Como o 'ano das
guerras' uniu rivais e criou novos inimigos — e o que esperar de 2025
O ano de 2024 foi
um dos mais movimentados desde que comecei a cobrir assuntos de segurança
global para a BBC após os ataques de 11 de setembro de
2001.
A queda repentina do
presidente Assad da Síria, soldados
norte-coreanos lutando pela Rússia.
Mísseis britânicos e americanos enviados
à Ucrânia e
disparados contra a Rússia, mísseis iranianos enviados à Rússia.
Ataques aéreos
israelenses apoiados pelos EUA no Líbano e em Gaza,
mísseis iemenitas disparados
contra Israel.
É uma rede complexa
e confusa de conflitos que levanta a pergunta inevitável: os conflitos pelo
mundo estão se tornando cada vez mais interconectados?
Vamos deixar uma
coisa bem clara: esta não é a Terceira Guerra
Mundial,
embora o presidente russo Vladimir Putin goste de
soltar essa ameaça para assustar países ocidentais e evitar que eles enviem
armas mais poderosas para a Ucrânia.
Mas está claro que
muitos dos conflitos em nosso planeta têm uma dimensão internacional, então
como essas linhas de frente se juntam?
Podemos começar com
a guerra que está ocorrendo no leste da Europa, na Ucrânia, desde 24 de
fevereiro de 2022,
quando a Rússia lançou sua
invasão em grande escala em uma tentativa fracassada de dominar o país
inteiro.
·
Ucrânia
vs Rússia: a guerra à porta da Europa
Relatos escabrosos
na imprensa de que tropas norte-coreanas inexperientes, recém-chegadas ao campo
de batalha, estariam "se empanturrando" de pornografia na internet —
algo indisponível para elas em seu próprio país, fechado e eremita — não podem
ofuscar o fato de que seu envolvimento nesta guerra é uma escalada séria.
Sério o suficiente
para levar os Estados Unidos e outros
países ocidentais a suspenderem sua proibição à Ucrânia de usar mísseis
ocidentais de longo alcance para atacar alvos bem no interior da Rússia,
provocando fúria no Kremlin.
A chegada de um
contingente de soldados norte-coreanos do tamanho de uma divisão, que se
acredita ser entre 10 e 12.000, é uma má notícia para a Ucrânia, que já está
lutando com escassez de militares.
"Mesmo que
eles não sejam os soldados mais fortes, 10.000 é bastante. São duas
brigadas", diz Rustam Nugudin, um comandante ucraniano na linha de frente.
"Imagine que
foram necessárias apenas duas brigadas para expulsar os russos da região de
Kharkiv."
Expressando uma
reclamação compartilhada por muitos ucranianos, ele acrescenta: "Sim,
nossos aliados ocidentais nos ajudam com algumas armas e treinamento, e somos
muito gratos por isso, mas a dimensão disso é incomparável à assistência
militar que a Rússia recebe do Irã e da Coreia do Norte. Deveria ser o
contrário se você realmente quer nos ver — e a Europa — vencer."
Mas a guerra na
Ucrânia já estava internacionalizada muito antes dos norte-coreanos aparecerem.
Belarus — uma nação
europeia teoricamente independente, mas agora quase completamente alinhada com
Moscou — foi usada como base para atacar a Ucrânia.
Desde os meses
iniciais após a invasão em 2022, o Irã tem fornecido à Rússia drones com pontas
explosivas Shahed e, mais recentemente, foi acusado de enviar poderosos mísseis
balísticos para a Rússia através do Mar Cáspio.
Enquanto isso, o
enorme apoio financeiro e militar dos EUA, União Europeia e Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan) permitiu que a Ucrânia conseguisse barrar o
exército russo — até agora.
"O que estamos
vendo é um desequilíbrio fundamental de abordagens", diz o especialista em
Ucrânia da BBC Vitaly Shevchenko.
"Embora a
política de cautela e contenção do Ocidente tenha imposto limitações ao que a
Ucrânia pode fazer, Moscou parece despreocupada com a expansão do conflito e
possivelmente até mesmo ansiosa para que isso aconteça."
