Presidente da China
pede esforços para 'salvaguardar a paz' e contra o protecionismo
O
presidente da China, Xi Jinping, fez um apelo nesta terça-feira (4) por
esforços para preservar a "paz regional" e expressou oposição ao
"protecionismo" ao discursar na reunião de cúpula virtual da
Organização para Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês).
A
associação internacional com sede em Pequim foi fundada por China, Rússia e
quatro repúblicas do centro da Ásia (Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e
Uzbequistão). Desde 2017, o grupo também conta com Índia e Paquistão como
países membros.
O
Irã passou a integrar a aliança nesta terça-feira. Belarus, aliado de Moscou
que tem o status de observador, pode virar um novo membro no próximo encontro
de cúpula.
No
encontro virtual organizado pela Índia, Xi pediu "esforços para preservar
a paz regional e garantir a segurança comum", destacou a agência estatal
de notícias Xinhua.
Também
fez um apelo aos países membros da organização para que "sigam na direção
correta e melhorem a solidariedade e confiança mútua", acrescentou a
agência.
China
e Rússia aumentaram nos últimos anos a cooperação econômica e os contatos
diplomáticos. A aliança ficou ainda mais intensa desde o início da invasão da
Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O
gigante asiático se apresenta como um ator neutro no conflito da Ucrânia, mas
os países ocidentais criticam o fato de Pequim não ter condenado a invasão de
Moscou.
-
Críticas às sanções -
Em
seu discurso, Xi disse que a China "persistirá na direção correta da
globalização econômica, com oposição ao protecionismo, às sanções unilaterais e
à extensão dos conceitos de segurança nacional".
O
chefe de Estado chinês também fez um alerta contra uma "nova Guerra
Fria", de acordo com outra agência estatal que teve acesso ao discurso.
"Devemos
permanecer muito vigilantes diante das forças externas que fomentam uma nova
Guerra Fria e criam confrontos na região, com uma oposição resoluta a qualquer
país que interfira nos assuntos internos", declarou.
O
presidente da Rússia, Vladimir Putin também discursou na reunião de cúpula, a
primeira em que participa desde o motim abortado do grupo paramilitar Wagner.
Ele
agradeceu o apoio da SCO e criticou as sanções dos países ocidentais contra
Moscou.
"A
Rússia está resistindo de maneira segura e continuará resistindo às pressões
externas, sanções e provocações", afirmou Putin.
O
motim frustrado do grupo Wagner aconteceu em 23 e 24 de junho. A rebelião
acabou depois de 24 horas, com um acordo para que o líder da milícia, Yevgueni
Prigozhin, abandonasse a Rússia e aceitasse o exílio em Belarus.
-
Irã entra na aliança -
A
República Islâmica do Irã, que se tornou nesta terça-feira o nono país membro
da aliança, intensificou as relações diplomáticas nos últimos meses para tentar
reduzir o isolamento.
A
adesão de Teerã gera crítica entre alguns analistas ocidentais, preocupados com
a união de Rússia, China, Paquistão e Irã.
"Há
um conjunto países cuja orientação é intrinsecamente antiocidental",
afirmou Harsh V. Pant, professor do King's College de Londres.
Pant,
no entanto, lembra que a SCO não era esse tipo de organização. "Se este
tipo de eixo for estabelecido, isto acontecerá de modo independente da SCO,
porque os centro-asiáticos e países como a Índia não veem a SCO como
intrinsecamente antiocidental", declarou à AFP.
·
China
acusa o Reino Unido de 'proteger os fugitivos' procurados por Hong Kong
O
chefe executivo de Hong Kong, John Lee, pediu nesta terça-feira (4) que oito
ativistas no exterior se entregassem, um dia depois de a polícia local oferecer
uma recompensa por sua captura, acusando-os de violar a lei de segurança
nacional. A China acusa o Reino Unido de 'proteger os fugitivos' procurados por
Hong Kong.
"A
única forma de acabar com o destino deles como fugitivos, que serão procurados
pelo resto da vida, é se renderem", disse Lee a jornalistas, afirmando
que, caso não o façam, "passarão seus dias com medo".
