“Divórcio do sono”:
dormir separado pode melhorar a relação do casal? Entenda
Dormir
em quartos separados pode mais saudável para as relações de casais? Uma
pesquisa da Sleep Foundation aponta que um a cada cinco casais americanos que
moram juntos tem optado por dormir em quartos diferentes.
A
prática, que recebeu o nome de “divórcio do sono”, tem sido uma alternativa
usada para casais que buscam respeitar a individualidade um do outro.
O
sono é uma necessidade básica e essencial para a saúde e bem-estar de qualquer
indivíduo. Durante o descanso, o corpo se recupera, o cérebro processa as
informações e ocorre a consolidação da memória. No entanto, diversos fatores
podem prejudicar uma noite de sono tranquila, e compartilhar a cama com o
parceiro, ainda de acordo com o estudo, pode ser um deles.
Distúrbios
do sono como ronco, insônia ou movimentos constantes durante a noite são comuns
em muitos casais. Essas perturbações podem levar a noites mal dormidas,
irritabilidade durante o dia e até mesmo problemas de saúde a longo prazo.
Conscientes disso, alguns casais estão optando por dormir em quartos separados
para evitar tais interrupções e melhorar sua qualidade de sono.
Embora
possa parecer incomum à primeira vista, essa prática não necessariamente
precisa ser vista como um sinal de problemas conjugais. Pelo contrário, é um
passo que os casais modernos estão dando para promover a saúde e o bem-estar
pessoal e, por consequência, fortalecer o relacionamento.
A
psicóloga e mestre em Psicologia e Saúde pela Universidade Federal de Ciências
da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) Ana Streit explica que,
acima de tudo, é preciso cuidar da relação.
“O
essencial é avaliar o quanto dormir em camas separadas, de fato, beneficiará a
relação. Ou seja, é preciso pensar se é uma solução ou se está apenas
camuflando algum problema não resolvido que pode ser da relação ou mesmo algum
problema de saúde”, diz a psicóloga.
Em
outra pesquisa realizada neste ano pela Sleep Foundation. com 1.250 adultos
também americanos, 1,4% dos entrevistados dormiram separados dos parceiros
durante um ano ou mais.
Um
pouco mais da metade (52,9%) dos participantes afirmaram que dormir sozinho
melhorou a qualidade do sono. A especialista afirma, no entanto, que a atitude
de dormir em quartos diferentes pode gerar um distanciamento físico e acarretar
em distanciamento emocional.
“O
relacionamento amoroso tem um caráter diferente de todos os outros, no caso, a
atração. Ao aceitar uma relacionamento amoroso pobre em atração e conexão
emocional, a pessoa deixa de viver uma relação em sua plenitude e, com isso,
perde o que só o envolvimento entre um casal pode oferecer.”
Ana
provoca uma reflexão para os casais que estiverem pensando em dormir separados.
“Quais os momentos que o casal terá de intimidade e conexão, para além das
relações sexuais? Qual a profundidade da sintonia emocional do casal? É preciso
ficar atento para não estar sozinho dentro de um relacionamento”, diz.
É
essencial que os casais que optem por dormir em quartos separados mantenham uma
comunicação aberta e honesta para evitar qualquer sentimento de rejeição ou
distanciamento. Compreender as necessidades individuais de cada um e encontrar
maneiras de fortalecer a conexão e a intimidade fora do quarto é fundamental
para que a escolha seja benéfica para ambos.
Ø
Traição
pode gerar impactos negativos para a saúde mental; psicóloga explica
Semana
que passou, um assunto ganhou força nas redes sociais: a suposta traição do jogador Neymar com a
namorada, Bruna Biancardi.
O fato da influencer estar esperando o primeiro filho do casal e da
“infidelidade” ter acontecido na véspera do Dia dos Namorados fez com que a
história ganhasse ainda mais peso.
Para
a psicóloga e mestre em psicologia e saúde Ana Streit, o impacto das consequências negativas da quebra de
confiança pode afetar diretamente a saúde mental da pessoa traída.
“Alguns
estudos apontam que uma traição pode gerar em quem foi traído um quadro de
sintomas muito semelhante ao do TEPT (Transtorno
de Estresse Pós-Traumático). Isso quer dizer que, emocionalmente e fisicamente,
quem foi traído experimenta reações de um pós-trauma, como alguém que foi
assaltado ou sofreu um grave acidente de carro, por exemplo. Nesta situação,
pensamentos recorrentes e ruminativos sobre a traição geram a sensação de
vulnerabilidade e perda de controle em quem sofreu o trauma”, comenta a
especialista.
Além
disso, de acordo com a psicóloga, a traição pode desencadear quadros de
ansiedade e hipervigilância, como problemas de sono, concentração, isolamento,
raiva ou desejo de vingança.
“É
exatamente o que mostra o estudo publicado no Sexual Addiction &
Compulsivity, que revelou que as esposas dos homens que tinham um alto padrão
de infidelidade, quando confrontadas aos eventos de deslealdade de seus
parceiros, experimentaram sintomas de estresse semelhantes aos vividos pelos
indivíduos com TEPT.”
·
Como evitar que uma traição aconteça?
Superar
uma traição é um processo longo e desafiador. Por isso, afim de evitá-la, é
preciso que o casal construa uma relação com alta métrica de confiança e
conexão. Quanto maior essa métrica, menor a chance da infidelidade ser tida
como uma possibilidade presente na mente das pessoas no relacionamento, pois os
esforços de ambos estarão no fortalecimento da relação, diz uma das dicas da
especialista.
Segundo
a psicóloga, diálogo e sinceridade são sempre bons aliados em uma relação
amorosa. “Com uma alta métrica de confiança, ambos experimentam a sensação de
ter uma base sólida, o que aumenta a probabilidade do relacionamento permanecer
feliz a longo prazo. Uma métrica baixa de confiança indica que o casal precisa
ter conversas honestas sobre a relação, sobre o quanto confiam um no outro e
estão dispostos a construir mais transparência e investimento na relação, seja
sozinhos ou buscando ajuda especializada, como uma terapia de casal”, explica.
Ana
Streit enfatiza, ainda, a importância da ajuda psicológica ou psiquiátrica para
superar um trauma causado por uma traição. “Duas atitudes são essenciais:
acionar a rede de apoio, amigos, família, pessoas que possam acolher e oferecer
apoio físico e emocional, enquanto o indivíduo se reestrutura, e buscar
tratamento profissional para que possa se recuperar do trauma. O acompanhamento
especializado tem o objetivo de fazer a pessoa ter eficácia e agilidade para
lidar com a ferida do apego que é a traição, bem como não se perder em meio a
dor e ao sofrimento, podendo se reorganizar o quanto antes e seguir em frente.”
As
dicas de Streit revelam que o caminho da cura pode ser árduo, mas é possível.
Com ajuda profissional, resiliência e determinação, qualquer indivíduo pode
superar os impactos negativos de uma traição e redescobrir a confiança em um
relacionamento.
Fonte:
CNN Brasil
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