alinhamento aos objetivos do programa, se o custo da proposta está adequado e se ela contempla a estratégia de territorialização prevista no edital”, explicou a assistente social Teresa Oliveira, analista técnico-administrativa da Sudene. O resultado desta fase deve ser apresentado no dia 4 de outubro.

As propostas classificadas avançam para a etapa II, de seleção e avaliação. Entre os itens que balizarão a escolha dos projetos estão a aderência ao edital, a estrutura do projeto, a inovação, a capacidade de gestão e execução; os aspectos econômico-financeiros e a territorialização da proposta e do proponente.

“Precisamos pensar em proteção social quando falamos sobre desenvolvimento regional. Se queremos diminuir as desigualdades sociais, precisamos dar importância às pessoas e a ações que promovam, de forma inovadora, meios para a emancipação social”, comentou o superintendente Danilo Cabral.

 

Fonte: Ascom Sudene

 

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