Nos
EUA a ficha caiu, afirma Mauro Passos
Nos EUA
a ficha caiu: Trump é um problema dos americanos e como tal deve ser tratado.
Segundo a Agência de notícias Reuters, sua popularidade vem desabando. Os
americanos não estão nada satisfeitos com as ameaças do presidente. A sua
última aparição, dia 2, festejando as novas taxações só recebeu aplauso dos
amigos mais próximos. Os EUA importam cerca de 50% de tudo que consomem, com
essa medida o impacto vai atingir diretamente o custo de vida dos americanos.
(foto acima)
Os
argumentos de que com isso aumentaria a competitividade dos produtos americanos
no mercado interno, não se sustentam. A inflação, que já está alta, vai subir
ainda mais, e o poder de compra do americano vai cair. Com isso sua
popularidade vai sendo consumida e o humor do consumidor também. Os
economistas de lá nessas situações costumam usar a expressão, "It's the
economy, stupid."
Como a
promessa de campanha de produzir internamente as necessidades do país ainda
está muito presente, a pressão é grande. Afinal, não é uma tarefa fácil,
"Make America Great Again". Muita coisa mudou e Trump não percebeu.
Os americanos já se deram conta que isolar o país é o pior dos mundos. O sonho
prometido está ficando pelo caminho, não tem como criar uma Nova América
hostilizando vizinhos e antigos parceiros. (*)
Para
piorar o humor da Casa Branca veio o surpreendente resultado da eleição para a
Suprema Corte de Wisconsin, onde a juíza Susan Crawford venceu por larga margem
o candidato conservador Brad Schime, apoiado por Trump e pelos dólares de Elon
Musk. Como os estados são autônomos, com a derrota se formou na Corte uma
maioria progressista. O recado que fica para o cidadão americano, é a volta do
"Yes, we can". Uma jovem mulher, juíza federal, reconhecida por ser
progressista, venceu com sobra o homem mais poderoso da nação. O resultado
abalou profundamente o mandato que se inicia.
(*)
Na eleição passada, a vitória de Trump só ocorreu porque o governo Biden foi
muito ruim. Nos EUA, democrata não vota em republicano e nem vice-versa. Como
lá o voto não é obrigatório, o que aconteceu foi o visível desinteresse dos
democratas irem às urnas. Deu no que deu.
PS - No
caso do Brasil o governo vem administrando a crise global com responsabilidade
e a devida cautela. Se deu bem politicamente quando o Congresso Nacional,
Câmara e Senado, rapidamente fecharam questão em relação a autonomia do país,
ao livre comércio e as regras de reciprocidade adotadas pelo governo.
¨
Aposta de Trump em
tarifaço impõe risco político e ameaça popularidade do presidente
"Dia
da Libertação". O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou essa expressão para anunciar uma série
de tarifas recíprocas contra mais de 180 países e territórios ao redor do mundo
na quarta-feira (3). Internamente, no entanto, especialistas acreditam que a
medida pode causar um revés político para o presidente.
▶️ Contexto:
Trump
anunciou tarifas que variam
de 10% a 50% sobre produtos importados pelos EUA de diversos
países. O objetivo é estimular a indústria americana e favorecer produtos
nacionais.
- Por outro lado,
especialistas alertam que levará anos para revitalizar a
manufatura nos EUA, alterar cadeias de suprimentos e trazer a produção de
volta ao país.
- Enquanto isso
não acontece, os preços podem subir, pressionando a inflação e
desacelerando a economia.
- Trump chamou
esses possíveis efeitos de "perturbação", sugerindo que
seriam problemas temporários.
- No entanto, no
curto prazo, os eleitores podem não estar dispostos a aceitar
essas condições.
"Agora
é a nossa vez de prosperar e, ao fazer isso, usar trilhões e trilhões de
dólares para reduzir nossos impostos e pagar nossa dívida nacional, e tudo isso
acontecerá muito rapidamente", disse Trump.
👀 Eleições à vista:
Em 2026, os eleitores dos Estados Unidos irão
às urnas para renovar a Câmara dos Representantes e parte do Senado.
- Atualmente,
os republicanos de Trump controlam ambas as casas do Congresso
por margens estreitas.
- Caso
os impactos econômicos das tarifas desagradem os eleitores,
os democratas podem recuperar o controle de uma ou ambas as
casas.
- "Ele
(Trump) tem uma alta tolerância à dor, mas isso pode se transformar em uma
dor real nas urnas em novembro de 2026", disse Mike Dubke, ex-diretor
de comunicação do presidente em seu primeiro mandato.
"A preocupação aqui é: em que momento
veremos os benefícios que ele e seus assessores acreditam que colheremos?
Porque ele só tem 18 meses antes das eleições legislativas."
