terça-feira, 11 de julho de 2023

INFAME: Eduardo Bolsonaro diz que professores são piores do que traficantes

O grupo Pró-Armas Brasil realizou um evento na manhã deste domingo (9) em Brasília. No ato do grupo, foi defendido o direito do cidadão de ter armas. Até aí, tudo bem, o Brasil é uma democracia e convive com grupos ideológicos de várias cores.

No entanto, o que realmente roubou a cena no evento - e não foi por um bom motivo - foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, ao discursar, afirmou que os professores são piores do que traficantes e que devem ser vigiados pelos pais.

"Prestem atenção na educação dos filhos. Tirem um tempo para saber o que eles estão aprendendo nas escolas, não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar nossas crianças. Não há diferença entre um professor doutrinador e um traficante de drogas, que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa", declarou Eduardo Bolsonaro.

PROFESSOR DOUTRINADOR x TRAFICANTES

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou durante discurso em marcha pró-armas, neste domingo (9/7), que os “professores doutrinadores” são piores do que traficantes de drogas, pois eles causam discórdia dentro das famílias e influenciam para a destruição da “instituição chamada família”. As declarações foram feitas em um evento que marchou em direção ao Congresso Nacional.

“Se tivermos uma geração de pais que prestem atenção na criação dos filhos, tirem um tempo para ver o que eles aprendem nas escolas, não vai ter espaço para professor doutrinador querer sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime”, alegou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Eduardo disse ainda que um “professor doutrinador” pode ser pior que um traficante, pois ele consegue estremecer as relações familiares. “Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação. Ele vai falar que o pai oprime a mãe, a mãe oprime o filho e que a instituição chamada família tem que ser destruída”, afirmou.

Em continuidade ao discurso, o deputado falou que gosta da frase bíblica em que diz que a mulher deve ser submissa ao homem e que o homem deve amar a mulher “assim como Deus amou a igreja”. “Deus amou a igreja dando a sua própria vida. Quando um cara entra na sua casa, é você quem deve dar o primeiro combate. Não é o governo, não é, com todo respeito, a polícia”, argumentou Eduardo ao defender a posse de arma que, segundo ele, “é sobre liberdade”.

•        Eduardo Bolsonaro: pró-armas fez "excelente trabalho" por ser vinculado ao 8/1

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) falou que se o movimento pró-armas está sendo vinculado aos ataques de 8 de janeiro é porque “estão fazendo um excelente trabalho”. A declaração foi dada neste domingo (9/7), em Brasília, durante evento do movimento pró-armas. O ato promoveu uma marcha até o Congresso Nacional em favor da posse de armas e da “legítima defesa”.

 “Na CPMI do 8 de janeiro eu vi o pró-armas recebendo um ataque, pessoas tentando vincular o pró-armas ao 8 de janeiro. Sabe o que isso significa? Significa que vocês estão fazendo um excelente trabalho”, defendeu Eduardo.

O deputado ainda disse que as pessoas presas em decorrência dos ataques antidemocráticos aos prédios dos Três Poderes foram alvos de “covardia”. “Vocês estão vendo toda a covardia que fazem, não só com meu pai com esses processos de indenização, mas às pessoas que foram presas”, afirmou.

“Vocês já viram aqui 1500 pessoas presas, em um só dia, numa operação de combate ao tráfico de drogas? E se ocorresse, quem vocês acham que ia direto, nem na porta da cadeira, estaria de plantão na porta da delegacia para acompanhar o flagrante? O pessoal do Luiz Eduardo Greenhalgh. O Greenhalgh é o pai do estatuto do desarmamento”, alegou Eduardo, em referência à quantidade de pessoas presas após os ataques de 8 de janeiro.