·
Oriente
Médio: Um tabuleiro de xadrez revirado
A complexidade do
Oriente Médio faz a guerra na Ucrânia parecer simples de entender. Porque há
vários conflitos nesta região, muitos em fúria ou adormecidos, e acontecendo ao
mesmo tempo.
Mas, primeiro, uma
ressalva importante. Ao contrário da impressão que frequentemente temos através
da imprensa mundial, a maior parte do Oriente Médio não está em
guerra.
A vida cotidiana em
lugares como Dubai, Arábia Saudita e Egito continua normalmente. Mesmo em
países que recentemente passaram por conflitos de alguma forma, como Iraque e
Irã, a vida é em geral pacífica para a maioria das pessoas.
·
Síria:
sob nova direção
Quase ninguém
previa, nem o agora ex-presidente da Síria Bashar al-Assad. Nem seus apoiadores
em Teerã, Moscou e sul de Beirute. Nem, ao que parece, a estrutura de
inteligência multibilionária dos Estados Unidos.
Em menos de 15
dias, uma coalizão de rebeldes islâmicos conhecida como Hayat Tahrir al-Sham
(HTS), considerada uma organização terrorista pelas Nações Unidas, EUA, União
Europeia e Reino Unido, conseguiu sair de sua base no noroeste da Síria e tomar cidade após
cidade até conquisar o poder da Síria.
Isso é muito mais
do que apenas um evento restrito a um único país: tem várias consequências
internacionais.
Um dos muitos
efeitos do ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em outubro de 2023 é que a
reação israelense teve desdobramentos devastadores sobre os aliados do Irã na
região.
Na última vez que
os rebeldes da Síria pareciam ameaçar o governo de Assad, em 2015, o Irã, o
Hezbollah e a Rússia o socorreram e expulsaram os rebeldes.
Não desta vez. A
Rússia está ocupada lutando contra a Ucrânia, o Hezbollah foi dizimado por sua
curta guerra com Israel e o Irã está fragilizado depois de ver a facilidade com
que os aviões de guerra israelenses conseguiram penetrar em seu espaço aéreo.
O resultado final é
que os aliados de Assad foram incapazes ou não quiseram ajudá-lo, enquanto a
Turquia, que apoia os rebeldes, viu uma oportunidade de moldar o cenário a seu
favor.
·
Gaza:
conflito sem fim?
A situação em Gaza é nada menos
que trágica.
O mais recente
conflito no território palestino foi desencadeado pelo ataque liderado pelo
Hamas (grupo considerado terrorista por muitos governos) no sul de Israel em 7
de outubro de 2023, no qual mais de 1100 pessoas foram mortas e cerca de 250
levadas para Gaza como reféns.
Desde então, a
guerra de Israel contra o Hamas resultou em mais de 44.000 palestinos mortos.
São mortes principalmente de civis e, embora esse número venha do Ministério da
Saúde administrado pelo Hamas, é amplamente endossado por organizações
humanitárias independentes.
Israel diz ter
afetado fortemente as capacidades militares do Hamas.
Hoje, 15 meses após
o início desta guerra, grande parte de Gaza está em ruínas. De uma população de
2,4 milhões, mais de um milhão de pessoas foram deslocadas, muitas vezes em
várias ocasiões.
Muitos estão
vivendo em condições miseráveis em tendas,
atormentados por cobras, escorpiões e sarna no verão, e castigados pelo clima
no inverno.
Inúmeras tentativas
de mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas falharam, apesar dos esforços
do Catar, Egito, EUA e outros.
Israel prometeu
erradicar o Hamas como uma força militar. Embora vários homens e lideranças do
grupo palestino tenham sido mortos, o conflito não acaboue os devastadores
ataques aéreos israelenses em áreas habitadas continuam.
Parece não haver um
plano para o que aconteceria depois que o conflito acabar, nem quem governaria
a Faixa de Gaza após mais de 18 anos do Hamas no poder.
De muitas maneiras,
Gaza é a fonte de outros conflitos na região, levando a conflitos entre Israel
e Líbano, Iêmen, Irã e Síria.
