segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Canais com conteúdo misógino têm 3,9 bi de visualizações e faturam com ataque a mulheres

Relatório divulgado nesta sexta-feira (13) pelo Ministério das Mulheres mostra aumento expressivo na divulgação de conteúdo misógino (ou seja, ódio ou aversão a mulheres) no YouTube. Ao propagar a violência e o preconceito, esses canais lucram com o material divulgado. Resultado de uma parceria entre o ministério, o NetLab-UFRJ e o Observatório da Indústria da Desinformação e Violência de Gênero nas Plataformas Digitais, o levantamento analisou 76 mil vídeos de 7.800 canais brasileiros.

Foram identificados 137 canais misóginos, que acumulam 3,9 bilhões de visualizações e mais de 105 mil vídeos. Em média, cada canal tem 152 mil inscritos. Esses canais fomentam a ideia de uma conspiração social para a dominação feminina, incitando resistência e revolta contra as mulheres.

·       Dinheiro

Os pesquisadores identificaram estratégias discursivas que promovem ódio e violência contra as mulheres, muitas vezes disfarçadas como uma promoção da masculinidade. De acordo com a pesquisa, cerca de 80% dos canais misóginos utilizam estratégias financeiras, como anúncios, doações durante transmissões ao vivo, comercialização de produtos e serviços, além de crowdfunding. Alguns oferecem “consultorias individuais” por até R$ 1.000.

Diz trecho do relatório:

“Nos últimos anos, houve um crescimento expressivo da ‘machosfera’ e do volume de conteúdos potencialmente misóginos no YouTube. Isso é particularmente evidente a partir de 2022, quando ocorre um aumento significativo de vídeos com narrativas masculinistas. Predominam conteúdos que disseminam teorias conspiratórias prejudiciais à igualdade de gênero e comportamentos nocivos às mulheres disfarçados de estratégias de valorização dos homens”.

O relatório categoriza diversas manifestações da misoginia, incluindo:

  • Domínio e submissão: 89 canais pregam que as mulheres devem ter papéis secundários em suas famílias e relacionamentos, considerando qualquer desvio como uma ameaça.
  • Ataques a feministas: mais da metade dos canais misóginos critica as feministas, questionando os direitos das mulheres e negando a existência do patriarcado.
  • Desumanização: as mulheres são frequentemente objetificadas, sendo avaliadas exclusivamente pela aparência física e descartadas se não se enquadrarem em padrões específicos de beleza e idade, com imagens degradantes sendo comuns.
  • “Dominação feminina”: mais de 33 mil títulos de vídeos analisados exploram temas relacionados ao “desprezo às mulheres e estímulo à insurgência masculina” contra uma suposta dominação feminina. Os criadores de conteúdo reforçam ideais masculinistas com termos ofensivos e adotam um vocabulário próprio para construir comunidades e escapar do monitoramento de discurso de ódio do YouTube.

·        52% dos canais misóginos possuem ao menos um vídeo com anúncios.

·        Oito canais com conteúdo misógino que receberam Super Chat fizeram 257 transmissões e somaram R$68 mil em arrecadações.

·        Links para sites como plataformas de financiamento coletivo ou links de afiliados estão presentes em 28% dos canais misóginos.

·        Alguns influenciadores chegam a cobrar até R$1.000 por consultorias individuais de desenvolvimento pessoal masculino, que, em muitos dos casos, partem de técnicas de manipulação, humilhação, desumanização e violência psicológica.

O estudo não conseguiu estimar o quanto de dinheiro é movimentado com o discurso misógino no YouTube. “A falta de transparência sobre as formas de arrecadação dos canais e sobre o sistema de anúncios da plataforma impedem uma compreensão aprofundada dos valores mobilizados nessas transações. Não se sabe, por exemplo, quanto um canal arrecadou por meio de anúncios em vídeos ou quais marcas foram anunciadas programaticamente nos conteúdos.”

