segunda-feira, 7 de abril de 2025

Resposta da Aperam sobre fazendas de eucalipto e escassez de água no Alto Jequitinhonha

Manifestação enviada para a reportagem “Grande sertão, sem veredas: ‘aço verde’ que brilha na Europa seca o Jequitinhonha”, feita pela Repórter Brasil.

Futuro Sustentável na Produção de Aço

Na Aperam, a sustentabilidade é a base das nossas operações e um compromisso que mantemos em todos os aspectos do nosso negócio. À medida que o mundo busca soluções inovadoras da indústria para enfrentar os desafios ambientais, nós assumimos essa responsabilidade ao transformar a produção de aço em um modelo de economia circular, no qual a energia renovável e as práticas sustentáveis constroem nossa cadeia de valor.

Das florestas de eucalipto no Brasil aos nossos processos avançados de reciclagem na Europa, a trajetória da Aperam é uma história de inovação, responsabilidade e visão. Ao utilizar tecnologias de ponta, fomentar parcerias com a comunidade e priorizar recursos renováveis, estamos moldando uma indústria do aço que equilibra o crescimento industrial com a responsabilidade ambiental.

1. Energia Renovável e Aço de Baixo Carbono

Nossa trajetória em sustentabilidade atingiu um marco em 2011, quando convertemos nossos altos-fornos na América do Sul para operar totalmente com biocarbono à base de eucalipto, substituindo o carvão fóssil como fonte de combustível.

Nossos esforços vão além dos materiais e incluem inovação em energia. Em nossa usina de Timóteo, quase metade da eletricidade vem da usina hidrelétrica de Sá Carvalho, anteriormente de propriedade da Aperam. O restante é obtido por meio da rede elétrica brasileira, rica em fontes renováveis, onde 92% da energia provém de hidrelétricas, energia solar e eólica (dados de 2022). Atualmente, mais de 98% da energia utilizada pela Aperam América do Sul é renovável, número que continua a crescer à medida que priorizamos contratos de energia solar e eólica.

O progresso inovador tem suas raízes no Vale do Jequitinhonha, onde a Aperam administra cerca de 100 mil hectares de eucalipto plantado e 50 mil hectares de floresta nativa preservada, todos certificados pelo FSC® desde 2008. Essas florestas manejadas de forma sustentável não apenas fornecem matérias-primas renováveis, mas também apoiam a biodiversidade e os ecossistemas locais. Situadas em terras licenciadas e de propriedade da empresa, adquiridas há décadas, essas plantações são a base do nosso modelo de produção renovável.

Para aumentar a eficiência e a segurança, investimos continuamente em tecnologias avançadas, incluindo fornos automatizados e queimadores de gás patenteados, garantindo que nossas operações atendam aos padrões ambientais e industriais.

O compromisso da Aperam com a sustentabilidade vai além do Brasil e se estende às nossas operações na Europa, onde nossa linha de produtos de baixo carbono Aperam Infinite demonstra nosso compromisso com a sustentabilidade em escala global. Na Europa, priorizamos a reciclagem de sucata e a otimização dos processos para reduzir as emissões de carbono, enquanto no Brasil o carvão vegetal renovável sustenta nossos métodos de produção de baixo impacto. Juntas, essas abordagens reforçam nossa missão de produzir aço de alta qualidade com a menor pegada ambiental possível.

Em 2023, fortalecemos nosso compromisso com soluções renováveis ao formar uma joint venture com a Ferbasa, líder global na produção de ferroligas. Essa parceria expandirá significativamente a capacidade de produção de carvão vegetal da Aperam, integrando, a partir de 2025, novas plantações de eucalipto sob nosso manejo sustentável. Essas plantações, certificadas pelos padrões ISO 14001 e FSC®, seguirão as rigorosas práticas ambientais que definem as operações da Aperam.

Nossa dedicação ao manejo florestal responsável se estende às comunidades que atendemos. Incentivamos os moradores locais a coletarem galhos e frutos de nossas plantações para uso pessoal, ao mesmo tempo em que proibimos rigorosamente a produção ilegal de carvão, que muitas vezes envolve práticas de trabalho inseguras. Quando surgem conflitos, garantimos resoluções justas por meio de medidas de segurança legais, profissionais e respeitosas.

