terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Deputado rebate Bia Kicis: "Réu procurar delator não é curiosidade, o nome é 'obstrução da justiça'"

O deputado federal Pedro Campos (PSB-PE) rebateu as declarações da deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF), que minimizou as acusações contra o general da reserva Walter Braga Netto, preso preventivamente por obstrução de justiça neste sábado.

Em entrevista à CNN, Kicis afirmou que a busca do general pelo conteúdo da delação premiada de Mauro Cid seria apenas "curiosidade" e não configuraria um crime.

"Curiosidade agora é crime? Façam-me o favor. Vamos deixar de palhaçada! Um general quatro estrelas preso porque quis saber o que aconteceu numa delação premiada... Isso é ridículo!", disse Kicis, em tom de indignação, ao criticar a prisão do ex-ministro de Jair Bolsonaro.

Pedro Campos, no entanto, contestou a fala da deputada em suas redes sociais, argumentando que o ato descrito por Kicis configura obstrução de justiça, uma razão legítima para prisão preventiva. 

"Réu procurar delator não é curiosidade, o nome é 'obstrução da justiça', e isso é um dos fundamentos para prisão preventiva", afirmou.

¨      O inacreditável chilique de Mário Frias após prisão de Braga Netto

O deputado federal Mário Frias (PL-SP) usou as suas redes sociais para fazer uma crítica às Forças Armadas depois da detenção do general de quatro estrelas Walter Braga Netto.

A prisão preventiva do ex-ministro de Bolsonaro detido preventivamente neste sábado (14) gerou uma série de debates nas redes sociais, com muitas celebrações dentro do campo progressista e outros chiliques no campo da extrema direita.

Quem não se calou foi Mário Frias, um dos mais caricatos bolsonaristas da Câmara dos Deputados, que usou o fato para voltar a atacar as Forças Armadas.

O ex-global e ex-Secretário da Cultura no governo de Jair Bolsonaro afirmou que os militares são "bichinhos de estimação da elite plutocrata", em um frase digna de Carlos Bolsonaro.

“Alguns irão se chatear com o que vou dizer, mas é necessário que eu diga, para que possamos encerrar de vez uma das ilusões que nos aprisionam no debate político. Convivi com oficiais das mais altas patentes das Forças Armadas. Eles são, via de regra e com raras exceções, bichinhos de estimação da elite plutocrata que domina o país. Toda a mística de combatentes destemidos é uma farsa”, escreveu Frias.

“A prisão do honrado General Braga Netto (uma dessas raras exceções) é só mais um demonstrativo do quão baixo seus pares chegaram para servir aos interesses da facção que está no poder. Vocês são uma vergonha para a nação e entrarão para a história como a geração de covardes que são!”, concluiu o deputado federal.

<><> Contestar prisão de Braga Netto pode ser ameaça à ordem pública

Só no Brasil um ex-presidente da República indiciado por tentativa de golpe de estado contesta abertamente a prisão preventiva de outro indiciado pelo mesmo crime por obstrução de Justiça.

Deve estar procurando sarna para se coçar, pois incitar seus simpatizantes contra o STF, tal como fez durante seu mandato, pode configurar ameaça à ordem pública, outro motivo para prisão preventiva.

 A única obstrução de que Bolsonaro entende é a intestinal.

¨      Bertholdo: "Braga Neto precisa ser preso em uma penitenciária de segurança máxima"

Braga Netto, que foi vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, é investigado por um suposto plano de golpe que incluía, segundo a Polícia Federal, ações extremas como o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Bertholdo: "Braga Neto precisa ser preso em uma penitenciária de segurança máxima"

O advogado Roberto Bertholdo, em um vídeo divulgado nas redes sociais, fez duras críticas à detenção do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL). Preso neste sábado (14), Braga Netto está detido na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, mas Bertholdo defende que o destino dele deveria ser outro.

“Militar que atenta contra a democracia não deve ser preso em batalhão ou estabelecimento militar. Merece prisão comum. O Braga Netto precisa ser preso em uma penitenciária de segurança máxima. Senão, vai continuar conspirando”, afirmou o advogado.

<><> Prisões e suspeitas

A prisão do general ocorreu como parte de um desdobramento do inquérito que investiga uma trama golpista no final de 2022. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da Polícia Federal (PF).

De acordo com a PF, a liberdade de Braga Netto representaria riscos à ordem pública, além de ele ter atuado para atrapalhar investigações relacionadas à tentativa de interferir no processo democrático. Preso durante a manhã, o ex-ministro passou por uma audiência de custódia na tarde do mesmo dia.

¨      Como é a "cela de luxo" em que general está preso

Preso no último sábado (14) pela Polícia Federal (PF) por supostamente ter planejado um golpe de Estado no Brasil, o general Walter Braga Netto não está detido em uma cela convencional, mas sim em um quarto com mordomias na 1ª Divisão do Exército, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. 

Ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro, além de candidato a vice do ex-presidente na eleição de 2022, Braga Netto, por ser general quatro estrelas, isto é, o posto mais alto na carreira das Forças Armadas, tem a prerrogativa de prisão especial no caso de prisão provisória, como é o seu caso.

Caso vá a julgamento e seja condenado, o militar deve ser encaminhar para um presídio comum. 

<><> Como é a "cela" de Braga Netto 

Por ter direito à prisão especial, Braga Netto não está em uma cela convencional, mas sim no quarto do chefe do Estado Maior da 1ª Divisão do Exército. 

O cômodo em que Braga Netto está detido tem uma série de mordomias: armário, geladeira, ar-condicionado, televisão e banheiro privativo.