·        Feminicídio

“A meta de feminicídio zero, que é nossa prioridade, somente será alcançada se pudermos compreender e conscientizar a população sobre o que é a misoginia e as suas consequências, e não há como alcançar isso, atualmente, sem olhar para a internet. Por isso, esta iniciativa é fundamental, já que nos ajuda a mapear a violência contra as mulheres e conhecer os discursos que incentivam comportamentos violentos online”, afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

De 2021 a 2024, houve um aumento significativo na quantidade de vídeos catalogados pelo estudo. No mesmo intervalo, o Brasil também enfrentou um crescimento no número de feminicídios: em 2021, foram registradas 1.347 mortes de mulheres devido à condição de gênero, enquanto em 2023 esse número subiu para 1.463. Além disso, os casos de violência doméstica e familiar cresceram quase 10% entre 2022 e 2023.

O levantamento mostra que criadores de conteúdo empregam diversas táticas para eludir a moderação do YouTube, utilizando vocabulário específico, sarcasmo, ironia e informações distorcidas para disseminar a misoginia de maneira indireta. “A maior parte dos canais da machosfera reúne conteúdos da subcultura Red Pill, mas há também vídeos de influenciadores autoidentificados como MGTOW (sigla em inglês para ‘Homens seguindo seu próprio caminho’) e Pick Up Artists (‘artistas da pegação’ ou da conquista). Os celibatários involuntários (Incel) aparecem em menor número”, ressalta a pesquisa.

·        Moderação

De acordo com o relatório, a pesquisa revela que é urgente a adoção de ações para enfrentar a propagação da misoginia no YouTube. Para os pesquisadores, as plataformas digitais devem fortalecer seus mecanismos de moderação, enquanto os órgãos governamentais precisam implementar estratégias de conscientização sobre os riscos deste tipo de conteúdo. A pesquisa ressalta a importância de reconhecer as variadas expressões de misoginia online e a urgência em estabelecer políticas eficazes para proteger as mulheres e combater a violência de gênero nas redes sociais.

“Sem a devida regulamentação e fiscalização das plataformas digitais, a misoginia vem se tornando mais do que um tipo de discurso perigoso, mas também um ‘produto’ lucrativo, muitas vezes vendido como desenvolvimento masculino”, destaca Marie Santini, fundadora e coordenadora do NetLab.

¨      Professor Alcides, deputado do PL, é suspeito de manter relações íntimas com adolescente

O deputado Professor Alcides (PL-GO) é suspeito de manter relações íntimas com um adolescente. A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia – 2ª DRP, deflagrou, nesta quinta-feira (12), a Operação Peneira para cumprimento de três mandados de prisão e três mandados de busca e apreensão na casa de investigados. Segundo os investigadores, os alvos da operação cometerem crime de roubo majorado pelo concurso de pessoas e ameaça por meio da utilização de armas de fogo no município, o segundo mais populoso de Goiás e localizado na região metropolitana de Goiânia.

De acordo com as investigações, o crime tinha como objetivo apagar vídeos, fotos e conversas armazenados nos aparelhos telefônicos, bem como salvos no iCloud, com o objetivo de ocultar relação íntima entre o adolescente e o parlamentar.

Apesar de o nome do deputado não ter sido mencionado na nota da Polícia Civil, Professor Alcides confirmou ao jornal Mais Goiás que um dos presos é seu segurança e mora em sua residência, em Aparecida de Goiânia. 

Conforme a Polícia Civil, o jovem teve a casa invadida e foi ameaçado com arma de fogo para entregar os aparelhos telefônicos e fornecer a senha do iCloud, nuvem do sistema IOS, da Apple. 

A reportagem procurou o gabinete do parlamentar para apurar o posicionamento frente às acusações. De acordo com a assessoria do deputado, Professor Alcides deve se pronunciar nas redes sociais ainda hoje. 

Durante as eleições municipais deste ano, o parlamentar se candidatou a prefeito de Aparecida de Goiânia. Apesar de ter ido para o segundo turno, perdeu o pleito para Leandro Vilela (MDB), que teve 63,6% dos votos válidos. Professor Alcides, na ocasião, foi apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

¨      Deputado acusado de estupro votou a favor de castração a estupradores

Acusado por uma família de estuprar um menino de 13 anos, o deputado federal Professor Alcides Ribeiro (PL-GO) votou a favor da castração química a estupradores. Tanto a operação policial para investigar o caso quanto a votação na Câmara ocorreram nesta quinta-feira (12/12).

