PF suspeita do pai
do faz-tudo de Bolsonaro
O
deputado Duarte Júnior (PSB-MA) vai apresentar requerimentos à CPI do 8 de
Janeiro, que investiga os atos golpistas na Esplanada dos Ministérios, pedindo
a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Daniel Barbosa Cid e do
general Mauro Cesar Lourena Cid, respectivamente irmão e pai do ex-ajudante de
ordens do presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Os
requerimentos do deputado deverão ser analisados na semana que vem, quando a
comissão retoma os trabalhos.
O
parlamentar acredita que a quebra de sigilo dos parentes de Mauro Cid pode
trazer informações sobre o financiamento dos atos golpistas. “Precisamos
verificar a origem e o destino de dinheiro que circulou pelas contas da família
do coronel Mauro Cid, pois talvez estejamos diante de recursos públicos
financiando atos antidemocráticos”, disse Duarte Júnior, lembrando que a
Polícia Federal identificou depósitos considerados suspeitos.
Nos
requerimentos, o deputado ressalta que Mauro Cesar Lourena Cid foi colega de
turma do ex-presidente Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras,
por isso a necessidade de verificar também as ligações telefônicas e as
movimentações financeiras do general.
• Ex-ministro de Bolsonaro citou ao TSE
“preocupação” dos EUA com eleição
Em
depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-ministro da Casa Civil de
Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira, disse que a Embaixada dos Estados Unidos
manifestou a ele preocupação sobre a situação política nas eleições.
O
sigilo sobre os depoimentos foi levantado em decisão do relator do caso sobre a
inelegibilidade do ex-presidente, Benedito Gonçalves, nesta terça-feira (4/7).
Bolsonaro foi considerado inelegível devido à reunião com embaixadores, em que
disseminou dúvidas sobre a lisura do sistema eleitoral.
Questionado
sobre se tratou das eleições com embaixadores estrangeiros, Ciro Nogueira disse
que teve uma conversa com a Embaixada dos Estados Unidos, “muito preocupada com
a situação dessa discussão (sobre as eleições)”.
“Uma
vez, a Embaixada americana, muito preocupada com a situação dessa discussão,
estivera comigo o embaixador – não, na época ele não era embaixador, era
gerente [encarregado] de negócios – e nós tentamos tranquilizá-los de que nós
iríamos ter um pleito tranquilo e sem o menor sobressalto”, afirmou em
depoimento em 8 de fevereiro de 2023.
Depois,
Nogueira esclareceu que a preocupação da Embaixada não era em relação à
segurança das urnas ou à lisura da eleição, e sim sobre discussões políticas e
conflitos. “Eles tinham preocupação sobre a situação dessas discussões
políticas e conflitos, né? E nós procuramos tranquilizá-los. Mas sobre a
funcionalidade do sistema, não.”
Nogueira
não especificou quando a reunião ocorreu e disse que não houve registro formal
desse encontro. Ele afirmou também ao TSE que a reunião com embaixadores
“poderia ter sido evitada”, mas discordou que ela tenha servido como agressão
ao sistema eleitoral e que foi “superdimensionada”.
“Ele
(Bolsonaro) só manifestou a sua dúvida sobre o sistema eleitoral, sobre as urnas.
Ele tinha preocupação quanto a isso. Mas promoção pessoal, não notei isso, até
porque, volto a dizer, o público lá não eram eleitores brasileiros.”
Uma
reportagem do “Financial Times” detalhou, recentemente, o esforço do governo
dos Estados Unidos em procurar diversos interlocutores brasileiros para evitar
que as Forças Armadas embarcassem em uma empreitada golpista. Como mostrou a
coluna, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão negou que tenha dito temer um
golpe de Estado.
Grupos nazistas seguem aumentando após
Bolsonaro
A
Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (4/7), em Sorocaba
(SP) e Timóteo (MG), a Operação Overlord, para cumprimento de dois mandados de
busca e apreensão contra investigados por crime de apologia ao nazismo.
As
apurações começaram em novembro de 2022, a partir de comunicação feita pela
organização não governamental (ONG) SaferNet.
