domingo, 30 de abril de 2023

"Vamos atrás do autor intelectual dos atos do dia 8: Jair Messias Bolsonaro", diz Lindbergh Farias

Em entrevista concedida à TV 247, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) destacou sua posição favorável à instauração da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos do dia 8 de janeiro de 2023, que investigará as manifestações antidemocráticas ocorridas em diversas cidades do país, incluindo a invasão ao Congresso Nacional.

Segundo odeputado, é fundamental que os parlamentares envolvidos nessas manifestações, principalmente aqueles do Partido Liberal (PL), se expliquem diante da sociedade e sejam investigados pela CPMI. Ele ressaltou ainda que o STF (Supremo Tribunal Federal) está atuando de maneira séria para punir os responsáveis pelos atos antidemocráticos.

"É necessário ir atrás do autor intelectual dos atos, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, e a CPMI pode fazer esse elo através do depoimento do ex-ministro Anderson", disse ele. Lindbergh enfatizou que não há como a verdade não vir à tona e que o também os generais Heleno e Braga Neto serão convocados a depor.

Por fim, o Deputado destacou a vantagem da Comissão ser mista, pois estão mais articulados com o Senado, o que pode garantir maioria do governo na CPMI. Com essa investigação, espera-se que sejam punidos os responsáveis pelos atos antidemocráticos e que a democracia brasileira seja fortalecida. 

 

Ø  Deputado do Centrão cotado a presidir CPMI chamou atos de “terrorismo”

 

Cotado para presidir a CPMI dos Atos Golpistas, o deputado Arthur Maia (União-BA) tem trabalhado nos bastidores para ser confirmado no comando da comissão.

Há resistências do Palácio do Planalto a seu nome, mas dificilmente o governo vai emplacar um aliado da esquerda nesse posto.

Maia não deveria ser dos piores nomes na estratégia governista. Integrante do Centrão, o deputado baiano presidiu recentemente a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, no governo Bolsonaro, e não tocou todas as pautas de interesse daquele governo.

Nas redes, Arthur Maia condenou com veemência os atos golpistas de 8 de janeiro. Os classificou como “atos terroristas”.

“A violência e a proporção dos atentados terroristas que aconteceram ontem contra os prédios do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto não tem precedentes na nossa história republicana. Estou dando entrada ainda hoje em um projeto que inclui no rol de crimes de terrorismo qualquer ação de grupos ou pessoas que destruam ou danifiquem as sedes dos poderes federais, estaduais ou municipais. O Brasil não pode conviver com esse tipo de barbárie que nos diminui como nação e atenta contra a democracia” – postou Arthur Maia nas suas redes, em 9 de janeiro, um dia depois dos atentados.

·         O “plano C” de Lira para a presidência da CPMI de 8 de janeiro

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já tem outro nome em mente caso não consiga emplacar o deputado Arthur Maia (União-BA) no comando da CPMI das invasões golpistas do 8 de Janeiro.

Segundo aliados, a alternativa de Lira seria o deputado federal Celso Sabino (União-PA), parlamentar que é mais próximo ao presidente da Câmara do que o próprio Arthur Maia.

Sabino é o “plano C” de Lira para a presidência da CPMI. A primeira escolha do presidente da Câmara era André Fufuca (MA), líder do PP na Câmara. O deputado, porém, rejeitou a indicação.

·         Proximidade com Lira

Sabino é um dos parlamentares do União Brasil mais próximos de Lira. O deputado paraense presidiu a Comissão Mista de Orçamento (CMO) em 2022 e também é cotado para relatar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024.

Lira deverá indicar o presidente da CPMI após um acordo com o governo. Como mostrou a coluna, o PT trabalha para emplacar um relator do Senado para as investigações. O favorito é Renan Calheiros (MDB-AL).

 

       Outro bolsonarista da CPMI foge da Justiça

 

A Justiça Eleitoral não conseguiu até agora notificar Alexandre Ramagem sobre a ação de investigação judicial eleitoral que mira Jair Bolsonaro e dezenas de aliados por suposto uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político e econômico durante o pleito do ano passado.

Em despacho proferido nesta quarta-feira, o ministro Benedito Gonçalves intimou a coligação encabeçada pelo PT, autora da ação, para que tome as providências legais cabíveis à citação de Ramagem ato indispensável pelo qual o réu é convocado a integrar o processo.

Segundo o documento, “foram infrutíferas as tentativas de citação por correio” de parte dos investigados, entre eles o ex-chefe da Abin no governo Bolsonaro.

A ação apura a produção e difusão de conteúdos desinformativos, de maneira orquestrada, com intuito de influenciar o resultado da eleição presidencial.

·         PF fecha o cerco a financiadores de 8 de janeiro

Uma das linhas de investigação sobre os atos golpistas que depredaram a área central de Brasília no dia 8 de janeiro indica a atuação de pequenos financiadores regionais – que juntos, de forma simultânea, teriam viabilizado a ação dos vândalos.

Segundo investigadores, isso explica o fato de até agora a Polícia Federal não ter identificado grandes financiadores que custearam os acampamentos em frente a quartéis militares e o envio das caravanas ao Distrito Federal, por exemplo.

Pessoas ligadas à investigação avaliam que, com as provas colhidas até agora, pode ser que esses grandes financiadores não existam.

Segundo essa linha de apuração, a logística para os atos golpistas de janeiro foi viabilizada de forma simultânea por financiadores regionais , que deram logística e suporte para o transporte e a atuação dos grupos golpistas que depredaram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso naquele dia 8.

Reunidos, esses “patrocinadores” teriam conseguido gerar a mobilização de um grande número de pessoas, necessária para viabilizar os atos.

A atuação dos “mentores intelectuais”, dos financiadores e dos próprios vândalos será investigada também pela CPI criada nesta semana pelo Congresso Nacional.

O esforço conjunto desses pequenos financiadores, aliado à suposta conivência da segurança pública do Distrito Federal, teria sido suficiente para a depredação da Praça dos Três Poderes.

Os responsáveis pelo inquérito na PF trabalham com essa visão, no momento. Mas afirmam que, se surgirem novos elementos que apontem para financiadores de grande porte, o quadro será revisto novamente, e novas diligências podem ser pedidas ao STF.

Até o momento, no entanto, tudo indica que o dinheiro que subsidiou a atuação dos golpistas veio desses pequenos financiadores, sem uma grande empresa ou empresário para capitanear os esforços e entrar com o aporte principal.

 

Ø  Governo quer políticos lacradores de rede social fora da CPI

 

Articuladores do governo Lula estão preocupados em diminuir o número de aspirantes a influenciadores digitais na CPMI do golpe. O Planalto pediu aos partidos aliados para os indicados terem posicionamento político definido.

O Planalto avalia que esses parlamentares poderiam prejudicar a estratégia ao tentar lacrar durante as sabatinas. Ícones do bolsonarismo, como os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, devem ser convocados para prestar depoimento.

As lacrações atrapalharam a oposição bolsonarista neste primeiro semestre. Deputados de primeiro mandato foram cobrados a pensar menos nos cortes para redes sociais e a ter postura mais profissional no plenário e nas comissões.

 

Fonte: Brasil 247/Metrópoles/g1

 

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