Na Aperam BioEnergia, as pessoas estão no centro de tudo o que fazemos. Somos profundamente comprometidos com a promoção de uma cultura que prioriza o bem-estar, o crescimento e a inclusão de nossos colaboradores, ao mesmo tempo em que apoiamos as comunidades onde atuamos. Esse compromisso foi reconhecido em 30 de outubro de 2024, quando a Aperam BioEnergia recebeu o primeiro lugar no prêmio “Lugares Incríveis para Trabalhar 2024”, organizado pela FIA Business School em parceria com o Estadão. Vencer na categoria Agronegócio pela quarta vez é um testemunho dos nossos esforços contínuos para criar um ambiente de trabalho inspirador e gerar um impacto positivo na sociedade.

2. Comunidades Engajadas da Aperam BioEnergia

Na Aperam BioEnergia, sustentabilidade caminha lado a lado com transparência e colaboração. Ao alinhar nossas iniciativas ambientais e socioeconômicas com as necessidades locais, buscamos criar impactos positivos e duradouros nos níveis local e regional.

Por meio da estreita colaboração com a Fundação Aperam Acesita, engajamos as comunidades em projetos estruturados e integrados, voltados para a melhoria das condições de vida e a promoção do desenvolvimento de longo prazo. No centro desses esforços está uma abordagem participativa para a certificação em sustentabilidade, na qual as vozes das comunidades desempenham um papel fundamental na definição de nossas práticas e na garantia de responsabilidade.

Para promover a geração de renda e o desenvolvimento das comunidades vizinhas, são apresentados projetos estruturados e de longo prazo, com o apoio robusto da equipe da Aperam BioEnergia e da Fundação Aperam Acesita. Essas equipes oferecem assistência em todo o processo, desde o planejamento conjunto até a implementação, o monitoramento dos resultados e a avaliação. Exemplos dessas iniciativas incluem:

● Programa Aperam Raízes do Vale, desde 2023 beneficiando diretamente 141 famílias, com potencial para apoiar mais de 500 famílias. Conforme descrito com mais detalhes abaixo, este projeto integra práticas da agricultura familiar às operações florestais atuais por meio de parcerias com órgãos públicos e entidades representativas das comunidades no entorno das cidades/comunidades.

● Programa Apicultura em Rede no Vale, desde 2006 beneficiando cerca de 100 famílias e com potencial para apoiar 200 famílias. O objetivo é fortalecer a cadeia produtiva do mel e iniciativas que impulsionam o desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha. A empresa disponibiliza suas florestas para a atividade de apicultura. Os parceiros do projeto são: a Associação dos Apicultores de Itamarandiba (Apita) e Veredinha.

● Programa de Fortalecimento do Artesanato Regional

O projeto promove o desenvolvimento de artesãos do Vale do Jequitinhonha desde 2006, beneficiando diretamente 200 famílias, com crescimento anual constante. Já foram realizadas mais de 2.000 horas de capacitação, com o objetivo de criar oportunidades para levar o artesanato da região ainda mais longe. A Aperam BioEnergia também fornece resíduos florestais para a queima de cerâmica artesanal, investe em materiais de identidade visual, como cartões de visita, sacolas e etiquetas de identificação dos produtos, e ainda adquire artesanato local para presentear visitantes como lembrança.

● A Fundação Aperam Acesita oferece duas edições de seu Edital de Projetos: Social e Ambiental. As comunidades podem receber até 25 mil reais para desenvolver projetos alinhados às necessidades locais, com foco especial em iniciativas ambientais. Desde 2012, 65 projetos ambientais foram aprovados, abrangendo temas como pequenas barragens de captação de água da chuva, proteção de nascentes, educação ambiental, tratamento de esgoto e energia solar, beneficiando cerca de 12 mil pessoas.

● A iniciativa Água Nossa de Cada Dia foca na gestão dos recursos hídricos, beneficiando aproximadamente 3.000 pessoas em 11 comunidades por meio da promoção do uso sustentável da água e da proteção das fontes hídricas locais.

● O projeto Dê Alças à Reciclagem incentiva a reciclagem, envolvendo 200 artesãos locais e escolas na produção de produtos reciclados, como bolsas e utensílios de limpeza feitos a partir de materiais reaproveitados.

