Coreia do Norte diz
que plano dos EUA de enviar bombas de fragmentação para Ucrânia é
"criminoso"
A
Coreia do Norte condenou na terça-feira a decisão do presidente dos Estados
Unidos, Joe Biden, de enviar bombas de fragmentação para a Ucrânia como um
"ato criminoso" e exigiu a retirada imediata do plano.
O
fato de Biden ter admitido que foi uma decisão difícil mostra que ele estava
ciente das consequências desastrosas do uso de bombas de fragmentação, disse a
ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, em
comunicado divulgado pela agência de notícias oficial KCNA.
"Condeno
veementemente a decisão dos EUA de fornecer armas de destruição em massa à
Ucrânia como um ato criminoso perigoso, uma vez que tenta levar o mundo a uma
nova calamidade, e exijo que seja retirado imediatamente", afirmou ela.
A
reclusa Coreia do Norte tem buscado laços mais estreitos com o Kremlin e apoiou
Moscou depois da invasão da Ucrânia em fevereiro do ano passado.
Os
Estados Unidos anunciaram na semana passada que enviarão à Ucrânia as
controversas armas - proibidas por mais de 100 países - como parte de um pacote
de segurança de 800 milhões de dólares.
A
Ucrânia disse que a decisão dos EUA ajudará a liberar o território ucraniano,
mas prometeu que as munições não seriam usadas na Rússia.
Ø China pede aos
países que 'parem de jogar mais lenha na fogueira' com bombas de fragmentação
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores
chinês sugeriu que as munições de fragmentação pudessem "facilmente levar
a problemas humanitários", em aparente referência aos Estados Unidos.
Muitos países criticaram os EUA por sua decisão de
entregar munições de fragmentação à Ucrânia, disse na segunda-feira (10) Mao
Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
"Um fornecimento irresponsável de bombas de
fragmentação poderia facilmente levar a problemas humanitários. É necessário
resolver a segurança militar e os problemas humanitários de forma equilibrada,
exercitar a contenção e a cautela na transferência de munições de
fragmentação", disse ela.
Mao sugeriu que todos os lados "parassem de
jogar mais lenha na fogueira e de intensificar as disputas que agravam ainda
mais a crise na Ucrânia".
Bombas de fragmentação (imagem referencial) -
Sputnik Brasil, 1920, 09.07.2023
Operação militar especial russa
Munições de fragmentação que EUA enviarão a Kiev
representam grande risco para civis, diz mídia
9 de julho, 04:08
Na sexta-feira (7), o Departamento de Defesa dos EUA
anunciou uma nova rodada de assistência militar para a Ucrânia, que inclui
munições convencionais aprimoradas de dupla finalidade, também conhecidas como
bombas de fragmentação.
As bombas de fragmentação são lançadas em queda
livre e contêm um dispositivo que, quando aberto, libera milhares de pequenas
minibombas que são dispersas em um raio de até 400 metros.
Ø
Rússia
ataca Kiev e outras cidades ucranianas antes de cúpula da Otan
A
Rússia lançou ataques contra a capital da Ucrânia, Kiev, o porto de Odessa, no
Mar Negro, e a região sul de Kherson, nesta terça-feira, antes do início de uma
cúpula da Otan na Lituânia, onde as ameaças de segurança de Moscou estavam na
agenda.
Nenhuma
morte foi relatada em ataques noturnos de drones em Kiev e Odessa, mas um
bombardeio russo matou uma mulher no vilarejo de Sofiivka, no sul, e feriu duas
pessoas na cidade de Kherson, disse o governador de Kherson, Oleksandr
Prokudin.
Alertas
aéreos foram emitidos em toda a Ucrânia e os combates continuaram enquanto os
líderes da Otan se reuniam para uma cúpula que o Kremlin criticou, alertando
que Moscou responderia para proteger sua própria segurança.
"O
inimigo atacou Kiev do ar pela segunda vez neste mês", escreveu Serhiy
Popko, chefe da administração militar de Kiev, no aplicativo de mensagens
Telegram.
A
Força Aérea disse que 26 dos 28 drones kamikaze Shahed de fabricação iraniana
lançados pela Rússia durante a noite foram abatidos.
Os
militares disseram que os destroços que caíram danificaram vários edifícios na
região de Kiev. Um prédio administrativo no porto de Odessa também foi
danificado, e um incêndio foi rapidamente extinto em um terminal de grãos perto
do porto, segundo autoridades.
