segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Marco Damiani: O milagre econômico de Haddad

O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, fechou 2024 com resultados na economia que são verdadeiros milagres, porque inesperados e não previstos, frente à situação herdada do antecessor Paulo Guedes, apenas dois anos atrás. Eles parecem contar pouco, no entanto, espremidos entre o racha ideológico do País e o tarô de previsões nefastas dos ‘especialistas’ sobre como vai ser 2025. 

Para muitos ‘experts’, o crescimento previsto pelo Banco Central de 3,4% do PIB no ano que se encerra hoje mostra, apenas, que o Brasil cresceu acima do seu potencial. A criação de 2,22 milhões de empregos nos primeiros 11 meses de 2024 também está fortemente em desacordo com o mesmo potencial. A retirada de quase 25 milhões de nacionais da situação de insegurança alimentar e a instalação de mais de 8 milhões acima da linha da pobreza, essas, então, são realizações absolutamente incompatíveis com o… potencial! 

É proibido crescer, determinam. Suas cartas sobre a mesa preveem estouro das contas públicas, inflação nas alturas e dólar em modo tresloucado em todo o Ano Novo. Não haverá caminho sem cortes drásticos, choque de juros e sacrifícios de toda sorte. Retroceder é a ordem. 

É o velho e gasto catastrofismo econômico que está de volta. Ele ressurge toda a vez que a economia brasileira reencontra a sua vocação de crescimento. Não falha uma. Nas regras desse jogo, os dados positivos têm um peso bem inferior em relação aos negativos. A recuperação em curso da indústria nacional, as altas na atividade do comércio e dos serviços e a resiliência do agronegócio são praticamente descartadas do baralho. Os tarólogos ocultistas desdenham da força do mercado interno e renegam a capacidade de a sociedade brasileira criar riquezas. Desacreditam nas dinâmicas saudáveis que têm elevado a arrecadação de impostos e a capacidade do Estado, a partir do crescimento, responder aos desafios fiscais em novas bases. Mal levam em consideração que a redução de desigualdades aumenta o tamanho do mercado, abrindo novas cadeias de desenvolvimento.

Desta vez, no entanto, pode ser diferente. Com diálogo, paciência e noção precisa do que está em jogo - alguma dúvida? -, Haddad vem conseguindo qualificar o debate econômico. Não houve, nos dois anos de gestão até aqui, medida da Fazenda sem justificativa. Foram feitas refações diante de críticas consideradas procedentes e obtidos consensos, sem esperneios, em assuntos altamente complexos como, por exemplo, a reforma tributária. No caso da promessa de déficit zero, foi mantida como um norte e deixará de ser atingida por pouco, muito em razão de circunstâncias políticas conhecidas por todos. Por mais que tenha sido provocado, o ministro não comprou brigas políticas nem devolveu grosserias. É a antítese do falastrão que ditou a economia nos anos Bolsonaro. Essa postura contribui sobremaneira nos resultados concretos alcançados.

Haddad considera que espamos de inflação, juros e dólar não irão durar para sempre e fazem parte das dores do crescimento. Por que considerar o ministro desde logo errado e o mercado absolutamente certo? Em matérias de previsões, os especialistas erraram todas sobre 2024, enquanto o titular da Fazenda apresenta números robustos. Até aqui, mesmo os críticos não sabem apontar alguma grande barbeiragem cometida na política econômica. Ao contrário, há elogios ao ministro por sua insistência em suavizar situações de tensão, como o relacionamento com um Congresso adverso. Nem euforia  nem depressão na economia em 2025 é o que Haddad persegue. A julgar pelo já feito, vale torcer a favor.

¨      Dieese: aumento do salário mínimo garante R$ 81 bi a mais para os trabalhadores e R$ 43 bi em arrecadação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou no início deste ano o reajuste do salário mínimo para R$ 1.518, o que representa um ganho real de 2,5% acima da inflação. Esse novo valor já está em vigor desde o começo de janeiro e, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o reajuste deve gerar um impacto econômico de R$ 81,5 bilhões para a população brasileira. Além disso, a medida deve resultar em um incremento de R$ 43,9 bilhões na arrecadação tributária proveniente do consumo.

A estimativa do Dieese, segundo o jornal O Globo, é que cerca de 59,9 milhões de brasileiros sejam diretamente ou indiretamente afetados pelo reajuste do salário mínimo. O impacto varia conforme o grupo de trabalhadores, com diferentes setores da população se beneficiando de formas específicas.

Entre os beneficiados, estão 28,1 milhões de aposentados, pensionistas e outros beneficiários do INSS que recebem um salário mínimo. Para esse grupo, o reajuste deve gerar um aumento de R$ 38,78 bilhões na renda e de R$ 20,9 bilhões na arrecadação de impostos sobre o consumo. Além disso, 17,3 milhões de trabalhadores com carteira assinada também são impactados, com um incremento estimado de R$ 23,87 bilhões na sua renda e R$ 12,87 bilhões na arrecadação tributária.