● Além disso, a Aperam BioEnergia realiza um programa de capacitação comunitária em parceria com o Senar MG, oferecendo cursos profissionalizantes com base nas necessidades locais. Desde 2018, mais de 4.500 pessoas das comunidades locais foram capacitadas, acumulando mais de 100.000 horas de aprendizado. Somente em 2024, 1.036 participantes concluíram 1.252 horas de formação, com um total de 20.749 horas de aprendizado.

● O Centro de Educação Ambiental da Aperam BioEnergia é uma área de preservação permanente projetada como um espaço dinâmico para atividades que promovem a reflexão e o aprendizado sobre questões ambientais. Também visa valorizar as boas práticas da empresa. O centro está localizado em Capelinha, a 12,4 km do centro da cidade, com acesso pela rodovia LMG-308.

Aspectos-chave tipicamente associados a esses programas incluem:

  1. Conservação Ambiental: Apoio à preservação da biodiversidade, reflorestamento e uso sustentável dos recursos naturais.
  2. Desenvolvimento Comunitário: Implementação de projetos nas áreas de educação, saúde e inclusão social para melhorar a qualidade de vida das comunidades locais.
  3. Economia Circular e Inovação: Promoção de iniciativas como o uso de biomassa e outras práticas sustentáveis nas operações, contribuindo para a redução do impacto ambiental.
  4. Parcerias: Colaboração com atores locais, incluindo ONGs, prefeituras e grupos comunitários, para ampliar o impacto.

Essas iniciativas reforçam o compromisso da Aperam com o engajamento local e sua missão mais ampla de integrar a sustentabilidade em todos os aspectos de suas operações.

Uma de nossas maiores conquistas é a iniciativa Raízes do Vale, um programa profundamente enraizado no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Esse projeto conquistou prêmios de prestígio por seu impacto no desenvolvimento regional, demonstrando como a indústria e a comunidade podem prosperar juntas.

Por meio do Programa Raízes do Vale, a Aperam colabora com associações de moradores para permitir o plantio em partes de suas terras, onde são cultivadas florestas renováveis de eucalipto. Cada associação comunitária recebe cinco hectares de terra dentro das plantações de eucalipto da BioEnergia, com total apoio da empresa para preparo do solo e assistência técnica para a agricultura familiar consorciada.

Em outubro de 2024, a Aperam se tornou a primeira empresa a receber o Selo de Sustentabilidade do Programa de Aliança Ambiental Estratégica de Minas Gerais. Esse reconhecimento destaca a importância do Raízes do Vale na promoção da agricultura familiar sustentável e no fortalecimento da segurança alimentar na região do Vale do Jequitinhonha (MG).

Em 2023, o programa foi reconhecido internacionalmente pela FAO/ONU como uma boa prática no uso sustentável do solo e da água. Além disso, em 2024, foi homenageado com o Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade XIV, consolidando a reputação da Aperam como líder em práticas ambientais inovadoras.

Para compartilhar nossa história, convidamos você a explorar dois vídeos principais: o vídeo do CMD (Outro Brasil), que reflete nosso compromisso com a construção de um futuro sustentável, e o vídeo do Raízes do Vale, que destaca o poder transformador de nossos programas comunitários. Essas não são apenas histórias de sucesso, mas testemunhos de nossos valores e visão. Estendemos um convite aberto a jornalistas e partes interessadas de todo o mundo para visitarem nossas instalações no Brasil. Aqui, operamos com total transparência e uma política de portas abertas, promovendo o diálogo e a colaboração.

As atividades da Aperam BioEnergia são fundamentadas por certificações como a do Forest Stewardship Council® (FSC®). Esses padrões rigorosos não apenas validam nosso compromisso com práticas sustentáveis, mas também enfatizam a inclusão das comunidades locais no processo de certificação.

Por meio de consultas públicas, reuniões comunitárias e diálogos individuais, convidamos os atores locais a compartilharem suas preocupações, aspirações e percepções. Esse processo participativo nos permite abordar os possíveis impactos de nossas operações ao mesmo tempo em que desenvolvemos, de forma colaborativa, soluções que beneficiem a todos.

