Líder do governo
diz que não há plano além de Lula para 2026; depois, nome de Camilo está posto
O líder do governo
na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que o PT não tem planos
para 2026 para candidatar outro nome à presidência da República além de Luiz
Inácio Lula da Silva. Segundo ele, após a reeleição de Lula, o nome do ministro
da Educação, Camilo Santana, "está posto".
As declarações
foram dadas em entrevista ontem à rádio Opinião CE. "2026, não tem plano
B, na minha opinião. É o Lula. Depois de 2026, aí, evidentemente que o nome do
Camilo está posto", afirmou.
Guimarães também
elogiou a projeção do ministro, que já foi governador do Ceará. "Uma das
grandes áreas vitoriosas do nosso governo é a da Educação, liderada pelo
Camilo. Portanto, ele é um quadro hoje que está se projetando nacionalmente,
entre outros nomes que nós temos como referência, do Haddad, do Rui Costa, do
Wellington Dias", disse.
Ele acrescentou:
"O Lula fala assim, meus ex-governadores dão conta muito bem do recado. E
o Camilo dá conta muito bem do recado com esse desafio que é fazer a gestão da
principal pasta do governo, que é a Educação".
Guimarães disse
ainda que o ministro "será sempre lembrado nacionalmente", mas que,
agora, o que se discute é sobre "preparar o governo para a reeleição do
Lula". Para o deputado, o governo precisa reunir mais forças políticas do
centro em torno do presidente.
"Eu defendo a
tese de que nós temos que ampliar a base, trazer todo mundo agora para o
governo, esses partidos mais ao centro, pensando em 2026, para construirmos uma
mega aliança para garantir a reeleição do Lula", declarou.
¨ Flávio Dino
e a sucessão. Por J. Carlos de Assis
Em face da degradação de
praticamente todas as instituições da República, especialmente do Congresso,
estava começando a perder a esperança com o futuro do Brasil. As infames
emendas parlamentares, que só em 2024 custaram ao povo cerca de R$ 50 bilhões,
tem sido um insulto à opinião pública; no Judiciário tem sido comum que a
Justiça solte em audiências de custódia manipuladas criminosos com imensa ficha
criminal que voltam às ruas para assaltar e matar; já o Executivo,
institucionalmente fraco diante de um Legislativo com poder absoluto, não
consegue que suas pautas sociais sejam aprovadas.
Tudo isso poderia ser
considerado tolerável, inclusive a brutal presença do crime organizado
disseminado por todas as metrópoles brasileiras, com evidente cumplicidade das
polícias estaduais e da política, caso 2026, com as eleições gerais,
representasse uma oportunidade de mudança de cima para baixo na sociedade
brasileira. Entretanto, não representa. Ou pelo menos não representava até que
um único ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, entrasse no jogo do
combate à corrupção nas emendas do Congresso e nos pagamentos às ONGs.
Isso mostrou que o Congresso
de direita não tem poder absoluto no Brasil, mesmo que expresse uma maioria
parlamentar. A esperança não está totalmente perdida, portanto. Mais importante
que isso, porém, é que a ação individual de Dino, respaldada pelo resto do
Supremo, restabeleceu a confiança do povo pelo menos nessa instituição, e
chamou a atenção para a ação corajosa de um único homem que enfrenta de forma
absolutamente sem medo e sem trégua os ataques dos criminosos que se escondem
por baixo dos mandatos parlamentares.
Antes da investida do
ministro contra o “crime organizado” das emendas, o País parecia estar perdido,
entre esquerda e direita, em relação às eleições de 2026. Nenhum dos dois lados
parecia em condições de apresentar um candidato para ganhar. Lula, idoso e
cansado, sobretudo depois dos últimos acidentes que sofreu, provavelmente não
se candidatará às próximas eleições. Caso se candidate, não é certo que ganhe.
E, se ganhar, para a Economia apenas repetirá o “arcabouço fiscal”, que,
infelizmente, é uma trava ao crescimento do Brasil a altas taxas.