Os trabalhadores domésticos, que somam 4,04 milhões de pessoas recebendo o salário mínimo, terão um impacto de R$ 5,57 bilhões no consumo e de R$ 3 bilhões na arrecadação tributária. Já os trabalhadores informais, que têm seus rendimentos atrelados ao salário mínimo, são 10,1 milhões e devem ver um aumento de R$ 12,82 bilhões no consumo e de R$ 6,91 bilhões na arrecadação.

Já os empregadores que também possuem rendimentos vinculados ao salário mínimo, cerca de 332 pessoas, terão um impacto de R$ 442 milhões no consumo e de R$ 227 milhões na arrecadação tributária.

 

¨      Brasil termina 2024 entre 10 primeiros em termos de crescimento de reservas cambiais do mundo

O Brasil está entre os dez primeiros países do mundo em termos de crescimento das reservas cambiais, de acordo com a análise da Sputnik com base em informações dos bancos centrais de 100 países, que divulgaram os dados de setembro no final de dezembro.

Assim, no final de setembro, os ativos internacionais dos bancos centrais do mundo totalizavam US$ 14,3 trilhões (R$ 90,3 trilhões), contra US$ 12,9 trilhões (R$ 81,5 trilhões) no ano anterior.

O líder absoluto em termos de crescimento foi a China, que aumentou suas reservas em US$ 263,3 bilhões (R$ 1,66 trilhão).

O segundo lugar foi ocupado pela Suíça, com um aumento de US$ 131,9 bilhões (R$ 833,6 bilhões), seguida pela Índia, com US$ 118,1 bilhões (R$ 746,4 bilhões).

O resto da lista de países com maior crescimento das reservas cambiais é a seguinte:

Alemanha – US$ 67,2 bilhões (R$ 424,7 bilhões);

França – US$ 66,1 bilhões (R$ 417,7 bilhões);

Rússia – US$ 64,7 bilhões (R$ 408,9 bilhões);

Cingapura – US$ 52,4 bilhões (R$ 331,1 bilhões);

Polônia – US$ 38,8 bilhões (R$ 245,2 bilhões);

Brasil – US$ 31,7 bilhões (R$ 200,3 bilhões).

Outros 20 bancos centrais, inclusive os da Turquia, Japão e México, aumentaram seus ativos entre US$ 10 e 30 bilhões (entre R$ 63 e 190 bilhões), enquanto os 70 restantes tiveram aumentos de menos de US$ 10 bilhões.

Ao mesmo tempo, um décimo dos países registrou um declínio em suas reservas.

Os líderes deste processo foram:

o Bangladesh, com um declínio de US$ 2 bilhões (R$ 12,6 bilhões);

a República Dominicana – US$ 1,4 bilhões (R$ 8,8 bilhões);

a Ucrânia – US$ 820 milhões (R$ 5,18 bilhões).

Além disso, os ativos internacionais do Paraguai, Estônia, Kuwait, Geórgia, Armênia, Uganda e Bahamas também diminuíram.

Em termos do volume de reservas internacionais, a China manteve sua liderança global de longa data – no final de setembro, elas totalizavam US$ 3,57 trilhões (R$ 22,56 trilhões).

O segundo lugar foi ocupado pelo Japão, com US$ 1,25 trilhão (R$ 7,9 trilhões), e o terceiro pela Suíça, com US$ 950 bilhões (R$ 6 trilhões).

O quarto lugar ficou com a Índia, que acumulou ativos no valor de US$ 706 bilhões (R$ 4,46 trilhões), e o quinto lugar pertence à Rússia, com US$ 634 bilhões (R$ 4 trilhões).

¨      Brasil tem o melhor resultado de vendas de carros desde 2014, com 2,63 milhões de emplacamentos em 2024

O Brasil teve 2,63 milhões de veículos leves e pesados emplacados em 2024, o melhor resultado desde 2014, segundo dados do Registro Nacional de Veículos Automotores, informa a Folha de S. Paulo. O número representa uma alta de 14,1% na comparação com 2023. Em média, foram vendidos 10.456 carros por dia ao longo do último ano.

Segundo o levantamento, o ranking de vendas é liderado pela picape Fiat Strada, que superou o Volkswagen Polo nos últimos dias de 2024. Outra tendência notável foi a forte participação das marcas chinesas, como BYD e GWM, que juntas foram responsáveis por aproximadamente 100 mil licenciamentos de veículos zero-quilômetro.

