O que significa
quando uma pessoa desvia o olhar ao falar, de acordo com a psicologia
O contato visual
revela muito mais sobre uma pessoa do que se imagina. Como parte essencial da
comunicação não verbal, evitar ou desviar o olhar pode carregar significados
variados, dependendo do contexto social. Mas o que exatamente está sendo transmitido
quando alguém desvia o olhar em vez de nos encarar diretamente? E o que nós, ao
fazermos o mesmo, estamos comunicando à outra pessoa?
·
1.
Timidez ou ansiedade social
Em muitas
situações, evitar o contato visual pode ser um sinal de timidez ou introversão.
Pessoas tímidas geralmente acham mais fácil se comunicar sem fazer contato
visual e isso pode ser acompanhado de outros comportamentos, como falar em um
tom de voz baixo, corar facilmente ou não se destacar em uma multidão.
A timidez, por si
só, pode ser algo simples, mas também pode esconder um medo intenso de ser
julgado pelos outros, levando à ansiedade social. Essa
condição frequentemente se manifesta por comportamentos como desviar o olhar,
corar ou suar, especialmente em situações onde o contato visual ou a interação
social geram desconforto.
·
2.
Transtornos do espectro autista (TEA)
A sobrecarga
sensorial que acontece quando olhamos nos olhos uns dos outros pode ser física
e emocionalmente muito estimulante para pessoas com Transtornos do
espectro autista (TEA).
·
3.
Esconder algo
Os olhos são
conhecidos como o espelho ou a porta para a alma, sendo incrivelmente
reveladores e incapazes de guardar segredos. Se gostamos de alguém, cometemos
algo que preferimos não contar ou estamos escondendo algo, seja positivo ou
negativo, olhar diretamente nos olhos é a maneira mais rápida de expor o que
sentimos ou pensamos.
Nesses casos, falar
sem estabelecer contato visual torna-se mais fácil. É mais confortável desviar
o olhar do que encarar diretamente as retinas da outra pessoa, especialmente
quando estamos tentando ocultar algo.
·
4.
Desconforto
Além das razões
mencionadas, se você conversar com alguém que não olha nos seus olhos, isso
pode ser sinal de desconforto com a conversa ou desinteresse. Existe uma grande
diferença entre as duas situações: uma reunião com o chefe não é o mesmo que um
bate-papo com um colega de escritório. No entanto, em ambos os casos, desviar o
olhar pode ser uma resposta ao desconforto ou ao desinteresse, respectivamente.
·
5.
Sintomas depressivos
Pessoas com
sintomas depressivos tendem a
olhar para os olhos dos outros por períodos mais curtos do que aquelas que não
apresentam esses sintomas. Essa conclusão foi tirada de um estudo no qual os
pesquisadores observaram que essas pessoas desviavam o olhar com mais
frequência.
·
6.
Tempo para pensar
Em uma conversa, é
comum desviar o olhar, enquanto o ouvinte mantém o contato visual. Isso
acontece porque, ao acessar a informação que vamos compartilhar, olhamos para o
"infinito" como uma forma de buscar concentração. Se olharmos nos
olhos da outra pessoa, podemos nos distrair e perder o foco.
O que significa
mexer muito as pernas quando se está parado, segundo a psicologia
Você já se pegou
mexendo as pernas enquanto esperava para ser atendida no consultório médico,
estava em uma fila ou até mesmo trabalhando? Esse comportamento pode
parecer apenas uma mania, mas, na verdade, a psicologia tem algumas explicações
bem interessantes para ele.
Esses movimentos
involuntários, que muitas vezes passam despercebidos, podem estar ligados a fatores como
ansiedade,
necessidade de concentração ou até mesmo a uma forma inconsciente de liberar
energia acumulada. Vamos entender melhor o que está por trás desse hábito com a
psicóloga do grupo Mantevida, Hellen Caroline Andrade.
¨ O que significa quando uma pessoa interrompe
constantemente uma conversa, segundo a psicologia
Todos conhecemos
alguém com esse perfil: uma pessoa que interrompe um grupo de amigos, que fala
quando estamos contando alguma coisa e que, independentemente do contexto,
sempre interrompe a conversa para contar seu ponto de vista ou, pior ainda,
para mudar ativamente de assunto. Queremos nos sentir ouvidos, caso o
contrário, o relacionamento pode começar a se desgastar.
As interrupções
constantes de uma mesma pessoa parece um desrespeito conosco e com os nossos
pensamentos, provocando uma sensação de invasão do espaço pessoal, e a
impossibilidade de concluir a ideia sobre a qual falávamos prejudica o processo
de comunicação.
