segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Folha passada a limpo: Livro revela mãos sujas de sangue da Folha na ditadura

Chegou às livrarias na última quarta-feira o livro A Serviço Da Repressão: Grupo Folha E Violações De Direitos Na Ditadura, Editora Mórula, um trabalho a 12 mãos, da jornalista e historiadora Ana Paula Goulart Ribeiro, da historiadora Amanda Romanelli, do historiador André Bonsanto, da jornalista Flora Daemon, da jornalista Joëlle Rouchou e do historiador Lucas Pedretti. 

Fruto de um ano e meio de investigações, o livro passa a limpo a história da parceria do Grupo Folha com a ditadura civil-militar de 1964 e revela as mãos sujas de sangue da Folha.

Não foi apenas a linha editorial favorável à ditadura. Isso os outros jornaloes e a mídia comercial como um todo também fizeram. E outras se beneficiaram até mais do regime, como a Rede Globo de Televisão, por exemplo.

Mas o que espanta nas revelações do livro é como a participação da Folha na ditadura foi umbilical, ativa, desde o nascedouro, já que o dono principal, Octávio Frias de Oliveira, foi financiador de grupos que preparavam o golpe.

"A gente tem um carnê dele pagando sua mensalidade para o Ipês [Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais]", informa em entrevista ao canal Meio a jornalista Flora Daemon.

"Hoje em dia, a gente tem uma velocidade muito rápida para conseguir produzir um caderno especial com toda a tecnologia de diagramação e tal. Mas, nos anos 1960, a coisa era diferente. Em 31 de março de 1964, ou seja, no dia oficial do golpe, a Folha de S.Paulo publicou um suplemento chamado 64 — Brasil Continua, de mais de 40 páginas. E quase todos os anunciantes desse suplemento eram apoiadores financeiros do golpe. Os anúncios também eram diferentes, já de celebração do “verdadeiro povo brasileiro”. A Folha estava nessa articulação havia muito tempo."

Além disso, a utilização de carros do jornal não foi assim tão "inocente", apenas para os militares transportarem bacalhau, lagosta, uísque, champanhe ou filé, como ficamos sabendo dos hábitos dos oficiais durante do governo Bolsonaro. Eles transportavam presos para serem torturados e eventualmente mortos.

Mais até: foram usados como isca para assassinar militantes da Aliança Libertadora Nacional:

"Um eixo importante era como os veículos da Folha eram utilizados pela ditadura e com quais fins. No final dos anos 60 e início dos anos 70, que foi o auge da repressão, o regime estava matando muita gente. E, naquele momento, os carros da Folha, eu falo isso sem medo de errar, foram cruciais para que muitas pessoas fossem monitoradas, sequestradas, assassinadas e desaparecidas. A gente conseguiu mapear várias ações em que os carros da Folha estavam presentes. Uma é muito conhecida, mas ainda não estava muito bem elucidada, a emboscada da Rua João Moura. Nesse episódio, os militares já sabiam que os militantes da ALN estavam fazendo expropriação de armamentos. Criaram uma emboscada, com alguns agentes deixando as armas de maneira pouco cuidadosa. Militantes da ALN passaram e viram. Mas era tudo armado. Um pouco adiante, tinha um caminhão de entrega de jornais da Folha. Na parte traseira, havia agentes. Quando os militantes da ALN tentaram pegar os armamentos, os agentes saíram da caçamba e mataram três militantes. Mas houve uma sobrevivente, Ana Maria Nacinovic, que relatou o que aconteceu. Esse é um caso bem emblemático porque a gente pôde associar o uso do veículo da Folha à morte de três militantes da ALN."

Mas não foi apenas por ideologia e afinidade de ideias com os ditadores que a Folha apoiava os golpistas. O livro mostra também que a Folha conseguiu fazer bons negócios com a parceria:

"Não é à toa que eles também viraram os donos, de uma maneira muito complicada, da maior rodoviária da América Latina à época, a de São Paulo. Eles usaram um terreno público para fazer essa rodoviária privada, com ônibus para vários países da América Latina. Ganharam muito dinheiro explorando um terreno público. Tinham costas quentes com o governo militar, eles conseguiram ganhar muito dinheiro nesse processo. O jornal não tinha só um papel lucrativo objetivamente, mas também político. E nisso, o negócio foi se diversificando também. Eles foram comprando outras empresas, a exemplo da Lithographica Ypiranga, que fazia toda essa parte de gestão de papel, que compraram por um preço irrisório. O próprio jornal Última Hora, de Samuel Wainer, que estava sufocado pela ditadura, pois ele foi um dos poucos que não apoiou a repressão, eles compraram também a preço de banana. Tudo isso entra na conta do que a gente chama de benefícios econômicos, em função do contexto ditatorial. E o Grupo Folha foi crescendo, de uma maneira assustadora."