👎 Medida reprovada:
Uma pesquisa da Reuters/Ipsos mostra
que 70% dos americanos, incluindo 62% dos republicanos, acreditam que
o aumento das tarifas fará subir os preços dos alimentos e outros bens de
consumo.
- Cerca
de 53% dos entrevistados concordam que a medida causará mais
danos do que benefícios, enquanto 31% discordam. O restante não
soube responder.
- Apenas 31% acreditam
que os trabalhadores americanos sairão ganhando com as tarifas,
enquanto 48% discordam.
- Uma
média de pesquisas sobre o governo Trump, calculada pelo estatístico Nate
Silver, aponta que a reprovação do presidente atingiu 49,9% em 3
de abril, enquanto 46,6% dos americanos o aprovam.
- "O
principal risco é para a economia", disse Lanhee Chen, pesquisador da
Hoover Institution e ex-assessor dos republicanos Mitt Romney e Marco
Rubio.
- Chen
lembra ainda que um dos motivos que levou Trump à Casa Branca foi a
promessa de reduzir o custo de vida dos americanos. Os números
da inflação prejudicaram o desempenho da candidata democrata, Kamala
Harris, na última eleição.
- Pesquisas
sobre a confiança das famílias e das empresas na economia
apresentaram queda acentuada nos últimos dois meses, após Trump
intensificar o discurso sobre tarifas.
↩️ Outros efeitos:
O anúncio das tarifas fez os futuros do
mercado de ações dos EUA despencarem. No Brasil, o dólar fechou em forte
queda, atingindo o menor valor desde outubro.
🗳️ Risco eleitoral
Sinais de insatisfação com Trump
começaram a aparecer entre os republicanos. Analistas acreditam que alguns
efeitos já foram sentidos em duas eleições recentes, realizadas na terça-feira
(1º).
- Na
Flórida, candidatos republicanos venceram duas eleições especiais, mas
por margens muito menores do que Trump obteve no estado no ano
passado.
- Em
Wisconsin, um estado decisivo que Trump venceu em 2024, uma candidata
liberal conquistou um assento na Suprema Corte estadual. A vitória
representou um revés para Trump e para o bilionário Elon Musk,
que apoiou financeiramente o candidato conservador derrotado.
Enquanto isso, o Senado dos EUA aprovou na
quarta-feira uma legislação para eliminar novas tarifas sobre o Canadá, com uma
votação de 51 a 48. A medida, patrocinada pela oposição, contou com o
apoio de quatro republicanos e ainda será discutida na Câmara.
🔎 Análise:
Especialistas divergem sobre os efeitos das
tarifas no longo prazo.
- Para
Philip Luck, diretor do programa de economia do Centro de Estudos
Estratégicos e Internacionais, há risco de retaliação por parte
dos parceiros comerciais dos EUA.
- "Do
ponto de vista do risco político, essa é uma ideia muito ruim",
afirmou.
- Por
outro lado, Barbara Trish, professora de ciência política no Grinnell
College, em Iowa, disse que Trump já conseguiu escapar de
críticas mais profundas.
- "Quantas
vezes os analistas já pensaram legitimamente: 'Ok, agora ele foi longe
demais, o Teflon vai rachar', e isso não aconteceu?", questionou.
🛍️ Proprietários de pequenos negócios também fazem
avaliações mistas:
- Em Baltimore,
uma cidade historicamente democrata, Drew Greenblatt, dono de uma empresa
de produtos de metal, disse que as tarifas de Trump estavam ajudando a
aumentar os pedidos por produtos nacionais.
- Já
em Washington, D.C., Michelle Lim Warner, proprietária de uma loja de
vinhos, afirmou estar mais pessimista, já que dois terços dos produtos que
vende são europeus: "Quem vai pagar US$ 75 por uma garrafa de vinho
que antes custava US$ 25?", questionou.
·
Após caos nos mercados,
Trump sinaliza que pode rever tarifas
O presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, sinalizou nesta quinta-feira (3) que está disposto a negociar tarifas
reduzidas com parceiros comerciais, mas ressaltou que Washington só considerará
propostas que sejam, segundo ele, “fenomenais”. As informações são da
agência Bloomberg.
Na véspera, Trump anunciou 10% de tarifas
comerciais sobre a maioria das importações dos EUA e taxas muito mais altas
para dezenas de outros países, ameaçando desencadear uma convulsão econômica
global.
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“As tarifas nos dão um grande poder de
negociação”, disse Trump, acrescentando que “todos os países nos contataram”.
Questionado se isso significava que ele estava considerando ceder, Trump disse
que “depende”. “Se alguém dissesse que vamos lhe dar algo que é tão fenomenal,
desde que eles nos deem algo que seja bom”, acrescentou.