O texto foi aprovado no plenário e segue para o Senado. Ou seja: caso venha a ser condenado, Alcides Ribeiro poderá ser alvo da castração que ele mesmo propôs.

O crime de estupro de vulnerável é caracterizado pela conjunção carnal ou qualquer ato libidinoso com menor de 14 anos, independentemente do consentimento da vítima. Atualmente, a pena para esses casos é de 8 a 15 anos de prisão. Um projeto na Câmara busca aumentar a punição para 18 a 23 anos de detenção. A proposta será analisada em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e, depois, seguirá para votação no plenário.

A família afirma que os abusos teriam começado quando o jovem, hoje com 16 anos, tinha 13. Um detalhe sórdido permeia as acusações contra o deputado Alcides Ribeiro. Em 2016, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) denunciou o suposto modus operandi do parlamentar.

Na ocasião, Kajuru afirmou que Alcides assediava menores que jogavam nas categorias de base do Atlético Goianiense, clube que disputou a 1ª divisão do Campeonato Brasileiro este ano. No depoimento que prestou recentemente, a mãe afirmou que o deputado atraiu o filho, que sonhava virar jogador de futebol, justamente com a promessa de ascender no time goiano.

Ela relatou que no local de treinamento os demais jogadores foram liberados para ir ao campo, enquanto o filho ficou sozinho com o político. Procurado, Kajuru preferiu não comentar a denúncia que fez há quase uma década. “Aprendi na vida que não vale a pena entrar em coisas pessoais”, disse ele, que chegou a ser processado por Alcides Ribeiro.

<><> Dono de faculdade

Alcides Ribeiro nasceu na Bahia e fez 71 anos em outubro. Nas eleições municipais deste ano, declarou possuir R$ 9,4 milhões em bens. Com o apoio de Bolsonaro (PL), ficou em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia, sendo superado por Leandro Vilela (MDB).

O deputado é proprietário da Faculdade Alfredo Nasser (Unifan), localizada no Jardim das Esmeraldas, Goiânia. Em 2021, Alcides Ribeiro se envolveu em uma discussão com alunos da faculdade que cobravam a matrícula de dois estudantes.

Irritado, Ribeiro chamou uma aluna de “p*ta”, o que gerou uma briga generalizada. Após o incidente, a faculdade emitiu uma nota alegando que o vídeo havia sido “editado de forma seletiva e maldosa antes de sua divulgação” e acusou a estudante de armar a desavença para gerar exposição.

<><> A operação

A operação da Polícia Civil de Goiás, realizada nesta quinta-feira (12/12), resultou na prisão de três pessoas, entre elas um assessor e um segurança de Alcides Ribeiro que mora na residência do deputado.

Eles foram acusados de roubo e ameaça por entrarem armados na casa do adolescente, que estaria supostamente se relacionando com Ribeiro. O objetivo era apagar eventuais provas da relação íntima, como fotos, vídeos e conversas. Os suspeitos forçaram o menor a fornecer a senha do celular para apagar imagens que estavam na galeria de fotos e salvas na nuvem.

A coluna tentou contato com o deputado, mas não teve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.

¨      Deputado pode pegar 15 anos de prisão

Acusado de abusar sexualmente de um menino de 13 anos, o deputado Professor Alcides Ribeiro (PL-GO) pode pegar 15 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável. A mãe do jovem denunciou à Polícia Civil de Goiás os abusos que o filho, hoje com 16, teria sofrido ao longo do último triênio.

O crime de estupro de vulnerável é caracterizado pela conjunção carnal ou qualquer ato libidinoso com menor de 14 anos, independentemente do consentimento da vítima. Atualmente, a pena para esses casos é de 8 a 15 anos de prisão. Um projeto na Câmara busca aumentar a punição para 18 a 23 anos de detenção.

A coluna apurou que a cúpula da Polícia Federal já tomou conhecimento do caso. Por ora, a ordem é aguardar os desdobramentos das investigações feitas pelas autoridades goianas. “A Justiça estadual está atuando”, informou um delegado da PF.

Um detalhe sórdido permeia as acusações contra o deputado Alcides Ribeiro. Há mais de 8 anos, o senador Jorge Kajuru expôs o suposto modus operandi do parlamentar.