•        Deputado critica reforma tributária

Eduardo Bolsonaro finalizou o discurso na marcha pró-armas com uma crítica à reforma tributária. “Vocês estão vendo a reforma tributária. A gente pede mais tempo para discutir uma proposta que não tem nem um mês que está feito o relatório ali na Câmara. Mudança de texto com dezenas, ou centenas de páginas, que a gente não tem nem 24 horas para analisar. Aquelas letras que mais parecem letras de rodapé de contrato, que até eu que sou advogado tenho dificuldade de ler, mas querem fazer aprovar”, disse.

“Quando a gente começa a contestar, pedindo mais tempo, do que é que eles nos acusam? De extremistas, de jogar contra o Brasil. É porque eles não têm argumentos para nos contrapor. Estou falando da reforma tributária, mas isso também vale para as armas, para a defesa da família, vale para a defesa do policial”, alegou o deputado.

Eduardo também aproveitou o discurso no evento a favor do armamento para reforçar o argumento da extrema-direita de que o Brasil está caminhando em direção à Venezuela, para se tornar uma ditadura. “Vocês imaginam o que é sentar com esses caras [parlamentares da esquerda] sabendo que eles querem vir pra cima de vocês e acabar com o direito de ter armas? Não por uma questão de segurança, mas em uma pretensão de instalar uma ditadura. É complicado o jogo, o jogo é bruto”, pregou.

O deputado defendeu também que o Brasil está caminhando na direção para se tornar um dos países mais violentos do mundo. “Mas nenhum de nós vai desistir do Brasil. Eu queria contar com vocês. As manifestações estão retornando, as pessoas têm vontade de ir na rua, mas também tem receio, porque é isso que objetiva uma ditadura: punir os outros de uma maneira, o quanto possível, mais arbitrária, para justamente desencorajar aqueles que querem fazer o certo, que querem lutar pela democracia”, finalizou.

•        Eduardo Bolsonaro é detonado nas redes após dizer que professores são piores que traficantes

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) causou revolta na internet e entre seus colegas deputados ao afirmar, durante um evento pró-armas realizado em Brasília, que professores são piores do que traficantes.

"É importante prestar atenção na educação dos filhos. Dedique um tempo para saber o que eles estão aprendendo nas escolas, para que não haja espaço para professores doutrinadores tentarem sequestrar nossas crianças. Não há diferença entre um professor doutrinador e um traficante de drogas, que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, pois ele causará discórdia dentro de sua própria casa", declarou Eduardo Bolsonaro.

Parlamentares de centro e esquerda se manifestaram nas redes sociais e criticaram Eduardo Bolsonaro. Para os deputados progressistas, a declaração de Eduardo resume o projeto de sociedade da extrema direita: atacar educadores e defender criminosos.

•        Grupo pró-armas fez ato a 600m do Congresso

Um grupo de militantes de extrema direita do movimento pró-armas está neste momento realizando um ato em Brasília, a 600 metros do Congresso Nacional, após percorrerem um trecho de pouco mais de um quilômetro da capital federal. Ontem, 8 de julho, foi a data que marcou os seis meses da tentativa de golpe de Estado levada a cabo por bolsonaristas de várias partes do país, que resultou na depredação e vandalização das sedes dos Três Poderes da República.

Quem está presente na manifestação dos radicais favoráveis à venda indiscriminada de armas é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado pelo presidente Lula (PT) na eleição do ano passado, que ao se negar a aceitar o resultado fomentou o radicalismo de seus fanáticos seguidores.

O repórter Mauro Lopes, da Fórum, esteve no local e testemunhou a movimentação dos extremistas armamentistas, que naquele momento se concentravam em frente à Catedral de Brasília.

“Há centenas de pessoas, não mais do que isso, e também há pelo menos uma centena de PMs, ao redor da manifestação. É algo assustador, porque há exatos seis meses ocorria a tentativa de golpe de 8 de janeiro. E eles descem a Esplanada (dos Ministérios) justamente em direção ao Congresso, mas conversando com um tenente da PM me foi passada a informação de que eles não chegarão perto da Praça dos Três Poderes, ficarão numa área a 600 metros de lá”, disse Mauro.