As locadoras também ocuparam uma grande fatia no mercado. De acordo com o cálculo da  Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as empresas do ramo adquiriram 650 mil unidades no ano passado, em grande parte para atender a planos de carros por assinatura.

<><> Expectativas para 2025

A projeção da Anfavea para 2025 aponta para 2,802 milhões de veículos emplacados, embora inicialmente a previsão fosse de 3 milhões. A revisão para baixo foi motivada pela alta de 1 ponto percentual na taxa Selic, que agora está em 12,25% ao ano. No entanto, o setor mantém otimismo quanto ao desempenho do mercado, especialmente considerando a queda do desemprego e a contínua renovação de modelos.

O último ano em que o mercado superou a marca de 3 milhões de veículos foi em 2014, com 3,5 milhões de emplacamentos. Desde então, o setor enfrentou quedas acentuadas, com o auge da crise econômica em 2015, quando os licenciamentos caíram para 2,58 milhões de unidades. A recuperação teve início em 2017, mas foi interrompida pela pandemia de Covid-19, que afetou drasticamente a produção e o consumo no setor.

¨      Brasil alcança marca histórica de entrada de turistas internacionais

No total, 6,621 milhões de turistas internacionais visitaram o Brasil em 2024. Em evento para celebrar o marco, ministro do Turismo destaca investimentos em melhoria na infraestrutura turística do país.

O Brasil bateu recorde de visitas de turistas internacionais ao país em 2024. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Turismo nesta terça-feira (31), um total de 6,621 milhões de turistas estrangeiros visitaram o país ao longo do ano, superando a marca histórica de 6,6 milhões registrada em 2018.

Em evento em celebração ao recorde, realizado no Aeroporto Internacional de Brasília, o ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou que o desempenho registrado reforça a maturidade do turismo nacional em atrair visitantes internacionais.

"O ano de 2024 entra para a história como um ano de recordes. O setor tem mostrado toda a capacidade e força para receber esses turistas que escolheram nossos destinos ao longo do ano e, com o apoio do governo federal, temos apostado em um trabalho de valorização cultural e promoção internacional da nossa imagem lá fora", disse o ministro.

O resultado superou o alcançado por anos importantes para a recepção de turistas, como 2014, quando o país foi sede da Copa do Mundo, em 2016, quando ocorreram os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Juntos, os dois anos somam 12,9 milhões de desembarques no país. Agora, o Plano Nacional de Turismo (PNT) prevê atingir 8,1 milhões de turistas internacionais nos próximos três anos.

"Temos investido na melhoria da infraestrutura turística, com obras que vão de Norte a Sul. Temos apoiado o setor com liberação de recursos, por meio do Fungetur [Fundo Geral do Turismo], que ajudam a estruturar toda a cadeia, que fica mais preparada para receber esses turistas. Além, é claro, de fazer promoção dos nossos destinos em grandes eventos internacionais, mostrando ao mundo o que o Brasil tem de melhor", completou Sabino.

¨      Preços "abrasileirados" garantiram estabilidade dos combustíveis e valorização da Petrobras em 2024, destaca Gleisi

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), utilizou as redes sociais para defender a política de preços da Petrobras sob a gestão do presidente Lula (PT). Em sua publicação, Hoffmann celebrou os resultados alcançados com a estratégia de “abrasileirar” os preços dos combustíveis, prometida por Lula ainda durante a campanha eleitoral de 2022.

Segundo a parlamentar, ao contrário das previsões de especialistas de mercado e da grande imprensa, que indicavam um possível prejuízo à estatal, a Petrobras viu suas ações mais do que dobrarem de valor. Além disso, Hoffmann destacou que a política de preços adotada trouxe maior estabilidade ao consumidor, evitando os frequentes reajustes que marcaram os anos anteriores.

<><> Comparativo com o modelo anterior

Hoffmann apontou que o diesel não sofreu qualquer reajuste em 2024, enquanto a gasolina teve apenas um aumento durante o ano. “Quando Lula prometeu abrasileirar os preços dos combustíveis, o mercado e sua mídia disseram que a Petrobras ia quebrar. Felizmente para o Brasil, erraram de novo”, escreveu.

O gráfico compartilhado por Hoffmann reforça essa afirmação, comparando os preços praticados pela Petrobras com os valores que seriam cobrados caso a política de Paridade de Preços de Importação (PPI) continuasse em vigor. No caso do diesel, o preço de paridade chegou a atingir R$ 4,20 em julho, enquanto o preço estabelecido pela Petrobras permaneceu em R$ 3,53 por litro durante todo o ano. Já para a gasolina, o maior valor sob o PPI foi de R$ 3,46, contra os R$ 3,04 cobrados pela estatal na maior parte do ano.

 

Fonte: Sputnik Brasil/Brasil 247

 

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