Na
cúpula de Vilnius, os líderes da Otan disseram que a Ucrânia receberá uma
"mensagem positiva" ao buscar a adesão. Moscou citou a expansão da
Otan para o leste como um fator em sua decisão de enviar tropas para a Ucrânia
em fevereiro de 2022. A Rússia nega ter alvejado deliberadamente civis.
·
Drones russos atacam terminais de grãos em porto da
região ucraniana de Odessa
A
Ucrânia informou nesta terça-feira (11) que drones russos atacaram instalações
de grãos em um porto da região de Odessa (sul), um dos três terminais marítimos
cruciais para o acordo de exportação entre Kiev e Moscou, que está a ponto de
expirar.
“As
forças de defesa aérea não permitiram que o plano do inimigo de atacar o
terminal de grãos de um dos portos de Odessa fosse concretizado”, afirmou em um
comunicado o governador regional Oleg Kiper.
O
exército ucraniano afirmou que derrubou 26 drones russos durante a noite. Algumas
horas antes, as autoridades relataram um ataque noturno com drones contra a
capital Kiev.
“O
inimigo atacou Kiev por via aérea pela segunda vez este mes”, anunciou a
administração militar de Kiev no Telegram.
O
ataque utilizou drones explosivos de fabricação iraniana Shahed, lançados a
partir do sul, provavelmente da região russa de Krasnodar, segundo a nota
militar.
“Todos
os alvos aéreos que avançavam em direção a Kiev foram destruídos pelas forças e
com os recursos de nossa defesa aérea”, acrescentou a administração militar.
O
ministério do Interior ucraniano informou que destroços de drones Shahed foram
encontrados em uma área não divulgada da região de Kiev.
Os
alertas de ataques aéreos também foram acionados nas regiões de Mykolaiv,
Kherson, Kirovogrado, Poltava e Kharkiv.
Os
ataques coincidem com a reunião de cúpula da Otan em Vilnius, Lituânia, onde o
presidente ucraniano Volodimir Zelensky se reunirá na quarta-feira com o
presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para defender o direito de seu país
de entrar para a aliança militar.
Ø
Confiança
em Putin tem baixa histórica em média de 24 países
Enquanto
a guerra na Ucrânia continua, cresce o descrédito sobre o líder russo, aponta
sondagem global. Já a opinião internacional sobre o presidente ucraniano,
Volodimir Zelenski, é mais variada.De acordo com uma sondagem divulgada nesta
segunda-feira (10/07) pelo think tank americano Pew Research Center, a
percepção global sobre a Rússia e o seu presidente, Vladimir Putin, é a pior de
todos os tempos.
O
levantamento, realizado em 24 nações, descobriu que, em média, 82% dos
entrevistados dizem ter pouca ou nenhuma confiança no líder russo para “fazer a
coisa certa em relação aos assuntos mundiais”.
A
confiança em Putin atingiu uma baixa recorde em nove países, incluindo na
Alemanha, onde caiu de 14% em 2022 para 8% em 2023.
No
Brasil, a confiança no presidente russo caiu de 17% para 12% entre 2019, ano da
última pesquisa anterior, e 2023. Já o nível de desconfiança subiu 16 pontos
percentuais, indo de 61% para 77%.
No
entanto, a confiança em Putin atingiu recordes na Índia e na Indonésia. A
parcela de indianos que expressam confiança no presidente russo aumentou 17
pontos percentuais desde que o Pew Research Center fez a pesquisa pela primeira
vez, em 2019. Na Indonésia, a confiança no russo aumentou 7 pontos, de 36% em
2019 para 43% em 2023.
Depois
que a Rússia invadiu a Ucrânia, os níveis de confiança em Putin atingiram
baixas recordes em quase todos os países pesquisados, principalmente na
Alemanha, Israel e Espanha.
O
Pew Research Center também entrevistou pessoas sobre a opinião em relação ao
presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, sobre a Otan e sobre alguns dos
líderes da aliança.
·
Visões
mistas sobre Zelenski
As
opiniões sobre Zelenski são mais variadas em comparação com as sobre Putin. Uma
média de 51% nos 24 países tem pelo menos alguma confiança em Zelenski para
fazer a coisa certa em relação aos assuntos mundiais, enquanto 39% dizem ter
pouca ou nenhuma confiança no líder ucraniano.