·
Irã
e seus aliados
O Irã apoia uma
série de milícias ao redor do Oriente Médio, dando-lhes dinheiro, armas e
treinamento por meio de sua Força Quds, um braço do Corpo da Guarda
Revolucionária do Irã.
Todos são declaradamente
hostis a Israel e coletivamente conhecidos pelo Irã como o "Eixo da
Resistência".
No Líbano, há anos,
a força militar mais forte não é o exército nacional, nem as forças de paz da
ONU baseadas no sul. É o Hezbollah, um grupo
militante armado pelo Irã com mísseis e foguetes.
Em 8 de outubro de
2023, o Hezbollah começou a lançar foguetes e drones contra o norte de Israel
em solidariedade, segundo disse, aos seus "irmãos" em Gaza.
Em setembro de
2024, Israel mudou seus objetivos de guerra para incluir a meta de tirar o
Hezbollah das proximidades de sua fronteira, visando fazer com que mais de
60.000 israelenses pudessem retornar para suas casas no norte.
Israel então
desferiu uma série de golpes devastadores contra o Hezbollah, assassinando seu
líder de longa data, explodindo seus
aparelhos de comunicação e destruindo toneladas de seu armamento.
Milhares de pessoas
foram mortas na curta guerra Israel-Líbano que precedeu um cessar-fogo no final
de novembro.
Israel está em
guerra com o Hamas em Gaza, combateu o Hezbollah no Líbano e disparou mísseis
contra — e foi atacado por — Irã, Iêmen, Síria e Iraque.
Os EUA continuaram
fornecendo a Israel uma quantidade colossal de ajuda militar, tanto defensiva
quanto ofensiva, apesar da morte de tantos palestinos em Gaza e de críticas
internacionais.
Isso torna os EUA —
e por extensão o Ocidente em geral — impopulares no mundo árabe e aumenta o
risco de recrutamento por grupos radicais como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda.
Para muitas
autoridades de segurança ocidentais, isso aumenta o risco de terrorismo
transnacional.
O chamado
"Eixo da Resistência" do Irã — Hezbollah, Hamas, Houthis e etc. — foi
enfraquecido pelos ataques israelenses este ano, mas não está quebrado.
O Irã, além de
apoiar seus aliados na região, tem enviado mísseis para a Rússia para serem
usados contra a Ucrânia.
Há relatos de que,
em troca, o conhecimento de satélites dos russos está sendo passado para os
Houthis no Iêmen, via Irã, para ajudá-los a atacar navios
ocidentais que passam do Oceano Índico para o Mar Vermelho.
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África:
o novo 'quintal' de Moscou
A Rússia pode ter
perdido seu principal aliado no Mediterrâneo, a Síria, mas ainda tem um grande
parceiro na região: o poderoso militar Khalifa Haftar, na Líbia.
Aviões de carga da
força aérea russa foram vistos recentemente voando para pistas de pouso da
Líbia, tanto na costa quanto no interior, em um lugar chamado Brak.
Moscou claramente
vê a Líbia como um trampolim para projetar seu alcance no Mediterrâneo e também
como um posto de parada para suas atividades
mercenárias mais
ao sul no Sudão e na região do Sahel.
O grupo mercenário
russo anteriormente conhecido como Wagner e agora renomeado como "Afrika
Korps" suplantou com sucesso as forças francesas e outras forças
ocidentais nas nações do Sahel e nas antigas colônias francesas de Mali,
Burkina Faso, Níger e República Centro-Africana.
Isso significa que
a Rússia efetivamente herdou o problema do Estado Islâmico nesses países, mas,
enquanto isso, está enriquecendo com negócios lucrativos que envolvem a
mineração e outras atividades.
A Ucrânia pareceu
recentemente tomar um rumo errado nessa região ao permitir, em julho, um grande
ataque às forças do governo malinês e seus mentores russos.
As Forças Especiais
Ucranianas supostamente forneceram drones e treinamento aos rebeldes tuaregues,
o que resultou em uma emboscada — matando 84 mercenários russos e 47 soldados
malinenses.