O general ainda tem o direito de fazer as refeições no restaurante do quartel, onde também se alimentam os oficiais de alta patente, e recebe quatro refeições por dia: café da manhã, almoço, jantar e ceia. 

“Cinco não querem”: saiba quem são os generais do Alto Comando que foram contra o golpe

As investigações conduzidas pela Polícia Federal sobre as tentativas de golpe após as eleições de 2022 continuam a trazer novas informações sobre as divisões no Alto Comando do Exército (ACE). Mensagens analisadas confirmaram os cinco generais que se opuseram diretamente às articulações, enquanto três apoiavam as iniciativas golpistas. Entre eles, segundo os documentos, está o General Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, cujo nome foi citado em uma mensagem compartilhada em grupos de militares articuladores.

¨      “Cinco não querem, três querem muito”

A frase central “Cinco não querem, três querem muito”, atribuída ao coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu, sintetiza o cenário dividido dentro do ACE, composto por 16 generais de quatro estrelas. Entre os opositores firmes, os nomes já identificados incluem:

·        General Richard Nunes (Comando Militar do Nordeste),

·        General Stumpf (Comando Militar do Sul),

·        General André Luís Novais Miranda (Comando Militar do Leste),

·        General Guido Amin Naves (Departamento de Ciência e Tecnologia),

·        General Tomás Paiva (Comando Militar do Sudeste).

Além disso, os documentos indicam que, enquanto cinco resistiam, outros três apoiavam ativamente, com Theophilo sendo o único nome apontado, segundo as investigações da PF, até o momento. Outra mensagem interceptada destaca que, durante um almoço com Bolsonaro e general do ACE que teria ocorrido em 5 de novembro de 2023 em Brasília, três generais — Richard, Tomás e Soares — não compareceram, possivelmente marcando um ato simbólico de rejeição às articulações discutidas no evento.

O então comandante do Exército, General Marco Antônio Freire Gomes, não é mencionado entre os cinco opositores firmes às tentativas de golpe, embora relatos indiquem que ele teria ameaçado prender Bolsonaro caso os planos avançassem. Sua postura, no entanto, é vista como ambígua e menos enfática do que a de seus colegas identificados como contrários às articulações.

<><> Theophilo e “Barata”: a mensagem que circulou em grupos golpistas

Em outra mensagem incluída nas investigações, compartilhada entre grupos de militares alinhados às articulações golpistas, o General Tomás Paiva teria criticado duramente o General Eduardo Villas Bôas e sua esposa, Cida, durante uma reunião. No texto, é relatado que Tomás abriu o jogo e “falou mal de todo o Alto Comando do Exército, principalmente de Theophilo e de Barata”.

Theophilo, que era Comandante de Operações Terrestres, foi reiteradamente citado nas investigações como apoiador das articulações golpistas. Contudo, a identidade de “Barata” permanece desconhecida, e seu papel nas discussões internas do Alto Comando ainda é objeto de investigação.

<><> Repercussões e a resposta oficial do Exército

Diante da circulação das mensagens interceptadas e do impacto das postagens nas redes sociais, o Exército emitiu o Informex NR 041, em 16 de novembro de 2022. O documento, distribuído a todas as organizações militares, classificou as mensagens como uma “maliciosa e criminosa tentativa de atingir a honra pessoal de militares” e buscou reafirmar a coesão institucional.

O comunicado destacou a longa trajetória de serviços prestados pelos generais mencionados e denunciou as postagens como tentativas de “macular a coesão inabalável do Exército de Caxias”. Apesar do tom defensivo, a emissão do Informex revelou a preocupação do comando com os danos à imagem da instituição e as divisões internas que começavam a ganhar visibilidade.

<><> Repercussões e questionamentos sobre conivência

Além dos cinco generais contrários e dos três apoiadores identificados até agora, os outros oito integrantes do Alto Comando foram descritos em mensagens como estando em uma “zona de conforto”. Essa postura pode ser interpretada como conivência ou até mesmo flerte com a prevaricação, caso soubessem das articulações e optassem por não agir.

As investigações seguem avançando, mas a revelação das mensagens e os desdobramentos no âmbito militar evidenciam as tensões internas do Exército durante o período. Os próximos passos da PF devem aprofundar a identificação dos dois outros generais apoiadores das articulações e o papel de figuras ainda desconhecidas, como “Barata”.

¨      Maioria dos brasileiros está pouco informada sobre investigações sobre golpe, diz Ipec

A maioria (65%) dos brasileiros está "pouco" ou "nada informada" sobre as investigações da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe em 2022, segundo uma pesquisa nacional feita pelo Ipec entre os dias 5 e 10 de dezembro com 2 mil pessoas. As entrevistas da pesquisa foram feitas antes da prisão do general Braga Netto no sábado, 14. O ex-ministro do governo Bolsonaro foi acusado de interferir na investigação.

Segundo o levantamento noticiado na coluna Lauro Jardim do jornal O Globo deste domingo, os brasileiros se mostram divididos sobre a participação ou não do ex-presidente Jair Bolsonaro no planejamento de um golpe (43%) ou se ele está sendo "perseguido politicamente" (42%).

Apesar das dúvidas e desinformação, 80% entendem que os envolvidos "deveriam ser julgados e punidos conforme a lei".

O Ipec também perguntou sobre a confiança dos entrevistados nas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que envolvem políticos. Apenas 23% afirmaram acreditar que os ministros do STF são isentos e não favorecem os políticos.

O Ipec realizou a pesquisa em 131 municípios. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais.

Foram quatro as perguntas que o Ipec fez aos entrevistados sobre a tentativa de golpe.

 

Fonte: Brasil 247/Correio Braziliense/Fórum

 

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