Na
Europa, ele tem alta confiança da população na Holanda (73%), Suécia (86%) e
Reino Unido (77%), mas menos na Grécia (28%), Hungria (11%) e Itália (38%). No
Brasil, está em 33%.
A
confiança em Zelenski varia de acordo com a ideologia. Os à esquerda do
espectro político confiam mais nele do que os de direita em seis países,
incluindo nos Estados Unidos, onde três quartos da esquerda confiam em Zelenski
em comparação com a metade da direita. No entanto, a direita mostra mais
confiança no ucraniano do que a esquerda na Argentina, Grécia, Coreia do Sul e
Espanha.
·
Otan
e seus líderes
A
Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que apoia a Ucrânia desde a
invasão russa em grande escala iniciada em fevereiro de 2022, é vista
favoravelmente em 11 de seus países membros incluídos na pesquisa: Polônia,
Holanda, Reino Unido, Alemanha, Itália, EUA, Canadá, França, Hungria, Espanha e
Grécia.
Nesses
países, 62% dos entrevistados têm uma visão positiva da Otan, enquanto 31% têm
uma visão desfavorável da aliança militar.
Os
pesquisadores também descobriram que as opiniões na Suécia, que está a um passo
de se tornar membro da aliança, estão entre as mais positivas, com 78% tendo
uma opinião favorável da Otan.
·
Líderes
mundiais associados à guerra na Ucrânia
As
opiniões globais sobre o presidente dos EUA, Joe Biden, o presidente francês,
Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, são mais favoráveis do que
as sobre Putin.
Nos
24 países pesquisados, 54% das pessoas expressaram confiança na capacidade de
Biden de lidar com assuntos mundiais. Macron e Scholz ficaram logo atrás, com
índices de confiança de 50% e 49%, respectivamente.
A
confiança em Macron caiu significativamente no ano passado em alguns países da
Otan. Por exemplo, a confiança no presidente francês caiu 16 pontos percentuais
no Canadá, de 66% em 2022 para 50% em 2023.
Ø
Moscou:
Putin se reuniu com o chefe do Grupo Wagner no Kremlin 5 dias após tentativa de
motim
O
presidente russo Vladimir Putin se reuniu no Kremlin com o líder do Grupo
Wagner Yevgeny Prigozhin e os dirigentes da empresa militar privada, para a
reunião foram convidadas 35 pessoas, lá se discutiram os eventos de 24 de junho
e outras questões, disse Dmitry Peskov, o porta-voz do presidente russo.
"De
fato, o presidente teve tal reunião. Ele convidou 35 pessoas. Todos os
comandantes dos destacamentos e os dirigentes da empresa. Incluindo o próprio
Prigozhin. Esta reunião aconteceu no Kremlin em 29 de junho. Durou quase três
horas", disse o porta-voz aos jornalistas.
Peskov
observou que os detalhes desta reunião não são conhecidos, mas delineou os
tópicos.
"A
única coisa que podemos dizer é que o presidente fez uma avaliação das ações da
empresa no front no decorrer da operação militar especial, e deu sua avaliação
dos eventos de 24 de junho, os comandantes também contaram a sua versão dos
acontecimentos."
Além
disso, Peskov disse que os comandantes do Grupo Wagner afirmaram na reunião com
o presidente russo no Kremlin que são seus apoiadores convictos e estão prontos
para continuar a lutar pela Pátria.
"Eles
enfatizaram que são apoiadores firmes e soldados do chefe de Estado e
comandante supremo. E eles também disseram que estão prontos para continuar a
lutar pela Pátria", disse o representante do Kremlin.
Na
noite de 24 de junho, na cidade russa de Rostov-no-Don, a sede do Distrito
Militar do Sul foi tomada pelas forças e equipamentos do Grupo Wagner.
A
rebelião armada foi interrompida graças às difíceis negociações que o líder
belarusso Aleksandr Lukashenko conduziu durante todo o sábado, em acordo com
Vladimir Putin.
Como
resultado, Prigozhin concordou em ir para Belarus, alguns dos combatentes que
não participaram da rebelião se ofereceram para assinar um contrato com o
Ministério da Defesa e o resto do Grupo Wagner não será perseguido.
Fonte:
Reuters/Sputnik Brasil/IstoÉ
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