Outro ponto que chama a atenção é que, no dia em que soube ser formalmente acusado de pedofilia, Alcides Ribeiro votou a favor da castração química para pedófilos. O texto foi aprovado no plenário da Câmara nesta quinta-feira (12/12) e segue para o Senado. Ou seja: caso venha a ser condenado, o deputado deverá ser alvo da castração que ele mesmo propôs.

<><> Milionário e afrontoso

Alcides Ribeiro nasceu na Bahia e completou 71 anos em outubro. Nas eleições municipais deste ano, ele declarou possuir R$ 9,4 milhões em bens. Com o apoio de Bolsonaro (PL), ficou em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia, sendo superado por Leandro Vilela (MDB).

O deputado é proprietário da Faculdade Alfredo Nasser (Unifan), localizada no Jardim das Esmeraldas, em Goiânia. Em 2021, Alcides Ribeiro se envolveu em um bate-boca com alunos da faculdade que cobravam a matrícula de dois estudantes.

Irritado, Ribeiro chamou uma aluna de “p*ta”, o que gerou uma briga entre os seguranças do deputado e os estudantes. Após o incidente, a faculdade emitiu uma nota alegando que o vídeo havia sido “editado de forma seletiva e maldosa antes de sua divulgação” e acusou a aluna de “armar” o episódio para gerar a exposição do parlamentar.

A operação da Polícia Civil de Goiás, realizada nesta quinta-feira (12/12), resultou na prisão de três pessoas, entre elas um assessor e um segurança de Alcides Ribeiro que mora na residência do deputado.

Eles foram acusados de roubo e ameaça por entrarem armados na casa do adolescente, que estaria supostamente se relacionando com Ribeiro. O objetivo era apagar eventuais provas da relação íntima, como fotos, vídeos e conversas. Os suspeitos forçaram o menor a fornecer a senha do celular para apagar imagens que estavam na galeria de fotos e salvas na nuvem.

A coluna tentou contato com o deputado, mas não teve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.

 

¨      TRE-SP forma maioria para cassar Carla Zambelli e torná-la inelegível por divulgar fake news sobre o processo eleitoral

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) formou maioria para cassar o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL).

Em sessão realizada nesta sexta-feira (13), o desembargador José Antonio Encinas Manfré, relator do caso, fez a leitura do voto durante o julgamento de uma ação proposta pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) e pediu a cassação do diploma de Zambelli. Também votou por torná-la inelegível por oito anos por considerar que houve prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

O presidente do TRE-SP, desembargador Silmar Fernandes, e os juízes Cotrim Guimarães e Claudio Langroiva acompanharam o relator, concordando que a deputada do PL divulgou informações inverídicas sobre o processo eleitoral de 2022.

A juíza Maria Cláudia Bedotti, no entanto, pediu vistas, e o julgamento foi suspenso, devendo ser retomado apenas depois do recesso do Judiciário, em 2025. Além de Bedotti, faltam votar os juízes Régis de Castilho e Rogério Cury. Caberá recurso depois que o julgamento for finalizado.

“Não é demasiado se reconhecer que as condutas da representada alcançaram repercussão e gravidade aptas a influenciar na vontade livre e consciente do eleitor e em prejuízo da isonomia da disputa eleitoral. Portanto, realidades justificadoras da cassação do diploma de deputada federal e da declaração de inelegibilidade, sanções a ela impostas por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação”, disse o relator em seu voto.

Ele também ressaltou que a deputada não fez “mera transposição de notícias” ao publicar desinformação eleitoral em suas redes sociais, mas que Zambelli agiu com “abuso da liberdade de expressão e ato de evidente má-fé”.

Em nota, Zambelli afirmou que “nada mudou” e que “por enquanto, a maioria está formada, no sentido da minha cassação. Mas isso ainda pode ser revertido, com o pedido de vista que foi feito”.

“É interessante a coincidência desse julgamento ocorrer em uma plena sexta-feira 13, data é conhecida pela perseguição aos cristão templários ordenada pelo rei francês Filipe IV. É imperioso que se diga que, caso o meu mandato seja cassado, quem assumirá a minha cadeira na Casa do Povo, é um membro do PSOL”, finalizou.

 

Fonte: Congresso em Foco/Metrópoles

 

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