Kiev está
claramente tentando "levar a luta ao inimigo", mas se eles foram
responsáveis por fornecer os
drones, esse movimento é amplamente visto como tendo saído pela culatra. A
Ucrânia negou envolvimento.
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Tensão
na Península Coreana
A Coreia do Sul
está preocupada. Não existe almoço grátis, diz o ditado, e Seul agora está se
perguntando o que Pyongyang receberá de Moscou em troca do envio de todos
aqueles milhares de soldados norte-coreanos para o esforço de guerra da Rússia
na Ucrânia.
Será tecnologia de
mísseis? Conhecimento nuclear? Assistência submarina ou por satélite?
Até agora, a Coreia
do Sul evitou cuidadosamente enviar qualquer kit militar diretamente para a
Ucrânia — enviando-os para os EUA, o que depois segue para a Ucrânia.
Mas a Coreia do
Sul, que tem uma base industrial militar avançada, agora está considerando
enviar equipamentos diretamente para Kiev.
Tudo isso aumenta
as tensões já febris na Península Coreana, onde um Estado paranoico com armas
nucleares (o Norte) enfrenta seu vizinho democrático pró-Ocidente (o Sul). Os
dois países nunca encerraram oficialmente sua guerra — ela parou com um
armistício em 1953.
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Taiwan
e China: 'Quando', e não 'se'
Este ainda não é um
conflito, mas é um enorme ponto crítico.
Enquanto o Ocidente
passou os primeiros 20 anos deste século preocupado em combater insurgências no
Iraque e no Afeganistão, a China colonizou silenciosamente pontos estratégicos
em águas internacionais no Mar da China Meridional e os reivindicou para si.
Desde então, sua
guarda costeira entrou frequentemente em choque com embarcações filipinas,
alegando que elas estariam invadindo o território chinês — apesar dessas
estarem apenas fora da fronteira marítima das Filipinas e longe do litoral da
China.
Mas a grande
preocupação é Taiwan. Pequim prometeu
várias vezes "devolver" essa democracia autônoma ao continente,
embora nunca tenha sido governada por Pequim em qualquer momento desde que os
comunistas chegaram ao poder e que a República Popular da China surgiu em 1949.
O presidente Xi
Jinping disse publicamente que isso será alcançado — "pela força, se
necessário" — antes do centenário do Partido Comunista Chinês (PCC) em
2049.
Taiwan não quer ser
governada pelo Partido Comunista Chinês e votou em um presidente pró-democracia
e anti-Pequim, William Lai.
A elite política em
Pequim o detesta e o acusa de buscar a independência de Taiwan — o que é uma
linha vermelha para a China.
A grande questão é:
se a China invadir — ou mais provavelmente, bloquear — Taiwan, os EUA virão em
sua defesa comprometendo suas próprias forças? Um presidente Trump em segundo
mandato na Casa Branca verá isso como um desafio aos interesses vitais dos
Estados Unidos no Pacífico? Ou abandonará Taiwan ao seu próprio destino?
A situação tem
potencial para um conflito verdadeiramente catastrófico com consequências
econômicas globais que ofuscariam a invasão em larga escala da Ucrânia pela
Rússia.
·
A
'fotografia' de 2024
Este foi o ano em
que o equilíbrio de poder no Oriente Médio mudou drasticamente, a favor de
Israel e em desvantagem para o Irã. O governo de Israel decidiu claramente
fazer de tudo para "neutralizar" seus inimigos, estejam eles em Gaza,
Líbano, Iêmen ou Síria.
Linhas vermelhas
anteriormente respeitadas, tanto pelo Irã quanto por Israel, agora foram
cruzadas — com os dois lados trocando mísseis em ataques diretos um contra o
outro pela primeira vez.
A guerra na Ucrânia
se mostrou quase certamente invencível, pelo menos para a Ucrânia. A Rússia
aumentou sua máquina industrial de defesa a ponto de agora poder dominar
parcialmente as defesas aéreas da Ucrânia e suas linhas de frente, mas não
tanto a ponto de tomar o país inteiro.
