Pastor
André Valadão tenta explicar área vip dentro da sua igreja
O
imbróglio envolvendo a família Valadão parece não ter fim. Dessa vez, o
pastor André Valadão precisou se
justificar após repercutir na web a existência de uma área vip na igreja
da Lagoinha. O líder religioso explicou o motivo do
espaço reservado.
Segundo
André, figuras públicas não podem viver uma "vida comum". No entanto,
a criação do espaço exclusivo gerou revolta entre os fiéis, que questionaram o
pastor sobre a necessidade dessa organização. Nas redes sociais, um internauta
perguntou sobre a existência da área VIP.
Em
resposta, o pastor disse: "Na igreja ninguém é mais importante que
ninguém, porém são inúmeras pessoas que, infelizmente, por razões pessoais e
até mesmo públicas, não têm o privilégio de poder assentar onde querem e nem
mesmo viver uma vida comum mais."
Em
seguida, André ressaltou que figuras públicas frequentemente enfrentam assédio,
incluindo produção não autorizada de imagens e vídeos. "Essas desejam ir
aos cultos e existe uma busca em como atender essas pessoas também", disse
o líder religioso, na tentativa de amenizar a situação.
Nas
redes sociais, as declarações do líder religioso não convenceram os usuário do
Instagram. "Na Lagoinha de Alphaville, já sentei ao lado do Safadão, Cesar
filho, já vi a Simone e nunca vi ninguém os assediar, e estavam sentados em
locais comuns. Entendo a área VIP, mas não acho necessária", disse um
usuário.
"Jesus
vivia ameaçado, perseguido, as pessoas queriam tá perto dele o tempo todo,
muitos viajavam dias para encontrá-lo e ele nunca teve mordomias, lugares
privilegiados, ou lugares separados dos outros. Ele vivia no meio do povo,
mesmo com tanta fama", ressaltou outro.
¨
Vice-prefeita e irmã foragidas, pastor preso: veja o
que se sabe sobre assassinato do prefeito de João Dias
A vice-prefeita
da cidade de João Dias, Damária Jácome
(Republicanos), e a vereadora Leidiane Jácome, irmã dela, são suspeitas
de mandar matar o prefeito Marcelo Oliveira (União Brasil) em agosto
deste ano. O pai do prefeito também foi assassinado. As duas são consideradas foragidas, segundo a Polícia Civil do Rio
Grande do Norte.
Na última
sexta-feira (27), a Polícia Civil prendeu um pastor evangélico apontado como um
dos mandantes, que teria ajudado a planejar o crime. Outras seis pessoas já
tinham sido presas suspeitas de participar da execução do crime. As identidades
dos demais envolvidos não foram divulgadas pela polícia.
Segundo o
delegado Alex Wagner, da Divisão de Polícia do Oeste, o assassinato foi
motivado por uma disputa política e familiar no município com pouco mais de 2 mil habitantes.
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Veja abaixo o que já se sabe sobre a investigação.
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Como surgiu a disputa que teria resultado no crime?
Marcelo e Damária disputaram juntos a campanha eleitoral de 2020 e
foram vitoriosos, ele como candidato a prefeito e ela,
vice-prefeita. Ambos representavam famílias tradicionais na cidade, lideradas
por Sandi Oliveira (pai de Marcelo) e Laete Jácome (pai de Damária e vereador).
A família de
Laete já era investigada por crimes como o de milícia privada. Durante a campanha eleitoral de 2020, ele foi preso em flagrante
por posse ilegal e receptação de armas. Damária também foi considerada foragida da polícia, na época.
Cerca de 7 meses após tomar posse do cargo, Marcelo pediu
afastamento da prefeitura e Damária assumiu a
gestão municipal em julho de 2021.
Em 2022, o prefeito afastado afirmou à Justiça que foi coagido pela
vice-prefeita, além do pai e irmãos dela, para deixar o cargo. Em outubro daquele ano, uma decisão da desembargadora Maria Zeneide
Bezerra, do Tribunal de Justiça do RN, determinou o retorno imediato de Marcelo
Oliveira à prefeitura.
Em dezembro de 2022, Damária e Laete Jácome foram afastados dos
cargos e tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. À época, os dois negaram qualquer tipo de extorsão contra o então
prefeito da cidade e alegaram que ele teria renunciado por motivação própria.