A certificação FSC exige uma avaliação abrangente de nossas práticas de manejo florestal, com foco nos padrões ambientais, sociais e econômicos. Isso inclui a realização de avaliações de impacto social, o respeito aos direitos sobre terras e recursos, e a garantia de acesso equitativo aos recursos florestais. Ao integrar o retorno das comunidades, adaptamos nossos planos de manejo para proteger locais culturalmente significativos, preservar os recursos hídricos e apoiar os meios de subsistência locais.

Veja como funciona o processo de engajamento comunitário como parte da certificação FSC:

1.Consulta e Envolvimento das Partes Interessadas

● Consulta Pública: Como parte do processo de certificação FSC, os operadores florestais devem assegurar que consultam as comunidades locais, povos indígenas e outras partes interessadas que possam ser afetadas pelas práticas de manejo florestal. Essas consultas têm como objetivo coletar contribuições e abordar preocupações relacionadas aos impactos ambientais, sociais e culturais.

● Participação Inclusiva: O processo de consulta deve envolver não apenas reuniões formais, mas também interações informais, garantindo que grupos vulneráveis — incluindo populações indígenas, mulheres e agricultores locais — tenham voz no processo de tomada de decisões.

2. Identificação das Necessidades e Preocupações Locais

● Avaliação de Impacto Social: Como parte dos requisitos do FSC, os gestores florestais devem avaliar os impactos sociais de suas atividades sobre as comunidades locais. Isso inclui compreender como as práticas de manejo florestal podem afetar a economia local, a cultura e o bem-estar, especialmente das comunidades que dependem das florestas para sua subsistência.

● Tratamento das Questões de Uso da Terra e Direitos sobre Recursos: Os padrões do FSC exigem que os direitos das comunidades sobre a terra e o uso dos recursos sejam respeitados. Isso inclui a identificação de quaisquer questões relacionadas à posse da terra, como invasões ou ocupações ilegais, e a garantia de que o acesso das comunidades locais aos recursos florestais não seja injustamente restringido.

3. Desenvolvimento de um Plano de Manejo Florestal

● Incorporação das Preocupações da Comunidade: O plano de manejo florestal, que é central para a certificação FSC, deve integrar os feedbacks e preocupações levantados pelas comunidades locais. Isso pode incluir ajustes nas práticas de colheita, proteção de locais culturalmente significativos ou modificações para preservar os recursos hídricos locais.

● Transparência: As operações certificadas pelo FSC são obrigadas a tornar seus planos de manejo florestal acessíveis ao público e às partes interessadas. Essa transparência garante que as comunidades possam responsabilizar os operadores pelas promessas feitas durante as consultas.

4. Padrões Sociais e Benefícios

● Respeito aos Direitos e Melhoria das Condições de Vida: Os padrões do FSC enfatizam a importância de respeitar os direitos dos trabalhadores, garantir condições de trabalho seguras e oferecer salários justos. Isso também inclui assegurar que as comunidades locais se beneficiem das operações florestais por meio da geração de empregos, desenvolvimento de infraestrutura e melhoria das condições de vida.

● Projetos de Desenvolvimento Comunitário: Em alguns casos, empresas com certificação FSC também se envolvem em projetos de desenvolvimento comunitário que melhoram a saúde, a educação ou as oportunidades econômicas locais. Esses projetos frequentemente surgem a partir do retorno direto das comunidades locais durante o processo de consulta.

5. Monitoramento e Relatórios

● Engajamento Comunitário Contínuo: Uma vez implementadas as práticas de manejo florestal, as operações certificadas pelo FSC devem continuar se engajando com as comunidades locais e demais partes interessadas ao longo de toda a vigência da certificação. Monitoramentos e auditorias regulares são realizados para garantir que as preocupações das comunidades sejam atendidas, que os benefícios prometidos sejam entregues e que as práticas de manejo permaneçam em conformidade com os padrões do FSC.

● Mecanismos de Reclamação e Denúncia: O FSC exige que seja implementado um sistema para que as comunidades possam apresentar reclamações relacionadas às atividades de manejo florestal. Esse sistema é essencial para garantir que quaisquer questões levantadas pelas comunidades durante o processo de certificação, ou posteriormente, sejam devidamente tratadas.