"Se a gente for trabalhar pela esfera da comparação, o Grupo Folha colaborou jornalisticamente, editorialmente, perseguiu jornalistas, perseguiu pessoas, foi beneficiado economicamente e, no final das contas, pode ser responsabilizado indiretamente pela tortura, desaparecimento, sequestro e morte de pessoas. Nenhuma outra empresa do ramo da comunicação no Brasil teve um grau de colaboração neste nível" — afirma Flora Daemon.

A Roupa Nova da Folha

Logo ao final da ditadura a Folha deu uma virada de página tão bem feita que se transformou no jornal das Diretas Já e teve seu perfil associado aos governos tucanos de São Paulo e depois no Brasil, com Fernando Henrique Cardoso.

Aí vieram os governos populares do presidente Lula e a Folha retirou sua máscara liberal e voltou aos tempos da ditadura, tentando repaginá-la como "ditabranda", fazendo guerra constante aos governos Lula e depois Dilma, de quem chegou a publicar a infame capa com uma ficha falsa em que acusava a ex-presidenta de planejar um atentado contra Delfim Netto, um dos mais poderosos ministros da ditadura.

Participou ativamente da campanha pelo impeachment da presidenta Dilma e também dos processos que levaram à prisão do presidente Lula e à sua impossibilidade de disputar a presidência em 2018, que foi entregue de mão beijada a um deputado desqualificado, defensor da tortura e da ditadura, como a Folha dos velhos tempos.

Atualmente, a Folha continua com sangue nos olhos, num trabalho para afastar o ministro Alexandre de Moraes dos processos contra o inelegível Bolsonaro, abrindo suas páginas até para que Bolsonaro publicasse um cínico artigo com o título "Aceitem a democracia". 

Logo ele, acusado de tramar um golpe de Estado em que seriam assassinados o presidente e o vice eleitos, Lula e Alckmin, e o presidente do TSE à época, ministro Alexandre de Moraes.

E a Folha faz tudo isso de olho num candidato em favor das pautas do mercado. 

Daí a importância do livro recém lançado. A Serviço Da Repressão: Grupo Folha E Violações De Direitos Na Ditadura vem lançar luzes sobre os porões da Folha para que a história não se repita.

 

¨      MUNDO CÃO: Marçal pode virar apresentador do Casos de Família depois de perder eleição

Sem cargo público e após a derrota no primeiro turno para a Prefeitura de São Paulo, não sobraram muitas opções para Pablo Marçal (PRTB) se manter na mídia. O coach, que protagonizou uma série de escândalos nas últimas eleições, como a divulgação de um documento fraudulento contra Guilherme Boulos, agora é o nome mais cotado para apresentar o programa Casos de Família no SBT.

A atração, conhecida pelo modo sensacionalista de retratar questões familiares, saiu do ar em 2023 devido à baixa audiência, mas deve voltar à programação da emissora em março de 2025, em novo formato. De acordo com informações, o coach deverá gravar o piloto neste domingo (15) e pode assinar o contrato com a emissora ainda neste ano. A expectativa é que a Havan, de Luciano Hang, seja uma das principais patrocinadoras.

A aposta do atual diretor de Programação e Artístico, Mauro Lissoni, é que Marçal alavanque o ibope da emissora, que recentemente contratou Datena para apresentar o Tá Na Hora, programa que deve suceder o Casos de Família na grade.

Diante das últimas informações, a situação que se desenha é, no mínimo, curiosa. Embora Marçal e Datena tenham protagonizado um dos casos mais repercutidos das últimas eleições municipais — quando o jornalista deu uma carteirada no coach durante um debate eleitoral —, os dois poderão dividir a mesma audiência nos finais de tarde.

Cadeirada virou vinheta de novo programa no SBT

Porém, não é apenas a possível contratação de Marçal que ilustra a tentativa do SBT em faturar midiaticamente com os escândalos do coach. Lançado no último dia 9, nesta semana o programa de Datena exibiu sua nova vinheta contendo imagens da cadeirada com a qual o apresentador agrediu Marçal.

Como trilha sonora, a abertura conta ainda com canção “Que Tiro Foi Esse?”, interpretada por Jojo Todynho, que caiu recentemente nas graças da extrema direita. 

 As definições de 'mundo cão' foram atualizadas.