Como explicou Maria
Venetis, professora associada de comunicação da Universidade Rutgers, ao The
New York Times,
isso pode parecer degradante, condescendente e pode nos deixar irritados
“porque implica que minhas ideias ou minha participação são inválidas”. Essa
interrupção é tão desagradável que, segundo a pesquisa de Susan RoAne para seu
livro “What Do I Say Next”, é um dos três principais fatores que encerram uma
conversa.
Os motivos pelos
quais a pessoa interrompe vão além de ser impertinente ou um narcisista que
pouco se importa com o que os outros têm a dizer. Ela nem sequer interrompe
necessariamente por estar entediada. Segundo a psicologia, por trás dessas
interrupções crônicas existem diversos fatores que podem ir desde traços de
personalidade até distúrbios psicológicos e diferenças culturais.
<><> Necessidade
de controle
Para alguns,
interromper os outros pode ser resultado de impaciência. Talvez a conversa não
esteja indo para onde desejam ou esteja se desenvolvendo muito lentamente, na
opinião deles. Eventualmente, essas pessoas têm definido objetivos que desejam
alcançar e a forma de conseguir isso é interrompendo e assim assumindo o
controle da conversa para direcioná-la.
<><> Padrão
de família
É possível que o
adulto que interrompe tenha aprendido esse padrão quando criança. Isso pode
fazer com que pareça para ele um comportamento natural ou algo que se faz quase
automaticamente, porque é assim que sua família se comunica. Não é
justificável, mas explicaria por que, para algumas pessoas, é algo quase inato
que elas acham difícil de evitar. Elas podem até pensar que interromper os
outros é o que torna uma conversa dinâmica, sem saber que seu interlocutor pode
receber isso como algo negativo.
<><> TDAH
ou falta de autocontrole
De acordo com a
Dra. Sharon Saline, “as pessoas com TDAH geralmente
têm controle de impulsos verbais mais fraco e problemas de memória de trabalho
e metacognição. Elas podem interromper e não se lembrar de esperar sua vez
porque não confiam em si mesmas para lembrar depois o que querem dizer”. Isso
também pode ocorrer com pessoas neurodivergentes, pessoas do espectro autista
ou qualquer pessoa sem autocontrole.
Russell Barkley,
especialista em TDAH, afirma em seus livros que esses sintomas ocorrem devido a
déficits na função executiva do cérebro, parte responsável por regular
comportamentos, controlar impulsos e planejar ações.
Essas pessoas
possuem dificuldade em filtrar estímulos irrelevantes e até mesmo em filtrar
seus próprios pensamentos dos outros, o que significa que podem ser capazes de
se concentrar em uma conversa por alguns minutos antes que sua atenção se
desvie.
O especialista em
TDAH, Russell Barkley, afirma em seus livros que esses sintomas ocorrem devido
a déficits na função executiva do cérebro, parte responsável por regular o
comportamento, controlar impulsos e planejar ações. As pessoas com TDAH têm
dificuldade para filtrar estímulos irrelevantes, o que significa que podem se
concentrar em uma conversa por alguns minutos antes de desviar a atenção.
<><> Poucas
habilidades de escuta ativa
Carl Rogers,
promotor da psicologia humanística, explicou que, durante a escuta ativa, é
necessário que “o ouvinte suspenda os seus próprios julgamentos e se envolva
genuinamente na experiência do outro”. Só assim se pode fazer uma interpretação
correta do que é transmitido, quando a escuta é consciente e faz uso de nossas
capacidades cognitivas, sendo também empática e utilizando a inteligência
emocional.
Se a pessoa não
possui capacidade de escuta ativa, em vez de prestar atenção ao que está sendo
dito, ela prepara mentalmente o que quer dizer em seguida, acaba perdendo a
paciência e interrompe.
<><> Excesso
de entusiasmo
A psicóloga Barbara
Fredrickson observou em sua pesquisa sobre
comunicação emocional que as emoções positivas, como o entusiasmo, ampliam a
atenção e levam as pessoas a agir rapidamente. Nas interações sociais, esse
entusiasmo se traduz em uma comunicação mais ativa e possivelmente
interruptiva.
Como explicam os
especialistas da VeryWellMind, “eles interrompem porque estão tão empolgados com
o que você está dizendo que não conseguem esperar até o final da sua declaração
para contribuir com seus próprios pensamentos e sentimentos”. Esse excesso de
impulso mal administrado faz com que interrompam enquanto outros falam, em vez
de controlar a emoção e deixar que a outra pessoa termine o que queria dizer.