A
polícia de Hong Kong ofereceu na segunda-feira recompensas de um milhão de
dólares de Hong Kong (pouco menos de R$ 614 mil) por cada um dos oito ativistas
pró-democracia que permanecem no exterior, acusados de crimes como subversão e
conluio com forças estrangeiras.
Lee
afirmou que apoia a oferta de recompensas e a ação policial.
Os
oito fugiram de Hong Kong depois que Pequim impôs, em 2020, uma ampla lei de
segurança na cidade para reprimir a dissidência após os grandes e, por vezes,
violentos protestos pró-democracia de 2019.
Lee
pediu aos cidadãos que ajudem a polícia, destacando que até mesmo
"familiares e amigos" dos ativistas podem fornecer informações.
A
medida foi criticada pelos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, países onde
alguns dos ativistas procurados residem.
"Não
tenho medo da pressão política que nos impõem, porque fazemos o que acreditamos
ser correto", afirmou Lee.
O
grupo inclui os ex-legisladores pró-democracia Nathan Law Kwun-chung, Ted Hui
Chi-fung e Dennis Kwok Wing-hang.
O
veterano sindicalista Mung Siu-tat também está entre os procurados, assim como
os ativistas Elmer Yuen gong-yi, Finn Lau Cho-dik, Anna Kwok Fung-yee e Kevin
Yam Kin-fung.
Ø
Usar
próprias moedas e impedir influência externa e nova Guerra Fria: o que Xi
Jinping falou na OCX?
É
necessário se opor as tentativas de iniciar uma nova Guerra Fria, afirmou o
presidente chinês Xi Jinping, discursando por vídeo na abertura da cúpula do
Conselho de Chefes de Estado da Organização para Cooperação de Xangai (OCX),
nesta terça-feira (4).
"Devemos
permanecer vigilantes contra as tentativas externas de iniciar uma nova Guerra
Fria e provocar o confronto em bloco em nossa região", afirmou Xi.
Além
disso, ele destacou que qualquer tentativa de organizar revoluções coloridas na
região da Organização para Cooperação de Xangai deve ser combatida.
"[É
necessário] se opor categoricamente a quaisquer tentativas de interferência
externa e instigação de revoluções coloridas sob qualquer pretexto",
declarou o líder chinês.
Xi
Jinping também expressou a necessidade de cooperação em vez de competição,
respeitando os interesses fundamentais uns dos outros.
"É
preciso manter um rumo pacífico, construir solidariedade e confiança mútua. É
importante reforçar a coordenação estratégica. Apelar para a resolução das
diferenças através do diálogo, para procurar a cooperação em vez da
concorrência e para respeitar os interesses e preocupações fundamentais uns dos
outros", destacou ele.
Assim,
o presidente chinês observou que a humanidade estava diante de uma escolha sem
precedentes, tendo que escolher entre unidade e divisão, paz e conflito e
cooperação e confronto.
Ademais,
Xi Jinping afirmou que os países da OCX devem aumentar os pagamentos em moedas
nacionais no âmbito da associação.
"Considero
conveniente aumentar a parcela de acerto de contas em moedas nacionais dentro
da organização", disse o líder chinês.
Ele
também observou que é necessário aumentar a cooperação em moedas digitais
soberanas e trabalhar na criação do Banco de Desenvolvimento da OCX.
A
vigésima terceira cúpula do Conselho de Chefes de Estado da OCX acontece em
Nova Deli, em formato virtual.
A
Organização para Cooperação de Xangai é uma organização internacional fundada
em 2001. Inclui Índia, Cazaquistão, China, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão,
Paquistão e Uzbequistão.
Ø
Restrição
na exportação de gálio da China pode dar 'xeque-mate' na defesa dos EUA, alerta
mídia
O
jornal Global Times informou que Pequim anunciou recentemente que os controles
de exportação de gálio poderiam atingir a indústria de defesa dos EUA.
Isso
porque o material é amplamente utilizado nos sistemas avançados de radar
instalados nas aeronaves (como F-35 e F/A-18E/F), navios e instalações de solo,
com a China sendo a maior produtora e fornecedora do mundo.
A
partir do dia 1º de agosto, a China vai impor restrições à exportação de gálio
e germânio, além de outros elementos químicos envolvendo estes dois, informou a
mídia.