<><> Bolsas globais caem
As declarações contrastam com um cenário
econômico adverso após o anúncio das tarifas por Trump, na quarta-feira (2). Os
índices de referência de Wall Street caíram nesta quinta-feira, encerrando com
as maiores perdas percentuais diárias em anos, à medida que as amplas tarifas
dos EUA acenderam temores de uma guerra comercial total e uma recessão econômica
global.
O índice pan-europeu STOXX 600 cedeu 2,7%,
retornando ao seu nível mais baixo desde janeiro. Os índices de referência da
Alemanha, da Itália e da França fecharam com queda superior a 3%, com as ações
italianas e francesas registrando a maior baixa em mais de dois anos. Um
indicador da volatilidade do mercado de ações da zona do euro atingiu o pico de
oito meses, de 25,54.
O movimento seguiu uma ampla liquidação de
ações globais, à medida que os investidores se voltaram para títulos
governamentais considerados mais seguros e para o iene japonês.
No fechamento, o índice de Xangai teve queda
de 0,24%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em
Xangai e Shenzhen, recuou 0,59% e atingiu o nível mais baixo em dois meses. O
índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,52%. O iuan caiu para o seu nível mais
baixo em sete semanas e os mercados de ações chineses recuaram nesta
quinta-feira.
Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 2,77%, a
34.735 pontos.
O Ibovespa fechou praticamente estável nesta
quinta-feira, com ações de companhias sensíveis à economia doméstica
contrabalançando a pressão de papéis de empresas vulneráveis ao mercado
externo.
¨
Trump diz a investidores
que é a hora de ficar 'mais rico que nunca'
O
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (4) que, para os
investidores que colocam dinheiro no país, essa é a hora de "ficar mais
rico do que nunca".
Trump,
que anunciou na última quarta-feira (2) tarifas de 10% a 50% sobre
todas as importações vindas da maioria dos países do mundo, também disse que
suas política "nunca vão mudar".
"Aos
muitos investidores vindo aos Estados Unidos e investindo enormes quantidades
de dinheiro, minhas políticas nunca vão mudar. Esse é um ótimo momento para
ficar rico, mais rico do que nunca antes!!!", publicou Trump na sua
plataforma Truth Social.
As
afirmações do presidente acontecem em um momento em que os mercados financeiros globais
registram quedas fortes e generalizadas, com investidores reagindo ao
"tarifaço" do presidente e à retaliação anunciada pela China nesta
manhã.
A Ásia
foi o continente que recebeu as maiores tarifas de Trump. A China, por exemplo,
será taxada em 34% a mais em todas as suas exportações aos EUA. Com isso, as
taxas aos produtos chineses devem chegar a 54%.
Em resposta,
o governo chinês anunciou que vai impor tarifas de também 34% sobre todas as
importações americanas que chegam ao país, além de colocar novos limites para
as exportações chinesas dos minerais de terras raras para os EUA.
Esses
minerais escassos são muito procurados pelas grandes empresas de tecnologia,
várias delas americanas, porque são insumo para a fabricação de alguns produtos
essenciais da área.
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As reações dos mercados globais
O
mercado estrangeiro recebeu o anúncio do governo Trump de forma negativa porque
tarifas maiores sobre a grande maioria dos produtos que chegam aos EUA devem
encarecer, além de produtos finais, uma série de insumos para a produção de
bens e serviços no país.
Especialistas
avaliam que esse encarecimento deve pressionar a inflação e diminuir o consumo,
o que pode provocar uma desaceleração ou até recessão da atividade econômica da
maior economia do mundo.
Além
disso, as respostas de outros países, como a China, com ameaças ou anúncios de
taxas sobre os EUA, também geram uma cautela ainda maior sobre os efeitos de
uma guerra comercial.
Se
outros países também colocam tarifas, a inflação desses lugares também pode
subir e a atividade desacelerar. Há temores de que a guerra de tarifas diminua
a demanda global por bens e serviços, reduzindo os níveis do comércio global.
Com
esses temores, os mercados globais afundam pelo segundo dia consecutivo.
Nos
EUA, os mercados amanheceram mais uma vez com quedas expressivas, que rodam
perto dos 3%.
Na
Europa, os principais índices despencam. Por volta, das 10h45, o índice Euro
Stoxx 50, que reúne ações de 50 das principais empresas da Europa, tinha queda
de 3,98%.
Na
Ásia, os mercados fecharam em baixa.
Fora do
bloco, o Reino Unido também enfrenta um pregão negativo. O principal índice
acionário do país, o FTSE 100, caía 3,97%. Trump impôs tarifas de 10% sobre os
produtos vindos de lá.
Já o
índice SMI, da Suíça, país sobre o qual Trump decretou tarifas de 31%, tinha
uma queda ainda mais expressiva, de 4,32%.
A Ásia
também teve um pregão de queda por toda parte. Os países do continente foram
alguns dos mais afetados pelas tarifas de Trump.
Fonte: Brasil 247/g1
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