No entanto, a
posição da Ucrânia agora parece mais fraca do que em qualquer outro momento
desde os primeiros meses da invasão.
A guerra se tornou
cada vez mais internacionalizada, com tropas norte-coreanas chegando para lutar
ao lado da Rússia e o Ocidente dando sinal verde para a Ucrânia disparar seus
mísseis de longo alcance contra a Rússia.
A Suécia agora se
juntou à Otan, o que significa que oito países da organização agora beiram o
Mar Báltico, onde a Rússia mantém dois pontos de apoio estratégicos, em São
Petersburgo e Kaliningrado.
Houve vários
incidentes da chamada "guerra híbrida" no Báltico, onde a Rússia é
suspeita de danificar propositalmente cabos de comunicação submarinos.
·
O
que vem em seguida?
Provavelmente
haverá um esforço concentrado do novo governo Trump para forçar um acordo de
paz na Ucrânia.
Isso pode muito bem
tropeçar no primeiro obstáculo. O presidente Putin já deixou seus termos claros
e eles equivalem a uma rendição de Kiev, então muito provavelmente seriam
inaceitáveis lá, mesmo para a
exausta população da Ucrânia.
Mas se Trump fechar
a torneira do abastecimento de armas, a Europa não poderá compensar o déficit,
deixando a Ucrânia mais fraca e ainda mais propensa a ataques russos no ar e no
solo.
Algum tipo de
acordo de cessar-fogo confuso pode ser a menos dolorosa de todas as opções para
a Ucrânia, mesmo que o país não confie na palavra de Putin.
O Oriente Médio
ainda está em situação indefinida. Irã e Israel têm negócios inacabados, mas
Teerã está bem ciente de suas próprias fraquezas e da postura cada vez mais
agressiva de Israel na região.
Não seria
necessária muita provocação para desencadear uma nova rodada de ataques aéreos
israelenses ao Irã.
Já há especulações
generalizadas de que Donald Trump — que autorizou o assassinato do Comandante
da Força Quds da Guarda Revolucionária Iraniana em 2020 — pode trabalhar com
Israel para atacar o programa nuclear do Irã.
A Síria pode seguir
qualquer caminho. Pode se estabelecer como uma nação bem-sucedida e pluralista,
contrariando a tendência de outras revoluções na região. Ou pode cair em lutas
internas entre facções. O Ocidente continuará lutando para impedir a Turquia de
atacar os curdos sírios, o principal aliado do Ocidente contra o Estado
Islâmico (EI).
Apesar da coalizão
global contra o EI reduzir seu componente militar no Oriente Médio, o EI-KP
(Província de Khorasan do Estado Islâmico) mostrou o quão perigosos eles são
com o ataque ao Crocus
Hall em Moscou, em março de 2024, que matou 145 pessoas.
As agências de
inteligência ocidental acreditam que o EI continuará tentando capitalizar a
raiva sobre Gaza e recrutar voluntários para ataques na Europa, incluindo o
Reino Unido.
Haverá mais pressão
de todos os lados por um acordo de paz substancial em Gaza que leve os reféns
israelenses para casa e acabe com a ofensiva israelense naquele território
maltratado.
Mas Israel está
relutante em se retirar completamente do território enquanto o Hamas, que
mantém os reféns, sempre insistiu que isso tem que acontecer.
Há rumores de uma
grande barganha que vê a Arábia Saudita finalmente reconhecer o Estado de
Israel em troca de um acordo de segurança vinculativo com Washington. Mas os
sauditas deixaram claro que isso só pode acontecer se houver um "caminho
claro e irrevogável para um Estado palestino independente".
Isso é algo a que o
primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se opõe
veementemente, e a tomada de terras palestinas por colonos israelenses continua
a todo vapor — com o presidente Trump na Casa Branca, é provável que se
intensifique.
A volta do
republicano ao cenário internacional é uma das razões pelas quais 2025 não pode
ser menos agitado do que 2024.
Fonte: BBC News
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