Entretanto, não só no Brasil
quanto no mundo, há uma tremenda falta de grandes lideranças nacionais com
capacidade de mobilização efetiva das massas. Lula teve seu momento, mas sua
luz está se apagando, em razão dos conflitos com o Congresso e do que isso
representa de restrição a eventuais compromissos de campanha que apresentou e
venha a apresentar. Haddad não tem carisma. Embora tenha ganhado as eleições
para a Prefeitura de São Paulo, não teve boa gestão. Além disso, o exercício de
um Ministério que se tem destacado por cortes nos gastos sociais não lhe
garantirá grande popularidade.
É nesse contexto que se
destaca a figura de Flávio Dino. Num país em que tanto se falou historicamente
e ainda se fala em combate à corrupção, muitas vezes sem apoio em fatos
concretos, o ministro do Supremo se revela como um combatente atual, que se
expõe diante do povo de forma objetiva, abertamente, com ampla cobertura da
mídia, contra adversários poderosos, e com uma aura de heroísmo político que
certamente lhe garante grande popularidade.
Além disso, Dino tem
excelentes relações com seus colegas do Supremo e com parlamentares de
diferentes partidos com quem conviveu ao longo de vários mandatos na Câmara e,
depois, no Senado. No Executivo, foi um excelente Ministro da Justiça e da
Segurança Pública. Num momento em que o País passa por graves crises políticas
que tem levado a manifestações de extremismo por parte de correntes de opinião
divergentes, uma personalidade como a sua, no exercício da Presidência, seria
um fator importante de conciliação.
O PT tornou-se um partido
fraco, depois do resultado das últimas eleições municipais, quando foi
derrotado em quase todo o País. Na eventual ausência de uma candidatura de
Lula, certamente não resistirá a que se construa, em torno do PSB de Dino, uma
eventual aliança de partidos afins aos que compõem a base do atual governo. Na
realidade, uma candidatura do PSB à Presidência seria um caminho natural para a
sucessão, pois Geraldo Alckmin, também do PSB, foi o vice eleito com Lula,
embora não tenha o carisma de Dino para disputar a Presidência.
¨ PSOL se
fortalece como opção de esquerda em 2026. Por César Fonseca
A ação do Partido Socialista
(PSOL) de encaminhar mandado de segurança ao STF, providência contra a
balbúrdia da oposição conservadora e corrupta no Congresso – capitaneada pelo
Centrão, comandado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira(PP-AL),
arregimentando direita e ultradireita contra o governo Lula, brecando
governabilidade – aponta a nova vanguarda de esquerda que tende a crescer
frente ao PT, em 2025, com vistas às eleições de 2026.
O partido governista, junto
com a oposição, participou indiretamente das irregularidades condenadas pelo
ministro Flávio Dino, do STF, que mandou suspender a distribuição dos recursos
correspondentes às emendas parlamentares, no valor de R$ 4,2 bilhões, ao
arrepio da lei.
A advocacia da Câmara,
solicitada a responder porque não apresentou atas das comissões que liberaram o
dinheiro, bem como não esclareceu, devidamente, quem as autorizou, argumentou
que agiu em comum acordo com o governo, para respaldar seu procedimento.
Vale dizer, governo e
oposição agiram, combinadamente, de modo que sua atuação estaria seguindo as
determinações legais alegadas pela advocacia parlamentar, contestadas pelo
ministro Dino.
Os ministérios da Fazenda,
do Planejamento e a Casa Civil, argumentaram os advogados da Câmara, assinaram
em baixo do que o presidente Arthur Lira determinou, de modo que havia
entendimento de Executivo e Legislativo, como se isso fosse a condição sine qua
non para a liberação dos R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares solicitadas
pelos líderes das comissões.
O ministro Dino, portanto,
em seu ato de autonomia na defesa do STF de punir irregularidades, condena,
implicitamente, os dois poderes, tornando-os cúmplices perante a opinião
pública.
Para aprovar o pacote fiscal
do governo, houve o entendimento da direita e ultradireita, coordenadas pelo
Centrão, liderado por Lira, pois, do contrário, não seriam aprovadas as medidas
restritivas orçamentárias exigidas pela Faria Lima, como antídoto à especulação
que levou o dólar a R$ 6,30, virando a economia de cabeça para baixo,
sinalizando anarquia política.