Segundo a
polícia, a acusação de Marcelo
e o retorno dele ao cargo gerou uma cisão política e pessoal entre
as famílias.
Ainda de acordo
com o delegado Alex Wagner, a família da
vice-prefeita e da vereadora atribuía ao prefeito a morte de dois irmãos em confronto com a polícia na Bahia e a prisão
de um terceiro em
2022. Eles tinham mandados de prisão abertos por
tráfico de drogas.
"Eles
começaram a imputar a Marcelo, que estava entregando a localização dessas pessoas.
Além de que houve a apreensão de um fuzil na cidade, que também se imputava que
Marcelo teria entregue (a localização)", disse o delegado.
Patriarca da
família da vice-prefeita, Laete morreu de causas naturais no primeiro semestre
de 2024.
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Como o crime foi planejado?
Segundo a
polícia, um pastor de 27 anos de idade ajudou no planejamento do assassinato do
prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira, e o pai dele, Sandi Oliveira, segundo
a Polícia Civil. Uma operação realizada na sexta-feira (27) buscava cumprir
seis mandados de prisão e outros seis de busca e apreensão domiciliar nas
cidades de João Dias, Patu e Marcelino Vieira. O pastor foi
preso na ocasião.
De acordo com o
delegado Alex Wagner, o pastor teria auxiliado o grupo de mandantes a tentar
encontrar um lugar ideal para o crime ser cometido. A igreja evangélica,
inclusive, chegou a ser pensada como possibilidade.
"A questão
do pastor é que ele ajudava na logística do crime, de encontrar o melhor local
pra cometer o crime, o momento mais adequado", explicou o delegado.
"Foi
cogitado, inclusive, cometer durante o culto onde o Marcelo [prefeito] visitava,
porque era o momento que ele estava vulnerável, exposto".
·
O que a defesa da vice-prefeita e da vereadora diz
sobre a suspeita da polícia?
Em nota, a
defesa das irmãs informou que "reafirma a inocência de ambas e a ausência
de qualquer relação com esses crimes". Além disso, garantiu que Damária e
a irmã não estão foragidas.
"Sequer
sabiam dessa operação ou de qualquer mandado de prisão contra elas. Como é
comum nesse período, a família viajou", informou a nota.
Segundo o
advogado, "devido ao clima de insegurança na cidade, Damária achou por bem
ficar longe durante esses dias que antecedem a posse da prefeita eleita,
evitando com isso qualquer tipo de problema".
O advogado disse
ainda que Damária enviou para todas as autoridades "denúncias de ameaças
que ela e sua família estão sofrendo e, por segurança, todos saíram da
cidade".
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Como foi o crime?
Embora fosse
conhecido como Marcelo, o nome do prefeito de João Dias era Francisco Damião de Oliveira, de
38 anos.
Ele era
candidato à reeleição e, junto do pai, estava visitando casas de apoiadores no
fim da manhã do dia 27 de agosto, por volta das 11h, no conjunto São Geraldo,
em João Dias, quando criminosos distribuídos em dois veículos chegaram
repentinamente ao local e atiraram contra os dois. Um segurança do gestor
também foi baleado.
O pai do
prefeito, Sandi Alves de Oliveira, de 58 anos, morreu na hora. Marcelo chegou a
ser socorrido e deu entrada com vida em um hospital de Catolé do Rocha, na
Paraíba, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a polícia, ele foi atingido
por 11 disparos de arma de fogo.
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Quantas pessoas foram presas?
No mesmo dia do
crime, as forças de segurança do Rio Grande do Norte começaram uma força tarefa
para prender os assassinos. Além de quatro suspeitos de envolvimento na
execução, outras 10 pessoas foram presas suspeitas de montar um plano de
vingança pelo assassinato do gestor, na ocasião.
Durante a
investigação outros dois suspeitos de serem executores foram presos. Um homem
encontrado morto em uma área de mata também foi apontado como um dos envolvidos
no crime. A polícia acredita que ele foi baleado durante o assassinato do
prefeito.
Segundo a
Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, o
inquérito foi concluído com o indiciamento de oito pessoas como executores e
outras cinco como mentores intelectuais do duplo homicídio, "além de 10
pessoas já indiciadas por formação de milícia". Dos cinco apontados como
mentores intelectuais, apenas o pastor está preso.
·
Como ficou a gestão do município?