6. Auditoria Independente

● Auditorias de Terceiros: A certificação FSC é concedida após um rigoroso processo de auditoria por terceiros. Auditores independentes avaliam não apenas os aspectos ambientais do manejo florestal, mas também como a empresa se envolveu com as comunidades locais e incorporou seus aportes. A auditoria garante que o processo de engajamento comunitário seja conduzido de forma justa, transparente e em conformidade com os critérios sociais do FSC.

A última auditoria do FSC na Aperam BioEnergia foi concluída em 18 de outubro de 2024.

Em resumo, o processo de certificação FSC dá grande ênfase ao engajamento comunitário para garantir que os direitos e as necessidades das populações locais sejam respeitados e que as práticas de manejo florestal contribuam de forma positiva para as condições sociais e econômicas locais. O processo de engajamento envolve consultas, diálogo contínuo, tratamento de reclamações e a garantia de que a comunidade se beneficie do uso sustentável dos recursos florestais. Essa abordagem participativa é fundamental para a obtenção e manutenção da certificação FSC.

Por meio do diálogo contínuo com as comunidades, a Aperam BioEnergia garante que cada projeto — seja relacionado ao manejo florestal, à conservação da água ou à sustentabilidade — seja construído com base na colaboração e no benefício mútuo.

A transparência é parte essencial dos nossos esforços de certificação. Tornamos nossos planos de manejo florestal públicos, permitindo que as partes interessadas acompanhem nossos compromissos e nos responsabilizem. Auditorias regulares e engajamento comunitário contínuo garantem que nossas práticas permaneçam alinhadas com os padrões do FSC, promovendo confiança e colaboração.

3. Aperam BioEnergia: Equilíbrio entre Gestão da Terra, Conservação Ambiental, Biodiversidade e Desenvolvimento Comunitário

Na Aperam BioEnergia, por meio de práticas transparentes, rigor científico e soluções inovadoras, enfrentamos preocupações relacionadas ao uso da terra, recursos hídricos e biodiversidade, garantindo que nosso trabalho contribua positivamente para os ecossistemas e comunidades onde atuamos.

Acusações recentes sobre suposta expropriação de terras pela Aperam, remontando aos anos 1970, quando a Acesita (posteriormente Aperam) operava como uma entidade estatal, são infundadas. A aquisição dessas terras foi conduzida em total conformidade com as normas e regulamentos legais vigentes à época, incluindo autorização da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (por meio da Lei nº 6.637/75) e do Senado Federal (por meio da Resolução nº 01/76). As terras adquiridas pela Acesita pertenciam originalmente ao Estado de Minas Gerais e estavam, na época, ilegalmente ocupadas por determinados indivíduos. Tal ocupação não conferia direito de propriedade a esses ocupantes, uma vez que constituía uso não autorizado de terras públicas, conforme as leis aplicáveis.

Entendemos que disputas sobre posse da terra podem surgir em qualquer operação de grande escala. A Aperam trata tais casos por meio do sistema judiciário brasileiro, respeitando as decisões judiciais e buscando resoluções amigáveis sempre que possível. Importante ressaltar que não existem acusações generalizadas de expropriação — apenas disputas pontuais, que são resolvidas dentro do marco legal. A Aperam atua como proprietária responsável, comprometida com o respeito às decisões judiciais e com a defesa de seus direitos legais.

Para deixar claro: não houve expropriação de terras, e a Aperam atua dentro do marco da legalidade, respeitando todas as decisões emitidas pela Justiça.

A empresa sempre assegurou que suas atividades não contribuem para o desmatamento, em conformidade com as rigorosas regulamentações ambientais brasileiras. A Aperam BioEnergia adota uma abordagem abrangente de sustentabilidade, que inclui a conservação ativa da biodiversidade e o engajamento com as comunidades.

Preocupações sobre escassez hídrica e sua possível relação com plantações de eucalipto motivaram diversas pesquisas, incluindo estudos da Universidade Federal de Minas Gerais e de outras instituições acadêmicas. As conclusões confirmam que o eucalipto, quando manejado de forma responsável, não esgota os recursos hídricos. Pelo contrário, pode ajudar a manter o equilíbrio hidrológico e proteger o solo contra a erosão. Dados históricos indicam, inclusive, que houve períodos de escassez de água na região antes mesmo do início das plantações da Aperam. Um exemplo é o estudo publicado na revista Veredas do Direito (2019), da Universidade Federal de Minas Gerais, que analisou o tema de forma abrangente e não encontrou correlação prejudicial entre o eucalipto e os recursos hídricos.