<><> Uma
questão de gênero
O último motivo, e
talvez o mais curioso, é que as diferenças de gênero podem ser um motivo para
interrupção. Um estudo da
Universidade George Washington descobriu que os homens interrompem as mulheres
com 33% mais frequência do que outros homens.
Joanna Wolfe, da
Universidade Carnegie Mellon, estuda o papel que o gênero desempenha na
comunicação e afirma que “a pesquisa mostrou que os homens têm mais
probabilidade do que as mulheres de fazer interrupções intrusivas que silenciam
outros oradores, e as mulheres têm mais probabilidade de ser o alvo dessas
interrupções”. É algo para se pensar.
¨ O que significa mexer muito as pernas quando se está
parado?
Se você já se pegou
mexendo as pernas sem parar enquanto estava sentado ou parado, precisa entender
que esse movimento não se trata apenas de uma “mania”.
Para a
psicóloga Hellen Caroline, essa ação repetitiva pode ser uma forma do
corpo expressar inquietação física ou emocional. "Mexer muito as pernas,
ou quaisquer movimentos repetitivos, pode ser uma manifestação de tentativa de
liberar energia acumulada, aliviar ansiedade ou manter o foco em
situações monótonas",
explica.
Em alguns casos,
esse comportamento pode estar associado a condições específicas, como
transtorno de ansiedade, transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) ou
até síndrome das pernas
inquietas (SPI).
"Porém, nem sempre indica um transtorno e pode ser um hábito em situações
de tédio ou nervosismo", pondera a especialista.
<><> Gatilhos
que podem causar esse movimento das pernas
O hábito de mexer
as pernas pode ser desencadeado por diversos fatores — desde questões
emocionais até aspectos físicos ou comportamentais. Segundo a psicóloga,
"ansiedade, estresse, tédio e até a necessidade
de manter a concentração são motivos comuns para esses movimentos
repetitivos."
Quando estamos
ansiosos ou estressados, o corpo tende a buscar formas de liberar a tensão
acumulada, e mexer as pernas pode ser uma solução simples e instintiva. O mesmo
vale para momentos de tédio, em que o movimento atua quase como uma distração
automática. "Em situações em que precisamos manter o foco, balançar as
pernas pode ajudar o cérebro a processar informações ou sustentar a
atenção", complementa Hellen.
<><> Dicas
para controlar ou diminuir o hábito de mexer as pernas
Se essa “mania” vem
causando incômodo em você ou nas pessoas ao seu redor, existem formas de
reduzir essa inquietação. Segundo a psicóloga Hellen, "praticar técnicas
de relaxamento, como respiração profunda ou meditação, pode ajudar a acalmar o
corpo e a mente."
Outra dica valiosa
é fazer alguma atividade física regularmente: "Exercícios ajudam a gastar
energia acumulada e a reduzir a ansiedade, o que pode diminuir
significativamente esse hábito", explica Hellen. Além disso, identificar o
que dispara a vontade de mexer as pernas é fundamental. Pode ser estresse,
tédio ou até consumo excessivo de cafeína. Ao entender os gatilhos, é possível
minimizar esses fatores.
Agora, se esse
hábito começar a interferir na sua qualidade de vida, vale considerar buscar a
ajuda de um profissional. "Se o movimento das pernas causa incômodo
significativo ou prejuízo, o acompanhamento psicológico pode ser essencial para
identificar causas mais profundas e trabalhar soluções específicas",
orienta.
¨ O que significa quando alguém está sempre com o celular
no modo silencioso, segundo a psicologia
O uso do celular
está mais do que normalizado em todos os aspectos de nossa vida. Mas ainda há
estudos que afirmam que a conectividade constante, ou seja, estar sempre
disponível e nunca perder uma notificação, pode levar a níveis mais altos de
estresse. O que a psicologia diz sobre aqueles de nós que sempre têm o celular
com as notificações no modo silencioso?
<><> Reduzir
as distrações
Pesquisas
demonstraram que, embora estejamos acostumados a interrupções, as notificações
externas – como um telefonema ou WhatsApp – reduzem nossa concentração muito
mais do que sonhar acordado, por exemplo. O Dr. Daniel J. Levitin,
neurocientista e autor de “The Organized Mind: Thinking Straight in the Age of
Information Overload”, explicou em seu livro que “o ruído constante e a
expectativa de respostas imediatas podem prejudicar nossa capacidade de
concentração, por isso muitas pessoas escolhem o silêncio como forma de
recuperar a calma e aumentar sua produtividade”.