Nas imagens da manifestação é possível ver várias bandeiras de estados brasileiros, de clubes de tiro e até o pendão do Brasil Império, o que apenas reforça o caráter ultrarreacionário dos militantes que se juntaram para a “celebração” das armas.

A Fórum entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar do Distrito Federal para pedir esclarecimentos sobre quem autorizou um ato relacionado a armas, e com participantes vinculados a clubes de tiro e com registros de CAC, num local tão próximo ao centro do poder político nacional, sobretudo após os trágicos intentos de 8 de janeiro, assim como para saber qual era o efetivo policial destinado à manifestação. Até o momento não houve retorno por parte da PMDF. O espaço segue aberto para o posicionamento da corporação.

•        Deputado irresponsável pode perder o mandato após comparar professores com traficantes

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) causou revolta entre os brasileiros neste domingo após comparar professores com traficantes e afirmar que os educadores são piores do que os criminosos. As declarações do parlamentar foram dadas durante manifestação do grupo Pró-Armas Brasil, realizada no domingo (9) em Brasília.

No entanto, o ataque de Eduardo Bolsonaro contra os professores pode lhe custar o mandato. Na manhã desta segunda-feira (10), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) revelou que vai entrar com uma ação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

"Vamos entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Eduardo Bolsonaro. Esse insulto a todos os professores brasileiros não pode ficar impune!", revelou Guilherme Boulos.

 

       Dino pede que PF analise discursos de evento com Eduardo Bolsonaro

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino , determinou nesta segunda-feira (10) que a Polícia Federal investigue os discursos durante um ato armamentista em Brasília, o qual o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP)  participou no domingo (9).

O objetivo da apuração é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos, conforme anunciou o ministro pelas redes sociais.

Nas redes sociais, Dino escreveu que o objetivo da apuração é "identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos".

No domingo (9), Eduardo subiu em um carro de som colocado na frente do Congresso e defendeu alterações na legislação relacionadas ao porte e posse de armas. Durante a fala, ele atacou professores, comparando-os a traficantes de drogas.

Seguindo discurso do pai, Eduardo ainda afirmou que o Brasil caminha para a mesma direção da Venezuela.

“A Venezuela é o país mais violento do mundo, e o Brasil vai voltar a caminhar nesse sentido. Infelizmente, vai roubar muita vida de inocente, porque os caras do Ministério da Justiça não querem dar o acesso à legítima defesa a todos nós.”

O deputado também fez críticas à CPI que investiga os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro. “Na CPI do 8 de janeiro, vi pró-armas recebendo um ataque e pessoas tentando vincular o pró-armas ao 8 de Janeiro. Sabe o que isso significa? Que vocês estão fazendo um excelente trabalho”, salientou.

O grupo que se manifestou no domingo defende mudanças na legislação do país relacionadas ao porte e à posse de armas. Esta foi a primeira edição do ato.

Contrário ao armamento da população, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu um recadastramento de armas de fogo no país. A medida atingiu as armas adquiridas a partir de 7 de maio de 2019, data do decreto de Bolsonaro que ampliou o acesso dos civis aos armamentos.

•        Bia Kicis critica Dino por mandar PF investigar fala de Eduardo Bolsonaro

A deputada Federal Bia Kicis (PL-DF) criticou, nesta segunda-feira (10/7), no Twitter, a iniciativa do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flavio Dino, em determinar que a Polícia Federal (PF) investigue uma declaração feita pelo parlamentar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em que ele compara professores a traficantes de drogas.

Em sua publicação na rede social, Bia Kicis comentou o tuíte em que Dino anuncia que acionará a PF para apurar as declarações do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O anúncio criticado por Kicis foi feito na manhã desta segunda, no perfil de Flavio Dino, no Twitter. Dino escreveu que determinou "à Polícia Federal que faça análise dos discursos proferidos neste domingo em ato armamentista, realizado em Brasília. Objetivo é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos".

 

Fonte: Fórum/Correio Braziliense

 

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