Para mais detalhes, podemos fornecer acesso às seguintes referências:

● Estudo da Embrapa sobre eucalipto e manejo do solo 

● Pesquisa sobre o papel do eucalipto na captura de carbono

● Estudos que destacam a contribuição da espécie para a fertilidade do solo e sua importância para a economia local.

Como resposta adicional à crescente vulnerabilidade dos ecossistemas hídricos e à seca sem precedentes no Brasil, a Aperam BioEnergia implementou uma estratégia abrangente para garantir o uso sustentável e a preservação da água. Apesar dos desafios impostos pela forte seca, a captação total de água da Aperam BioEnergia em 2023 alcançou 410.103 m³ — um aumento de 32,2% em relação a 2022. Esse resultado se deve à maior capacidade de armazenamento da empresa e ao planejamento estratégico, que garantem o fornecimento confiável de água ao mesmo tempo em que protegem os ecossistemas naturais.

Por meio de práticas inovadoras e engajamento comunitário, a empresa gerencia os recursos hídricos com responsabilidade, com iniciativas-chave voltadas para o armazenamento, a conservação e o uso eficiente da água.

1. Armazenamento Estratégico de Água: 40 Reservatórios de Água da Chuva

A Aperam BioEnergia construiu 40 reservatórios impermeáveis estrategicamente localizados próximos às áreas manejadas, com capacidade para armazenar até 260.000 m³ de água da chuva. Ao evitar a infiltração da água no solo, esses reservatórios mantêm a água captada disponível por períodos mais longos, apoiando os processos produtivos mesmo durante os períodos de seca.

2. Práticas Otimizadas de Plantio

Para minimizar a dependência da água, a empresa reestruturou sua estratégia de plantio, concentrando as atividades durante o período chuvoso. Essa mudança reduz a necessidade de irrigação e garante o uso eficiente da água durante os períodos críticos da atividade agrícola.

3. Recirculação da Água

No viveiro da empresa, a água de irrigação não absorvida pelas plantas é redirecionada para tanques de armazenamento, sendo reutilizada na produção de mudas. Essa prática alcançou uma taxa de recirculação de 25% em 2021, refletindo o compromisso da Aperam em reduzir o desperdício.

4. Controle de Erosão e Recarga de Aquíferos

A construção de caixas de contenção em áreas florestais cumpre dupla função: prevenir a erosão nas estradas e contribuir para a recarga dos lençóis freáticos. Essas estruturas captam a água da chuva e facilitam sua infiltração gradual no solo, promovendo a recarga dos aquíferos e a estabilidade do ambiente.

5. Engajamento Comunitário

A Aperam BioEnergia reconhece que a preservação da água é uma responsabilidade compartilhada. Por meio do programa “Água Nossa de Cada Dia”, a empresa atua em parceria com as comunidades locais para promover a conscientização e proteger os recursos hídricos.

Desde 2018, as principais iniciativas incluem:

Criação de comitês comunitários de água para avaliar as condições hídricas locais.
Realização de seminários e eventos para promover a conservação da água.
Colaboração com instituições públicas para recuperação de nascentes e restauração de áreas degradadas.

Inovação em tecnologias internas para melhorar a eficiência no uso dos recursos naturais.

<><> Conservação da Biodiversidade

A Aperam está comprometida com a rigorosa proteção dos corredores de flora nativa, que são essenciais para o ciclo hídrico local e a biodiversidade. Esses ecossistemas sensíveis permanecem intocados, garantindo a preservação de sua função natural.

Nas chapadas, áreas naturalmente aptas para o cultivo, nossas práticas são sustentáveis e seguem estritamente as leis ambientais. Isso inclui:

● Manutenção de zonas de amortecimento ao redor de corpos d’água.

● Proteção das matas ciliares.

● Garantia de práticas de manejo responsáveis que preservem o meio ambiente.

A Aperam BioEnergia atua com uma estratégia clara para proteger e preservar a biodiversidade local. A empresa mantém 34% de vegetação nativa, bem acima dos 20% exigidos por lei brasileira, monitorando ativamente e mitigando riscos como incêndios e doenças, especialmente durante o ano atipicamente seco de 2024.