Dessa forma, manter
o celular no modo silencioso pode ser uma estratégia consciente para minimizar
as distrações e promover um ambiente mais concentrado.
Uma pesquisa constatou ser
necessários 23 minutos e 15 segundos para retomar uma tarefa após uma
interrupção. Ao manter o telefone no modo silencioso, essas pessoas minimizam
essas interrupções, permitindo que se concentrem e realizem mais tarefas.
Portanto, não se
trata apenas de evitar ruídos, mas de criar um ambiente que facilite a
produtividade. Em outras palavras, as pessoas que mantêm o telefone no modo
silencioso sabem que as notificações reduzem a produtividade e a concentração,
portanto, elas as evitam.
Além disso, o
silêncio pode ser uma forma de proteger seu bem-estar emocional e estabelecer
uma barreira entre sua vida digital e sua vida pessoal, e também significa que
valorizamos nosso espaço pessoal e nossos limites: mantemos o controle sobre
nosso ambiente e decidimos quando e como interagimos com o mundo ao nosso
redor. Em outras palavras, eles têm maior autoconsciência e confiança.
Elas também tendem
a ser muito conscientes de sua responsabilidade em relação ao ambiente e
demonstram maior consideração pelos outros, pois não querem que suas
notificações incomodem. Essas duas coisas são verdadeiras, mas não são os
únicos motivos pelos quais as pessoas podem deixar o celular no modo
silencioso.
Às vezes, é uma
questões de saúde mental. As pessoas que optam por manter seus celulares no
modo silencioso geralmente procuram criar um espaço mais silencioso e
controlado para si mesmas.
<><> Um
método para evitar o estresse tecnológico
Considerando o grau
de hiper conectividade, não é errado pensar que muitos de nós silenciamos
nossos telefones para evitar o chamado tecno estresse. Esse termo, cunhado pela
primeira vez pelo psiquiatra americano Craig Brod em 1984 em seu livro
“Technostress: The Human Cost of the Computer Revolution”, refere-se ao
estresse específico derivado da introdução e do uso de novas tecnologias e,
embora originalmente se referisse ao estresse no trabalho, a verdade é que
podemos sofrer com ele em qualquer área de nossas vidas.
Desativar as
notificações é uma das maneiras de evitá-lo e pode significar que você é um
especialista em criar um ambiente calmo para si e gerenciar proativamente as
possíveis fontes de estresse.
A UNAM recomenda
limitar o tempo que passamos olhando para uma tela e controlar os horários das
notificações, além de incentivar mais interação pessoal e menos por meio de
dispositivos. Uma das coisas que podemos fazer é silenciar as notificações,
pois o bombardeio constante de notificações pode criar uma sensação de
sobrecarga mental. Esse silêncio, para algumas pessoas, é uma forma de se
proteger do estresse.
Há também outra
explicação para manter o celular no silencioso, especialmente quando
interagimos cara a cara com outra pessoa: quando fazemos isso, parece que
queremos dizer à outra pessoa que ela tem toda a nossa atenção. Estamos
presentes para ela. Ao silenciarmos nossos telefones, nos permitimos
estabelecer conexões mais profundas e significativas. Quando estamos totalmente
presentes em nossas interações, criamos laços mais fortes e relacionamentos
mais saudáveis.
Você pode se sentir
incomodado com o som e, por isso, o silenciou, mas isso não significa que você
olhe menos para ele. Um estudo de 2022,
realizado por Mengqi Liao e S. Shyam Sundar, publicado na Computers and Human
Behavior, mostrou que silenciar as notificações aumenta a probabilidade de as
pessoas verificarem seus telefones. A incerteza criada pelo fato de o telefone
estar no modo silencioso pode aumentar a necessidade de verificá-lo.
Embora vários
estudos tenham demonstrado que receber mais notificações tende a aumentar a
verificação do celular, isso não se deve apenas ao som da notificação, mas
porque achamos que pode haver algo de interesse por trás da notificação que
perderemos se não olharmos. Ou seja, porque temos FOMO (Fear of
Missing Out).
Seja qual for o
motivo pelo qual você decidiu silenciar o celular, se isso o ajudar a controlar
a ansiedade, o estresse e a ter
melhores relacionamentos, você terá ganhado mais do que imaginava.
Fonte: Minha Vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário