Jeffrey Sachs critica duramente tarifas de
Trump: “É um desastre econômico e uma farsa constitucional”
Em entrevista ao programa Judging
Freedom, apresentado pelo juiz Andrew Napolitano no YouTube, o renomado
economista Jeffrey Sachs, professor da Universidade Columbia, classificou como
“desastre total” a nova rodada de tarifas comerciais anunciada pelo presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump.
Sachs denunciou que a medida, respaldada por
uma leitura distorcida da International Emergency Economic Powers Act (IEEPA),
representa não só um retrocesso econômico, mas também uma grave violação
constitucional. A entrevista foi publicada no canal Judging Freedom no
dia 3 de abril de 2025.
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“Farsa jurídica” e abuso
de poder executivo
De acordo com Sachs, a declaração de
emergência utilizada por Trump é apenas um artifício retórico para contornar o
Congresso. “Trump criou algo que ele chama de emergência, mas é, na verdade,
uma manobra fenomenalmente absurda”, disse o economista. Ele explicou que
tarifas são, tecnicamente, um tipo de imposto, e, portanto, deveriam ser
submetidas à aprovação legislativa. “Trump usou a palavra ‘emergência’ porque é
a única forma de fazer isso unilateralmente”, criticou.
Sachs lembrou que, segundo a Constituição dos
EUA, qualquer iniciativa de criação ou alteração de impostos deve se originar
na Câmara dos Representantes. “O uso da IEEPA como justificativa é
completamente fraudulento. Não há emergência alguma que justifique delegar
tamanho poder ao presidente”, alertou.
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Falácia do déficit
comercial
Na avaliação de Sachs, o argumento de Trump —
de que os EUA estão sendo “roubados” por outros países devido ao déficit
comercial — é uma completa distorção dos fundamentos econômicos. “Ter um
déficit comercial significa que o país está comprando mais do que está
vendendo, não que está sendo enganado”, explicou. “É como alguém que gasta mais
do que ganha e culpa o comerciante por isso.”
O professor ressaltou que o déficit comercial
dos EUA está diretamente ligado aos déficits orçamentários do governo. “O
Estado norte-americano atua como um enorme cartão de crédito, emitindo dívida
para financiar consumo, o que gera o déficit comercial. Isso não tem nada a ver
com as políticas tarifárias de outros países.”
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Impacto nas famílias e
nas indústrias
Sachs também rechaçou a narrativa de que as
tarifas protegerão a indústria e gerarão empregos. Segundo ele, estudos mostram
que os setores que receberam tarifas em 2018 e 2019 — durante o primeiro
mandato de Trump — apresentaram redução no número de empregos. “Os
custos de produção aumentaram devido à elevação dos preços de insumos
importados, e os países retaliaram com tarifas próprias, prejudicando as
exportações dos EUA”, afirmou.
Além disso, o impacto sobre os consumidores
será direto. “Vai tornar os americanos mais pobres. Se uma família de classe
média quer comprar uma torradeira por US$ 25 feita na China, vai ter que pagar
mais. Isso reduz as escolhas e aumenta os preços”, criticou. “Ambos os lados
perdem quando se interrompe o comércio internacional.”
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Reação internacional e
risco de isolamento
A entrevista também destacou o isolamento
diplomático dos EUA diante das novas medidas. Sachs afirmou que o governo não
consultou sequer aliados tradicionais, e que países como China, Índia e os
europeus já começaram a redesenhar suas alianças. “Os Estados Unidos estão
sozinhos nesse caminho. Não têm apoio nem de vizinhos, nem de aliados
históricos”, afirmou. “Trump está desmontando a ordem comercial global por
delírios próprios.”
A medida, segundo Sachs, causou uma queda
trilionária na capitalização dos mercados globais no mesmo dia da sua
assinatura. “Foi uma destruição de valor que atingiu tanto os EUA quanto o
resto do mundo.”
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Larry Summers diz que
tarifas podem causar dano de US$ 30 trilhões
Em entrevista ao programa This Week,
da ABC News, conduzido por George Stephanopoulos, o ex-secretário do Tesouro
dos Estados Unidos Larry Summers fez duras críticas à política tarifária
adotada pelo presidente Donald Trump. Segundo ele, as tarifas impostas sob o
argumento de fortalecer a indústria americana resultam em um impacto econômico
potencial de até US$ 30 trilhões.
“Estamos aumentando a inflação porque os
preços estão mais altos por causa das tarifas. Isso dá às pessoas menos poder
de compra, o que significa menos empregos”, afirmou Summers. Ele classificou as
medidas como “o maior dano autoinfligido que já impusemos à nossa economia”.
Segundo o economista, o mercado já precificou parte desse impacto, com perdas
estimadas em US$ 5 trilhões no valor de mercado das empresas.
Ao projetar o efeito total sobre consumidores
e companhias, Summers estimou um prejuízo de até US$ 30 trilhões. “A perda para
a economia seria comparável a um cenário em que o preço do petróleo dobrasse e
o da gasolina chegasse a US$ 6 ou US$ 7 por galão. Nunca vimos nada parecido”,
disse.
O ex-secretário também apontou contradições
nas justificativas dadas pelo governo Trump para manter as tarifas. “Se o
objetivo é usar as tarifas como instrumento de barganha, para que outros países
eliminem as deles, então não se arrecada nada. Mas, se é uma fonte permanente
de receita e de incentivo à realocação de empresas para os Estados Unidos,
então as tarifas terão de ser mantidas. O presidente não pode ter as duas
coisas ao mesmo tempo”, criticou.
Summers ainda fez um alerta sobre os riscos
de instabilidade no mercado financeiro. “O movimento de dois dias que vimos na
quinta e na sexta-feira foi o quarto maior desde a Segunda Guerra Mundial. Só
ficou atrás do crash de 1987, da crise de 2008 e da pandemia. Isso sinaliza
problemas sérios à frente”, afirmou. Para ele, consumidores e empresas estão
certos em adotar cautela: “As pessoas estão certas em adiar grandes compras, e
as empresas, em segurar investimentos”.
Ao final da entrevista, Summers foi ainda
mais incisivo ao dizer que a política de tarifas não tem base em nenhuma teoria
econômica comprovada: “Essa é uma fixação pessoal do presidente há 40 anos. É o
equivalente econômico ao criacionismo na biologia ou ao movimento antivacina na
medicina”.
E concluiu: “O momento agora é de teste para
os assessores do presidente. Os intelectualmente honestos sabem que essas
políticas são um erro. A questão é se terão coragem de dizer isso a ele — e de
se afastar, caso ele se recuse a mudar de rumo”.
<><> Inconstitucionalidade e
possíveis reações
Sachs foi categórico ao afirmar que a ação de
Trump é flagrantemente inconstitucional. “É exatamente contra o que os
fundadores dos EUA lutaram na independência — a imposição de impostos sem
representação. Trump está governando como um rei”, disse. Ele defende que o
Congresso, inclusive os republicanos, deveriam se posicionar contra a medida.
“Eles não foram eleitos para obedecer a um rei, mas para representar o povo.”
O economista também acredita que os tribunais
poderão derrubar a ordem executiva. “Há fundamentos claros para declarar essas
tarifas ilegais e inconstitucionais. A definição de emergência não se aplica de
forma alguma à situação atual”, concluiu.
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"Tarifas de Trump
marcam o declínio econômico e político do Império americano", diz Richard
Wolff
Em entrevista ao programa Democracy Now!,
apresentado por Amy Goodman, o economista Richard Wolff analisou criticamente o
novo pacote tarifário anunciado pelo presidente Donald Trump, classificado como
o maior choque tarifário da história moderna dos Estados Unidos. A medida impõe
uma tarifa geral de 10% sobre todos os produtos importados de cerca de 185
países, com taxas ainda maiores direcionadas a parceiros comerciais como China,
União Europeia e Japão — a China, por exemplo, enfrentará agora um total de 54%
em tarifas sobre suas exportações aos EUA.
Durante seu pronunciamento no Jardim das
Rosas, na Casa Branca, Trump celebrou a decisão como um marco na política
industrial do país. “Este é o Dia da Libertação. 2 de abril de 2025 será
lembrado como o dia em que a indústria americana renasceu”, declarou. O
presidente alegou que a medida visa restaurar a riqueza nacional, após décadas
de “saques” promovidos por outras nações.
Richard Wolff, professor emérito da
Universidade de Massachusetts e fundador do projeto Democracy at Work, refutou
essa narrativa e classificou o discurso de Trump como “fantasioso” e baseado na
autopromoção. “Nunca foram os estrangeiros que fizeram isso conosco. Os Estados
Unidos foram um dos maiores beneficiários da riqueza global nos últimos 50
anos, especialmente os mais ricos, como o próprio Trump”, afirmou. “Essa
tentativa de se mostrar forte e culpar o estrangeiro são golpes baratos que um
verdadeiro presidente não daria.”
Para Wolff, as tarifas são um reflexo direto
da crise estrutural enfrentada pela economia americana. “O império americano
está em declínio. Não queremos discutir isso no país, preferimos o caminho da
negação, e passamos a atacar os outros. É uma forma triste de lidar com o
colapso”, declarou. Ele comparou o momento atual ao fim de outros impérios,
como o britânico, e criticou a ausência de um debate honesto sobre os reais
desafios econômicos dos EUA.
O economista também alertou para os efeitos
inflacionários das tarifas, que são, em essência, impostos pagos por empresas
americanas na importação de produtos estrangeiros — encargos que, geralmente,
são repassados ao consumidor final. “Trump sugere que outros países pagarão
pelas tarifas, como sugeriu que o México pagaria pelo muro. Nunca aconteceu e
não vai acontecer agora. Trata-se de um imposto americano.”
Apesar do apoio declarado por figuras como o
presidente do sindicato dos metalúrgicos UAW, Shawn Fain — que considerou as
tarifas uma ferramenta válida para reverter a desindustrialização —, Wolff
advertiu que a medida pode provocar mais danos do que benefícios. “As tarifas
podem até incentivar a produção interna, mas também aumentam os preços,
pressionando o custo de vida e afetando duramente os trabalhadores”, avaliou.
“Além disso, os países atingidos retaliarão, e os EUA perderão mercados de
exportação, o que pode anular qualquer eventual ganho de emprego.”
Wolff ainda situou as tarifas dentro de uma
tentativa mais ampla de Trump de resolver impasses fiscais. Segundo ele, o
presidente busca evitar o fim da redução de impostos para os mais ricos,
implementada em 2017 e com prazo de validade até o final de 2025, ao mesmo
tempo em que resiste a aumentar a carga tributária e tenta conter gastos
cortando empregos e serviços públicos — com destaque para o apoio de Elon Musk
a demissões em massa como suposta solução eficiente.
“A solução está sendo empurrada para as
costas da classe trabalhadora”, criticou. “Estamos vendo um processo de
empobrecimento dos trabalhadores para tentar resolver problemas que não foram
solucionados antes.”
O professor também ressaltou as implicações
geopolíticas da medida, ao observar que países historicamente adversários —
como China, Japão e Coreia do Sul — começaram a coordenar suas respostas, e que
até a Europa, frequentemente dividida, poderá se unir diante do que percebem
como agressões econômicas americanas. “Estamos nos isolando politicamente e
economicamente. Tornamo-nos a nação desajustada do mundo”, afirmou.
Para Wolff, o movimento de Trump representa
uma tentativa desesperada de manter a hegemonia dos EUA, mas que poderá ter o
efeito contrário. “Após décadas de promover o livre comércio e a globalização,
os Estados Unidos agora voltam ao nacionalismo econômico. É uma guinada
drástica, e não é provável que termine bem”, concluiu. “A era do domínio
americano está acabando, e, como no alcoolismo, é preciso admitir o problema
antes de começar a resolvê-lo. Mas os Estados Unidos ainda se recusam a
fazê-lo.”
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Chefe do Tesouro
britânico decreta o fim da globalização após o tarifaço de Trump
O Reino
Unido decretou o fim simbólico de uma era. Em entrevista à jornalista Laura
Kuenssberg, da BBC, o chefe do Tesouro britânico, Darren Jones, afirmou que “a
globalização, como conhecemos nas últimas décadas, chegou ao fim”. A declaração
ocorre no contexto da nova ofensiva tarifária do presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, que impôs uma tarifa base de 10% sobre todas as importações e
taxas ainda mais altas para determinados países.
A reportagem foi
publicada pelo The Guardian em sua cobertura ao vivo das reações
internacionais às tarifas americanas. Questionado se o tempo da “moda rápida e
televisores baratos” havia ficado para trás, Jones foi enfático: “Sim, acabou”.
Ele alertou que as condições econômicas globais serão mais difíceis daqui em
diante e disse que o Reino Unido aposta na diplomacia para fechar um acordo com
os EUA. “Estamos tentando fazer um acordo”, afirmou, acrescentando que “temos
um resultado melhor que outros países comparáveis como consequência da nossa
diplomacia”.
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A nova era do protecionismo
As
declarações de Jones refletem o impacto do pacote tarifário anunciado por
Trump, que entrou em vigor no início de abril. Além da tarifa universal de 10%,
países como China, Taiwan, Vietnã, Brasil e membros da União Europeia foram
alvos de taxas específicas, que variam de 10% a 54%. A justificativa da Casa
Branca é buscar uma “reciprocidade” nas relações comerciais, segundo o próprio
presidente americano, empossado para seu segundo mandato em janeiro de 2025.
O
primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também reagiu. Em artigo publicado
no Sunday Telegraph, declarou que “o mundo como conhecíamos se foi”
e prometeu utilizar políticas industriais para proteger empresas britânicas.
“Estamos prontos para o que vem a seguir. O novo mundo é menos governado por
regras estabelecidas e mais por acordos e alianças”, escreveu.
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Reações globais: entre retaliações e cautela
A
resposta internacional ao tarifaço foi ampla. A União Europeia prepara uma
lista de produtos americanos que podem ser alvos de tarifas de até US$ 28
bilhões. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou
as medidas dos EUA como um “duro golpe para a economia mundial”, mas ainda
busca manter o canal de diálogo aberto.
A China
foi a que respondeu com mais contundência, impondo tarifas de 34% sobre todos
os produtos americanos, além de restringir exportações de minerais
estratégicos. Taiwan, mesmo atingida por uma tarifa de 32%, optou por não
retaliar, mas lançou um pacote de ajuda de US$ 2,6 bilhões para suas empresas
afetadas.
Já o
Brasil, alvo de uma tarifa de 10%, afirmou que estuda medidas de reciprocidade,
inclusive acionando a Organização Mundial do Comércio (OMC). O Canadá, por sua
vez, aplicará tarifas de 25% sobre veículos importados dos EUA que não atendam
às regras do acordo USMCA.
<><> Pressão sobre o setor
automotivo
O setor automotivo foi um dos mais atingidos.
No Reino Unido, a Jaguar Land Rover anunciou a suspensão das exportações para
os EUA. A Stellantis, dona de marcas como Jeep e Citroën, interrompeu
temporariamente a produção no México e no Canadá e anunciou demissões em
fábricas nos Estados Unidos.
Curiosamente, o sindicato United Automobile
Workers (UAW) declarou apoio às medidas de Trump. O presidente da entidade,
Shawn Fain, disse que os novos impostos sinalizam um “retorno às políticas que
priorizam os trabalhadores que constroem este país – e não a ganância de
corporações implacáveis”.
O tarifaço de Trump, que provocou perdas de
quase US$ 5 trilhões nas bolsas globais, representa mais do que uma medida
econômica: marca a ruptura de um modelo internacional baseado em trocas
abertas, bens baratos e integração de cadeias produtivas. Para muitos governos,
a era da globalização, ao menos em sua forma tradicional, realmente chegou ao
fim.
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O avanço dos ‘marginais’
dentro do governo Trump
O
presidente Donald Trump sempre buscou informações de fontes consideradas
duvidosas. Contudo, o que se vê em seu segundo mandato é que o mandatário tem
cada vez menos pessoas ao seu redor que mantenham essas vozes afastadas.
Um
exemplo de voz que ganha força nos corredores da Casa Branca é o de Laura
Loomer, teórica da conspiração e influencer de extrema-direita, que esteve
recentemente com Trump apresentando papéis com diversas acusações sobre membros
“
desleais” do Conselho de Segurança Nacional.
O
conselheiro de segurança nacional, Michael Waltz, chegou tarde e só podia
assistir enquanto Loomer criticava sua equipe. Em resposta, Trump instruiu
Waltz a demitir as pessoas citadas e, furioso, queria saber por qual motivo
essas pessoas tinham sido contratadas, segundo fontes ouvidas pelo jornal The New
York Times.
Os
eventos que levaram à demissão de diversos funcionários da segurança nacional a
conselho de Loomer afetaram até esmo funcionários veteranos de Trump, mas é uma
evidência da propensão do presidente em obter informações de fontes duvidosas e
que o filtro para mantê-las longe é menor.
Alguns
assessores de Trump, entre eles o ex-general da Marinha John F. Kelly (o chefe
de gabinete mais antigo do presidente) passaram boa parte do primeiro mandato
bloqueando o acesso de pessoas descritas por eles como “os malucos”.
Contudo,
tais esforços fracassaram no final de 2020, quando Trump demitiu seus
assessores, ou eles renunciaram em desgosto, abrindo caminho para que figuras
duvidosas tenham pleno trânsito na Casa Branca.
Em
linhas gerais, essas pessoas estavam ansiosas para alimentar suas crenças de
que a corrida presidencial de novembro havia sido roubada, e elas tiveram
acesso livre ao Sr. Trump nas últimas semanas de seu primeiro mandato.
No
atual mandato, Trump se encontra mais confiante em seu poder executivo e
instintos e apoiado por uma equipe que compartilha seu senso de perseguição.
Assim, não há pretensão de que ele possa ser controlado ou gerenciado.
¨ Tarifas recíprocas de
Trump não são bem o que parecem
As
tarifas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump a dezenas de
parceiros comerciais foram apontadas como “recíprocas”, quando na verdade a
metodologia empregada para tal não tem nenhuma relação com a taxa tarifária
imposta aos EUA pelos países estrangeiros.
Segundo a CNN norte-americana, a administração
Trump fez um cálculo “grosseiramente simplificado” que, segundo ele, levou em
conta um amplo conjunto de questões, como investimento chinês, uma suposta
manipulação de moeda e regulamentações de outros países.
O
cálculo da administração dividiu o déficit comercial de um país com os EUA por
suas exportações para o país vezes 1/2. Ou seja: basicamente Trump está
“pegando uma marreta para lidar com uma ladainha de queixas, usando o déficit
comercial que outros países têm com os EUA como bode expiatório”, diz a
publicação.
Ao que
tudo indica, os números reais provavelmente estão próximos da chamada “taxa
tarifária média aplicada pela Nação Mais Favorecida (NMF)”, um teto de encargos
de importação que mais de 160 países que integram a OMC (Organização Mundial do
Comércio) concordaram em cobrar uma das outras, embora possam variar de acordo
com o setor.
E para
países com acordos comerciais vigentes, pode haver tarifas menores ou nenhuma
tarifa. E Trump frequentemente afirma que sua política comercial tem como base
o tema “eles nos cobram, nós cobramos deles”.
Além
disso, é preciso ter em vista que muitos países possuem déficit comercial com
os Estados Unidos: dados comerciais mostram que os EUA têm US$ 230 bilhões a
mais em importações do que exportações para a UE e quase US$ 300 bilhões a mais
para a China.
Mesmo
assim, o governo de Trump apontou tarifas voltadas para a correção de déficits
comerciais como uma fonte potencial de receita para pagar a estrondosa dívida
nacional,e financiar os cortes de impostos. Contudo, essa aposta soa por demais arriscada e pode ser
desastrosa caso os países se unam em medidas de
retaliação.
Fonte: Brasil 247/Jornal GGN

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