Com o câmbio,
artificialmente, descontrolado pelos especuladores do mercado financeiro,
forçando inflação a fugir da meta de 4,5% e a justificar ação do Banco Central
a puxar a taxa de juro Selic para 12,25%, o governo apavorou-se e apressou-se
em atender os dois lados: de um lado, os parlamentares, liberando as emendas,
mesmo de forma irregular, ferindo a lei, como protestou o ministro Flávio Dino,
e, de outro, o mercado, na sua voracidade por mais juros, sobreacumulando
riqueza financeira nas mãos de 0,1% da população, em prejuízo da maioria.
Revelou-se, portanto, uma
combinação mortífera entre os dois poderes para aprofundar o processo de
concentração de renda e consequente desigualdade social que inviabiliza o
desenvolvimento com melhor distribuição da riqueza nacional.
DECISÃO POLÍTICA
PROGRESSISTA
Foi nesse contexto de
insubordinação do Legislativo e do Executivo combinados contra a Constituição
que o PSOL entrou com representação do Supremo Tribunal Federal como último
recurso de luta política ideológica contra os dois poderes aliados para
liberação das emendas parlamentares, como pré-condição conservadora para
aprovação do pacote fiscal.
A representação do PSOL
encontrou no ministro Flávio Dino o personagem que colocou em movimento a
resistência do STF em defesa da Constituição contra os desmandos do
Legislativo, conduzido por Arthur Lira.
O PT e aliados perderam
oportunidade histórica de reagir em defesa dos interesses populares.
O PSOL rompeu com a aliança
governo-oposição, formada para aprovar o pacote, e, dessa forma, abriu espaço
para construção de nova correlação de forças no campo da esquerda, para se
transformar, como crítico do PT e aliados, em alternativa política.
A aliança de conveniência
Executivo-Legislativo, para liberação das emendas parlamentares, como condição
para aprovação das restrições orçamentárias, que afetam programas sociais e o
arrocho no salário mínimo, de modo a atender a Faria Lima, passa a ser o alvo
dos que pregam o caminho da esquerda mais autêntica, para sintonizar-se com a
população afetada pelas medidas neoliberais.
A social democracia petista
que se rendeu aos conservadores de direita e ultradireita abre espaço, como
aconteceu, recentemente, na França, para uma esquerda mais radical, que pode
ser expressa na ação política do PSOL de recorrer ao STF contra Lira, abrindo
novo contexto para as forças progressistas, a partir de 2025, como novidade
política.
O PSOL, portanto, cria novas
circunstâncias políticas com as suas providências ao STF, que se revelou a
instância máxima, com o ministro Dino, capaz de brecar a balbúrdia legislativa.
Dino expôs, claramente,
estar o Legislativo brasileiro completamente desmoralizado sob o comando da
direita e ultradireita, liderado pelo deputado Lira.
O legado do parlamentar
alagoano se revela desastroso, tal qual a herança deixada pelo governo fascista
do ex-presidente Jair Bolsonaro, tornado inelegível por oito anos pelo STF.
O sucessor de Lira manterá o
procedimento desastroso para acelerar ainda mais o desastre?
¨ Eleição de 2026 torna necessária aprovação do projeto
sobre regulação das redes, diz Guimarães
O líder do governo
na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a pauta sobre a
regulamentação das redes sociais será um desafio para este ano e disse que a
eleição de 2026 torna necessária a aprovação do projeto. As declarações
ocorreram em entrevista à rádio Opinião CE, na sexta-feira, 3. Na ocasião,
Guimarães lembrou que o parecer do relator do "PL das Fake News",
Orlando Silva (PCdoB-SP), segue sem a análise do plenário da Câmara.
"[O projeto]
está dormindo nas gavetas da Câmara, ninguém tem a coragem de votar. Mas nós
vamos retomar. Nós não podemos ir para a eleição de 2026 sem lei nessa área aí.
Sem lei, estamos ferrados", declarou Guimarães.