 

¨      Rodrigo Constantino diz que está com câncer; Bolsonaro pede orações

O jornalista de extrema direita, Rodrigo Constantino, revelou em suas redes que está com câncer. Ele contou sobre a doença no final de uma live feita nos Estados Unidos, onde mora.

“Eu estou com 90% a 95%… diagnóstico já, falta só uma biópsia. Isso que eu tenho na garganta não é uma infecção. É, ao que tudo indica, câncer. Vamos usar a palavra. Tumor maligno. Câncer. A princípio, com origem na língua, isso ainda vai ser confirmado”, disse ele.

 “Estou com as melhores equipes médicas num país que é conhecido pelo tratamento da doença. Vou sempre manter meu otimismo, minha fé em Deus, minha resiliência e gratidão. O que não mata, engorda e traz lições. Isso não vai me matar. Eu vou superar mais essa guerra”, disse.

Rodrigo Constantino disse ainda:

 “Eu tive duas pessoas poderosas querendo me destruir já. Uma muito próxima, tinha todas as informações, querendo me destruir e não conseguiu. E o outro muito poderoso, porque manda no Brasil, também não conseguiu me destruir. Podem ter ajudado no fator estresse, mas sem rancor, sem ressentimento… Isso acontece.”

O jornalista teve suas redes sociais suspensas no Brasil no inquérito das fake news, cujo relator é o ministro Alexandre de Moraes (STF). Segundo a investigação, o influenciador proferiu “discursos de ódio e antidemocráticos”.

Rodrigo Constantino foi demitido da Jovem Pan em janeiro de 2023 e trabalha atualmente na revista Oeste.

<><> Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Constantino, escreveu em sua conta do X, antgo Twitter:

“Peço a todos que incluam o jornalista Rodrigo Constantino em suas preces e orações”, disse. “Soubemos hoje que ele está enfrentando uma batalha difícil contra o câncer, e é importante nos unirmos em oração para pedir a Deus que lhe conceda força, saúde e uma recuperação plena.”

Bolsonaro disse ainda que “Constantino sempre foi um defensor da liberdade e uma voz importante no debate público brasileiro. Agora, ele precisa de nossas orações. Tenho certeza de que ele enfrentará essa luta com a mesma determinação que sempre demonstrou”.

“Força, Constantino!”, prosseguiu. “O Brasil está com você, torcendo por sua vitória e esperando por notícias melhores. Que você e sua família encontrem conforto, esperança e a certeza de que Deus está no controle. A oração pode muito em seus efeitos. Tenho certeza que você vencerá mais essa batalha!”

¨      Ex-apresentador da Jovem Pan, Tiago Pavinatto, comemora “morte” de Lula

O ex-apresentador da Jovem Pan, Tiago Pavinatto, comemorou a suposta “morte” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento nesta quinta-feira (12), em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ele aparece ao lado de Antônia Fontenelle e diz: “O presidente do Brasil morreu”, sendo aplaudido.

A seguir, ele se referiu ao presidente, que foi internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para realizar uma cirurgia intracraniana, com o objetivo de conter uma hemorragia cerebral.

<><> Oração

“Deixa eu te falar uma coisa, Antônia. Eu falei que nós, brasileiros, deveríamos estar em oração, mas os médicos do Sírio atrapalham. De que adianta?”

E encerrou:

 “E quem achar ruim essa piada, eu convido voltar a morar no Brasil. Eu convido”, encerrou. Como se não bastasse, o ex-apresentador fala essas barbaridades ao lado de uma criança.

¨      Governo reage e intima redes a apagar fake news sobre morte de Lula

Em meio à recente internação de Lula, o Palácio do Planalto deu início a uma ofensiva para combater “fake news” nas redes sociais que apontam para uma falsa morte do presidente.

A operação tem sido tocada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência e pela Advocacia-Geral da União (AGU), pastas que estão sob a alçada direta de Lula no Planalto.

Segundo apurou a coluna, a Secom tem sido responsável por fazer o levantamento das publicações, enquanto a AGU tem intimado as plataformas para que retirem as notícias falsas.

No levantamento da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, há postagens falsas publicadas em redes sociais como Youtube, Instagram e X (antigo Twitter).

Em um segundo momento, a ideia de integrantes do governo Lula é acionar a Polícia Federal e o Poder Judiciário para responsabilizar os próprios autores das postagens falsas criminalmente.

Lula foi internado desde a terça-feira (10/12) no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde já passou por duas cirurgias na cabeça. As cirurgias são decorrentes da queda que o petista levou em 19 de outubro.

 

Fonte: Fórum/Metrópoles

 

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