A
denúncia detalhava que um grupo criado em aplicativo de mensagens tinha nome e
foto de perfil em referência à simbologia nazista. Os integrantes ainda
ostentavam a cruz suástica — ou gamada —, o que é proibido pela legislação
penal brasileira.
O
grupo denunciado, público e disponível para acesso mundial, usava o nome
Schutzstaffel — força armada alemã conhecida pela sigla SS —, em referência à
organização paramilitar ligada ao partido nazista de Adolf Hitler.
As
ordens judiciais cumpridas nesta manhã pretende descobrir a participação dos
envolvidos nos crimes investigados. Durante as buscas, os policiais apreenderam
celulares, um machado, uma faca e um livro com matéria sobre a Schutzsttafel.
O
crime de apologia ao nazismo prevê pena de até cinco anos de prisão.
O
nome da ação da PF faz uma referência ao codinome usado pelos aliados para
desembarque de soldados na Normandia, durante a Segunda Guerra Mundial, também
conhecido como Dia D, cujo objetivo era libertar a Europa do domínio nazista.
Candidato “coach” à presidente entra na
mira da PF
A
Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira uma operação que investiga a
ocorrência de crimes eleitorais, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro nas
eleições de 2022. Um dos alvos de mandados de busca é o coach Pablo Marçal, que
foi pré-candidato à Presidência da República pelo PROS. Em função de
divergências internas no partido, ele acabou concorrendo a deputado federal.
Segundo
a PF, os alvos fizeram doações milionárias às campanhas, “sendo que boa parte
desses valores foi remetido posteriormente às próprias empresas das quais são
sócios”. À Justiça eleitoral, ele e a esposa declararam ter repassado à própria
campanha R$ 481 mil.
Ao
todo, os agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão nas residências
dos alvos e nas sedes das empresas supostamente envolvidas no esquema, em
Barueri e Santana de Paranaíba (SP).
Marçal
chegou a ser eleito deputado federal, mas teve a candidatura indeferida pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com
mais de 5 milhões de seguidores só no Instagram, Marçal ganhou notoriedade ao
se lançar candidato à presidência da República e declarar um patrimônio de mais
de R$ 88 milhões à Justiça Eleitoral.
O
PROS oficializou o nome dele ao Planalto durante um megaevento na Arena
Barueri, em São Paulo, em maio. A candidatura dele, no entanto, foi retirada
pelo partido em agosto, contra a vontade do coach, que, depois de tentativas de
derrubar a decisão da sigla, decidiu apoiar o então candidato Jair Bolsonaro.
Sem
a candidatura à presidência, o coach tentou uma vaga na Câmara dos Deputados.
Com os votos que obteve, ele teve uma decisão favorável do Tribunal Regional
Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que o considerou deputado eleito, mas o TSE
acabou suspendendo o ato. Com isso, o petista Paulo Teixeira – hoje ministro do
Desenvolvimento Agrário – recuperou a vaga que havia perdido com a recontagem
dos votos.
Após
as eleições, Marçal se afastou da política e voltou a se dedicar ao coaching.
Na
última semana, Marçal teve seu nome novamente citado em um caso de repercussão
após um técnico de audiovisual morrer depois de sofrer uma descarga elétrica e
cair de uma altura de quase três metros em um dos estúdios do coach. O caso
ocorreu poucos dias após Bruno da Silva Teixeira, de 26 anos, morrer depois de
sofrer uma parada cardíaca durante uma maratona de rua realizada pelo grupo
empresarial comandado por Marçal, no Alphaville, em São Paulo.
• Pablo Marçal após operação da PF: “Sou
um perseguido político”
Alvo de uma operação da Polícia Federal (PF)
nesta quarta-feira (5/7), o coach Pablo Marçal se manifestou nas redes sociais:
“Agora, oficialmente sou declarado um perseguido político no Brasil. Cancelaram
a minha candidatura a presidente em 2022, de forma equivocada, e roubaram a
minha eleição legítima com quase 250 mil votos para deputado federal por São
Paulo”.
A
PF apura suposta falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral
e lavagem de capitais, ocorridas no curso das eleições de 2022.