O deputado também
rechaçou as críticas ao projeto sobre a possibilidade de cerceamento à
liberdade de expressão e de imprensa e afirmou que, atualmente, há impunidade
sobre a disseminação de informações falsas na internet. "Penso que temos
grandiosos desafios para 2025. Entre tantos, temos de avançar nessa
regulamentação", disse.
Conforme mostrou o
Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em
dezembro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em conversa com aliados,
citou a regulamentação das redes como um dos temas que poderiam ter ido à
votação no plenário em 2024. A tramitação do projeto, no entanto, foi repudiada
pela oposição e por big techs.
A decisão de pautar
novamente a questão caberá ao sucessor de Lira no cargo, que deve ser eleito em
fevereiro. O nome mais cotado para vencer a disputa é o de Hugo Motta
(Republicanos-PB).
¨ José Guimarães diz que não vê espaço para Câmara votar
anistia aos condenados pelo 8 de janeiro
O líder do governo
na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que o plenário não deve
votar o projeto de lei que concede anistia aos condenados por envolvimento nos
atos de 8 de janeiro. As declarações ocorreram em entrevista à rádio Opinião
CE, na sexta-feira, 3.
Na ocasião,
Guimarães disse que o movimento pela anistia teria sido mais forte se tivesse
ocorrido apenas o episódio de 8 de janeiro, mas o debate ficou "muito
reduzido" com a prisão do general Braga Netto, do ex-ajudante de ordens
Mauro Cid e com a descoberta de um plano de assassinato do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e de outras autoridades.
"Não há espaço
para a anistia. A Câmara não vai votar isso, porque o espaço está muito
espremido pelos fatos", afirmou. Ele prosseguiu: "Quando aconteceu a
tentativa de golpe no dia 8, se fosse só aquilo, ele construíram um movimento
muito forte para aprovar a anistia, mesmo com nossas manifestações contrárias.
Tinha certo espaço para isso".
Em seguida, o
deputado afirmou: "Vieram os fatos subsequentes, as prisões do Cid, do
general Braga, a questão do plano montado para tirar a vida do presidente, do
vice-presidente e de um ministro do Supremo. Então, o espaço para debater e
aprovar isso está muito reduzido".
Guimarães
acrescentou: "Não há espaço para aprovar essa tal da anistia. Não vejo
nenhum espaço para isso e nem acho que o presidente da Câmara vá colocar isso
para votar".
A decisão de pautar
o assunto para votação na Câmara caberá ao sucessor de Arthur Lira (PP-AL) na
presidência. O deputado que tem mais apoio para ser eleito ao posto, em
fevereiro, é Hugo Motta (Republicanos-PB).
Em 2024, Lira criou
uma comissão especial para analisar o projeto, mas não designou os integrantes.
Segundo o novo líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), a pressão pela
anistia continuará em 2025. Em dezembro, o deputado disse que o apoio da
oposição à eleição de Motta está baseado na pauta da anistia.
"Vamos
trabalhar, em 2025, o que foi apalavrado em relação à anistia. E, inclusive, a
oposição está apoiando a candidatura em cima do que foi apalavrado em relação à
anistia", disse Zucco, ao ser anunciado novo líder do bloco.
<><> Deputado
defende regulação das redes antes da eleição de 2026
O líder do governo
ainda afirmou que a pauta sobre a regulamentação das redes sociais será um
desafio para este ano e disse que a eleição de 2026 torna necessária a
aprovação do projeto. José Guimarães lembrou que o parecer do relator do
"PL das Fake News", Orlando Silva (PCdoB-SP), segue sem a análise do
plenário da Câmara. "[O projeto] está dormindo nas gavetas da Câmara,
ninguém tem a coragem de votar. Mas nós vamos retomar. Nós não podemos ir para
a eleição de 2026 sem lei nessa área aí. Sem lei, estamos ferrados",
declarou.
O deputado também
rechaçou as críticas ao projeto sobre a possibilidade de cerceamento à
liberdade de expressão e de imprensa e afirmou que, atualmente, há impunidade
sobre a disseminação de informações falsas na internet. "Penso que temos
grandiosos desafios para 2025. Entre tantos, temos de avançar nessa
regulamentação", disse.
Fonte: Agencia
Estado
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