Com
as restrições, estes materiais não poderão ser exportados sem uma aprovação
prévia da China.
De
acordo com o jornal GT, a medida visa proteger a segurança e os interesses
nacionais do país.
O
gálio e o germânio são usados na produção de semicondutores e outros
componentes eletrônicos.
Especialistas
militares chineses, citados pelo GT, acreditam que o controle das exportações
desses componentes poderia comprometer a indústria de defesa dos EUA, ao mesmo
tempo em que Washington tenta conter o desenvolvimento chinês.
A
China domina aproximadamente 85% das reservas globais de gálio, o que
praticamente impossibilita os Estados Unidos e outros países ocidentais a
evitarem o uso do material chinês sem um custo significativo.
Ø
Otan
prorroga mandato de Stoltenberg como secretário-geral até 2024
Os
países membros da Otan anunciaram nesta terça-feira (4) a prorrogação por um
ano do mandato do norueguês Jens Stoltenberg à frente da Aliança Atlântica,
depois dos problemas para encontrar um sucessor, com a invasão russa da Ucrânia
como pano de fundo.
O
anúncio aconteceu uma semana antes de uma reunião de cúpula crucial na
Lituânia, que examinará a adesão da Ucrânia.
"Honrado
pela decisão dos aliados da Otan de estender meu mandato como secretário-geral
até 1º de outubro de 2024", tuitou Stoltenberg, 64 anos.
"Os
vínculos transatlânticos entre Europa e América do Norte garantiram nossa
liberdade e segurança durante quase 75 anos e, em um mundo mais perigoso, nossa
Aliança é mais importante do que nunca", acrescentou o norueguês, que é
secretário-geral da aliança desde 2014.
A
prorrogação do mandato, que era aguardada há várias semanas devido à falta de
consenso sobre o nome de um possível sucessor, foi aprovada durante uma reunião
dos embaixadores dos 31 países membros na sede da organização, em Bruxelas.
Outros
possíveis candidatos ao cargo, como a primeira-ministra dinamarquesa Mette
Frederiksen e o ministro britânico da Defesa, Ben Wallace, se afastaram
recentemente da disputa.
Stoltenberg,
que foi primeiro-ministro da Noruega de 2005 a 2013, foi nomeado em 1º de
outubro de 2014 para um mandato de quatro anos. Ele cumpriu dois mandatos
completos e o segundo já havia sido prorrogado por um ano, em 2022, após a
invasão da Ucrânia.
-
"Liderança forte" -
O
ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, celebrou a nova
prorrogação do mandato e afirmou que Stoltenberg demonstrou uma "liderança
forte em tempos difíceis".
O
presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também elogiou a medida e afirmou que
a aliança militar está "mais forte, unida e decidida que
nunca".
"Com
sua liderança, experiência e julgamento, o secretário-geral Stoltenberg conduziu
nossa Aliança pelos desafios mais significativos na segurança europeia desde a
Segunda Guerra Mundial", afirmou Biden em um comunicado.
O
secretário-geral da Otan foi elogiado pelos países membros por seu sangue frio
na estratégia da aliança, no momento em que a Europa enfrenta o conflito armado
mais grave desde a Segunda Guerra Mundial.
Isto
significa manter um apoio incondicional a Kiev, mas assegurando, ao mesmo
tempo, que a guerra não se transforme em um possível conflito nuclear entre a
Otan e a Rússia.
Na
reunião de cúpula de Vilnius (Lituânia), em 11 e 12 de julho, o norueguês terá
que equilibrar novamente os pedidos da Ucrânia sobre sua adesão e as dúvidas
dos Estados Unidos sobre estabelecer um calendário preciso para o
processo.
A
invasão russa da Ucrânia abalou o cenário da segurança na Europa e provocou um
novo estímulo à Otan, com países como Finlândia e Suécia apresentando pedidos
de adesão à aliança.
O
artigo 5 da aliança estipula que um ataque contra um membro é considerado um
ataque contra todos os países membros.
A
Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia, se
tornou em abril o 31º Estado membro da Otan.
O
pedido de adesão da Suécia está bloqueado por Hungria e Turquia.
Fonte:
AFP/Sputnik Brasil/FolhaPress
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