Segundo
a PF, os investigados realizaram doações milionárias às campanhas, sendo que
boa parte desses valores foi remetida posteriormente às próprias empresas das
quais são sócios.
Foram
cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e
nas sedes das empresas supostamente envolvidas nos municípios de Barueri e
Santana de Parnaíba.
“Não fui acordado pela PF hoje, pq às 3h45 eu
já estava acordado colocando pressão no sol. Fizeram busca e apreensão na minha
casa com esse documento (foto de destaque) e não acharam nenhuma
irregularidade. Fizeram buscas em 7 endereços (3 empresas, 2 sócios, 1 advogado
e levaram apenas celular e notebook, como de praxe)”, escreveu Marçal.
Ele
explicou que as investigações miram doações que teriam sido usadas para
pagamentos de aeronaves e veículos de propriedade empresarial do grupo
societário do qual parte com o escopo eleitoral.
Marçal
disse que “a perseguição política engendrada contra a minha pessoa é fruto do
pacote que todos estão sofrendo por terem apoiado o presidente Bolsonaro”.
“Claramente, existe uma tentativa de silenciar
as vozes daqueles que defendem a liberdade nesta nação. Coloco tudo à
disposição e acredito que a Justiça Eleitoral usará da firmeza da lei para
cessar essa revolta instaurada sobre mim”, postou.
• Eleições
Pablo
Marçal foi pré-candidato do Pros à Presidência da República no ano passado, mas
teve o nome retirado da disputa pelo próprio partido.
Ele
chegou a ser eleito deputado federal por São Paulo, porém a eleição foi
suspensa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
• Mortes em São Paulo
Duas
investigações em curso na Polícia Civil de São Paulo estão associadas ao nome
de Pablo Marçal.
No
dia 5 de junho deste ano, o consultor Bruno Teixeira, 26 anos, teve parada
cardíaca durante uma “maratona improvisada”, em Barueri, na Grande São Paulo, e
acabou morrendo. Os participantes da corrida trabalhavam em empresas ligadas ao
coach.
Um
grupo com cerca de 30 pessoas se encontrou na sede da empresa Plataforma
Internacional, que pertence a Marçal, com o desafio de correr 21 km. O trajeto,
porém, teria sido ampliado para 42 km.
O
outro caso envolve a morte do técnico de audiovisual Celso Guimarães Silva, 49,
no dia 28 de junho. Ele morreu dois dias após sofrer descarga elétrica e cair
de uma altura de quase cinco metros, em um estúdio do coach Pablo Marçal, em
Barueri, Grande São Paulo.
Em
nota, a assessoria de Pablo Marçal lamentou o ocorrido, confirmou que o
acidente aconteceu em um dos estúdios pertencentes ao coach, mas explicou que o
espaço estava locado a terceiros.
Governador de MG não consegue fazer conta
de dividir
O
governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), virou alvo de brincadeiras
nas redes sociais após errar uma conta durante uma entrevista para a Jovem Pan.
Questionado sobre o número de deputados alinhados no Congresso, o político
afirmou que a metade de 513 era 561. Ao perceber o deslize, Zema tentou se
corrigir, mas errou o cálculo novamente e falou que o total era 556.
“Nós
temos hoje lá a metade dos deputados federais menos um. A metade de 513 é 561.
Então nós temos lá 561 deputados…minha matemática de cabeça está falhando. Eu
sei que nós tenho metade menos um que é um peso muito grande lá na Câmara
federal. Não, 556. Agora que veio o número certo” falou o governador.
O
deputado federal Rogério Correia (PT -MG) foi um dos que fizeram piada da
confusão de Zema. Em suas redes, o parlamentar brincou que se não fosse
bloqueado pelo governador nas redes, poderia oferecer a ele um “reforço de
matemática”.
“Se
o Zema não tivesse me bloqueado aqui, eu até poderia oferecer reforço em
matemática pro governador e relembrar meus tempos de sala de aula. Parece que
ele só sabe fazer conta de multiplicação do próprio salário”, publicou.
Houve
ainda quem comparasse o erro de cálculo de Zema com as declarações da ex-presidente
Dilma Rousseff, que constantemente via falas suas virarem memes na internet.
Fonte:
Veja/Metrópoles/O Globo
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