Os esforços de proteção da biodiversidade estão alinhados com um robusto programa de gestão ambiental, que envolve o manejo cuidadoso tanto das áreas plantadas quanto das nativas. O projeto de monitoramento da biodiversidade da empresa, iniciado em 2006, evidencia seu compromisso com a preservação da fauna e flora locais. O projeto já identificou 264 espécies de aves — incluindo espécies ameaçadas e endêmicas — e 34 espécies de mamíferos de médio e grande porte, sendo que um terço delas está ameaçado de extinção. Essa pesquisa contínua confirma que as práticas de manejo florestal da empresa não prejudicaram a biodiversidade local — pelo contrário, a diversidade de aves aumentou e as populações de mamíferos se mantiveram estáveis.

Em linha com seus objetivos ambientais, a Aperam BioEnergia utiliza um processo avançado e natural de melhoramento genético para selecionar mudas de eucalipto com características superiores. Esse processo envolve o cruzamento entre diferentes árvores de eucalipto para produzir indivíduos com características variadas. Aqueles que apresentam melhores qualidades — como maior produtividade, maior densidade e maior resistência a pragas e doenças — são cuidadosamente selecionados e cultivados.

Importante destacar que não há modificação genética em nível de DNA nem trabalho com transgênicos; trata-se exclusivamente da seleção natural das melhores espécies e indivíduos por meio do cruzamento. O resultado são árvores de eucalipto bem adaptadas ao ambiente local, que exigem menos recursos do ecossistema e apresentam alta produtividade. Além disso, essas árvores são especificamente selecionadas para atender às necessidades da produção de aço, garantindo que suas características contribuam para a sustentabilidade e eficiência operacional da Aperam. A empresa também realiza avaliações regulares da qualidade do solo, confirmando que suas plantações sustentam um ecossistema equilibrado e saudável.

Estudos científicos, como os da Embrapa Cerrados, demonstram que plantações de eucalipto bem manejadas podem, na verdade, aumentar a resiliência das espécies locais ao criar corredores ecológicos e proteger fontes de água.

A empresa também mantém parcerias com universidades e instituições de pesquisa para aprimorar continuamente suas práticas, assegurando que a integração do plantio de eucalipto com a preservação ambiental seja sustentável. Em Minas Gerais, as plantações de eucalipto representam apenas 4,79% da área total do Cerrado, o que demonstra que o uso da terra é cuidadosamente planejado e não compromete a biodiversidade regional.

A Aperam BioEnergia também está comprometida com práticas sustentáveis para além de suas operações. Por meio do projeto Raízes do Vale, a empresa integra o plantio de eucalipto com culturas agrícolas, beneficiando agricultores familiares locais e promovendo a segurança alimentar, ao mesmo tempo em que conserva os recursos naturais. Os esforços da empresa são ainda apoiados por sua parceria com a EMATER, que contribui para o fortalecimento das comunidades locais por meio de práticas agrícolas sustentáveis.

O compromisso da empresa com a gestão ambiental no Brasil é ainda evidenciado pelo Centro de Educação Ambiental Oikós Bio, inaugurado em 2024. Este centro funciona como um espaço de reflexão, conscientização e aprendizado sobre as práticas ambientais da empresa. Já recebeu milhares de pessoas, oferecendo oficinas, seminários e outras atividades voltadas à educação ambiental.

O bioma Cerrado tem sido foco dos esforços de conservação da Aperam. Esse compromisso contribui para a manutenção de habitats da fauna, corredores ecológicos e ciclos hídricos.

A Aperam BioEnergia também exemplifica os princípios da economia circular, transformando subprodutos em recursos valiosos. Duas inovações importantes incluem:

● Biochar: Subproduto da produção de carvão vegetal, o biochar melhora a fertilidade do solo enquanto sequestra carbono por séculos. A Aperam foi a primeira empresa da América Latina a comercializar certificados de remoção de carbono certificados, alinhando-se às metas climáticas globais.

● Bio-óleo: Derivado da carbonização da madeira, o bio-óleo é uma alternativa renovável aos combustíveis fósseis derivados do petróleo, reduzindo a pegada de carbono industrial.

Essas soluções não apenas reduzem o desperdício, como também posicionam a Aperam como líder em inovação industrial sustentável.

 

Fonte: Ascom Aperam

 

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