Após o crime, o
irmão de Marcelo e filho de Sandi Oliveira, Jessé Oliveira, então presidente da Câmara Municipal, assumiu a
gestão do município, porque a vice-prefeita Damária Jácome estava
impedida pela Justiça. Ele abriu mão da candidatura à reeleição ao cargo de
vereador.
A esposa do
prefeito morto, Fatinha de Marcelo, foi escolhida como a candidata do União
Brasil em substituição do marido e eleita no dia 6 de outubro como a gestora municipal a partir de
2025.
Damária Jácome
também disputou a eleição para prefeita de João Dias em 2024 e ficou em segundo
lugar, com 20,8% dos votos.
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Quem eram as vítimas
Eleito pela
primeira vez em 2020, Marcelo renunciou ao mandato em julho de 2021, mas voltou
à Prefeitura em outubro de 2022, depois que alegou na Justiça que tinha sido coagido a abrir mão do cargo sob
ameaças da família da sua então vice-prefeita, Damária Jácome.
Marcelo já tinha
uma carreira política no município. Ele foi eleito vereador em 2008 e 2012 e
foi candidato a prefeito pela primeira vez em 2016, mas não conseguiu se eleger
naquela ocasião.
Pai de Marcelo,
Sandi Alves de Oliveira, de 58 anos, também já tinha sido vereador do município
e era apontado pelo filho como sua inspiração na política.
João Dias é o
terceiro menor município do Rio Grande do Norte, com pouco mais de 2 mil
habitantes, segundo o IBGE. Ainda de acordo com o instituto, a cidade
localizada na região do Alto Oeste, na divisa com a Paraíba, contava com apenas
294 pessoas ocupadas em 2022, com rendimento médio de 1,5 salário mínimo.
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RN já teve pelo menos 9 prefeitos assassinados durante
o mandato
O assassinato do prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira (União
Brasil) na terça-feira (27/12), não foi o primeiro crime
contra um chefe do Executivo municipal durante o exercício do mandato no Rio
Grande do Norte.
O estado tem um
histórico de pelo menos outros oito assassinatos de
prefeitos desde 1954, a maioria em cidades do Oeste potiguar,
segundo levantamento da Inter TV Cabugi e do g1 RN.
O último caso
aconteceu há pouco mais de um ano, em maio de 2023, no município de São José de Campestre. O prefeito Joseilson Borges da Costa, de 43 anos, mais conhecido como
Nenem Borges, estava na sala de casa, quando sofreu cinco tiros - três deles na
altura da cabeça.
As investigações
apontam que Neném Borges foi alvo de uma organização criminosa que atuava na
cidade e atribuíam ao gestor operações policiais contra o grupo.
<><> Veja histórico de
assassinatos de prefeitos durante o exercício dos mandatos no RN:
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1954 - Lauro Maia, pai do ex-governador Lavoisier Maia,
então prefeito de Patu, foi assassinado em Natal.
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1983 - Expedito Alves, então prefeito de Angicos e irmão
do ex-governador do RN Aluízio Alves, foi morto em praça pública.
·
1991 - José Gomes, então prefeito do município de
Paraná, foi assassinado a tiros na calçada de casa.
·
1994 - Manoel Alves do Nascimento, conhecido
popularmente como Nascimento Vital, foi assassinado a tiros em um campo de
futebol do município de Coronel João Pessoa, em um domingo 6 de março, durante
seu primeiro mandato. Jornais da época informaram que a polícia apontou
motivação política.
·
1998 - Irosvaldo Carvalho, prefeito de Água Nova, foi
assassinado em Natal. Na época, a suspeita foi de crime por motivação política.
·
2001 - Aguinaldo Pereira, prefeito de Caraúbas, foi
assassinado junto com sua esposa e seus seguranças em uma emboscada em uma
estrada. A acusação do crime recaiu sobre o assaltante de bancos Waldetário
Carneiro.
·
2005 - João Dehon da Costa Neto, então prefeito de
Grossos, foi morto por engano durante operação da Polícia Civil.
·
2024 - Francisco Damião de Oliveira, conhecido como Marcelo Oliveira, foi
morto durante um evento político, ao lado do pai, o ex-vereador Sandi Alves de Oliveira, de 58 anos. Ele era candidato à
reeleição.
Fonte: Correio
Braziliense/g1
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